- Tem alguma coisa pra me contar, Lizz?

Lizz estava em choque. Como ele havia descoberto? O que estava acontecendo? Não podia estar acontecendo com ela. Não sabia se admitia o erro ou se fingia de desentendida.

- Como assim, Justino? - perguntou tão rápido, que pensou que ele nem havia entendido.

Ele respirou fundo e a encarou. Ela o olhava como se estivesse realmente confusa. Lizz agradecia mentalmente sua mãe por ter sido uma atriz e por seu amor imenso por filmes.

- Olha, eu não quero ser o namorado chato. Mal nos conhecemos e já estávamos juntos e você é a única que me viu pelo o que eu sou. Eu não posso ficar jogando oportunidades assim fora e por isso eu estive esse tempo todo com você, aceitando que você ainda gosta muito do seu ex e que vocês tem um passado, e uma história... mas eu acho que ele não é tão ex assim, não é?

Lizz não respondeu. Ela sentia seu rosto formigar, mas ela não queria chorar. Ela realmente não queria.

- O que você quer que eu responda? - ela disse.

- A verdade.

Ela não podia hesitar. Ela havia de contar a verdade. Ela gostava demais de Justino para continuar mentindo. Sim, ela gostava dele. Por mais que soubesse que seu sentimento por Fred era ainda maior, ela gostava de Justino. E não podia esconder mais.

- Justino, eu...

- Ah, fora que você cantou uma música que não tinha nada aver um dia desses... então eu acho que assim... eu sou chifrudo e todos sabem. E eu sempre soube isso mas preferia fingir que não percebia. Acertei? - ele deu um sorriso irônico para a garota e abaixou o rosto, colocando uma mão no rosto, como se estivesse estressado e esfregou o rosto. Pôs as mãos na cintura e a encarou.

- Sim e não. No natal, eu e Fred estivemos juntos... e coisas aconteceram.

- Coisas tipo... sexo?

- Sim.

Justino não respondeu, apenas a olhou.

- Justino, eu e o Fred estivemos juntos algumas vezes mas não aconteceu nada demais. As vezes conversar com ele me fazia bem, só isso.

- Você não podia ter conversado comigo?

- Pára de fingir que não está entendendo. Eu precisava de alguém que realmente me conhecia pra me mostrar o caminho de volta pra vida e sair de uma pré-depressão. Mas eu juro que não aconteceu nada depois do Natal. Eu não te trai. Eu realmente to gostando de você, Jus. Eu realmente to apaixonada por você.

Ela tinha uma sinceridade incomum nos olhos, mesmo sabendo que não estava sendo tão sincera. Ela tinha sim, estado com Fred depois do Natal mas ela pretendia não estar de novo. Ela realmente acreditava que aquele fora o último beijo dos dois e ela queria apenas a Justino agora. Ele era o verdadeiro namorado e ela gostava dele, gostava de como se sentia segura com ele.

Justino apenas a olhou, e soltou um suspiro, olhando pra baixo. Botou as mãos nos bolsos e a olhou. Ele parecia estar chateado e querendo acreditar nela.

- E como eu faço pra acreditar que isso é verdade? - ele fez uma cara duvidosa, encolhendo os ombros.

Ela o olhou por um momento. Ele era tão bonito. Ela sabia disso, mas talvez nunca tivesse realmente prestado atenção. Talvez por até ontem estar presa em Fred, ela não conseguia sentir tal desejo por Justino. O jeito que ele olhava para ela, como quem dizia um poema. Talvez ela não tenha se sentido assim nem com Fred. Não, ela definitivamente não se sentia assim com Fred. E como um impulso, ela se aproximou rápido de Justino, como se soubesse exatamente o que fazer.

- Assim. - e ela o beijou.

