California King Bed escrita por LizzLongbottom, SummerLovegood


Capítulo 17
Nobody Said It Was Easy




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Summer olhou em volta do quarto. Assustada, olhou para todas as camas e puxou o lençol para si, tentando se esconder. Certificou-se de quem ninguém estava no quarto. Sim, ninguém estava. Nem mesmo George. Ela malmente tinha tentado se levantar, ela ouve a porta abrindo. Se jogou para debaixo dos cobertores.

- Calma, Summer, sou só eu. – a voz de George veio até seu ouvido e ela colocou um pouco de seu rosto para fora.

- Nós dormimos aqui. Nus. E ninguém viu? – perguntou, sentando-se.

- Hu-hum. – ele balançou a cabeça negativamente. – Enfeiticei a cama para que só eu e você possamos vê-la. – ele sorriu.

- Brilhante. – disse a morena, orgulhosa.

- Esperei eles acordarem para poder te acordar. Mas eu imaginei que talvez não fosse preciso. Eu ainda lembro que você dorme demais. – ele riu e lhe entregou um copo d’agua que havia trazido. – Aqui estão suas roupas. Você deve ir para o seu dormitório logo. Não podem nos ver.

- Isso é muito excitante, não é? – ela perguntou e se meteu debaixo das cobertas de novo, para pôr as roupas. – Fazer coisas escondido, não contar nada para ninguém... que adrenalina!

- E é só o primeiro dia. – George disse e rapidamente, um sorriso malicioso quis aparecer no canto de sua boca, pensando o quão pervertido isso poderia ter soado.

Summer terminou de se arrumar e se despediu de George com um selinho. Não tinha ninguém na Sala Comunal. Era sua oportunidade, já estava quase na porta, quando alguém aparece no término da escada, olhando para ela.

- Summer? – perguntou Lizz, que havia acabado de sair de seu quarto, pronta para ir para o Salão Principal. – O que está fazendo aqui? Como entrou?

Summer engoliu em seco, ainda de costas para a amiga. Tirou a expressão de culpa de seu rosto e transformou em um belo sorriso, voltando-se para Lizz.

- Oi Lizz, bom dia! Eu tinha umas coisas pendentes com George... ele... meio que se meteu numa briga com Rogério ontem a noite, então... é. – disse e estalou os dedos, tentando ser o mais relaxada possível.

- Ah sim. Ok. Vamos para o Salão Principal. Hoje o dia tá prometendo e eu tô morrendo de fome! – disse a loira, passando a mão na barriga.

- Não posso, tenho que tomar banho.

- Tomar banho? Ainda? – a garota a olhou confusa.

- ? – Summer fez uma expressão do tipo. – Tomar banho? Eu disse isso? – riu, nervosamente. – Eu quis dizer... pegar meu livro! Eu tenho estado meio avoada, trocando palavras etc, não se pode culpar uma Lovegood né. – riu ainda mais nervosamente. – Eu preciso passar lá e não sei exatamente onde está, portanto, posso demorar um pouco. Vai na frente que depois eu te acho, tá bom? – as duas já estavam saindo da Sala Comunal da Grifinória, e Summer já estava indo para a direção da Corvinal.

- Ah, tá bom, eu acho. – Lizz disse, achando tudo muito estranho, mas deu de ombros e seguiu seu caminho.

Ela se sentia bem. Sem pesos na costa. Ela dizia “que se foda” para a mão, que ainda ardia, mas nada poderia estragar seu dia. Ela estava bem com sua melhor amiga de novo, com Fred, seu namoro era um sucesso, sua vida musical estava ok, voltara a falar com George...Era quase um sonho.

Epa. Lizz parou por um segundo e pôs a mão no queixo. “Xiiii”, pensou. “Aí tem coisa”. Geralmente, quando tudo ia bem demais, Lizz achava que algo ruim iria acontecer.

Ah, quanto mais pensar nisso, mais isso irá ter a probabilidade de acontecer. Quem sabe, evitar, faria isso ir embora.

O Salão Principal continuava triste. O brilho do sorriso de Lizz não combinava com aquele Salão. Talvez com o Salão antigo sim, mas esse a deixava menos motivada a viver. Umbridge causava um desejo de suicídio nas pessoas.

