Nos arrumamos rápido, para Davey me levar para casa.

- Miche, eu decidi uma coisa.

- Sobre o quê?

- Sobre nós. Falarei com seu pai hoje mesmo.

- Davey, não será bom. Ele já não gostou de eu ter dormido em sua casa, isso porque nem sonha que dormimos juntos. Deixe isso pra depois.

- E correr o risco de alguém fotografar nós dois juntos, eu tendo 35 anos e você sendo filha do produtor de minha banda? Nunca, seria muito pior... Ele ficaria tão zangado que seria capaz de cortar nosso contrato e outras pessoas pagariam por nós. Prefiro acabar logo com isso, pra gente poder ficar em paz.

- Tem certeza?

- Tenho, já decidi.

O nervosismo tomava conta de mim, estava com medo da reação de papai.

Chegamos em casa e o encontramos sentado na mesinha perto da piscina, conversando com Mary, bastante sorridente. Nos recebeu alegremente.

- Bom dia meninos! Ela te assediou muito esta noite?

- Um pouco, Bryan.

- Meu Deus, o que você fez garota?

- Nada, pai! - conversávamos, rindo.

- Olha, não quero ser grosseiro, mas Miche, Mary... eu gostaria de conversar a sós com Bryan, coisa de homem, entendem?

Mary vinha me puxando, porque por mim não sairia dali... queria tanto ouvi-lo me pedindo em namoro para meu pai...

- Bryan, eu peço que me perdoe pelo que te pedirei, sei que terá muita raiva e não entenderá, mas aconteceu e...

- Sem rodeios, Davey. Não sou de enrolação e você também não.

- Eu quero namorar a sua filha.

- Como?

- Eu... Eu quero namorar a Michelle. Estou muito apaixonado, apaixonadíssimo! Ela é tão importante pra mim, tão especial. Não posso ficar longe dela. Sei que é um absurdo, que sou velho para ela, que existem muitas histórias sobre mim. Mas nada disso me importa, porque eu adoro sua filha. Se você não deixar agora, eu espero até que ela fique maior de idade... Porém eu a quero logo.

- Estou chocado... Não... Não pretendo proibir, quanto as histórias sobre você, nem me importo, sei que são fofocas. O que não gosto nisso é que você é um homem formado, tem necessidades, já minha filha é uma menina! Não me agradaria saber que vocês, enfim... ela é nova demais pra isso!

- Eu sei, e eu a respeitarei muito... esperarei até que ela fique maior de idade e …

- Não, em você eu confio, sei que não avançaria o sinal... já a Michelle, ela sim me assusta!Confio em você, mas não confio nela.

- Confie nela, eu tentarei tudo o que puder pra acalmar o gênio apimentado que ela tem!

- Olha... pela sua coragem, ganhou muito comigo. Permitirei que namorem sim, mas haverão regras, quero que sejam cumpridas. Terão horários para ir e vir, não se verão todos os dias, porque você precisa trabalhar e ela estudar, não dormirão juntos... só abrirei exceção quando estiver em turnê e quiser levá-la caso ela esteja de férias. Ela terá de tirar notas altas na escola, crescer, ser responsável com suas coisas. Amadurecer, querer algo da vida... entende?

- Perfeitamente, creio que será até mais saudável dessa forma.

- Então seja bem vindo, meu genro.

Papai abraçou Davey, enquanto eu olhava ansiosa de minha janela eles vinham entrando para dentro de casa, conversando animados.

Mal pude acreditar quando deram a notícia, vibrei, me joguei em cima de Davey, abracei meu pai eufórica, ouvi o sermão...

- Mas é o seguinte, Michelle... se desrespeitar alguma das condições, pode ter certeza que eu mesmo acabo com esse namoro. Conheço bem você, sei que é avançadinha. Ele é homem feito, sabe seus direitos e deveres, ele tem limites... você também passará a ter.

A relação de amizade entre eles não mudou, mas comigo papai mudou. Estava mais exigente, um pouco menos amoroso. Era o preço que deveria pagar pra estar com Davey junto às regras impostas por papai, que ambos me faziam seguir arduamente.