Um beijo doce, e singelo. Ela passeou um pouco a língua pelos lábios gelados do garoto, por conta da noite fria. Ela segurava nele com cuidado, ambas as mãos pousadas em seu peito. Uma segurava a blusa dele, apertando. Ele a entrelaçou devagar, como se fosse abraça-la, e após isso foi trazendo as mãos lentamente até sua cintura, estudando as curvas de seu corpo. Ele sorria bobo entre o beijo, e ela sorriu de volta. Quanto mais desejo o beijo os dava, mais eles o deixavam lento, aproveitando cada singelo momento e memória, enquanto ela apenas segurava o rosto dele, acariciando sua bochecha. E então ela deixou uma lágrima cair. Ela nem sentiu a lágrima chegando ou caindo. A lágrima desceu por seu rosto e tocou o dedo do garoto, que o segurava. Ele interrompeu o beijo e a olhou nos olhos.

- Por que você tá chorando? - ele disse preocupado e limpou a tal lágrima.

- Eu nem a senti vir. Acho que ela é um sinal.

- Sinal? - ele fez uma cara confusa, e depois sorriu quando percebeu que ela iria filosofar.

- Acho que ela significa que daqui em diante, eu não vou mais precisar chorar ou me sentir incompleta quando estiver com você. - ela sorriu, mordendo o lábio de uma forma fofa.

- É o que você sente agora? - ele riu baixo, enquanto ela se aproximava.

- É o que eu nunca senti na minha vida, e estou sentindo pela primeira vez neste momento. - ela disse balançando a cabeça em sim, e o beijou mais uma vez. - Espere. Vem comigo.

Ela segurou a mão do garoto e olhou em volta, como se procurasse por algo. Ele a olhava confuso, mas ria do que ela fazia. Ela o puxou até a janela. Olhou rápido alguns adolescentes passeando no pátio, e depois foi até os corredores, entrando em cada um deles.

- Como faz mesmo pra chegar na casa da Lufa-Lufa? - ela perguntou.

- Pela cozinha. - ele disse, mais confuso ainda.

Ela continuou puxando o garoto pelos corredores até encontrar a cozinha. Ele apontou para ela pra onde ia e ela foi. Ele achava engraçado como ela era um tipo de poder para liderar, levando-o.

Chegaram até a entrada da Lufa-Lufa.

- Fala a senha.

- Tá, vai pra ali.

Ele disse a senha e a entrada se abriu. Lizz o puxou para dentro mais uma vez e ficou olhando, observando os detalhes da Sala Comunal da casa. Os móveis pretos e amarelos davam um contraste bonito na sala.

- Onde fica o seu quarto? - ela perguntou, com uma voz fofa e suave.

- Eu tô começando a pensar que você quer me corromper, mas com essa vozinha não dá pra acreditar muito.

- Tá bom. - ela pigarreou, como se ajeitasse a voz. - Você, menino sexy, onde fica seus aposentos? Quero te levar para lá, tirar sua roupa e te dar motivos para ter pesadelos e sonhos comigo por um bom tempo.

- Ali. - ele disse, quase enfeitiçado.

Ela o puxou até o quarto, e o abriu. Trancou a porta por dentro.

- Alguém vem pra cá agora? Alguém do seu quarto?

- Não, eles gostam de ficar lá fora jogando futebol.

- Ótimo. - ela disse por fim.

Observou o quarto, andando por ele. Ele ficava esperando ela dizer algo, meio incomodado com o silêncio dela. Ela olhava algumas meias no chão, cuecas jogadas, livros espalhados.

- Eu sei que está bagunçado, mas nem sempre é assim. - ele disse, como se quisesse avisar logo.

- Nah, o meu dormitório é bem pior. Nem se compara. Tem sutiã pendurado até no lustre.- ela disse e ele gargalhou. Ela sentou na cama. - Podemos ouvir música?

- Claro. Cadê seu iPod? - ele disse e ela o tirou do bolso.

Enquanto ele ajeitava e botava ele para tocar, na playlist que ela havia pedido, ela tirou o casaco e foi até ele.

- Então, o que você q...

- Shhhh. - ela botou o dedo no lábio dele e o encarou. - Não diga nada. - e ela o beijou mais uma vez, dessa vez, era intenso. Ela já o beijava e o tocava com mais paixão. Ele botou as mãos na cintura da garota mais uma vez, mas agora ele a acariciava fortemente, a agarrando e apalpando.