- Justino! – ela jogous os braços em volta do pescoço do namorado e o abraçou, que havia aparecido em sua frente. – Bom dia meu amor! Como você tá?

- Quero falar com você! – ele disse sério e segurou em seu pulso, trazendo-a rapidamente para fora do Salão.

O fato dele ter sido sério não assustava mais tanto Lizz – afinal, ela já havia entendido que nem todos os seus namorados precisam ser engraçados e risonhos como Fred -, mas o fato dele apertar demais seu pulso. E justamente o machucado.

- Me solta, Just. – ela puxou quando ele sairam do Salão Principal. – Você está machucando a minha mão MACHUCADA!

- Ah, então foi essa a mão? Me desculpe por isso. – ele disse e dessa vez, fora sincero, até menos grosso.

- Como assim “essa mão”? Eu ainda não havia lhe contando isso. – mas o garoto a ignorou.

- Não, e também mentiu. Mentiu que não tinha nada com o Weasley. Mentiu sobre tudo o que nós dois temos vivido. – ele falava alto, até alto demais, meio que gritando, com muita raiva. Lizz estava apavorada, nunca havia visto ele assim.

- Eu e Fred não temos nada. Deixa de neura! – a voz de Lizz aumentou de tom também.

- Eu vi vocês dois ontem. No pátio. – ele cruzou os braços e contraiu os lábios, como quem dizia “para onde você vai fugir agora? É, eu sei a verdade”.

- Foi você. Você estava nos galhos ontem. – ela disse e botou a mão na testa, jogando a franja para tráz depois. – Me espionando.

- Você não tinha o direito de fazer isso comigo...

- Mas eu não fiz nada! Você está ficando louco! Eu fiquei triste, e ele me consolou. Me desculpa se ele apareceu antes de você.

Talvez Lizz não devia ter dito isso.

- Esse é o problema. Ele sempre vem antes de mim. Ele apareceu em sua vida antes de mim, foi seu namorado antes de mim, explorou seu corpo antes de mim... ele vem antes de mim. – Lizz começara a chorar, vendo o quão Justino abaixara o tom de voz, deixando apenas uma lágrima solitária rolar pela bochecha rosada dele. Seu coração rachou no meio e ela segurou sua blusa, como se pudesse segura-lo também. – Ele é sua prioridade e não eu.

- Não, Justino, isso não tem nada a ver. Você é o meu namorado, é você que eu...

- Eu sempre soube que se eu fosse te ter, eu teria que te conquistar, te fazer esquecer ele, eu sabia que você iria demorar... Mas eu não vejo isso andando, Lizzabeth. Você, a cada dia, se apaixona mais... por ele. Eu sei que você gosta de mim. Mas eu te amo! – Lizz não parava de chorar. Ele fez mãos de conchinha e respirou dentro delas, tentando se acalmar. – Me desculpa, mas não posso mais fazer isso.

- O que você quer dizer? – ela perguntou, sabendo exatamente o que ele estava dizendo. – Não, você não pode...

- Eu sinto muito, Lizz. – ele a abraçou e lhe deu um beijo demorado na testa. – Acabou.

Ele nem a olhou, apenas saiu andando para um dos corredores. Lizz assistiu ele andar e depois virar para a esquerda, sendo sugado por aquele lado, sumindo de sua vista após isso. Ela segurou os próprios braços e apertou os lábios com os dentes. Ainda chorava, soluçando um pouco. Resolveu se sentar por um momento, sabendo que a qualquer hora alguém poderia passar por ali, mas ela não se importou, continuou sentada, agarrada as pernas, chorando entre elas. Sem demorar muito, seu estômago obrigou-a a se levantar. Ela limpou as lágrimas e engoliu o choro, esperando apenas um pouco para poder entrar. Sabia que seu rosto estava vermelho, que aparentava que tinha chorado, então ela esperou mais. Respirou fundo várias e várias vezes, até ajeitar o cabelo e voltar para o Salão Principal.

Avistou Neville na longa e extensa mesa da Grifinória, e andou até ele.

- Bom dia, prima. – ele disse e abriu seu sorriso torto.

- Oi, Nev. – lhe beijei na bochecha.

- Tá tudo bem? – perguntou sério.

