A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiii
Pessoal, obrigada a todos que leram os outros capítulos e principalmente os que comentaram. Falando nisso, cade os meus reviews? Sério gente, vocês podiam ser mais bonzinhos comigo, estou realmente triste com o descaso de alguns com a minha pessoa... desculpem quem não merece ouvir isso tá!
Boa Leitura
beijooo



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Capítulo 17

Pov Sean

Nossos planos não deram muito certo, mas também não foram de todo ruim. Conseguimos capturar mais dois semideuses e em breve conseguiremos as detentoras das espadas que abrem o portal. Se ao menos eu conseguisse abrir o portal apenas com magia, pouparíamos esse trabalho todo. É sério! Eu bem que tentei, mas não deu certo...

Foi uma jogada e tanto criar um portal mágico para esconder o sátiro que raptamos. Dessa forma, garantimos que apenas nós e as guardiãs poderíamos libertar o prisioneiro, e já que elas desembarcaram, a possibilidade dele escapar é praticamente extinta.

Deon, Christopher e eu invadimos a cabine 37 e encontramos dois adolescentes mais novos do que eu: um garoto metido a corajoso de olhos verdes e uma garota audaciosa de lindos olhos cinzas. Patéticos! Estudei-os durante todo o tempo em que estivemos lá e cheguei a conclusão de que escondem alguma coisa. O rapaz tinha um ar desesperado, mas tentava se controlar, já a menina mantinha-se gélida e impassível.

Levamos os dois para um novo cativeiro, até porque não seria uma boa ideia colocá-los junto com o outro prisioneiro – eles poderiam confabular e planejar alguma coisa que nos prejudique. A saída foi encaminhá-los para um lugar fora de suspeita: a cozinha do restaurante. Temos aliados ali, isso é lógico, mas não podemos esquecer que há mortais à bordo.

Deon incumbiu a mim a tarefa de vigiá-los por algum tempo, afinal, não há que se negar a esperteza deles. Christopher, o barman, voltou para o seu posto de origem, enquanto o nosso líder, filho de Afrodite, voltava à nossa cabine para checar se tudo estava nos conformes.

Eu andava de um lado para o outro em frente à dispensa em que os meio-sangues estavam presos. Estava impaciente, e mexia constantemente em meu colar que sempre emitia um brilho fraco, com o pingente que representa minha mãe. O pingente é um triângulo dividido em três partes: a primeira contem uma chave – porque ela é a carcereira do mundo inferior; a segunda é um chicote – pois ela também conduz e pune as almas e a terceira é o punhal – que simboliza o seu poder espiritual e a feitiçaria. É isso mesmo. Minha mãe é Hecate, a deusa da magia.

Eu herdei alguns dons dela. Posso manipular a realidade com uma facilidade inacreditável, apesar de nunca ter convivido com ela. Fui criado pelo meu pai, que por sinal também é meio-sangue, e nos meteu nessa encrenca, mas que pode nos dar um poder incomensurável, se bem que eu não acredite que isso dê certo. Sim, Deon é meu pai.

Não me pergunte como um filho de Afrodite foi se envolver com umas das deusas mais incompreendidas e relativamente poderosa, porque eu não sei dizer. A única coisa que sei é que não se deve a uma paixão avassaladora ou algo do tipo. É fato que eles não se viram nunca mais depois do meu nascimento, talvez porque nessa mesma época meu pai aliou-se àqueles que tramam a destruição do Olimpo, e eu consequentemente, estou ao lado deles.

Pra falar a verdade, não vejo a hora de terminar com isso tudo. A minha vida toda foi preparando-me para obter meios de atingir o poder supremo, sendo eu uma das partes essenciais do plano. Nunca tive liberdade par fazer minhas próprias escolhas, porque meu pai sempre fez isso por mim, e revelo que é uma coisa que me incomoda muito, pois eu até queria ter uma vida mais normal. Eu até invejo um pouco os meio-sangues que raptamos há pouco, porque, ao que parece, eles tiveram uma vida mesmo sendo filhos de deuses gregos. Mas toda a minha indignação vai ficar pra depois. Agora preciso concentrar meus pensamentos para cumprir minha função nessa história.

Continuei caminhando de um lado para o outro, já meio tonto por fazer isso repetidas vezes. Pensava no momento em que colocássemos as mãos nas guardiãs e finalmente termos posse das espadas. Acho que daí para frente tudo ficará mais fácil, assim eu espero. Fiquei mais um tempo pensando nisso quando vi Deon (eu não gosto que ele me chame de pai, diz que é novo demais) entrando transtornado pela porta da cozinha.

Ele tinha os olhos muito vermelhos e uma expressão desesperada quando aproximou-se de mim e abaixou o rosto. Falou com uma voz esganiçada:

- Eles nos enganaram. Descobriram o esconderijo do sátiro e tiraram-no de lá. Ainda por cima mandaram a Srta. Bottle de volta para o Tártaro.

Deon estava visivelmente impaciente. Eu não sabia o que dizer.

Pov Annabeth

Ótimo! Eles conseguiram!