Ela o segurava no pescoço. O beijo deles ficava cada vez mais intenso, e ela segurou o primeiro botão da blusa de Justino. Ela começou a desabotoar sua blusa e ele interrompeu o beijo para olha-la fazer isso. Ele tinha o fôlego quase todo tirado. Quando ela o fez por inteiro, olhou para o corpo de Justino. Os ombros largos, o corpo não era definido. Era apenas um corpo magro que era bonito. Realmente bonito. E era assim que Lizz gostava.

- Você é lindo. - ela sorriu abobalhada.

- Você acha? Eu me acho tão magrelo. - ele riu sem graça.

- Se eu fosse homem, e tivesse o seu corpo, eu andaria sem camisa. Você é lindo. - ela sorriu mais uma vez, olhando. Então, ela o puxou para a cama, deitando-se com ele por cima e começando um novo beijo.

Ela tirou finalmente a blusa dele. Ela o tocava por toda a extensão de seu braço e costa. Ele se encaixou nela e levantou uma de suas coxas, passando a mão nela e apertando devagar, enquanto beijava seu pescoço. Ela arranhou as costas do garoto e ele gemeu em sua boca.

Ele começou a tirar a blusa dela também, e quando o fez, segurou seu peito sem nenhuma restrição. Ela ria entre os beijos, pela felicidade que o rosto de Justino transparecia ao toca-la, ao estar com ela ali naquele momento. Ela desceu a mão de suas costas e foi rapidamente para seu abdômen. Ela procurou o cós de sua calça, enquanto ele ainda acariciava a perna dela. Ela segurou o seu cinto e o tentou tirar, quase não conseguindo, então ele a ajudou. Enquanto ele tirava a própria calça, ela se posicionava para tirar o sutiã.

- Não, esse eu quero tirar. - ele riu para ela, com um sorriso tão malicioso quanto o de Fred.

Ela gargalhou e então tirou a saia. Ele a olhou enquanto o fazia, e de repente, jogou as calças para um canto qualquer e subiu em cima, jogando-a na cama e a beijando. Ele pegou mais uma vez no peito dela, depois desceu e brincou com a costura de sua calcinha, e ela sentia a excitação dele em cima de seu sexo, ambos ainda cobertos por calcinha e cueca. Ela se levantou um pouco e o olhou. Ele subiu a mão lentamente pelas suas costas, dedilhando sua coluna, até chegar onde abre seu sutiã. Ele tentou abrir com só uma mão, falhando e fazendo-a rir. Então ele botou a outra mão e o tirou.

Ele encarou os peitos da garota e tinha um sorriso de como se tivesse realizado um sonho. Ele a olhava como se tivesse realizado. Ele estava olhando para a namorado que ele ama nua, e ela era linda.

Ele colocou uma mão em um deles e foi se deitando por cima dela. Ele já estava se descontrolando, era muito para ele, aquilo o excitava demais. Ela puxou o cós da cueca dele e a desceu com dificuldade. Enquanto ele beijava o pescoço dela e variava os beijos e chupões nesta região, ombros e seios, ela tirava a própria calcinha.

Ele olhou para ela, antes de tirar por inteiro a cueca.

- Você tem certeza? - ele perguntou ainda. Ela sorriu e o deu um selinho, sentindo felicidade com a pergunta.

- Muito mais do que a minha primeira vez. - ela disse, e se posicionou para ele entrar.

Ele contou até 1, 2 , 3 e entrou devagar. Ela quase não conseguia não rir dele.

- Pára de rir. É a minha primeira vez. - ele disse meio chateado.

- Amor, eu só fiz isso uma vez também. É que é tão lindo ver você tão feliz. Mas olha, eu vou te ajudar. Faz os movimentos pra frente e pra trás com o seu quadril e eu vou te ajudando, ok? Quando você achar que precisa aumentar a velocidade, você aumenta. Vai.

