In Die Nacht escrita por julythereza12


Capítulo 32
Capítulo 32: Totgeliebt


Notas iniciais do capítulo

Weeee, um capitulo dramático para vocês!
Boa leitura! ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/16683/chapter/32

“Sind hinter uns her
Wollen dich und mich
Lass mich jetzt los”

 

(Trechos da música Totgeliebt)

 

“- Um momento, vocês estão querendo dizer que Manuela se tornará uma espiã? – Bill perguntou se manifestando pela primeira vez.

- Exatamente. – Fernanda respondeu.

- Mas e se ela não quiser isso? – ele perguntou.

- Ela se tornará uma espiã, aprendendo a se defender e tal, ou então, será facilmente pega pelas máfias. O que prefere? – ela perguntou-lhe irônica.

- Mas... – Bill começou.

- Não tem como ela negar, está na genética, no sangue dela. Ela é a Erfahrung. – Fernanda afirmou, cortando-o.

- Ela não pode fazer o que não quer. – Bill revidou.

- Ah, não pode mesmo. Mas aposto que ela gostou da idéia, não é mesmo Manuela? – ela perguntou mudando o olhar para mim, enquanto minha mãe se remexia incomoda na poltrona.”

 

Eu não soube o que responder. Olhei para a janela sem dar atenção para eles, e senti Bill apertar ainda mais a minha mão.

- Manuela, não é que eu esteja te pressionando... Mas eles ficaram atrás de você por meses, e até anos... – Fernanda começou suspirando cansada.

- E eu não posso me esconder o resto da minha vida, eu sei. – acrescentei voltando a olhar para ela.

Naquele momento eu não tive forças para encarar ao Bill, mas eu sentia que ele estava ficando preocupado. Fernanda sorriu feliz, e eu olhei para a minha mãe. Ela me olhou com um olhar pidoncho, e eu balancei a cabeça.

- Bem vindos ao lar! – Fernanda exclamou tirando a minha atenção da minha mãe para o lado de fora da van.

Tínhamos acabado de entrar na mansão Wildscream. E ela continuava a mesma, mas eu não quis olhar muito para aquelas paredes brancas e estilosas. Aquilo tudo me lembrava o meu pai. Principalmente aquela casa, pois eu passei uma boa parte da minha vida nela. Eu segurei o choro que queria voltar e encarei o Bill. Uma lagrima escorregou dos meus olhos, e ele ergueu a mão para secá-la, fazendo um carinho no meu rosto.

- Esse já não é mais meu lar. – afirmei duramente olhando a Fernanda.

Ela desfez o sorriso e olhou para a minha mãe.

- Manuela, não fale assim. – minha mãe me repreendeu.

- Desculpe, estou apenas sendo sincera... – falei – Eu me sentiria melhor num hotel.

Era verdade. Naquele momento, a mansão Wildscream, era o lugar que eu menos queria estar.

Descemos da van, eu com a Buffy no colo e Bill me segurando pela cintura, como seu eu fosse cair a qualquer momento.

A mansão Wildscream era grande, talvez um pouco menor que a do meu avô, mas todos iriam ficar confortáveis nela.

O enterro do meu pai seria daqui a duas horas, tínhamos tempo de tomar um banho e descansarmos um pouco. Eu fui direto para o meu quarto, deixando a Buffy rodar a propriedade. Fiz força para não olhar lado nenhum, cada coisa daquela casa lembrava o meu pai.

Tomei um banho de banheira demorado, fiquei na banheira até enrugar a minha pele. Me sequei e me enrolei na toalha. Por sorte, não encontrei ninguém no meu quarto. Troquei rapidamente de roupa e passei um pouco de lápis nos olhos. Estava devidamente pronta, e para evitar que eu caísse no choro, escolhi descer as escadas e ficar aonde tivesse mais gente possível.

Quando terminei de descer as escadas em espiral e encontrei Fernanda parada no final delas, esperando alguém encostada na parede.

- Era exatamente você que eu estava esperando. – ela afirmou ao me ver, desencostando da parede – Eu e sua mãe queremos conversar seriamente com você. Me siga. – ela pediu.