- Claro, por que não estaria? – respondeu simplesmente. – Ah, estou faminta! – pegou um pedaço de pão e enfiou na boca.

“Isso, o pão vai me ajudar a evitar o choro”. Bebeu um suco também. Começou a conversar com o primo – onde Neville falava e ela só escutava, as vezes dizia algo para confirmar que prestava atenção, mas não estava – até sentir alguém lhe cutucar nas costas.

- Lizz. – a voz de Summer dizia e ela se virou.

- Oi, Sums.

- A Professora McGonagall procura por você.

- Sabe o que ela quer?

- Não sei. Ela pediu para você ir lá na sala de Dumbledore.

“Ah Merlin, o quê agora?”

***

Toc. Toc.

- Entre. – uma voz foi dita de dentro da sala.

- Olá, Professora McGonagall. Mandou me chamar? – Lizz colocou apenas a cabeça e o tronco para dentro.

- Srta. Longbottom. – disse, alarmada. Olhou para Dumbledore, que estava sentado, e se levantou ao ve-la. Minerva parecia inquieta.

- Senhorita... – começou Dumbledore. Seu olhar era o mesmo de sempre, porém tinha cautela em suas palavras, uma certa hesitação, um certo medo... – Você deve querer se sentar.

- Eu fiz algo de errado? – perguntou a garota, sentando-se na poltrona que ele havia lhe apontado.

Minerva colocou a mão na boca e nariz e virou o rosto. Lizz se assustou, pois a professora começara a chorar.

- Você não fez nada errado, minha querida. – ele disse, olhando-a nos olhos. Ela tentou desviar seu olhar dos dele, mas era quase impossível. – Talvez, o único errado aqui tenha sido o destino.

- Eu não sei se estou entendendo... – disse, parecendo extremamente confusa.

- Ás vezes, a vida faz coisas que não entedemos. – ele disse e Minerva disse entre as lágrimas.

- Ora, Alvo, não torture a garota com isso, seja direto.

- O que está acontecendo? – perguntou Lizz e se levantou. Agora, estava assustada.

- Seu pai, minha querida... Ele estava sumido por um tempo... – disse Dumbledore.

- Sim, eu sei. Ele estava meio estranho da última vez que nos falamos.

- O corpo dele foi achado. – disse. Minerva aumentou o barulho de seus soluços.

- Corpo? – perguntou, ainda mais confusa.

- Seu pai, minha criança, faleceu. Acabamos de receber uma carta de sua mãe.

As palavras de Dumbledore atravessaram seu corpo de forma bruta. Ela sentiu como se mãos a pegassem e a jogassem no chão. De fato, sentiu as pernas ficarem bambas. Ela colocou as mãos na boca, chocada. Se sentou na poltrona mais uma vez, olhando para o vazio. Tirou o cabelo do rosto, tentando respirar normalmente. “Isso não pode ser sério”.

***

Lizz ainda não havia chorando. Sua mãe não foi ve-la, nem queria que ela saisse de lá. Queria a garota segura em Hogwarts, nem iria explicar a ela. Ela estava em choque. Dumbledore e McGonagall deixaram ela na sala, sozinha. Ela ainda sentada na poltrona, após algumas horas lá, olhando ainda para o mesmo lugar, praticamente na mesma posição.

- A aula. Eu devo ir para a aula. – ela disse e se levantou, parecia um robô andando, meio distante.

Mal saíra da sala, fechou a porta e viu uma silhueta andando do outro lado do corredor. Olhou pelo canto do olho, um cabelo laranja andando.

- Fred. – ela disse, olhando para ele.

- Lizz. – ele começou a correr.

Os pés de Lizz a faziam sentir como que se ela tentasse correr, iria cair. Eles ainda estavam meio dormentes. Mas ela começou a correr até ele.

E então, como uma faca rasgando seu coração por dentro, sentiu as lágrimas descerem lentamente de seu rosto, e desciam com mais intensidade enquanto Fred se aproximava. Seus corpos colidiram e ela jogou os braços por volta do pescoço dele, e ele a abraçou. Lizz sentiu como se tivesse perdido as pernas, e caiu de joelho no chão, ainda agarrada com Fred. Os dois de joelho.

- F-f-f-f-f-fred. – soluçava, sem conseguir falar direito, um fio de voz saindo apenas. – F-f-f-f-fred.