Ele começou a fazer o que ela havia lhe dito, e ela o ajudava, como prometido, seguindo o andamento dele, ajudando-o a ir para trás e para frente. Lizz o puxou para baixo e o beijou. Eles se beijavam enquanto Justino aumentava a velocidade de suas estocadas. Lizz gemia entre o beijo, puxando o lábio do garoto, apertando os lençóis da cama e a costa dele, arranhando-a devagar.

Ele respirava com dificuldade e começou a aumentar sua velocidade. Lizz já havia parado de ajudar, mas ela achou que se continuasse com os movimentos junto com ele, ia sentir mais prazer do que já sentia. Se é que era possível.

Lizz enroscou suas pernas envolta do corpo de Justino e o ajudou.

- Deus... - Justino gemia. Ele definitivamente estava adorando isso, e olhar para Lizz, banhando-se em tanto prazer, por sua causa, era mais do que satisfatório. Quando chegaram ao clímax, ele soltou um grande suspiro e ela também, sorrindo.

- Isso... é... muito bom... - dizia Justino, quase não respirando.

- E vai ficar melhor. - ela sorriu maliciosamente, então o botou para baixo, ficando em cima dele.

Ela se sentou em cima dele, e começou a beija-lo. Saiu de sua boca e foi fazendo um grande passeio por todo seu corpo. Ela segurou o membro de Justino e o colocou em seu sexo, agora fazendo os movimentos principais.

Ela se apoiou nas pernas do garoto e começou a se movimentar para baixo e para cima. Jogou a cabeça para trás, gemendo baixinho. Justino colocou as mãos na cintura da garota, a conduzindo. Ela puxou uma das mãos dele e a colocou em seu peito. Ela fazia massagem no próprio seio, mas com a mão dele.

Ela tirou a mão dele de seu seio e ao invés de se posicionar para trás, foi para frente e o beijou. Ele começou a movimentar os quadris, enfiando seu membro cada vez mais rápido e profundamente na garota. Ela começou a gemer entre o beijo, pedindo por mais. Eles seguraram a mão um do outro e apertaram, chegando quase lá. Quando tiveram o orgasmo, tiveram ao mesmo tempo. Ela se jogou para o lado direito da cama e ficou respirando. Ela estava um pouco suada pelo dia ensolarado e quente. Ele estava bem mais do que ela.

Ele a puxou para o seu peito e fez um carinho em Lizz, beijando-a na testa.

- Podemos fazer isso todos os dias? - ele perguntou animado e ela riu.

- Agora você é apressado? - ela respondeu com outra pergunta.

- Ah, é que você antes era toda fofa, ai teve a semana que você ficou mais safada e já fez um carinho em mim, com a mão e boca né. - ele sorriu e ela sentiu as bochechas queimarem, mas lembrou de como ele ficou excitado e se sentiu orgulhosa. - Eu tive que me segurar muito pra isso.

- Você sonhou muito com esse momento né? - ela riu e ele balançou a cabeça em sim, fazendo-a rir mais ainda e o beijou com um selinho. - E me conta, o que é melhor: o sexo em si ou sexo oral?

- Hmmm... deixa eu ver se eu lembro... cara, eu não lembro de como foi naquele dia... - ele fazia uma cara falsa de dúvida, e ela sorriu.

- Então deixa que eu te lembro. - ela sussurrou em seu ouvido, depois puxou o lóbulo de sua orelha.

E ela o fez. Justino nunca esteve tão feliz em toda a sua vida e nem Lizz, ela pensava. Ela se sentia muito bem. Ela gostava demais de Justino e aquele foi, de longe, o melhor sexo que ela já teve. Por mais que Fred a envolvesse com muito mais sentimentos e desejos, ela sabia que Justino era mais do que suficiente. E eles só saíram do quarto ao anoitecer, após um banho juntos.

Luna estava andando pelo castelo, meio sem rumo. Apenas caminhando às 16:00 horas de um domingo. Ela gostava de ficar sozinha e respirar ares novos. Pensar, simplesmente. Então avistou a prima, que andava olhando para os lados, como se procurasse algo ou alguém.

