Get Out Alive escrita por Mandy-Jam


Capítulo 15
Um mundo sem cercas


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o penúltimo capítulo de Get Out Alive.
Preparem-se...



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- Corre mais! – Exclamou Amanda vendo que Nina estava cada vez mais distante dela.

- Calma! – Exclamava ela quase morrendo sem fôlego – Como...?! Como você corre... Tanto assim?!

- Muitos anos roubando comida e fugindo. – Respondeu Amanda. Ela parou na frente de uma árvore alta. O cenário da floresta já tinha mudado bastante. Elas tinham seguido em direção a Cornucópia, e as árvores pareciam mais densas e altas.

- Essa serve. – Disse Nina parando ao lado de Amanda – Vamos subir. De cima deve dar para ver melhor o campo.

Ela estava certa.

Demorou um pouco para chegar a um galho suficientemente alto, mas assim que atingiram a altura certa, conseguiram ter uma vista perfeita da arena.

- O que é isso? – Perguntou Amanda franzindo o cenho e olhando em volta.

A arena envolvia todos os tipos de ambientes em um único círculo. O centro da Arena, onde elas se encontravam, possuía uma vegetação densa com árvore grossas e altas. A medida que se afastava de lá, as árvores iam ficando cada vez mais finas até mudarem completamente.

- Uhm... Norte. – Disse Nina apontando para a direção em que se formava neve. Para o extremo Sul da arena era possível ver dunas de dunas de areia. De onde elas tinham vindo tinha a formação de montanhas e várias cavernas. Não muito longe das cavernas, tinha uma praia.

- Aqui tem de tudo. – Disse Amanda – Nós poderíamos nos perder aqui por um bom tempo, sem nunca achar ninguém.

- O que é bom. Ao menos temos a chance de nenhum tributo nos achar. – Disse Nina encolhendo os ombros.

- Acha que eles não vão nos achar? Sério? – Perguntou Amanda cética – A Capital vai fazer com que eles nos achem.

- Só tem a Bia e a Mariana. Rodrigo morreu á poucas horas, então pode ser mais fácil para nós. – Comentou Nina.

- Não fala “nós”. Não tem nós. – Falou Amanda negando com a cabeça – Você realmente acha que nós duas vamos sair vivas daqui? Não. Isso não vai acontecer. Eu tenho que matar você, ou você tem que me matar. De qualquer jeito, isso não nos deixa ser um time.

- E se não nos matarmos? – Perguntou Nina cruzando os braços.

- Os outros tributos nos matam. – Respondeu Amanda.

- E se matarmos eles? Só vai sobrar nós duas. – Insistiu Nina – O que a Capital vai fazer se eu não te matar?

- Vão matar a gente. – Respondeu Amanda – Você realmente acha que seria difícil para eles?

- Seria. – Confirmou Nina – As pessoas assistem aos Jogos Vorazes para ver umas matarem as outras. Se a Capital nos matar, não vai ter tanta graça.

- Quanto tempo acha que nós duas vamos sobreviver nessa arena, se tivermos a Capital contra nós? – Perguntou Amanda olhando para Nina.

- Não sei, mas teremos tempo para pensarmos em um plano. – Disse Nina – Podemos tentar derrubar...

Nina ficou falando seus planos, mas Amanda não estava ouvindo. A única coisa que importava para ela, era que Nina parecia com várias rebeldes que tinha conhecido no Distrito 12.

As pessoas sempre tentavam derrubar o sistema, e acabavam mortas. Não chegavam a viver para assistir um mundo melhor. Elas tentavam tornar a situação melhor. Acabar com o controle da Capital, acabar com os Jogos Vorazes, mas nada disso dava certo.

- O que vocês fariam se derrubassem a Capital? – Perguntou Amanda sem notar. Nina parou de falar e olhou para ela.

- Nós controlaríamos Panem. – Respondeu Nina – De um modo mais justo, é claro. Poderíamos distribuir melhor a comida para os Distritos. Poderíamos derrubar as cercas deles, dar mais liberdade. E o melhor... Poderíamos fazer o povo da Capital pagar pelo que fizeram contra nós.

