“Ich bin nich' ich wenn du nich' bei mir bist - Bin ich allein
Und das was jetzt noch von mir übrig ist - Will ich nich' sein”

(Trechos da música Ich bin nicht ich)

Bill me acompanhou para dentro da mansão. Babis me esperava na porta e me abraçou fortemente quando eu me aproximei.

- Eu sei do que você precisa. – ela falou me soltando – Uma barra de chocolate branco.

- Ahm, acho que eu preciso de algumas sim. Leve-as para o meu quarto, vou ficar por lá. – eu falei de cabeça baixa.

- Está bem. – e saiu, indo para a cozinha.

Eu olhei para o Bill, ele ainda estava ao meu lado.

- Não vou te obrigar a subir comigo. Mas se você quiser... – falei olhando-o.

- Está dizendo besteira, é claro que eu vou subir com você. Vou ficar perto de você até que me expulsem de lá. – ele falou pegando a minha mão – Vem, vamos subir.

Subimos juntos para o meu quarto em silêncio. Quando eu cheguei lá, larguei o Bill na minha cama e fui para o meu closet pegar as minhas coisas para tomar banho, era o que eu precisava naquele momento. E percebi que quando voltou para o meu quarto Bill não estava mais lá, mas tinha uma grande bandeja com chocolates brancos. Peguei um deles, e deixei derreter na minha boca. Babis estava certa, aquilo me fazia sentir melhor. Depois, entrei no banheiro e tomei um demorado banho, demorado mesmo, porque quando eu voltei para o meu quarto Bill já estava nele e já tinha arrumado a minha cama.

Fiquei parada olhando para a cama arrumada e Bill bateu na cama, como se me chamasse para deitar nela, e foi o que eu fiz. Eu nem liguei pelo fato de estar de camisola na presença dele, eu logo me sentei encostada nos travesseiros e Bill colocou a bandeja com chocolates no meu colo. Logo peguei uma grande barra e coloquei na boca enquanto Bill olhava um pouco relutante para o chocolate. Não dei muita atenção porque eu sabia que ele não gostava de chocolate.

Quando eu deixei a bandeja de lado, ele se aproximou mais e me abraçou fortemente. Meus olhos lacrimejaram e eu não consegui me segurar, comecei a chorar baixinho enquanto ele vazia um carinho no meu cabelo. Bill ficou me abraçando por um longo tempo e depois ele me fez deitar em seu colo, colocando um travesseiro fino por cima. A Buffy logo veio se aproximando de mim e encostando-se à minha barriga, fiz um carinho nela.

Ele ficou comigo até que eu dormisse. E como era de se esperar, naquela noite eu tive pesadelos. Inicialmente eu sonhei com a morte do tio Bartô e depois com a morte do meu pai, mas o que eu achei estranho é que não foi acidente de carro, foi de avião. E o pior, era uma explosão.

Aquela manhã eu acordei muito assustada, eu estava quase caindo da cama. Segurei o choro ao me lembrar que aquela manhã era o meu aniversário. Finalmente eu estava completando dezessete anos. E eu faria o maximo para me manter feliz naquele dia. Olhei para o relógio e percebi que já era quase 10h00min, dormi demais.

Sai da cama e abri as cortinas, estava um dia bonito, quente e ensolarado. Fui direto para o banheiro, tomei um banho frio e depois fui para o closet. Optei por um short jeans preto, uma camiseta azul com ‘Paz’ escrito em branco e um all star azul. Penteei meus cabelos como de costume. Uma coisa que eu estranhei foi a Buffy não ter me seguido para dentro do closet, ela estava com essa mania, mas logo descobri o porquê.

Parei na porta observando a cena, Buffy estava na minha sala de música brincando de morder a mão do Bill. Ele parou de brincar com ela assim que me viu, piscou umas três vezes e depois sorriu.

- Bom dia. – desejei a ele.

- Bom dia senhorita aniversariante! – me desejou.

Eu sorri, ele se aproximou mais e me abraçou apertado.

- Feliz Aniversário! – me desejou.

- Obrigada. – agradeci.

Ele se afastou um pouco de mim, e me encarou, em seguida ele me beijou. Como eu estava na porta, Bill começou a me puxar em direção a minha cama que não ficava muito longe dali, sem parar de me beijar.