- Eu estou aqui, meu amor. – ele a abraçou mais forte e ela enterrou o rosto entre o ombro e o pescoço de Fred. – Eu não vou a nenhum lugar. Eu tô aqui.

Ela se agarrou nele como se ele fosse seu porto seguro e como se ele tivesse a solução para os seus problemas. Ele se sentia mal por não saber o que dizer para ela, ele devia saber e aquilo o irritava. Afinal, o que se diz para uma pessoa quando isso acontece? E mesmo assim, Lizz não queria saber de palavras naquele momento. Ela já se sentia muito mais aliviada pelo fato dele estar lá, consolando-a. Ouviu pequenos passos apressadinhos e abriu os olhos com dificuldade, pela ardência das lágrimas, e viu Summer, que parecia paralisada.

- S-summer? - sua voz falhara ao falar, talvez por causa dos soluços.

A menina não disse nada. Levou as mãos a boca, os olhos enchendo de lágrimas. Balançou a cabeça, como se negasse a situação, e suas mãos foram deslizando para a raiz de seu cabelo. Soltou alguns soluços, afinal, Summer conhecia o Sr. Longbottom. Era um homem engraçado, cheio de vida, carinhoso, adorava sua filha... Não pode ter simplesmente caído morto, isso não era natural. Era cruel. Insano. Perverso.

Summer se jogou em cima de Fred e Lizz, e os três ficaram ajoelhados ao chão, abraçados. George chegou logo depois e fez o mesmo, também pálido, mesmo nunca tendo conhecido o Sr. Longbottom, a não ser de vista. Quando todos se soltaram, Lizz olhou para ele, que estava calado, com uma expressão vaga, perdida.

- Princesa. - ele a abraçou, e ela sentiu seu coração apertar ainda mais, abraçando-o com força, mexendo no cabelo de sua nuca. Ele fazia carinho nos cabelos loiros dela também, e lhe beijou na bochecha. - Eu sinto muito pela sua perda.

- Você já sabe como aconteceu? - perguntou Summer, agora era a vez dela de fazer carinho no cabelo de Lizz, olhando para a garota de olhos inchados a sua frente, tentando segurar o choro.

- N-não. - Lizz colocou a mão na boca, tentando inutilmente calar seus soluços. - Minha mãe não quer nem que eu vá no enterro. Não que eu quisesse ir, também. Você sabe... - a garota assentiu. - Enfim, eu só quero continuar meu dia. Mas acho que não posso ir para as aulas, prefiro ficar no meu dormitório.

- Vou ficar com você. - disse Fred, olhando para ela. Ela quis sorrir ao ver o seu rosto molhado. De qualquer modo, era bonitinho ver ele chorando.

- Não, não. Assistam as aulas, é melhor...

- Não, Fred está certo. Vamos ficar com você! - disse George. Summer o olhou e concordou com a cabeça, virando-se para Lizz.

- Tá bom. Vocês são os melhores amigos do mundo. - eles se levantaram e ela foi abraçada ao peito de Fred, e o braço dele abraçando-a.

***

- Lizz! - gritou Neville, entrando na Sala Comunal, quando todas as aulas já haviam acabado.

A garota estava no sofá, sentada. George e Summer ao seu lado e Fred no chão, de pernas cruzadas, em frente a ela, apoiando-se para trás. Ela mantinha o rosto em uma conchinha em suas mãos, e levantou o rosto quando ouviu a voz do primo.

- Nev! - ela disse e se levantou, correndo até ele, que correu até ela também. - Ah, que bom ver você!

- Eu acabei de ouvir, não pode ser verdade, nem me chamaram. - ele disse, ainda abraçado a ela.

Quando tiverem coragem de se soltar, ela viu que ele havia chorado, seu rosto estava molhado, os olhos vermelhos e inchados. Ela limpou a lágrima que descia agora do olho dele, e limpou as próprias. Ele colocou a mão na nuca dele e lentamente, encostou os lábios em sua testa, e ela se agarrou ao colarinho da blusa do garoto. Não disseram nada, não precisavam. Momentos assim não precisam de palavras.

***

- Lizzabeth Clarice Longbottom, você não pode! - disse Summer para a garota, com a cara de que olhava para uma insana.

