Aira Snape - A Comensal escrita por Ma Argilero


Capítulo 14
Giulia


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos review que recebi.
Mas um capítulo para vocês. Este é especial, e muitas coisas serão reveladas.



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Aira continuava na enfermaria. Jean, depois de ter sido interrogado pelo ministério, foi levado por aurores para saber sua situação. Não era nada tranqulizadora. Era apontado com o culpado pela queda de Aira. Ele deixou de comparecer em certos lugares como salão comunal e o principal, pois todos os olhavam torto.

Giulia ão queria ser visto como idiota e nem vadia. Sentia medo de que os alunos supeitassem dela também. Mesmo que não gostasse de Aira, não teria coragem de fazer nada – físico – contra ela. Sempre teve em mente o que era capaz de fazer. Quando chegou à Hogwarts, tinha certeza que iria para a Sonserina. Sua alma dizia isso. Era capaz de dizer que era uma legítima Sonserina: sangue puro e se de vencer. Não se importava com os meio que usasse, mas conseguiria o queria.

Ela não se importava de ter Aira como amiga. Ela foi sua amiga. Disso tinha certeza. Mas era escolher sua amizade ou seu futuro.

Sempre recebia ameaças da mãe para romper com a amizade. Mesmo dizendo que Aira fosse sonserina e não tolera ser comparada com qualquer um, que era uma das que mais lutavam para conseguir o que se deseja.

Ao lado dela, Giulia parecia uma menina. Pior. Uma menina indefesa. Aira ofuscava seu brilho. Sempre que tentava algo, a outra vinha lhe dizer como fazer. Giulia retrebuia, feliz. Era falsidade. No fundo sentia vontade de se livrar dela. Mas não podia, ainda não.

Tinha planos reservados. Estudara muito a companheira de quarto. Ela era ousada, usava roupas que lhe favoreciam e se mostrava. Percebia como os olhares masculinos pairvam em cima dela. Aquilo lhe dava raiva. Era mais bonita. Sua linhagem eram de bruxos, por completo. Enquanto sua doce amiga era mestiça. Ela sempre soube que Severo Snape era pai de Aira, mas nunca revelou nada.

Tivera, inúmeras vezes, vontade de lhe jogar na cara: que era mestiça, filha de um homem carrancudo e uma trouxa. Mas se fizesse sua mãe lhe lincharia. Não foi fácil continuar com tudo aquilo.

O ódio borbulhava-lhe, diariamente, as veias. Queria se ver livre dela. Tratava-a com carinho. Mas chegou um dia em que não aguentou mais. Foi o momento em que sua máscara caiu. Odiava ser rebaixada, queria o mundo aos seus pés. Laura sempre lhe dissera que seria uma mulher linda e poderosa bruxa. Queria isso. Rápido.

Planejou com cuidado. Seus primeiros planos forma descartados de imediato. Tinha de ser algo que ela fosse jamais esquecer pelo resto de sua vida.

O primeiro sinal de que Aira percebia a verdadeira face da amiga, foi nos dias que antecederam ao baile de Inverno do Torneio Tribuxo. Não era somente por ela parecer mais adulta, mas por não se importar em esconder-se e mostrar o que realmente era. Aira nunca percebeu isto.

Durante todo o tempo que Gian ficou em Hogwarts, ela percebia como ele gostava da Aira. Antes do baile conversou com ele, pedindo – implorava com olhos cheios de água – para que o irmão não se envolvessem com a Aira, pois ela só o queria para conseguir enriquecer. De início ele não acreditou, mas depois de Giulia narrar o modo como ela seduzia os garotos e depois os deixava, o convenceu.

Pediu para que a abordasse no baile e lhe dissesse que não a queria mais. Que era perda de tempo correr atrás de uma garota que não o quer. O plano estava saindo adequadamente, até Aira pedir para que fosse beijada. Gian atendeu receoso. Ainda sentia o coração palpitar quando faza aquilo, mas não se sentia bem beijando uma aproveitadora. Depois disso, resolveu acabar com tudo.

Giulia comemorou em pensamento, enquanto dançava com Blásio Zabine.

Mas ela não esperava na manhã seguinte ver Aira tão feliz, namorando Fred Weasley. Não conseguia engolir a felicidade da outra. “Ela não pode ser feliz”.

Depois de muito suportar a garota feliz e do preparo da poção polissuco, colocou seu plano em prática. Pegou um fio de cabelo de Aira e colou dentro do copo com a poção com aspecto de lama. Tomou-a e sentiu-se nauseada, mas aguentou firme. Ao olhar-se no espelho, viu-se na pele de quem mais odiava.

Sabia que a outra estaria ocupada. Calculou o tempo. Tinha somente uma hora. Demorou mais de meia hora para encontrar Fred Weasley. Levou-o até um lugar onde todos pudessem vê-los.

– Você está linda – enlaçou-a com suas mãos.