Quando dei por mim, já estávamos na minha cama, Bill por cima de mim me beijando vorazmente. Aquela foi a segunda vez que eu senti as mãos do Bill alisando as minhas costas, e que mãos! Meu autocontrole foi deixado de lado, e eu comecei a puxar a camiseta que o Bill usava. Ele começou a descer beijos pelo me pescoço. Mas ele parou, sentou-se na minha cama sem me olhar.

- Desculpe. – ele pediu.

- Mas você... – comecei.

- Passei dos limites. Eu não vim aqui para te agarrar... – ele falou ainda sem me olhar.

- Não? – perguntei visivelmente desanimada me sentando na cama.

- Ah, quem eu estou querendo enganar. – ele afirmou me olhando – Eu vim aqui te entregar o seu presente de aniversário. É isso que vim fazer. – observei ele se levantar e ir para a minha sala de música.

Bill voltou para a minha cama com a mesma sacolinha preta do shopping. Sentou-se na minha cama e estendo-a para mim.

- Feliz aniversário Manu. – ele me desejou novamente.

- Ah Bill... Obrigada. Mas não precisava se incomodar. – agradeci pegando a sacolinha.

- Não fiz nada demais... Sabe, faz tempo que eu não presenteio uma garota, então, espero que goste. – ele falou me olhando.

De dentro da sacolinha tirei uma caixinha comprida, preta e vermelha, com um pouco de glitter nos detalhes em vermelho. Admirei por um momento a caixinha e a abri. Deparei-me com uma linda corrente em prata, com o pingente de um ‘M’ muito bem desenhado. Fiquei admirando bobamente o colar, era lindo!

Levantei meu olhar e encarei o Bill demoradamente. Ele observava curioso a minha reação. Eu não sei de onde veio aquela coragem e vontade, eu só sei que me estiquei na cama e agarrei-o pelo pescoço, logo o beijando.

Bill pareceu ficar um tanto surpreso com a minha reação, mas logo correspondeu ao beijo, me puxando para mais perto dele.

- Obrigada! – dei um selinho nele – Obrigada! – outro selinho – E obrigada! – e me afastei voltando a pegar a caixinha que eu tinha deixado na cama.

- Uau! – ele exclamou bobamente – Acho que vou te presentear mais vezes. – falou e depois sorriu bobamente ainda.

- Bobo! – exclamei rindo da cara de bobo dele – Coloca em mim? – pedi tirando o colar da caixinha.

- Claro!

Bill pegou o colar e eu me virei ficando de costas para ele, puxei o cabelo para frente e ele colocou o colar em mim.

- Que tal? – perguntei para ele quando eu me virei para olhá-lo.

- Ficou perfeito! – ele exclamou alegremente tocando a corrente com os dedos – Você gostou? – e perguntou.

Eu me levantei da cama, indo até o grande espelho que tinha antes de entrar no meu closet.

- Adorei Bill. – falei tocando a corrente e observando meu reflexo no espelho – Obrigada.

Percebi Bill levantar-se da minha cama, e logo vi o seu reflexo no espelho. Ele se aproximou mais e me abraçou por trás, ficando a olhar nosso reflexo no espelho.

- Você está bem? – ele me perguntou num tom preocupado.

- Sim, eu acho. – respondi fechando os olhos – Só estou com um pouco de medo.

- Não se preocupe. Eu vou cuidar de você, ninguém vai te fazer mal algum. – ele falou me apertando.

- Eu sei, você, meu avô, meus pais... Vão me proteger. Mas eu estou com medo pelo meu pai. Ele volta amanhã para os EUA, tenho medo que aconteça algo com ele. – falei tocando nas mãos dele.

- Não vai acontecer nada. – ele me garantiu – Hoje é o seu aniversário, e por mais que você esteja triste, quero que aproveite esse dia. O seu tio não iria gostar de vê-la triste assim.

- Você tem razão. – concordei com ele me virando para encara-lo – Eu tenho que aproveitar.

- Isso mesmo. – Bill afirmou me encarando – Agora vamos descer, que você precisa comer alguma coisa. E também antes que eu te agarre de novo. – ele disse rindo.

- Tá bom, tá bom.

Ele pegou na minha mão e me guiou para fora do quarto, fomos tomar o café da manhã juntos.

“Ich lös mich langsam auf - halt mich nich' mehr aus
Ich krieg dich einfach nich' mehr aus mir raus
Egal wo du bist - komm und rette mich”