- Olá, Summer. – falou avoada e sorriu.

- Oi Luna, você viu a Lizz? – ela perguntou rápido.

- Não, não vi.

- OK, obrigada. – e saiu andando depressa. – AH! O Neville ta te procurando. Acabei de encontra-lo no corredor do pátio.

Luna viu a prima finalmente sair apressada e então foi para o tal corredor, encontrar o namorado. Olhou para o pátio que estava tão florido por conta da primavera. Algo que merecia a atenção de qualquer um. Então viu o garoto sentado perto de uma árvore.

- Hey, Longbottom. – ela sorriu divertida e se aproximou. – Se importa? – apontou para um lugar ao lado dele.

- Por favor. – ele riu de um jeito malicioso e ela riu, sentando.

Ela deitou a cabeça no ombro dele e ele a abraçou pela cintura.

- Você tava fazendo o que? – ele parecia curioso e atencioso ao mesmo tempo. Ela o encarou com olhos de repreensão. – Calma, eu não estou com ciúmes, só estou perguntando. – ele riu.

- Eu estava andando. Você sabe que gosto de andar e fingir ser uma pessoa diferente. – ela olhou para frente, enquanto ele fazia carinho em sua cabeça.

- Eu também finjo ser outra pessoa. Mas só quando estou com você. – ela o olhou confusa. – É assim, quando eu estou com as outras pessoas, eu preciso ser quem elas querem que eu seja. Eu preciso ser diferente. Mas com você... com você eu posso ser eu mesmo, por que pra você é o suficiente. Isso não só é importante pra mim, como faz eu me sentir incrível, por que você pra mim, sendo quem você é, ou qualquer das pessoas que você finge ser, é o suficiente pra mim. A gente meio que se completa sabe. – ele olhou para baixo, sorriu, e a olhou de novo. Ela tinha um brilho nos olhos e então ele percebeu que nunca tinha dito tal coisa, como se apenas tivesse tagarelando. – Ai, meu Deus, não... é que... não era isso, é que... droga.

- Isso foi a coisa mais incrível que alguém já me disse. Mais do que quando me disseram que nunca queriam que zomzóbulos atrapalhassem meu cérebro. – ela sorriu boba e encarou os olhos, e lábios dele.

- Tanto assim? – ele riu confuso.

Ela assentiu bobamente enquanto ele se aproximava e então deram um beijo intenso. Ele botou a mão em sua bochecha e ela deslizou a mão pelos fios de cabelo do garoto. Quando terminaram, ela sorriu, ainda perto de sua boca.

- Eu estou tão afim de você. – ela riu e deu um selinho nele.

- Sério? – ele também deu um selinho nela, porém mais demorado. Puxou o lábio dela e depois foi beijando da bochecha até o pescoço.

- Tanto que me assuta.

Ele a olhou. Os olhinhos azuis dela piscaram, e ela desviou o olhar, ficando vermelha.

- Eu não fico tão nervoso quando estou perto de você. E eu deveria, não deveria?

Ela encarou ele por alguns segundos e sorriu, jogando o cabelo pro lado. Ela parecia até mais segura de si, agora que ele tá com ela. Ela está mudada, e ele mudou também. Mas é uma mudança boa. Pra melhor, com certeza.

- Espera, eu peguei isso pra você.

Ele entregou uma flor para ela. Tinha várias petalas e era amarela, com o sol. Ela sorriu ao segura-la.

- Pra mim? Sério? Eu nunca tinha recebido uma.

- Bom, pra tudo tem uma primeira vez certo? Eu encontrei ela, e achei parecida com você.

- Você é o melhor namorado do mundo. – ela riu super feliz e o beijou novamente. Deitou no seu colo e ficou abraçado com ele.

- Não sabiamos que eramos namorados. – ele deu um sorriso largo e ela o encarou, como se tivesse dito algo errado. – Não fique com essa cara, eu gostei. Namorada.

