Cold Night escrita por Naomi Santos


Capítulo 7
A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :)



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            Já era noite e nada da Sra. Soano. Melissa estava ficando preocupada. A mulher havia saído logo depois do almoço e ainda não voltara. A garota estava sozinha em casa desde que o sol se pôs, pois Alec havia voltado para sua própria casa. Ou era o que ela pensava. Decidiu sair procurando a velhinha.

            No tempo em que ela estava na Itália, aprendeu a falar um pouco de italiano, como cumprimentos e algumas perguntas. Mas não foi preciso, encntrou um rapaz que falava inglês perfeitamente bem. Ela perguntou se ele havia visto a senhora e ele lhe respondeu que a mulher tinha ido em direção ao bosque com um rapaz.

            Melissa adentrou pela mata e caminhou por entre as árvores altas até que uma nuvem encobriu a lua. Estava muito escuro e só existia o som das corujas e o farfalhar das folhas secas sob seus pés. Um vento gelado soprou seus cabelos louros para trás e a fez tremer. Avistou um casebre em ruínas mas que apresentava uma luz alaranjada no interior. Na janela a sombra de alguém estava á vista.

            Alguns passos. Mas estes passos eram dificeis de caminhar. Algo dentro de Melissa a fazia recuar com medo.

            -Per favore! No Farlo! –Era a voz da Sra. Soano? Indagou-se a menina, já pavorada. Mas a senhora a ajudara quando precisou... Ela faria o mesmo.

            Decidida, ela caminhou lentamente, tentando não fazer barulho. Mas seu próprio coração a traía, com batimentos rápidos e audíveis. Enfim chegou a porta e a escancarou. Com uma força exagerada pois a madeira cedeu e se espatifou no chão empoeirado. A senhora a olhava apavorada, com vestígio de pena nos olhos. Melissa não olhou para a forma de preto atrás de si, ficou chocada com a imagem da senhora. Ela estava jogada no chão, se contorcendo de dor, com a roupa encharcada de sangue. Todo aquele líquido vermelho parecia sair de...seu pescoço?! A mulher estava muito pálida.

            -Melissa? –A voz doce tingida com surpresa assustou a garota quando ouviu seu nome. Ela ficou ainda mais apavorada quando reconheceu a voz melodiosa. –O que está fazendo aqui? –Perguntou ele, estendendo uma mão pálida na direção da menina.

            A loura recuou, os olhos cheios de medo e repulsa. O que ele estava fazendo com a pobre mulher?!

            -Melissa...espere...eu...-Ele gaguejou, e deu um passo para frente. A senhora gemeu e desmaiou, pousando a cabeça no chão antigo.

            -Não chegue mais perto! –Melissa disse, olhando em volta, procurando com o que se proteger.

            Alec estava desesperado! Como explicaria isso para Melissa? Vendo ela com aquele olhar de nojo para ele... Era como se o tivessem atirado ao fogo! Doía vê-la com tanto ódio dele... O rapaz havia pensado que ela seria diferente... que entenderia... que não o odiaria. Ah, mas como estava enganado! Um pensamento tão iludido. Ninguém nunca o entenderia, ele seria sempre o monstro, não seria?

            Nenhum pensamento coerente explicava aquilo para Melissa. Alec era um assassino? Tantas vezes ela vira pessoas sem coração que agiam sem pensar. Mas ela não conseguia imaginar que ele seria assim... Aquele rapaz de olhos profundos de um tom estranho de roxo...Ele era tão doce.

            Melissa recuava sem pensar, fitando os olhos do ser cruel que estava a sua frente. Achou um pequena pedra no chão. Pegou-a e jogou na direção de Alec, que nem mesmo picou quando o objeto acertou seu rosto.

            -O que... –Ela começou, mas não conseguiu terminar.

            -Quer mesmo saber? –Ele perguntou, desejando muito que ela dissesse não, e que saísse dali correndo para nunca mais vê-lo. Esse pensamento doeu mais do que ele podia imaginar...

            -Quero. –Ela respondeu, a voz falhando e tremendo.

            -Tudo bem. –A voz dele diminuiu, mas ele continuou... –Não tenha medo de mim. Não irei machucá-la. –Ele prometeu.

            “O que é isso?!” pensava Melissa, encarando a figura que se movia graciosamente para ficar de costas para ela.

            -Eu sou um vampiro, Melissa. –Ele disse em um sussurro. A garota queria poder ver seu rosto, achando que ele se viraria e diria “Te peguei!”. Mas algo dentro dela gritava que ele dizia a verdade e que era melhor ela sair daquela casa.

            No entanto, ela queria respostas, não queria? Seria ali e naquele momento.

            -Vampiro!? –Ela mantinha uma postura corajosa, desviando o olhar da senhora deitada no chão, com a respiração fraca.

            -Pode não acreditar se quiser. Vai ser melhor para você.

            -Por que me ajudou? Aquele dia no bosque? –Ela quis saber.

            -Eu não sei. –Admitiu ele. E era verdade, ele não sabia por que havia ajudado uma humana a sobreviver...

            -Você vai me matar agora? –Ela perguntou, soou mais confiante do que realmente estava, e isso era bom... de certa forma.

            Havia algo novo dentro de Melissa agora. Era raiva? Sim, ela estava brava com Alec. Não por ele ser um assassino, ou um mosntro. Mas por ele ter mentido para ela. Por ter ajudado tanto e sendo tão legal, para agora acabar com ela e a senhora em uma casa abandonada e antiga.

            A pergunta alarmou Alec, que se virou depressa para encarar o rosto sem expressão de Melissa.

            -Não vou te machucar.

            Melissa apontou para a mulher jogada ao chão.

            -E ela? –A jovem disse. Ela já não conseguia segurar as lágrimas, seus olhos ardiam e ela sabia que era uma questão de tempo para começar a chorar.

            -Não fui eu.

            -Como não?! –Ela gritou, a primeira gota escorrendo de seus olhos.

            -Eu a achei assim. A trouxe para cá para... tentar fazer algo. Mas já é tarde Melissa. Não tem volta para ela.

            Do lado de fora, passos leves e rápidos vinham em direção do casebre. Rápidos demais... Alec fez uma careta.

            Poucos segundos depois, três vampiros entraram pela porta. Todos eles com um capuz cinza escuro lhes cobrindo o rosto.

            -Alec...Alec... –Disse um deles em tom de reprovação. O mais alto. Era Félix.

            Pareciam que tinham ensaiado, todos eles tiraram o capuz no mesmo momento. A irmã de Alec sorria em um tom vitorioso.

            -Você é mesmo muito bonita, senhorita Grace. –Disse Félix para Melissa, e piscou com um olho para ela. Alec grunhiu e o vampiro riu.

            -Calma, garoto. –Ele dise, aparentemente se divertindo.

            -Quieto Félix. –Interveio Jane, que agora estava séria e olhava Alec com desgosto. –Melhor irmos para casa, não é irmão?

            O olhar de Alec parou no rosto de Melissa, queria a todo custo mostrar que não tinha medo, mas seus olhos a traíam e mostravam que estava apavorada.

            -Ela também vai. –Dessa vez foi a voz de Demetri que ecoou em todo o cômodo.


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