Cold Night escrita por Naomi Santos


Capítulo 6
Esmeraldas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou pequenininho...



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            Já haviam se passado três dias desde que Melissa estivera em Volterra, mas mesmo assim, Alec continuava desconfiado. Ele pensava que Jane estava apenas tramando alguma coisa antes de fazer algo realmente ruim.

            Até agora, Melissa pensava ter sonhado tudo. Apesar de toda noite ela ver uma cena relacionada a Alec e sua irmã, ela pensava estar imaginando. Por Alec, ela continuaria pensando assim por um bom tempo.

            Naqueles três dias, ele a visitou. Eles passearam por Montaione mesmo com o tempo fechado e sem nenhum sinal de sol. Alec estava protegido pelas grossas nuvens cinzas, podendo andar livremente durante o dia.

            Nesse quarto dia, Alec apareceu bem cedo e levou Melissa para andar no bosque. As árvores altas e verdes faziam sombras no chão, onde eles se sentaram e ficaram em silêncio por um tempo.

            Ali, na calma floresta, ele a observava. Ela lhe parecia linda demais para ser verdade, e cada batida de seu coração o tirava a concentração. Ele não conseguia entender o que era aquilo, mas sabia que não passaria um dia sequer sem vê-la.

            -Qual seu sobrenome? –Melissa perguntou. Seus olhos verdes estavam curiosos e encaravam o rapaz com diversão. Ele chegou mais perto e tirou do rosto dela uma mecha dourada.

            -Volturi.

            Ela sorriu. Dessa vez, ela chegou mais perto, e deitou sua cabeça nos ombros de Alec. Mesmo com o casaco preto que ele usava, ela sentiu que ele estava gelado. Ele a abraçou, sentindo o calor de seu corpo e ficando ressentido por não ser humano. Ele nunca havia pensado desse jeito.

            -O que acha de meus sonhos? –Ela perguntou de repente. Ele prendeu a respiração por um momento.

            -Como assim?

            -Quer dizer – ela começou, e levantou a cabeça para encará-lo - você acha que estou ficando maluca ou algo assim?

            -Não. Acho que você viu filmes demais durante sua vida, isso sim. –Ele respondeu. Tentou sorrir, mas ainda estava apreensivo por conta do assunto.

            -Bem, talvez. –Ela respondeu, sorrindo. –Tudo bem, venha. –E então ela se levantou, puxando-o pela mão.

            -Aonde? –Ele perguntou.

            -Aonde quisermos ir. –Respondeu, sorrindo mais ainda. Abraçou-o forte, e apesar de conhecê-lo a tão pouco tempo, sentia que seu lugar era com ele.

            Com uma mão, ele ssegurou seu queixo e levantou seu rosto, para olhá-la nos olhos. Eles se encararam por um tempo, até que Alec inclinou-se e deixou seus lábios tocarem os dela. Tudo ao redor deles pareceu desaparecer. Eles estavam ali, juntos, e era tudo o que importava.

            Mas tudo que é bom tem um fim, e ali, sentindo a boca de Melissa contra sua, Alec sentia-se bem. Até que sua garganta ardeu, uma dor insuportável. O perfume dela o embriagou, sua mão desceu até o pescoço dela, e ele sentiu a pulsação de seu coração. Sua garganta queimava, pedindo por ela. Não, não ela, o sangue dela.

            Suas mãos se soltaram e fecharam-se forte, ele se afastou e fechou os olhos, tentando se controlar. O gosto da boca dela ainda estava nele, e aquilo ardia pelo seu corpo. Havia uma luta dentro dele. Seus instintos contra seus sentimentos. Ele não podia machucá-la, mas algo dentro dele queria.

            Confusão, era isso que Melissa estava sentindo.

            -Me desculpe. –Ele sussurrou, ainda de olhos fechados e a boca numa linha fina. Ela aproximou-se.

            -Está tudo bem. –Ela sussurrou de volta, e deu-lhe um beijo na bochecha. Ela entendera errado, e sorria pensando que ele era um cavalheiro. Que estava desculpando-se por beijá-la, mas ele não se desculpa-se por isso. Na verdade, o beijo de Melissa foi a melhor coisa que ele já havia experimentado.

            Ele abriu os olhos, e a viu sorrindo. Sim, ela sorria demais, ele pensou. Mas era a coisa mais linda, e el não queria que ela parasse de sorrir.

            -Seus olhos são lindos. Verdes como esmeraldas. –Ele disse. A ardência agora estava mais leve, mais fácil de se lidar.

            Voltaram à casa da Senhora Soano, mas esta não se encontrava lá. Ele despediu-se dela, abraçou-a uma vez mais e saiu caminhando pelas ruas de Montaione, feliz e ao mesmo tempo com medo. E se ele houvesse perdido o controle naquele dia? Estremeceu e decidiu não pensar mais nisso.


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