A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oieeee
Muito obrigada a todos que leem a história!
Adoro vocês!
Nem vou enrolar hoje, então...
Boa Leitura!



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Capítulo 26


Pov Thalia


Aquilo estava muito estranho. Desde quando as coisas são fáceis desse jeito em missões? Primeiro, a senhora abre a porta amigavelmente com um sorriso singelo estampado no seu rosto bem conservado; depois, diz que já estava esperando nossa visita. Como assim? Sei que há algo errado. Ou estou muito mal acostumada, ou então fui a única que notou que tem alguma coisa escondida por trás da face bondosa de Pauline O’mailan.

E isso não é algo muito difícil de constatar, justamente porque logo o endereço dessa senhora estava nas mãos dos salafrários? Eu sei, muitas perguntas sem resposta. Mas se depender de mim, não será por muito tempo.


Entramos na humilde, porém aconchegante, casa de Pauline, e a mesma nos ordenou quase imediatamente que nos sentássemos. Percy permaneceu o tempo todo do lado de Annabeth, que grude! A senhora sentou-se no sofá cor púrpura à nossa frente, com um sorriso afável e um tanto forçado – diga-se de passagem. Ela pode até tentar enganar a filha de Atena e seu namorado idiota, que por acaso é meu primo, mas está longe de transmitir alguma confiança a mim.

Ficamos por um tempo inestimado calados até que Pauline se manifestasse:

– Então garotos, o que os trazem aqui?

Annabeth abriu a boca para falar – provavelmente manteria a diplomacia da conversa e responderia cordialmente – mas eu me antecipei:

– A senhora deve saber o motivo, já que foi avisada de que viríamos. – cruzei os braços em frente ao corpo mantendo minha postura decidida.

Eu não estava nem um pouco à vontade naquele lugar, e quanto antes descobríssemos o que a senhora tem a ver com a missão, mais rápido poderemos termina-la.

Pude ver que Pauline endireitou o corpo, com a interceptação de minha fala. Talvez tenha ficado surpresa com minha suposta agressividade, e escolhendo minunciosamente as palavras, murmurou lentamente.

– Oh queridos, me avisaram que alguns semideuses viriam ao meu encontro, mas não adiantaram o assunto a ser tratado. – sua expressão se suavizou ao olhar para Annie e Percy após dizer essa palavras, mas se contraiu novamente quando virou-se para mim e viu que eu ainda estava encarando-a.

Percy não se controlou.

– A senhora sabe que somos semideuses?

Revirei os olhos. Acho que peguei essa mania de Annabeth. Pauline não tardou a responder.

– Ora se não meu rapaz. Como não reconheceria meio-sangues se por acaso também sou uma?!

– E de que deus você é filha dona Pauline? – Annie complementou curiosa.

– Ah, meu parente divino na verdade não é considerado tão importante quanto o de vocês. Sou filha de Hebe e neta de Nêmesis – duas deusas de linhagem menor.

Olhei para Annabeth a tempo de vê-la franzir o cenho. Com certeza lembrou-se de algo importante ou fez o nexo dessa última informação com algo que já tinha descoberto.

– A senhora é filha de Martin, o semideus que encontrou a espada gêmea Aquarius, com a intenção de roubar o livro oculto para Phobos e Deimos. – ela afirmou.

Pauline somente assentiu em concordância.

Eu fiquei surpresa. Na verdade, eu não sei muita coisa sobre esse tal livro secreto, apenas sei que precisamos transferi-lo de esconderijo porque ele corre o risco de ser roubado. Temos que fazer isso o quanto antes.

Pauline começou a falar:

– Eu não sei muita coisa sobre meu pai, nem sobre o que ele fez exatamente. O que sei é apenas proveniente de alguns sonhos e uma carta que ele me deixou antes de partir em busca de uma das tais espadas gêmeas. Pode não ter sido totalmente certo o que pretendia fazer, mas segundo suas próprias palavras, tudo que ele buscava era um pouco de reconhecimento para si e para os deuses relacionados a ele. Ser filho de deuses olimpianos não deve ser tão ruim quanto nascer de deuses esquecidos e injustiçados.