Ele beijou a testa dela e ficaram ali mais um tempo, conversando.

Summer continuava procurando por Lizz. Ela já tinha ido e voltado à Sala Comunal da Grifinória milhares de vezes. Ela simplesmente não a achava. Já tinha jogado às mãos para o alto, quando viu os cabelos loiros da garota do outro lado da Sala, se aproximando à ela.

- Por Merlin, garota, onde você estava? - ela disse um pouco irritada e depois se soltou, largando um suspiro.

- Calma, eu estava com o Justino. - ela sorriu do anseio da amiga.

- Sim, mas aonde? No quarto dele? Por que até no seu eu procurei. - ela tinha a cabeça baixa, mas quando não recebeu resposta, olhou para Lizz, que mantinha um grande sorriso no rosto. - Ah, por Deus Lizzabeth...

- Mas cara, foi... foi incrível. - ela sentou ao lado de Summer e jogou a cabeça em seu ombro. - Foi muito legal, nem com Fred foi tão bom. - ela sorriu enquanto Summer a olhava com olhar de repreensão. - Vamos passear, e eu te conto tudo, ta bom?

Lizz puxou o braço de Summer até a porta, mas esta se abriu sozinha. Então, duas cabeças laranjas entraram na Sala Comunal.

- Oi Lizz. - George sorriu e a abraçou, dando-lhe um beijo na testa.

- Oiiii!

- Oi Summer, oi Lizz. - Fred abraçou Summer, que lhe deu um beijo na bochecha, e mandou um meio sorriso para Lizz.

- Oi. - ela respondeu com outro meio sorriso, e saiu com a amiga da Sala.

Lizz foi contando tudo o que aconteceu com Justino, e como ela se sentia. Summer fora calada, ainda não se conformando com a amiga do jeito que estava, mas aliviada por achar que ela realmente parecia feliz. Então, Holly, a menina da Lufa-Lufa com quem Summer havia feito amizade, apareceu na frente delas, sorrindo.

- Olá. - ela disse, com um grande sorriso.

- Oi, Holly. - Summer sorriu para ela também.

- Oi, como vai? - Lizz sorriu falsa, sendo logo beliscada por Summer.

- Eu queria só convidar vocês pro meu aniversário. Eu vou fazer um baile, meus pais pagaram a escola para eu poder faze-lo, e vai ser muito legal. É como um baile qualquer. Os meninos vão convidar vocês e tudo mais. O baile em si será aberto para todos, como pediu Dumbledore, o convite é por que depois disso, eu vou fazer uma baladinha na Sala Precisa, e isso sim é só pros mais chegados. Vocês podem levar quem quiser, contanto que sejam pessoas legais. - ela sorriu após dizer tudo de uma vez. Summer olhava para ela animada e Lizz continuava com o mesmo sorriso falso. - Você poderia levar seu primo, Lizz. Ele é muito lindinho.

- Ele tem namorada. - ela abriu um sorriso mais falso, porém o prazer que sentia ao dizer isso era verdadeiro.

- É a minha prima, posso leva-la? - perguntou Summer.

- Claro, pode sim. - ela entregou os convites às meninas. - Ah, e vocês podem entregar isso pros Weasleys, a Granger e o Potter? E pede pro Fred entregar esse aqui pra Angelina Johnson. - ela sorriu entregando todos.

- Posso levar meu namorado? - perguntou Lizz, após guardar os convites.

- Ah, não se preocupe, eu já convidei ele. - ela sorriu. O sorriso irritante que Lizz odiava.

- Jura? - Lizz abriu o maior sorriso falso do mundo, querendo apenas enfiar o punho no nariz afinado da garota. A cena se repetia toda hora em sua cabeça.

- Juro. Ele é bem popular na Lufa-Lufa. E divertido. Tive que convidar. - ela riu divertida. Summer permanecia calada, segurando Lizz fortemente com medo dela atacar Holly.

- Justino é tudo, menos popular. - Lizz disse séria dessa vez.