- Não é como se eu tivesse muita escolha, sabe? E mesmo assim, não vou parar a minha vida por isso. - ela disse, balançando a cabeça em negação.

- Isso você diz a morte do seu pai? - levantou a sobrancelha e cruzou os braços.

- Isso em geral. Eu o amava, Summer, mas eu posso pensar em reclamar de como a vida é cruel e perversa depois desse jogo, ok? Ai eu grito, choro, esperneio... No momento, eu quero jogar. - a loira disse, jogou o cabelo pro lado e estufou o peito, queria parecer o mais normal possível.

Era bastante difícil ficar bem com tanta gente olhando e apontando, cochichando sobre o quão orfã de pai ela é agora. Tentou espantar os zumbidos em seus ouvidos, chacoalhou a cabeça e arregalou os olhos ao ver a cabeça de um leão em sua frente.

- Olá, Lizz. - disse a voz vaga e sonhadora de Luna. - Eu sinto muito pelo o seu pai. - e a abraçou.

- Obrigada, Luna.

- Estou torcendo para a Grifinória, olhe. - ela apontou para o chapéu de leão em sua cabeça.

- Que interessante. - sorriu forçosamente, e se sentou com os amigos.

- Podemos sentar aqui? - perguntou Fred, aparecendo do nada perto das garotas e Neville.

- É, não aguentamos mais o desespero de Ron. - disse George, fazendo uma careta.

- Claro, meninos, sentem.

Summer e George se olharam. Ela mandou uma piscadinha para ele, e depois virou o rosto, como se sentisse nojo. Ele se sentou do outro lado, na sua frente.

- Como você tá? - Fred perguntou, olhando nos olhos de Lizz, e singelamente tocou sua mão, fazendo um carinho com o polegar sobre a pele branca e macia dela.

- Estou indo. - desviou o olhar dos olhos verdes do ruivo para as suas mãos, e também fez um carinho com o polegar na mão dele. - Sabe... é meio estranho. - fez uma careta não muito agradável.

- Você vai ficar bem. Eu sei que vai. - ele sorriu e então, deitou-se nas mãos deles, e fechou os olhos, como se estivesse cansado demais para ficar acordado.

E enquanto Fred e Lizz tinham seu momento fofisse, Summer e George cutucavam a perna um do outro, fazendo carinho, e até tocando as mãos por debaixo da mesa, mas seus rostos expressavam raiva, tédio... nojo. Ela olhava para ele como se ele fosse doente. Era engraçado, eles mesmo soltavam risadas às vezes.

Após 15 minutos, os jogadores resolveram se dirigir para o vestiário. Estavam perto da porta, quando Lizz esbarrou em Justino, que acabara de chegar lá. Eles se olharam por alguns segundos, sem dizer nada. Ele abria a boca para falar várias vezes e ela também. Ele colocou a mão atrás da nuca e coçou, e depois foi deslizando pelo pescoço. Ela apenas deslizou os dedos pelo braço, como se o estudasse pela primeira vez.

- Lizz... - ele começou e ela levantou o olhar para ele. - Eu... E-eu... Eu soube do seu pai e... Eu sinto muito. - ele disse, e cruzou os braços, observando-a.

- Hmmm... Obrigada. - ela disse e foi a sua vez de coçar a nuca.

- Lizz, - ele puxou seu braço e a trouxe, e colocou um braço em volta de sua cintura, parecendo levemente preocupado... ou arrependido. - eu quero falar...

- Agora não, Justino - ela o afastou com a mão e engoliu em seco, puxando bastante o pouco de ar que ainda sobrara no espaço - depois, agora eu tenho um jogo para jogar.

***

O apito de Madame Hooch ecoou no estádio e os jogadores deram um impulso para o ar, voando em suas vassouras.

Summer estava preocupada demais com os gêmeos e a amiga. "Vocês vão jogar com esses brutamontes?", lembra de ter falado para eles. Crabbe e Goyle como novos batedores, poderiam acabar com Fred e George. Os dois em cima deles, quebrava todos os ossos dos ruivos. Lizz estava preocupada mais com a própria pele, sabendo que a Sonserina não costuma jogar limpo.