- Pagar como? – Perguntou Amanda analisando cada palavra que ela falava.

- Podemos fazer os Jogos Vorazes com eles. Veremos se eles gostam disso. – Respondeu Nina – Podemos submeter ele ao mesmo que eles submetem a gente.

- Acha isso justo? – Perguntou Amanda.

- Não acha justo? – Rebateu Nina.

- Você disse “o povo da Capital”. Nem todos na Capital nos querem mortos. Deve ter pelo menos uma família na Capital que é contra os Jogos, mas não pode dizer nada. – Disse negando com a cabeça – Não é justo com eles.

- Eles também não fazem anda para nos ajudar. – Retrucou Nina – Por que ajudaria eles?

- Vocês só querem tomar o lugar deles. Vai ser uma ditadura, assim como é agora. – Disse Amanda desviando o olhar.

- Essa gente mata qualquer um que entre no caminho deles. Eles não ligam se seus pais morreram em uma mina, ou se você vai para os Jogos. Só querem mostrar que são maiores do que nós. Que são mais forte do que nós, mas não são. – Disse Nina – Somos 13 Distritos. 13! Eles são só um. Se nos juntarmos, eles não terão chance.

Amanda não respondeu. Continuou olhando para algum ponto distante.

- Eles precisam de nós, mas nós não precisamos deles. – Afirmou Nina – Temos que lutar com todas as nossas forças para mudar Panem. Tudo isso está nas mãos erradas! A Capital não pode continuar desse jeito, controlando, torturando, e fazendo o que bem entendem!

- Mas nós podemos. – Murmurou Amanda – É isso, não é?

- Só com eles. É uma vingança. – Disse Nina. Amanda negou com a cabeça.

- O que você diz... Pode até ser verdade. Pode até ser verdade que temos que mudar Panem, que a Capital não pode agir desse jeito, mas... – Ela negou a cabeça novamente – Eu não quero nada disso. Não quero guerras para ver quem fica com o poder, não quero forçar pessoas a irem aos Jogos Vorazes, não quero nada disso. Eu só quero ficar em paz. Quero que ninguém possa me afetar mais. Que não posam tirar mais nada de mim.

Nina ia dizer alguma coisa, quando viu Mariana se aproximar. Ela estava andando e olhando para os lados, mas não pensou em olhar para cima. A garota do Distrito 2 segurava uma lança suja de sangue, e parecia estar cansada.

- Ela tem que matar nós duas para conseguir os suprimentos. – Murmurou Nina. Amanda olhou para Mariana com um olhar soturno, e respirou fundo.

- Eu não quero viver em um mundo assim. – Disse ela. Nina olhou para Amanda, e notou que ela estava descendo a árvore. Seus olhos se arregalaram.

- O que está fazendo?! – Perguntou ela. Amanda olhou para Nina uma última vez.

- Faça o que você quer. Mude o mundo. Tente fazer Panem ficar melhor, mas, por favor, dê liberdade para as pessoas. – Pediu ela – Sabe o que eu sempre quis fazer? Andar por Panem inteira. Passar pelas cercas do Distrito e chegar á um outro sem ser presa por isso.

- Você não vai descer. Volta! – Nina tentou puxá-la de volta, mas Amanda desceu mais rápido. Ela foi de galho em galho, quando finalmente conseguiu pular e cair de pé no chão.

Mariana olhou para ela, e Amanda girou sua picareta nas mãos.

- Você ainda estar viva me deixou impressionada. – Disse Mariana – Com aquela nota ridícula que você tirou, achei que ia morrer na Cornucópia. Na verdade... Achei que ia te matar na Cornucópia.

- Você não vai conseguir. – Disse Amanda encolhendo os ombros. Ela se abaixou e pegou algo do chão – Não vai conseguir me matar, e vai morrer sem suprimentos.

- Acha que eu não vou conseguir te matar? – Perguntou ela rindo – Você é muito idiota. Acha que consegue me matar com essa arma de mineiro? Todos do seu Distrito não passam de babacas que nunca ganham os Jogos Vorazes.

- Eu não vou ganhar. – Ela encolheu os ombros – Mas ao contrário de você, eu me acostumo com isso.