Eu a segui sem dizer nenhuma palavra, pela expressão dela parecia ser algo sério. Segui Fernanda até o escritório da minha mãe. Ainda bem que não era o escritório do meu pai. Minha mãe estava pensativa, e apenas me notou quando eu me sentei do lado dela no sofá vermelho. Fernanda sentou-se a nossa frente, numa das cadeiras estofadas e confortáveis que tinha lá.

- Manuela, - minha mãe começou pegando as minhas mãos – eles sabem que você está aqui. – ela afirmou nervosa.

- Quem? – perguntei sem entender.

- A máfia americana, eu não sei como, mas eles sabem que você veio pra cá e que irá ao enterro de seu pai. – Fernanda respondeu a minha dúvida.

- Mas como? Vocês fizeram a segurança desde a Alemanha, quer dizer, o seu pessoal... – comecei olhando-a nervosa.

- Eu sei, suspeitamos que tivesse algo nas suas coisas e descobrimos o que era. – ela falou e depois me jogou uma caixinha laranja e pequena, a qual eu peguei com extrema facilidade. Espantei comigo mesma, mas guardei o sentimento comigo mesma.

- Mas... Mas esse é o presente do Julio! – falei olhando-a perplexa.

- Sim. – minha mãe confirmou.

- Ah, era de se esperar que algum amigo seu estivesse envolvido nisso. Suspeitamos da Bárbara, mas nós monitoramos as atividades dela desde que se tornou a sua melhor amiga. Então tudo indicava que era esse Julio. – ela falou.

- Que sacana. – afirmei sem acreditar olhando a caixinha.

- Iremos sumir com você após o enterro do seu pai. – minha mãe falou com pesar na voz.

- O que? – perguntei olhando-a perplexa – Como assim sumir comigo?

- Iremos matá-la. – Fernanda respondeu-me sinistramente.

Eu me levantei do sofá, olhando-as extremamente assustada.

- Iremos encenar a sua morte. – minha mãe corrigiu-a.

Voltei a me sentar tranqüila no sofá, mas perguntei o porque daquilo tudo.

- Para protege-la, proteger os seus amigos e seus familiares. – Fernanda respondeu me olhando.

- Mas, isso é necessário?

- Claro que é! Devíamos ter feito isso há muito tempo, mas seu pai disse que você devia crescer como uma criança normal e blá, blá, blá. – ela falou – A não ser que você queira colocar em risco seus entes queridos...

- Claro que não! – exclamei rapidamente.

- Ótimo, vou lhe explicar como será a encenação... – Fernanda falou olhando para a minha mãe e começando a explicar como seria.

Iríamos usar um colete a prova de balas, na verdade eu que o usaria. E quando o tiro da arma especial da Mary me atingisse, furaria o plástico, deixando cair uma tinta vermelha parecida com sangue, a qual eles apelidaram de ‘sangue-sintético’. Tudo iria acontecer no enterro do meu pai. Eu deveria me afastar deles e esperar que Mary me acertasse um tiro. A arma era especial e não me machucaria, o máximo que poderia acontecer, é o lugar que a bala me atingisse ficasse um pouco roxo.

Eu acabei tendo que concordar com aquilo. Sabia que eu estava colocando todos em risco e que uma hora ou outra, eu teria que saber me defender e tudo mais.

Perguntei a Fernanda se eu podia contar para alguém o que iria acontecer, ela apenas me permitiu contar para a Babis...

- Mas e o Bill? – perguntei as duas.

A minha principal intenção era contar para ele, não queria que ele sofresse por mim.

- Ele não pode saber minha pequena, sinto muito... – minha mãe falou com a voz chorosa me ajudando a fechar o colete.

Não entendi o porquê do Bill não poder saber, eu queria contar para ele, mas quando olhei para a Fernanda, ela estava sinistra... Não tive coragem de perguntar. Mas eu ainda sim daria um jeito do Bill saber que eu estava viva, não importando o que acontecesse. Fernanda me deu uma droga, disse que quando começasse a fazer efeito, quando eu começasse a me sentir tonta, era para eu me afastar deles. A droga pararia meu fluxo cardíaco, me dando uma morte cardíaca durante duas horas.