Ela não sabia o que responder, apenas o ignorou e lhe beijou. Ele a beijava com volúpia, necessitando de sentir todo o seu sabor.

Após alguns minutos, olhou no relógio e constatou que faltavam poucos minutos para o efeito acabar. Separou-se dele e após olha-lo pelos quatro minutos restante, ao sentir o efeito passar, beijo-o. Ele não sentiria nada. Aira e Giulia eram da mesma estarura e peso. Fred Weasley não sentiu a diferença, apenas continou beijando-a, como se fosse a Aira.

Aira aproximou-se deles.

– Parabéns, Giulia – todos olharam-na. – Parabéns por ter conseguido o que sempre quis.

Giulia afastou-se de Fred e aproximou-se dela.

– Não vai fazer nada?

Era normal ela estar confusa. Ela nunca parabenizara ninguém e nem foi tão educada e persuassiva ao mesmo tempo.

Sim, ela estava sendo persuassiva. Era sua última tentativa de conseguir algo e não se machucar mais.

– Não. Não farei nada.

Giulia franziu a testa e começou a atacar-lhe com palavras.

– Bem típico de uma mestiça imunda como você. Se acha superior só porque atrai mais olhares e é filha de um professor.

Ouviu tudo que ela disse controlando-se pra não matá-la com um Avada Kedavra.

– Farei algo – aproximou-se da orelha dele. – pior.

Olhou para ela, que não acreditava no que acabara de ouvir.

Ainda próxima dela, continou:

– Mesma que eu precise ir até o inferno pra te encontrar, Giulia.

– Você não faria...

– Esses três anos de convivência não lhe renderam nenhum conhecimento sobre mim!

Virou-se e viu Fred.

– Aira!

– Não diga nada. Estou dispensando você, assim como fez comigo.

Ela saiu dali. Fred estava tentando entender como tudo aquilo aconteceu. Percebera que havia algo estranho, mas não suspeitara de que não fosse sua namorada. Agora ela o culpava de traição, mas foi tudo uma armação.

Olhou para Giulia e sentiu vontade de matá-la. Não podia fazer nada contra uma garota. Saiu pelo lado contrário que a ex-namorada.

Giulia sorriu e foi para as masmorras. Era o fim da Aira Snape feliz e sorridente. Ela conseguira acabar com toda sua felicidade.

Ver a garota destruída era uma das coisas que ela mais queria no mundo.

– O que você fez, Giulia...

Giulia olhou para Pansy que estava sentada em sua cama com as pernas cruzadas.

– Apenas fiz com que caisse de seu pedestal

A morena sorriu e aproximou-se de Giulia.

– Com você a odiando, nos daremos muito bem, amiga.

Giulia retribuiu o sorriso. As duas odiavam Aira Snape com todas suas forças. A aliança traria bons resultados.


Ela sentou-se em sua cama, pensando em uma forma de fazer todos entenderem que ela não era amante de Jean, nem sequer haviam se deitado. Não podia deixar que ninguém a visse como vadia. Precisava fazer algo.

Pansy Parkinson entrou no quarto. Giulia a viu e desejou que a amiga não percebesse nada.

– Que cara é essa?

Passado algum tempo, com Parkinson a olhando, não aguentou e saiu.

Entrou no banheiro feminino e trancou-se em um box. Postou-se a chorar. Sua vida estava arruinada.

– Droga de coração! – enxugou as lágrimas.

Doia muito saber que a pessoa que você ama é um idiota, imprestável, insensível, usurpador, mulherengo... Tinha diversas definições, mas essas eram as principais que Giulia Cheege odiava. Queria bater nele, até fazê-lo sangrar para ter uma noção de sua dor. “Ele podia ter terminado com ela”. Ele não queria começar nada com ela sem antes falar com a Aira. Ela odiava isso.

O que Alekssandra lhe dissera não era nada agradável. Ela revelou o histórico do irmão. Jean Baptiste poderia ser lindo, charmoso, rico e sangue-puro, mas tratava as garotas como lixo.

– Ele te usou, Giulia, assim como usou a Aira. Ele precisava começar do zero, por isso a namorava.

– Por que nunca contou a ninguém que ele é assim?

Giulia lutava para conter as lágrimas. Sentia-se idiota por isso.

– Pensei que ele havia mudado, mas me enganei.

Queria afundar-se em um poço e nunca sair de lá. Era inútil tentar mudar o passado, agora que já estava feito. Mesmo se tivesse um gira-tempo não poderia voltar tanto tempo.

Lutaria. Ninguém a chamaria de idiota por ter se entregado por amor. Ninguém falaria que ela deitou-se com Jean por amor, mas era isso. Giulia o amou na primeira vez que o viu.

Ele estava vestido em traje a rigor, em uma cerimônia de casamento, de sua tia Elizabeth. Jean era sobrinho dela. Ao colocar os olhos sobre ele, sentiu-se estranha. Queria se aproximar mais dele. E fez, mas foi ignorada.

