A Coletora escrita por GillyM


Capítulo 7
V.


Notas iniciais do capítulo

Capitulo curti!!
Boa leitura.



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*Roxy*

Comecei a despertar aos poucos, primeiro ouvi um barulho que parecia ser uma torneira a pingar, o ruído que ela produzia parecia ecoar em minha cabeça, quando abri os olhos senti um frio que fazia meus ossos tremerem. O quarto era escuro e parecia ser amplo, as janelas estavam vedadas com panos pretos, e tinha cheiro de mofo, outros ruídos logo apareceram, para me avisar que eu não estava sozinha.

Levantei-me cuidadosamente, tentando não fazer ruídos, senti cada parte do meu corpo doer, meus ossos pareciam quebrados, então me lembrei de minha queda, eu podia sentir olhos observando cada movimento que eu fazia. Logo um nome veio em minha mente, será que ele havia me achado?

- Sei que você esta a me observar, então aparece logo e pare com esse joguinho de gato e rato.

Ouvi algo se mover e caminhar lentamente em minha direção, seus passos eram firmes, eu não podia imaginar o que estava a vir em minha direção, só imaginava que não era nada bom.

Um vulto passou em minha frente, deslocando o ar rapidamente, senti um calafrio atordoante, quando o barulho da torneira parou. Algo agarrou minha garganta, e me prendeu a parede atrás de mim, o ar já estava a me faltar, quando um líquido molhou meus lábios.

Estava claro que eu não estava junto de um humano, e eu conhecia aquele sabor indescritível, mas naquele momento não importava o que era ou de onde vinha, aquilo era tudo que precisava, algo que eu buscava, e era especial. Se fosse um vinho, seria da melhor safra que existira.

V.

No mesmo instante que o sangue descia por minha garganta, cada parte de meu corpo se regenerava, me sentia renovada e forte, como se cada osso partido se curasse sozinho e instantaneamente.

-Gostou?

A voz era feminina e delicada, e parecia estar a poucos metros de mim.

-Sim.

-Há quanto tempo faz isso?

- Há quanto tempo faz o que?

- Se droga com nosso sangue?

Depois de ouvir aquelas palavras, percebi que estava seriamente encrencada.

- Muitos vampiros estão mortos para satisfazer sua luxuria.

- Você já deve ter percebido que sou diferente. Acredite em mim, não é por luxuria.

- Então qual é o seu motivo?

Eu sabia exatamente qual era o castigo para os humanos que usavam a droga, cada um tinha um castigo diferente, os vampiros são muito criativos quando se trata de vingança. Eu não queria imaginar qual seria o meu. Se eu explicasse a ela o meu real motivo de consumi-lo, ela poderia deixar de me matar por achar que não sou mais uma aproveitadora que gosta de emoções, entretanto minha morte ainda seria inevitável, ela me mataria por outras razões.

- Porque me deu seu sangue?

- Você ficou ferida ao se chocar comigo na floresta. Precisava de você inteira para maiores explicações.

- Precisava?

-Sei que você é uma coletora.

Fiquei paralisada com suas palavras, ela jamais poderia saber, aquilo seria o meu fim. A estranha vampira se moveu, ouvi seus passos se afastando, logo a luz se acendeu. Meus olhos se fecharam no mesmo instante, e só se abriu quando eles se acostumaram com a luz.

- Eu não te conheço.

- Não.

- Então como você me conhece?

- Eu não tiro os olhos de você a muito tempo, desde aquele dia na velha cabana. Eu me lembro perfeitamente daquela menininha indefesa e de sua alma sendo sugada por você. O que fez com o brinquedo que levou dela?

Fiquei perplexa.

- Como pode ver, sei mais do que você imagina, então não adianta mentir para mim.

- Bom... Se você já sabe o que eu sou, não tenho o que explicar. Obrigada pelo sangue, mas agora preciso ir.

- Você não irá a lugar algum!

- Então me mate agora. Quanto tempo me manterá aqui?

- Você já está aqui a duas semanas. Posso manter por bem mais até conseguir o que quero.

- E o que você quer?

- Quero saber onde está minha alma?

- Se estivesse comigo já saberia, de alguma forma, e eu também saberia. Não há nada em você que me faça pensar diferente.

- Então é assim que funciona? Eu preciso sentir?

- Achei que você soubesse de tudo?

- Não de tudo, só o suficiente. Espero que me ajude.

- E por que faria isso?

- Porque tenho algo que você precisa muito. V. Parece um bom negocio para você, não é?

No mesmo instante comecei a compreender o que toda aquela cena significava, ela queria minha ajuda para encontrar sua alma. Como ajudá-la? Se há pouco tempo não sabia nem o que eu era. Por outro lado, o acordo seria ótimo para mim, ter uma fonte de V sempre à disposição.

- Eu não tenho idéia de como te ajudar. Nunca conheci alguém como eu antes. Nem sei seu nome.

- Não se preocupe tenho algumas informações que serão mais uteis para você que para mim. Meu nome é Selene.

- Por que quer sua alma de volta?

- Se você ficasse sem a sua, saberia.

- E quando a encontrar? Vai me matar?

- Não. Mas você sabe que um dia isso vai acontecer. Ele vai te matar a qualquer hora, quando você não for mais útil para ele.

- Eu já não sou útil para ele. E eu não pretendo cruzar seu caminho novamente.

- Não estou falando de Bill Compton.

- Está falando de quem?

- Dea.

- Como sabe sobre Dea? Sou uma coletora, sou útil para ele. Por que ele me mataria?

- Você é a primeira coletora que confia em tudo que um ceifador diz. Primeira lição do dia... Nunca se deve confiar na morte!


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Notas finais do capítulo

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