– Tem uma coisa que está me deixando intrigada. Desde que chegamos aqui, a senhora diz que alguém a avisou de nossa visita. Quem te avisou?

Ela contraiu a face. Deve ter ficado nervosa, o que apenas confirmou minhas suspeitas de que está escondendo alguma coisa, e nos resta descobrir o que é.

– Sonhos queridos, apenas sonhos rotineiros de meio-sangue. Vocês sabem como são.

Eu tinha certeza de que ela estava mentindo. Encarei-a mais uma vez e Annie analisava a sala de estar com os olhos, até que notei que eles se fixaram em um local específico – uma mesinha de canto feita de hastes de metal repleta de porta-retratos sobre ela. Annabeth levantou e foi até a mesa. Olhou- a por um instante, e em seguida pegou um porta-retrato na mão e virou-o para Pauline.

– Esse rosto é familiar. Quem é?

– Esse é meu neto. Depois que saí do orfanato eu me casei com um mortal comum e tive uma filha. Queria viver longe do meu verdadeiro mundo, e por isso escondi minha origem deles. Só que Christine acabou tendo um romance com um deus olimpiano, e dessa relação, nasceu esse garoto. Há dez anos atrás, um grupo de monstros variados invadiram minha casa e mataram meu marido e minha filha, restando apenas eu e o garoto. Minha missão, daquele momento para frente era protege-lo.

– Onde ele está agora? – eu perguntei curiosa. Parece que as coisas estão começando a se revelar.

– No acampamento meio-sangue.

Surpreendentemente não foi Pauline que respondeu, mas sim Percy. Olhei para ele como quem pergunta “Como você pode ter certeza?”, mas antes que ele dissesse alguma coisa, a senhora quebrou minha confusão mental.

– Sim, esse é o primeiro ano dele lá. Para que pudesse se defender decentemente, eu o encaminhei de livre e espontânea vontade ao acampamento. Sei que vão perguntar de quem é filho, e acho que não há mal nenhum em saber. Ele é...

Annabeth a interrompeu:

– ...filho de Apolo. Chegou ao acampamento junto com sua irmã Percy.

– Então Kevin é seu neto Sra. O’mailan?

– Sim.

– Mas ele foi encontrado em Cleveland. A senhora mora em Detroit. Como isso é possível?

– Eu tive que manda-lo para um internato em Cleveland por que ele estava sendo constantemente atacado aqui, e não conseguia permanecer por mais de seis meses em uma mesma escola. Eu não tive opção.

Percy e Annie assentiram em concordância.

Eu não me contive mais uma vez.

– Espere aí. Descobrimos quem é o seu neto e blá blá blá... mas precisamos saber o mais importante: O QUE VOCÊS TEM A VER COM A MISSÃO? – ops, acho que gritei essa última parte.

Pauline fez cara de desentendida.

– Ora, eu não sei, eu não entendo também.

Eu levantei de supetão me aproximando perigosamente da senhora que estava sento dissimulada. A raiva estava me consumindo por dentro. Só os deuses para me controlarem agora.

– Como não entende senhora? O seu endereço foi encontrado com os que querem o livro para tomar o poder dos olimpianos; seu neto te avisa que nós viríamos te visitar; você é filha daquele que foi o primeiro a tentar por as mãos no livro. Como você não entende?

– Thalia, se controle! – Annie ordenou. Dei alguns passos para trás e me sentei novamente, respirando fundo para conter meus nervos.

– Eu sei que é estranho, mas eu e meu neto não temos relação nenhuma com esse livro, a não ser a tentativa de meu pai, Martin.

– É meio difícil de acreditar senhora. Você tem que concordar com isso. – Percy disse. Através de seus olhos eu podia ver o quanto estava confuso. Ele também não tinha acreditado na inocência de Pauline.

– Por hora não temos como comprovar alguma relação da senhora com os inimigos. Desculpem meus amigos, eles estão nervosos e cansados por cauda da viagem. – Annabeth acalmou os ânimos.

– Eu entendo os motivos de vocês. Se estivesse em vosso lugar, também desconfiaria.

– Então, acho que já vamos indo...