- E Johnson está com a goles! Que jogadora é essa garota, eu venho dizendo há anos, mas ela continua a não querer sair comigo... - narrava Lino. Lizz gargalhava no meio do jogo.

- SR. JORDAN! - gritou Minerva, repreendendo-o.

- Tudo bem, professora McGonagall, ela namora o Fred Weasley de qualquer jeito.

Um balaço passou sobre os olhos de Lizz e a garota foi fazendo cambalhotas para trás, assustada. Colocou a mão no coração, respirando fortemente, com os olhos arregalados.

- Lizz! - gritou Angelina e Lizz meio que acordou do susto, e viu a goles ser jogada para si. Pegou a bola.

- E é Longbottom, segurando a goles, correndo para o gol.

Viu um garoto muito grande e gordo ir na direção dela, a toda a velocidade, então jogou a bola para Katie Bell e inclinou a vassoura para baixo, desviando do tal garoto. Depois, Katie Bell jogou a bola de novo para Lizz, que tentou marcar o gol, mas o goleiro defendeu. Resmungou alto e tentou pegar a goles do jogador que o goleiro havia jogado a bola, sem sucesso. Se desconcentrou por uns segundos, quando viu Crabbe mirar um balaço para Fred.

- Fred, cuidado!

Quando o garoto virou para Crabbe, a bola já tinha acertado em cheio sua cara. Mais necessariamente, seu nariz. Fred perdera o controle da vassoura, segurando no nariz que sangrava, quando Angelina correu até ele e o segurou.

- Fred! - gritou Summer, como quem o chamava, mas ele a ignorou. Quando passou por perto da garota, ela o chamou de novo. - Fred!

- O que foi? - ele virou para ela e a encarou segurar a varinha e a balançar.

- Episkey!

Com uma mão, ele segurou o batedor e a vassoura, e com a outra, o nariz, que ainda sangrava, porém com menos intensidade.

- Droga, Summer! - ele gritou, mas logo voltou e jogou um balaço que acertou em cheio Crabbe na barriga, fazendo-o cair um pouco pra trás e fazer uma cara de dor.

O jogo continuou só carnificina, e a Sonserina cantando Weasley Is Our King não ajudava muito também. Lizz, que já tinha o braço deslocado por uma goles que fora acertada em sua costa, agradeceu fazendo um sinal de amém aos céus quando Harry pegou o pomo.

Ela pulou para o chão, aterrizando até o time, onde todos gritavam de felicidade até Harry.

- Parabéns, Johnson pelo nosso único gol. - riu Lizz para ela, apertando sua mão.

- Obrigada, Longbottom. - sorriu, apertando também. - Belas defesas.

Lizz deu de ombros como quem dizia "ah, não foi nada".

- Espera. - Angelina ficou séria,

indo para o meio de Fred, George, Harry e Malfoy, e mais Katie e Alícia. Lizz se aproximou também.

Malfoy xingou a Sra. Weasley de gorda e feia. Lizz apertou os punhos e tentou ignorar, quase se virando para ir embora.

- E uns versos para o fracassado inútil que é o pai deles...

Me virei de novo. Fred e George agora perceberam o que Malfoy dizia, quando iam apertar a mão de Harry. Ambos fecharam a cara, encarando Malfoy. Angelina tentou puxar Fred, dizendo que era inútil. Segurei o braço de George, que Harry o fazia também. O loiro aguado de farmácia, não satisfeito, insultou a mãe de Harry também. Lizz nem havia percebido que tinha soltado George, quando ele já estava em cima de Malfoy, lhe dando porradas, E HARRY ESTAVA NO MEIO. A garota segurou Fred mais ainda, gritando com as outras meninas para eles pararem.

O apito de Madame Hooch ecoou de novo, e os meninos pararam. Draco gemendo de dor no chão.

Lizz puxou Fred para longe daquilo, quando ela mandou George e Harry para a sala da diretora da Grifinória.

- Ai. - reclamou, quando o puxou.

- O que houve? - ele disse, ainda com o rosto vermelho enfurecido.

- Desloquei meu braço no jogo.

Ele colocou o braço dela de volta no lugar e foram para o vestiário.

***

- Expulsos! Expulsos! - dizia Summer, de um lado para o outro.

