Como O Sol e A Lua escrita por Rukia


Capítulo 45
Capítulo 45




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- Eu vou com você.
Byakuya começou a caminhar.
- Que seja. – ele respondeu –
E eu rapidamente corri para alcançá-lo.


Já era tarde e Rukia permanecia inconsciente, estava deitada em sua cama, a pele pálida e fria. Byakuya pegou duas cadeiras e ficamos nós dois sentados próximos a cama, eu ao lado da cabeceira e ele no outro extremo, ambos de frente um para o outro.
- Eu já li um pouco sobre claustrofobia, mas não pensei que pudesse chegar a isso. – falei olhando apreensivo para Rukia –
- Isso não é pela claustrofobia. – Byakuya respondeu também olhando para a irmã –
Eu o olhei surpreso.
- E por que é?
- É pelo motivo que levou ela a tê-la. – eu continuei o olhando confuso – Havia uma empregada da casa que era quase como uma mãe para nós...– ele me olhou seriamente – E nós dois...vimos ela ser assassinada na nossa frente.
Eu o olhei surpreso, pasmo, sem saber o que falar, eles...viram uma mulher ser morta?
- Éramos crianças, nós vimos tudo o que aconteceu, Rukia se lembra somente de algumas partes, eu me lembro de tudo. Mas quando ela tem esses ataques de claustrofobia, é como se o cérebro dela abrisse essas memórias fechadas, fazendo com que ela consiga presenciar tudo novamente...e quando eu digo tudo, é do começo ao fim.
Eu estava cada vez mais pasmado.

- Então, é como se ela presenciasse aquele sofrimento, é como se ela voltasse em mente para aquele momento e revivesse tudo, de maneira real, sólida. É por isso que ela fica dessa forma, é por isso que eu a protejo, eu tento protegê-la. É um sofrimento muito grande, eu que lembro de tudo sei o que é isso, apesar de que com ela é pior, já que ela revive de maneira impactante, as imagens vêem como raios velozes, não há tempo para preparação, não há tempo para proteção, elas simplesmente invadem sem maneira de defesa. Desde aquele dia até hoje, isso ocorreu quatro vezes. – ele suspirou cansado e apoiou a testa nas suas mãos cruzadas, os cotovelos apoiados nas pernas – Na primeira vez fui eu que a fiz passar por isso, eu não sabia que aquilo aconteceria, eu... – ele virou o rosto na direção dela – Só queria fazê-la feliz.
Eu permaneci em silencio, ainda absorvendo as palavras dele, somente agora eu conseguia acompanhar sua narração.
- Me conte...o que houve... – falei cauteloso –
Ele me olhou.
- Do que está falando?
- O que houve...com a empregada.
Byakuya ficou em silencio, até suspirar e voltar a olhar para Rukia.
- Foi á aproximadamente dez anos atrás...

Flash Back

As ruas já estavam escuras, iluminadas apenas pelas poucas lâmpadas espalhadas pelas portas das casas.
- Apressem-se, queridos, está tarde e vocês ainda precisam comer. – uma senhora falou ás duas crianças que vinham logo atrás dela brincando -
O garoto de cabelos negros e curtos correu á frente da senhora e sorriu ofegante.
- Rukia está dizendo que queria ter trago doces. – ele falou animado –
A garota de olhos azuis e com os cabelos negros passando um pouco dos ombros conseguiu alcançar os dois com esforço e parou a frente deles, as mãos apoiadas nos joelhos.
- Mentira, nii-san, é você quem quer doces. – ela falou um pouco indignada –

- Mas se ela comprasse, você também comeria. – o garoto falou ficando frente a frente com a irmã -
- Sim. – ela afirmou com vigor – Hiza nunca nos comprou doces.
- Hiza nunca nos comprou nada. – Byakuya falou olhando sarcastimente para a irmã - 
- Mas é claro que seus pais já compraram. – a senhora falou imediatamente – Tudo o que tem é dado por eles. E por que chamam seus pais pelos nomes? O que eu já disse sobre isso?
Byakuya e Rukia trocaram um rápido olhar.
- É estranho chama-los assim. – o garoto falou –
- Seus pais só ficam ausentes para lhe darem o melhor. – a senhora falou -
- Pois eles estão fazendo algo errado. – a garota comentou emburrando-se – Pois eu só vejo o pior.
- Vocês são apenas crianças...e já pensam dessa maneira... – Tsugi os olhou entristecida – Que pais são esses? – ela sussurrou a si mesma –
- Aposto que não consegue me alcançar. – Byakuya falou correndo a frente de Rukia –
- Nii-san, não é justo... – ela protestou correndo atrás dele – Você correu antes de dar o sinal.
- Nada é justo em uma corrida. – ele falou gargalhando –
- Byakuya, Rukia, voltem, vocês estão mudando a direção de casa.
Byakuya não percebeu que já estava distante da rua iluminada e de repente trombou contra algo e foi ao chão, ele gemeu baixo e se levantou vagarosamente.
- Ei, moleque, isso doeu.
Byakuya ergueu o rosto e se assustou ao ver cinco homens em frente a ele, todos com sorrisos maldosos á mostra, ele recuou e em seguida Rukia bateu contra as costas do irmão.
- Nii-san, avise quando for parar. – ela resmungou passando a mão na testa –
- Corra, Rukia. – Byakuya falou sério –
- Nii-san, do que você...
Rukia avistou os homens e rapidamente agarrou-se ao braço esquerdo do irmão.
- Quem são eles, nii-san?
- Eu disse pra você correr. – ele falou irritado –
- Ninguém vai correr, moleque. – o primeiro homem falou inclinando-se para eles –


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