Não tardou muito para eles novamente se encontrarem, no natal do ano anterior. Eles estavam reunidos na casa de Elizabeth e seu marido. Ela não gostava mais de festas, sentia-se inferior, mesmo tendo dinheiro pra tudo que queria.

– Não está frio de mais pra ficar aqui fora?

Olhou para trás e viu Jean, que estava retirando seu casaco. Ela só usava um vestido, tendo os braços, colo e pescoços nus. Ele colocou-o sobre ela e sorriu.

– Nunca tinha percebido como você cresceu.

Ela corou fortemente, o quer era evidente, já que estava em meio a neve.

– A última vez que te vi, você tinha doze ou treze anos...

– Treze – disse Giulia, abraçando-se. – Obrigada pelo casaco, mas eu... – ele aproximou-se dela, feicando a centímetros. – Não está com frio? – perguntou olhando-o.

Jean estendeu sua mão e enlaçou a cintura dela, trazendo-a para mais perto.

– Jean...

Ele a beijou. Era o melhor beijo que ele já tivera na vida. Sentiu-se voando. O frio escapara-le do corpo e ficou só o calor.

– Preciso ir – ela tentou segurá-lo – Eu volto. Um dia ficaremos juntos. Prometo – beijou a testa dela. – Gosto muito de você, Giulia.

– Gosta?

Concordou com a cabeça.

– Com a Beth falando sempre de você, que é a sobrinha mais inteligente que tem, a quem ajudou educar e ensinou a ser uma perfeita dama. Eu queria te conhecer melhor.

Giulia não acreditava que ele pudesse gostar tanto dela assim.

Ele beijou as mãos dela e partiu.

Só o viu, quase dois anos depois, em seu primeiro dia em Hogwarts. Ele estava impecável em seu uniforme. Sentiu-se novamente com quinze anos. Lembrou-se do beijo e de sua promessa... Mas ao ver ele de mãos dadas com... Aira Snape retirou todas suas esperanças. Era idiota por ter acreditado nele.

Os dias se passavam e o amor de sua vida, estava com outra. Até que na segunda semana conseguiu ficar a sós com ele em uma sala, ajudando na organização. Era mais uma detenção por ter jogado suco de abóbora em Jean e tentado lhe estapear. McGonnagall aplicou uma detanção conjunta a eles, limpando uma sala. Giulia limpava com cuidado tudo, mas era sua chance de conversar com ele.

– Jean...

Ele virou-se e a viu.

– Giulia. Eu sei o que prometi...

– Não me diga nada. Só quero saber por que me prometeu algo e depois aparece namorando outra garota?

Ainda por cima inimiga dela. Preferia mil vezes outra do que Aira Snape. Não se importaria, mas ela não.

Ele não respondeu, a beijou, mas ela o estapeou no rosto e saiu correndo, tentando conter as lágrimas.

Jean a alcançou no corredor e a prensou contra à parede.

– Escute o tenho a dizer.

Giulia não queria ouvi-lo. Era demais saber que se interessara por outra.

– Fiquei atraído pela Aira, pela personalidade dela, mas principalmente por parecer indefesa.

– Indefesa... – Giulia cuspiu as palavras em cima dele. – Só se uma oclumente de alto nível e com inteligência de sobra, for indefesa! – Giulia se remoia de inveja e desespero ao mesmo tempo.

O rapaz suspirou. Seria mais difícil do que imaginara.

– Não posso contar o que ela me confidenciou, mas Aira não é a única que sofre, okay? Ela tem coração, assim como você, Gi!

Ninguém a chamava de Gi a não ser sua tia.

Ele percebeu quando a garota em sua frente prendeu-se em devaneios.

Giulia deixou-se ser abaraçada. Somente pensava no que Jean lhe dissera. “Será que é verdade?” Olhou para ele e viu seus lábios próximos. Ele aproximou-se mais e tocou-lhe se rosto.

Jean beijou-a, chupando seus lábios. Giulia sentia o desejo aflorar-se dentro de si. Não era igual a sensação de anos atrás, quando se beijaram pela primeira vez, era diferente. Ele aproveitou que ela se distraia com os beijos e a conduziu para dentro da sala. Era tarde da noite. Eles já deveriam estar em suas camas.

Ele a deitou sobre uma mesa e ficou próxima ao seu rosto.

– Deixe-me mostrar o quanto te amo... – beijou os lábios dela, descendo as mãos pelo corpo de Giulia. – Deixe-me, Gi.

Giulia sugou os lábios dele e o olhou.

– Eu te amo, Jean.

Jean sorriu e beijou o pescoço dela.

– Eu te amo, também.

Giulia saiu da sala, olhando para os lados. Corou ao pensar o que teria feito junto de Jean, se não tivesse impedido. Espantou a lembrança e prosseguiu com o caminho. Não queria se envolver mais.



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Notas finais do capítulo

Agora que tivemos revelações, mereço reviews?
Próximo capítulo terão surpresas.



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