Nesse momento a porta foi aberta o mais abruptamente possível. Julie entrou ofegante, com cara de pânico, nos chamando para o lado de fora e segundos depois ouvimos o grito estridente de Paige. Percy saiu correndo para socorrer a irmã, enquanto o seguimos.

Ao chegar lá fora, vi a garota de Poseidon sendo sacudida no alto por uma Quimera; Nico e Grover lutando com uma Mantícora. Percy avançou pra tentar salvar Paige, junto com Annabeth. Eu fui ajudar os garotos com o monstro super esquisito com cabela de leão que soltava espinhos praticamente a todo momento. Nico o feria com sua espada e Grover soprava uma flauta que atraía raízes de plantas, que se enroscavam nas patas do monstro o imobilizando. Eu atirava flechas nele tentando atingir algum ponto vital.

Do nosso lado, Percy travava uma luta ferrenha com a Quimera, que não soltava Paige por nada. Annabeth se concentrou em ferir as pernas do monstro, enquanto Julie sacou sua espada Áquila para ajudar o Cabeça de alga. Em um dado instante, vi que Annie colocou seu boné da invisibilidade e aproximou-se do namorado, sussurrando algo a ele, provavelmente algum plano, mas eu não consegui escutar.

Percy largou a espada e armou um calço de apoio com as mãos para Annabeth, que tirou o boné ao mesmo tempo que se lançava para pegar impulso no calço, e como se tivesse treinado várias vezes, arremessou-se em direção à Químera e cravou-lhe sua adaga nas costas, fazendo com que se desintegrasse imediatamente. Annie caiu no chão e machucou o braço, enquanto Paige choramingava por ter caído de bunda no asfalto.

A Mantícora, devidamente imobilizada por Grover, lançava cada vez mais espinhos venenosos em nossa direção e estava ficando muito difícil desviar, principalmente para Nico. Para nossa sorte, Julie atacou por trás como elemento surpresa e enterrou sua espada em cima da cabeça do monstro que agonizou por um tempo que não consegui definir e foi sumindo aos poucos. O sátiro parou de tocar a flauta, pálido por já ter feito tanto esforço, enquanto eu, Julie e Nico nos sentávamos cansados no mesmo local em que estávamos.

Percy corria de uma lado para o outro socorrendo a irmã e a namorada, ajudado por Pauline. A senhora dava néctar para a minha prima. Enquanto Percy cuidava de Annabeth que tinha se machucado mais na queda.


...


Não tardou a anoitecer.

Tínhamos voltado para casa de Pauline à convite dela, para tomarmos um lanche e descansarmos um pouco. Ela nos cedeu a casa para que passássemos a noite, e até eu que não tinha simpatizado muito com ela, concordei, tamanho era o cansaço.

Não tínhamos tempo a perder. Combinamos de sair bem cedo no outro dia, para que pudéssemos recuperar um pouco do tempo perdido até agora.

Estive pensando no que descobrimos hoje na casa da semideusa “esquecida” como ela se mesmo se intitula, e cheguei à conclusão de que as informações não são tão desnecessárias quanto pensei. São até bem importantes. O que me inquietava agora era: Pauline pode até não ter nada a ver com o livro oculto, mas seu neto com certeza tem. Isso é fato. Do contrário, porque se importaria e como saberia que visitaríamos sua avó?

Annabeth já havia se recuperado e se aproximou de mim, que estava sentada na sala, enquanto os outros lanchavam na cozinha junto com a anfitriã.

– E aí Thals?

– Estou pensando sobre a missão. Tem alguma coisa que eu acho que deixei passar despercebido. Não entendo o porque dos soldadinhos de chumbo da galera do mal terem o endereço de Pauline, se ela APARENTEMENTE não tem nada a ver com isso tudo.

– O endereço não se referia a ela Thalia, mas sim ao neto. Kevin O'mailan.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acham de Pauline: ela está de que lado? E seu neto, qual a sua relação com os malfeitores?
Respondam nos reviews. Mandem muitos, por favor.
Perdoem qualquer erro pessoal, fiz esse capítulo ás pressas (acabei de terminá-lo).
Não se esqueçam de comentar!!
Obrigada mais uma vez!
Feliz Ano Novo!!!
Beijokinhas..