- Bom, agora que ele namora você, ele é sim. - a menina sorriu com olhos desafiadores, e depois se despediu, indo embora.

Lizz olhou para Summer que mantinha um mini sorriso na boca.

- Qual é, ela é legal. - Summer disse.

- Não, EU sou legal. Essa menina é um porre. Tem algo nela que eu não gosto. - Lizz disse olhando para ela de longe, entregando mais convites, e então puxou Summer para ir embora.

- Inclusive, que dia é isso? - Summer perguntou, enquanto Lizz abria um dos convites.

- Daqui a dois dias. - ela abriu a boca assustada. - Como vamos arrumar os vestidos até lá?

- Do que vocês estão falando? - chegou Ginny, segurando uns livros de moda e cabelo.

- Da festa da Holly. Aqui está seu convite. É daqui a dois dias. - Summer disse, arregalando os olhos. - E dai? - perguntou a ruiva, olhando o convite.

- Como vamos arranjar roupas tão rápido? - Lizz disse, e Ginny subiu os olhos para ela.

- Vocês estão me ofendendo. - ela disse, revirando os olhos. - Ser a única menina dos Weasleys, fez com que minha mãe me ensinasse tudo o que ela sabe, então eu sei costurar. E eu sei tudo sobre moda. E conheço alguns feitiços. - ela disse, folheando as revistas e então fez uma cara de como se tivesse tido uma idéia. - Já sei. Falo com vocês mais tarde. -

E saiu correndo, deixando as duas muito confusas.

Lizz havia se separado de Summer há um tempo. Ela havia ido buscar seu violão, iriam treinar uma nova música que Summer compôs. Quando estava voltando, deu de contra com Fred.

- Ai, Weasley, olha por onde anda. - ela disse acariciando o seio que ele atigiu com o cotovelo.

- D-desculpa. - ele disse, olhando-a fazer os movimentos, e ela nem estava fazendo de um jeito malicioso. - Eu tava te procurando.

- Me procurando?

- Sim, quero falar com você. - ele disse, e indicou com os olhos o caminho de seu quarto.

- Eu... eu tenho um negócio...

- É rapidinho. - ele disse, esperançoso, e ela assentiu.

Eles foram, tentando não parecer suspeitos, - Lizz tinha medo do que as pessoas podiam pensar.

Quando entraram, Fred fechou a porta com a chave. Ele olhou para a garota e manteve um sorriso forçado, como se estivesse nervoso. Botou as mãos nos bolsos e ficou andando pelo quarto. Lizz o observava esperando ele dizer algo.

- Ah, senta. Pode sentar. - ele disse, apontando pra cama.

- Ok. - ela sorriu e o fez, colocando as mãos de forma comportada nas cochas, compondo uma postura exemplar.

Ele sorriu de novo para ela e mexeu as mãos nervoso.

- Eu não quero ser rude mas, eu tenho um compromisso com a Summer e...

- Ah, sim, sim, claro, seu compromisso, tenho que falar logo. Sim, ta. - ele disse quase de uma vez e ela levantou as sobrancelhas para ele. - É que... eu não sei como dizer... como falar... eu... eu tô... nossa, tá quente aqui né? - ele puxou o colarinho da blusa e respirou fundo.

- Tá bom, se acalma. - ela disse, segurando um riso. - É só falar, calma.

Ele a olhou por alguns segundos, e respirou fundo. Abriu a boca algumas vezes pra falar, gesticulando as mãos, mas sempre desistia.

- Eu queria... eu achei que... tipo... você... quer ir no baile comigo? - quando Fred finalmente o fez, Lizz se espantou com o que dissera.

Ela abriu a boca também pra dizer algo, mas nada saiu.

- Ai meu Deus... - disse Fred, enterrando o rosto nas mãos.

- Fred...

- Não, cara, tipo... Você tem namorado, e eu namorada, e... Nem sei o que pensei.

- Olha, foi legal você me convidar. Mas como você disse, temos outras pessoas. Eu entendo que você queira ir comigo mas... é complicado. Você sabe. - ela disse, parecendo bem desconfortável com a situação.