Assim que escutei o que Deon disse meu cérebro explodiu em vivas. Agora certamente meu plano daria certo. Cutuquei Percy de leve para acordá-lo, pois ele estava cochilando.

- Percy, Percy! – eu murmurei quase sem som.

- Hum...? – Nesse momento um puquinho de baba escorreu no canto de sua boca. Eca! – só mais um pouquinho Annie...

Dei uma cotovelada mais forte nele.

- (Aii!) – Tapei a boca do cabeça de alga para que ninguém ouvisse o grito que ele dera. Ele limpou a baba (n/a: Que nojo!) e virou-se para mim.

- Eles conseguiram Percy, resgataram o Grover. Agora é o seguinte: tente se comunicar com ele através da conexão de vocês e explique o que aconteceu.

Percy ficou imensamente feliz, mas depois fez aquela cara como quem pergunta: “Como você sabe disso?” rolei os olhos e sussurrei novamente:

- Ouvi a conversa deles – eu disse apontando para a porta da dispensa, indicando os que estavam lá fora.

- Ok. Vou tentar Annie. – dito isso Percy fechou os olhos e pude ver que apertava-os tentando abrir contato com Grover. Ele ficou algum tempo assim, acho que uns dois minutos, até que abriu-os novamente e me fitou. Depois, disse:

- Contei tudo a ele e disse que você tem um plano também. Ele pediu pra que você dissesse o que eles teriam que fazer. Ahh, e eles ainda estão na cabine 55.

- Ham...Diga a eles para voltarem rápido e com muito cuidado para a nossa cabine. Um a um. Peça para Paige e Julie entrarem na cabine 38 e trancarem a porta e manter as janelas fechadas. Diga para Nico que estamos trancados na dispensa da cozinha, para que eles viaje pelas sombras e venha nos ajudar, e por fim fale para o próprio Grover se trancar na cabine 37. Peça-os para que não demorem.

- Nossa, quanta coisa sabidinha! Mas é perigoso eles saírem de lá agora. E o Nico também, se ele vier aqui será pego...

- Não discute Cabeça de alga, e faça logo o que eu mandei.

Percy nem tentou argumentar e estabeleceu novamente a conexão, enquanto eu prestava atenção nos murmúrios que voltaram a aparecer do lado de fora. Eu podia ouvir:

“ – O que nós faremos agora? – Acho que foi o garoto que disse isso.

- Está claro que as guardiãs ainda estão aqui. Precisamos encontrá-las depressa.

- Deixaram alguma pista na cabine?

- Aparentemente não... – Deon respondeu notadamente confuso.

- Acho que vou lá olhar. Se elas abriram o portal, podem ter deixado algum vestígio.

- Eu vou com você Sean.

- Não podemos deixá-los sozinhos. – O tal Sean disse, com certeza se referindo a mim e ao meu namorado.

- Não vai acontecer nada! Não tem como eles saírem dali, muito menos avisar os outros. Além do mais, Christopher está ali fora, atento a qualquer movimentação suspeita.

O garoto não respondeu, e num súbito os barulhos cessaram.”

Percy me observava a algum tempo, mas eu não lhe dei atenção porque estava ouvindo as conversas do “lado maligno” da nossa missão. Rompi o silêncio que pairava no local:

- Conseguiu passar todas as informações?

Percy assentiu.

- Acho que agora é a nossa chance. Eles não estão nos vigiando, foram até a cabine 51 investigar o resgate do menino-bode. Precisamos sair daqui.

- Mas como Annie? Nico ainda não deve ter chegado.

- Não vamos ter outra oportunidade Percy. A sorte sorriu para nós, estão aproveitaremos. Acha que consegue alcançar minha adaga?

A minha faca estava presa em meu cinto de couro, no lado esquerdo do meu corpo. O problema é que o cubículo em que estamos é muito apertado, e será difícil o Cabeça de alga conseguir pegá-la.

- Acho que sim Annabeth. – ele disse.

Percy tentou virar o corpo de costas para mim, mas o espaço que tínhamos não era suficiente para tanto. O jeito foi tentar virar-se para frente e tentar alcançar a arma com a boca. Isso foi muito trabalhoso. Escorreguei meu corpo para o pouco espaço que ainda restava do lado direito e Percy conseguiu jogar suas pernas por cima de mim. Em seguida, ele as encolheu e chegou mais perto de mim. Abaixou o corpo de lado e num movimento lento e sutil, conseguiu retirar a adaga do meu cinto.

Graças aos Deuses, eu suspirei.

- Percy, agora me dê a faca que vou soltar você. É perigoso, mas se eu por acaso te ferir, o machucado cicatrizará instantaneamente, já em mim...você entende né?

- Claro Annie. – E me deu um selinho. Depois, ajeitou o corpo e virou-se de costas para mim, de modo que eu conseguisse cortar a corda que prendia suas mãos.

Foi muito difícil. O suor escorria pelo meu rosto diante de todo aquele esforço. Fui cerrando fibra por fibra cautelosamente para não machucá-lo. Até que finalmente a última fibra se arrebentou.