- O pior é Fred ter sido expulso, uma injustiça. - Lizz balançou a cabeça indignada. Alícia Spinnet concordou com a cabeça e fez o mesmo gesto.

- Bruxa malvada. - disse, mais para si do que pro resto da sala.

- E Fred nem fez nada. - comentou Summer, inquieta.

- Não fiz porque me seguraram, se não, teria quebrado aquele merdinha inteiro. - disse, as orelhas vermelhas de raiva.

- Deixe de tolice, Weasley. - Lizz o olhou, fuzilando-o com os olhos.

- Vou dar uma volta. - George disse, se levantando. - Pra esfriar a cabeça.

- Quer que eu vá com você? - perguntou Fred, mas George negou com a cabeça.

- Obrigado, mas quero ficar sozinho.

O garoto se levantou e foi embora, e antes, mandou uma piscadinha para Summer. Era para eles se encontrarem agora. Mas como ela sairia dali? Não tinha como.

- Meus pés doem. - comentou Fred, passando a mão sobre eles e fazendo uma cara de dor.

- Vamos pro seu quarto, eu faço uma massagem. - e por incrível que pareça, Lizz falou isso na maior inocência.

Quando ambos subiram para o quarto, após Fred dar um beijo de boa noite em Angelina - que nem ligou para Lizz estar com ele (?) -, Summer, que agradeceu por isso ter acontecido, correu para fora da Sala Comunal, e pensando que teria um trabalhão para achar George, esbarrou com ele na saída.

- Até que você foi rápida. - ele sorriu de lado.

Ela se aproximou para beija-lo, mas ele a afastou.

- Não! Vem por aqui. - ele a foi puxando pela mão.

Quando Summer já tinha cansado de andar e já estava arrastando os pés, George parou e a puxou para um cantinho escuro que tinha no corredor, como um armário, incrivelmente escuro e sem porta.

- Aqui. - ele sorriu para ela, puxando-a para perto.

Seus dedos longos tocaram os ombros de Summer e foram deslizando para seu braço lentamente, até chegar na cintura da garota. Uma mão voltou por seu braço e jogou o cabelo dela para apenas um lado, e voltou para a cintura. Ele chegou bem perto dela e beijou o canto de sua boca, e foi fazendo um caminho para sua bochecha, e depois descendo para o pescoço, beijando ali. Ela tinha os braços em volta do pescoço do garoto, e sorria enquanto ele beijava seu pescoço, e fazia carinho em sua cintura. Ela brincou o cabelo de sua nuca, e chegou perto de sua orelha com a boca, puxando seu lóbulo. George relaxou no mesmo momento, deslizando mais ainda as mãos, para o início dos quadris de Summer. Ela foi descendo a língua por todo o pescoço de George, os pelinhos dele eriçados. Ele apertava cada vez mais o quadril dela.

- Estou lembrando que você reclamou de dor no peito ainda agora, na Sala Comunal. - ela comentou no ouvido dele, e depois recuou a cabeça para observa-lo. Ele levantou uma sobrancelha e inclinou o rosto.

- Quer insinuar alguma coisa? - riu torto, olhando para os seios da garota quando ela encostou mais seu corpo no dele.

- Eu poderia fazer uma massagem. - ela desceu as mãos do pescoço do garoto, e foi até o cós da blusa, e a puxou para cima. Ele, sorrindo, ajudou.

Ela olhou mais uma vez para o corpo de George. "Ah Merlin, puta merda, olha onde amarrei meu burro". Sorriu, mordendo o lábio inferior. Subiu o olhar para ele, que a observava, respirando com dificuldade. Ela se aproximou da boca de George, mas beijou seu queixo, descendo para seu pescoço, deixando leves chupões ali e depois, seu peito. Ela arranhava devagar e chupava o corpo do garoto, de forma carinhosa para não machuca-lo ainda mais, e sem pudor ao mesmo tempo.

- Sabe de uma coisa? - ele comentou e ela voltou o olhar para ele.

- O quê?

- Você é como um dementador. - ele disse e ela o olhou confusa. - Você tira meu fôlego.

Ela parou para ele, encarando-o por um momento, e então deixou escapar um riso, e balançou a cabeça incrédula. Ele sorriu para ela com um sorriso torto e ela se aproximou dele, finalmente dando-lhe um beijo.


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