Antes de eu sair para contar à Babis o que me aconteceria, minha mãe me abraçou forte, chorando e repetindo tanto para eu, quanto para ela que tudo iria ficar bem.

Assim que eu sai do escritório, fui até o banheiro mais próximo ver como tinha ficado o colete a prova de balas. Tinha ficado imperceptível. E depois eu corri para a sala de estar atrás da Babis. Puxei-a para o lado e lhe contei tudo, ela de início ficou tão assustada como eu, mas pareceu compreender.

- Mas e o Bill? – ela perguntou ao perceber que eu não contaria para mais ninguém o que eu tinha acabado de contar para ela.

- Eu não posso contar para ele Babis, eu não sei por que, mas eu não posso... Ninguém mais pode saber o que acontecerá naquele cemitério. – afirmei sem olhá-la.

- Mas o Bill, ele irá sofrer muito com isso... Com a sua morte. Ele está muito apegado a você Manuela. Não irá deixar um aviso, nem nada? – ela perguntou me olhando preocupada.

- Não posso fazer nada Babis... Eu preciso proteger ele, não posso contar nada para ele. Pelo menos não agora. – falei nervosa olhando para os lados com medo de que alguém me escutasse.

- Quer dizer que você irá contar para ele?

- Claro que vou! Eu só não sei quando e nem como, mas eu irei contar a verdade para ele. – afirmei.

Babis me abraçou e nós partimos para o enterro. Estava na hora, e eu já começava a me sentir um pouco mal.

Entramos nas mesmas vans que nos pegaram no aeroporto. Eu me despedi da Buffy dizendo que em breve a veria de novo, e veria sim. Ela seria a minha única ligação com o passado. Dessa vez meu avô foi na mesma van que eu, minha mãe, o Bill e a Fernanda. E na segunda foram a Babis, o Gustav, Georg e Tom, protegidos pela Vanessa. A segurança foi reforçada, mas de que adiantaria ela?

Quando chegamos ao cemitério, o caixão do meu pai acabava de sair do carro funerário. Eu não consegui me segurar, e comecei a chorar. Tudo se misturou, o sentimento de perda, de abandono e ainda mais o que eu estava prestes a fazer com todos ali. Bill me amparou o enterro inteiro, sem sair do meu lado. E quando o meu pai foi enterrado na vala da família Wildscream, eu pedi um tempo sozinha. A droga estava fazendo mais efeito ainda, eu me afastei deles, indo na direção da minha arvore preferida daquele lugar e comecei a procurar Mary com o olhar. Encontrei-a rapidamente encostada num dos túmulos pretos de lá, ela vestia toda de preto e já estava com a arma apontada para mim.

Eu ouvi o barulho do tiro, certeiro no meu peito. Ouvi os gritos logo em seguida. E aconteceu exatamente como a Fernanda dissera, a tinta começou a escorrer idêntica ao sangue e eu comecei a sentir uma forte tontura. Apoiei-me num dos túmulos e me senti cair para trás. Comecei a chorar. Ouvi a voz do Bill entre os gritos e ele veio rapidamente até mim e me fez deitar no chão antes que eu caísse nele. Sentia-me mais fraca a cada instante, a droga iria me fazer desmaiar e para o meu coração.

- Manuela, Manuela... Fica aqui comigo, por favor. – ouvi a voz chorosa do Bill me pedir.

- Eu estou aqui... – falei com um pouco de dificuldade, meio grogue.

- Não, você está indo... – ele começou, mas eu o cortei.

- Eu te amo Bill. – falei – Nunca se esqueça disso. – e depois, eu apaguei.

Eu estava morta para eles, morta para o Bill.

 

“Wir haben uns totgeliebt
Es bringt mich um
Weil unser Traum in Trümmern liegt
Die Welt soll schweigen
Und für immer einsam sein
Wir sind verloren
Auch wenn die Mächte”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E demos um grande pulo na fic! :d Falta apenas mais um capitulo para o final da primeira fase, e em breve teremos uma nova fic, daremos uma pausa na In die Nacht e depois voltaremos com tudo!
Beijux, e mandem reviews!