- É tudo culpa minha. - ele disse, abaixando a cabeça.

- Não, a culpa é minha. De repente, você me traiu por que... sei lá, ela te proporcionava coisas diferentes e eu, eu era tão... tão santinha...

- Não, você era perfeita. Era o suficiente. - ele disse, olhando para ela. - Nunca se compare com a Angelina. Você consegue coisas boas na vida por que merece. Ela faz coisas que você mal imagina pra ter o que quer. Ela tem um bom coração, no fundo, mas é ambiciosa demais.

Lizz e Fred ficaram em silêncio por um tempo, apenas olhando para as próprias mãos. Então Lizz se levantou.

- Olha, mas eu guardo uma dança pra você. - ela sorriu de leve. - Acho que uma dança não mata ninguém. - ela sorriu, abrindo a porta e saindo. Ele sussurrou um tchau antes dela fechar e sorriu. Quando ela saiu, ele deitou na cama, respirando profundamente.

Lizz saiu e quando chegou à Sala Comunal, Justino estava lá, e havia visto ela saindo do dormitório de Fred.

- O que você tava fazendo lá? - ele perguntou sério.

- Estávamos conversando. - ela sorriu enquanto se aproximava. Jogou os braços em volta do pescoço do garoto. - Por que? Ciúmes, Finch-Fletchey?

- O que? Não. Não. Eu não sinto ciúmes. Mas, o que é ciúmes mesmo? - ele disse, fazendo cara de desentendido.

Ela riu e o beijou.

Summer batia o pé sem parar, esperando por Lizz. Olhava para o relógio e repetia o ato várias vezes. Quando finalmente ouviu passos entrando, teve a esperança de que pudesse ser a loira mas não, era definitivamente quem ela menos queria ver.

- Ah, você! - ela bufou com raiva, olhando para Rogério e dando as costas pra ele.

- Summer. - ele sorriu, falando em um tom suave e ela o ignorou. - Eu quero falar com você.

- Mas eu não quero falar com você. - ela disse, guardando as coisas em uma bolsa. - Deixa que eu vou atrás da Lizz.

- Eu só quero me desculpar. Você não sabe como é ter tudo o que eu quero e de repente... não poder ter o que eu mais quero. - ele disse. Summer dessa vez olhou para ele. Enquanto ele carregava um olhar sincero, ela aparentava sentir nojo.

- Você não precisava ter dado aquele empurrão na minha relação com o George. Era só ter esperado que uma hora íamos terminar. - ela disse, rindo baixo, como se dissesse "patético".

- Vocês não iam terminar nunca.

- Íamos sim. Uma hora eu ia descobrir que ele não confiava em mim e tudo iria pro buraco, como tudo na minha vida. - ela disse, se sentou e jogou os cabelos pro lado.

- Você tá compondo? - ele disse olhando para o violão e para uns papéis jogados no sofá.

- Mais ou menos. Eu tenho a letra, mas não a melodia. Lizz ia me ajudar mas... - ela parou a frase e levantou as sobrancelhas.

- Entendo. - ele disse com as mãos nos bolsos. - Eu posso te ajudar se quiser. Eu toco violão.

Ela hesitou por um momento. Olhou para ele assustada de início, mas ela simplesmente sentiu como se pudesse confiar nele. Talvez estivesse sendo louca, mas ela queria tentar.

- P-pode ser. - ela disse. Gaguejou um pouco, mas Rogério sorriu abertamente.

Ele sentou ao lado dela, puxando o violão. Ela entregou os papéis e ele começou a tocar.

- Isso, isso tá bom. - ela sorriu, e começou a escrever.

- Agora tenta cantar.

Ele começou a tocar de novo.

- All I knew since this morning when I woke is I know something now, know something now I didn't before. - ela cantou.

- Excelente! - ele exclamou.

- É! - ela concordou, sorrindo.

(http://www.youtube.com/watch?v=w1oM3kQpXRo)