- Ah! Consegui! – Exclamei com um fio de voz, de tão cansada que estava.

Percy chacoalhou as mãos e as cordas saíram. Eles se pôs a desamarrar as minhas. Alguns segundos depois, senti minhas mãos soltas.

- Agora vamos! –meu namorado disse urgente.

- Abra com cuidado.

O Cabeça de alga pegou a faca e forçou a fechadura da porta, que não era muito resistente, por isso, logo cedeu. Ele saiu primeiro e encaminhou-se para o armário de roupas que estava atrás da dispensa. Fui atrás e imediatamente peguei um avental enorme e vesti. Percy me olhava com uma expressão engraçada. Eu mexi minha boca de forma que saísse um ríspido “vista também”. Ele não discutiu. Pôs-se a colocar o avental branco também, além de vestirmos tocas e máscaras higiênicas.

- Agora nós somos funcionários do restaurante.

Percy deu uma risada abafada. Eu o obriguei a ter compostura e fingir adequadamente uma vez na vida, mas todos sabemos que ele é um péssimo ator...trágico, muito trágico.

Saímos do armário de roupas e fomos até a cozinha de fato. Havia um número considerável de funcionários ali. Eu e meu namorado nos esgueiramos pelo lado do cômodo discretamente, sem a intenção de despertar o pessoal. Nico ainda não havia aparecido. Precisaríamos dele para nos tirar dali através da viagem pelas sombras.

Em um canto obscuro da cozinha vimos algo não muito agradável. Ao que parece havia um grupo de lestrigões em uma sala separada por um vidro temperado de dois metros e meio de altura, parece que estavam em um tipo de reunião. Um deles deve ter percebido nosso cheiro, porque olhou desconfiadamente para trás, mas nos abaixamos bem a tempo. Ele se convenceu de que não havia ninguém ali e virou novamente para  a reunião.

Naquele instante, Nico apareceu do outro lado da cozinha. Ele nos viu. Fizemos sinais para que se vestisse como nós, para passar despercebido pelos outros e que se encaminhasse com cuidado até nós. Ele meneou positivamente a cabeça e dirigiu-se na direção em que apontamos. Eu e Percy mantinhamo-nos escondidos entre um vão da parede, esperando o garoto das trevas.

Ouvimos um barulho que vinha do armário de roupas. Tal barulho chamou a atenção dos cozinheiros, e um deles foi na direção onde Nico estava. Porcaria!

Passaram-se muitos minutos e Nico não aparecia. Muito menos o funcionário do restaurante que foi atrás dele. Fiquei apreensiva e Percy afagava meu rosto. Virei para ele e sussurrei em seu ouvido:            “ Ele está demorando muito. O que acha de irmos atrás dele?” e o Cabeça de alga me disse em resposta: “ Calma , ele está vindo...”Tranquilizei-me.

Nico chegou até nós e eu o perguntei:

- Por que demorou tanto?

- Luta. Depois conto os detalhes. O que devo fazer? Nos transportar para a cabine 37. Consegue?

- Acho que sim.

- Então vamos, rápido.

Nós três demos as mãos e em um instante senti-me fora de órbita. Tudo parecia estar rodando em um ambiente escuro e sem forma definida, até que aparecemos na nossa cabine. O Coveiro mirim se esparramou no sofá e caiu em sono profundo devido ao esforço que fizera. Grover nos olhava assustado e contente ao mesmo tempo. Nós precisamos correr. Tomei ar e disse ao meu namorado:

- Pegue ele no colo. Nós vamos à cabine 38.

Percy me olhou indignado e Grover reprimia o riso. Eu mantinha minha expressão dura e cansada, porém, com uma imensa vontade de rir. Mesmo relutante, ele caminhou até o filho de Hades e quando estava prestes a segurá-lo, o mesmo acordou.

- Ótimo Nico! Você está bem? – eu disse.

- Sim, só um pouco cansado ainda.

- Você consegue se transportar até a cabine 38 agora?Por favor?

- Tá bom Annie...

- Ah, e quando chegar lá destranque a porta para que entremos. Me lembrei que disse para as meninas trancassem.

- Ok.

Eu, Percy e Grover saímos em direção á cabine 38. Agora precisávamos correr mesmo. Assim que paramos em frente a porta, ela se abriu e nós entramos. Paige batia palmas contente por estarmos todos juntos novamente, mas não tínhamos tempo a perder.

- Gente, a qualquer momento eles vão descobrir que eu e Percy escapamos. Não podemos esperar pelo desembarque, daqui a duas horas. Precisamos sair daqui agora!
- Ah tá! E como nós vamos sair? Voando? – Preciso dizer quem perguntou isso? Acho que vocês sacaram, mas vou contar mesmo assim:  Claro que foi Paige.

- Não cunhadinha. Nós vamos pular com o trem em movimento.


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Notas finais do capítulo

Desculpe pelo desabafo ali em cima...
O que acharam desse capítulo?
Espero opiniões sinceras!!
Qualquer coisa que por acaso não tenham entendido na história, podem perguntar que eu respondo com o maior prazer... :)
Até o próximo gente linda!
Beijokas