Amanda lançou sua arma mais rápido que Mariana podia esperar, e conseguiu atingir a perna dela. Mariana gritou de dor e tentou atingir Amanda com a lança, mas errou a mira.

A garota do carvão abriu a mão e olhou bem a folha que segurava. Era uma folhe pontuda, com uma coloração arroxeada. Ela olhou para Mariana, que ia em sua direção com ódio, e comeu a folha.

A garota do Distrito 2 chegou perto de Amanda e lhe deu um soco. Ela caiu no chão e recebeu um chute. Mariana pegou sua lança que estava no chão e estava prestes a afundá-la em Amanda, quando Nina desceu da árvore.

- Luta comigo primeiro! – Exclamou ela com raiva – Eu sempre quis acabar com você!

- Digo o mesmo. – Sorriu Mariana. Ela chutou Amanda para longe e correu em direção á Nina.

Nina segurou a lança de Mariana antes que ela lhe atacasse, e a jogou longe. As duas começaram a lutar com as mãos.

A garota do Distrito 2 colocou suas mãos no pescoço de Nina e começou a apertar com força. Nina chutava o estômago de Mariana com toda a sua força, tentando fazê-la soltar.

Mariana a soltou, mas lhe deu um soco no rosto. Nina empurrou Mariana para trás e limpou um pouco de sangue que estava em sua boca. Mariana correu em direção a Nina, mas foi a vez da garota do Distrito 13 dar um soco no rosto da inimiga.

As duas tentavam se matar ao mesmo tempo. Mariana segurou as mãos de Nina, enquanto tentava empurrá-la para trás.

- Eu vou matar você e ganhar os Jogos, otária! – Berrou Mariana.

- Não se eu matar você antes! – Rugiu Nina.

De repente... O canhão disparou.

Nina arregalou os olhos.

- Não! – Berrou ela pensando que Amanda havia morrido. Ela olhou para o lado e viu que a garota do carvão estava deitada de olhos fechados. Nina sentiu cada vez mais ódio de Mariana, mas esse sentimento foi interrompido por uma surpresa...

Mariana caiu sobre Nina. Seu corpo estava totalmente mole. Nina a jogou para o lado, e notou que ela não se movia.

Mariana morrera.

Nina não quis parar para conferir como, pois resolveu correr até Amanda e ver o que ela tinha feito. Ela ajoelhou-se para poder vê-la melhor, e tentou sacudi-la.

Embora Nina não soubesse, a folha que Amanda comera era venenosa, e possuía um efeito diferente do veneno que matara Flávia. A garota do carvão estava vendo tudo turvo, com a estranha sensação de estar girando rápido demais.

Dali a alguns segundos, o veneno pararia seu coração.

- Por que você fez isso?! Amanda, responde! – Berrou Nina.

- Eu te disse... – Falou ela em um murmurou fraco – Não quero... Viver em um mundo assim.

- Quer descansar em paz... É isso?! Você poderia lutar comigo! – Exclamou Nina.

- Não... – Amanda negou com a cabeça e o mundo pareceu girar ainda mais – Eu... Não sou como você.

- Sabe que agora você vai ser só mais uma que a Capital conseguiu matar nos Jogos Vorazes, não é? – Perguntou Nina triste. Amanda deu um débil sorriso.

- Eu ganhei. – Riu ela – Enganei eles... Agora... Nunca mais vão poder me controlar.

Nina estava prendendo o choro.

- Eles... Não conseguiram tirar a última... Coisa que eu tinha. – Disse Amanda cada vez mais baixo – A minha vida.

- Você mesma fez isso... – Disse Nina cada vez mais com vontade de chorar. Amanda assentiu com a cabeça.

- Vai... Vai e muda o mundo. – Disse ela baixinho.

- Nós vamos. – Sorriu Nina com algumas lágrimas escorrendo pelo rosto – Nós vamos mudar o mundo. Todos os Distritos, juntos ao 13!

De repente... O canhão.


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Notas finais do capítulo

Quem vai ganhar agora?
Descubram no último capítulo. Vou postar daqui á uns dias.
Obrigada por lerem, e espero reviews!
Até o próximo.



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