Get Out Alive escrita por Mandy-Jam


Capítulo 14
Novos alvos


Notas iniciais do capítulo

A fic já está quase no fim. Só faltam mais 5 tributos. Quem será que sairá vivo?



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Amanda estava sentada contra uma árvore, bem muito longe dos corpos de Bruna e Vinícius. Ela já não conseguia continuar andando, por isso resolveu parar. Nina recostou a cabeça em seu ombro, para poder falar sem que a Capital ouvisse.

- Nós íamos derrubar a rede da Capital. Eles não iam mais ter transmissão nenhuma para os outros Distritos. Aí nós poderíamos mandar nossas próprias informações. – Começou ela.

- Vocês iam derrubar o controle deles, para que vocês é que pudessem controlar. – Comentou ela – Estão fazendo o mesmo que eles.

- Nós temos uma boa causa. – Rebateu Nina. Amanda revirou os olhos, e ela continuou – Era simples, para falar a verdade. Deveríamos entrar na Capital e atingir o radar deles. Uma invasão simples.

- No meu Distrito, invasão simples é você entrar no quintal dos outros e roubar comida do lixo. – Comentou Amanda.

- Quer ouvir a história? – Perguntou Nina.

- Ah, claro. Conta. – Assentiu Amanda.

- Eu era a líder. – Nina sorriu orgulhosa de si – Era um grupo pequeno. Umas 7 pessoas. Só o suficiente para derrubar o radar e ir embora.

- Mas deu errado. – Completou Amanda – Adivinhei?

Nina mexeu na terra na sua frente com a ponta dos dedos e assentiu.

- Isso. Deu errado sim. – Confirmou ela revirando os olhos – Nós estávamos prestes a derrubar o radar emissor, quando os guardas conseguiram nos encontrar. Eles levaram todas as 7 pessoas para serem torturadas. Eu ouvi tudo aquilo.

Amanda abaixou a cabeça sem saber o que dizer. Imaginou Nina sentada sozinha em uma sala escura, enquanto ouvia os gritos estridentes e cheios de dor de seus parceiros de equipe.

- Mas e quanto a você? – Perguntou ela.

- Eu... Bem, eu não sei dizer se eu tive sorte com tudo isso. – Comentou ela franzindo o cenho – Eles disseram que como eu era a líder, devia servir de exemplo. Eles me jogaram aqui e mandaram eu fingir que era do Distrito 8.

- E você aceitou ordens deles? – Perguntou Amanda sem acreditar.

- Eles me deram um incentivo. – Comentou Nina – Eles... Pegaram a minha mãe.

- Ela foi com você naquele grupo? – Perguntou Amanda franzindo o cenho.

- Não. Eles a encontraram na parte de cima do nosso Distrito. Para nos escondermos da Capital, nós ficamos no subterrâneo. – Contou Nina em um tom extremamente baixo – Não que eles não saibam disso, mas é melhor não falar isso alto.

- Por que? – Perguntou Amanda.

- Você poderia correr perigo por saber disso. – Respondeu. Amanda encolheu os ombros se sentindo extremamente triste em dizer aquela frase.

- Eu não tenho mais nada. – Disse ela – Eles tiraram os meus pais de mim. O meu irmão. Muitos amigos meus. Tiraram minha comida, minha casa...

- Mas ainda tem a sua vida. – Disse Nina.

- Isso adianta de alguma coisa? – Perguntou Amanda negando com a cabeça – Eu já estou aqui. Eles já estão tirando a minha vida.

- Mas não precisa ser assim. – Disse Nina.

- O problema é que não tem como nós fugirmos ou fazermos alguma coisa contra o sistema, ou será que você não percebeu? – Retrucou Amanda.

- Não. O problema é que gente como você nunca quer fazer nada para derrubar o sistema. Nós deveríamos escolher o sistema. Nós deveríamos escolher quem nos lidera, ou pelo menos ter liberdade para dizer não á um evento como os Jogos Vorazes. – Rebateu Nina irritada – Mas acho que se dependesse de você, isso nunca ia acontecer.

Amanda desviou o rosto, irritada do mesmo jeito que Nina.

- Eu já vi algumas pessoas que nem você no meu Distrito. – Comentou Amanda – E todas elas morreram.

- Eu já vi gente que nem você também. Eles também morrem, mas morrem sem nem mesmo fazer nada. – Retrucou ela – Isso sim é deprimente.

- Então fica deprimida para lá, vai. – Disse Amanda chegando para o lado. Nina chegou para longe dela também, e as duas ficaram lá sentadas e mudas. Amanda estava cogitando a idéia de se separar de Nina, quando algo cortou seus pensamentos.

- Atenção tributos! – A imagem de um dos idealizadores dos Jogos apareceu no céu. Ele sorria e parecia simpático, mas todos sabiam que por trás disso tinha alguma história – A Capital parabeniza todos vocês, que conseguiram se manter vivos até agora. Rodrigo Jabarra, Mariana Masson, Beatriz Sampaio, Nina Castro e Amanda Freitas. Todos vocês mostraram que possuem grandes habilidades.

- O que é isso? – Perguntou Amanda em um murmuro. Nina sabia o que era aquilo. Sabia muito bem o que ia acontecer.

- Eles ouviram. – Disse Nina tensa.  Amanda olhou para ela com um pouco de medo, mas depois olhou para a tela.

- Entretanto, sabemos que somente um de vocês será o campeão e voltará para seu Distrito com uma enorme quantia em dinheiro. – Continuou ele – Dois de vocês estão em condições ótimas, por isso... Para equilibrar o jogo, nós resolvemos dar uma chance para os outros participantes.

Nina se levantou de repente, e olhou para Amanda.

- Temos que ir embora. – Disse ela – Para qualquer lugar.

- O que? O que houve...? – Sua voz foi cortada.

- Os tributos que conseguirem matar Nina Castro e Amanda Freitas, ganharão suprimentos e medicamentos. – Anunciou ele ainda com um sorriso simpático – Boa sorte para todos, e que a sorte esteja sempre em seu favor!

Sua imagem sumiu. Amanda engoliu em seco, e olhou em volta devagar.

- Vão nos matar. – Disse ela passando a mão pelo cabelo – Eles vão vir correndo achar a gente.

- Temos que ir embora. Nós temos que subir nas árvores, e... – Amanda cortou Nina.

- Espera. – Disse ela se levantando com dificuldade. Amanda olhou para Nina fixamente, enquanto segurava sua picareta – Não.

- Não o que? – Perguntou Nina – Nós não temos tempo...!

- Ele disse que qualquer um pode me matar ou matar você que vai ganhar suprimentos e medicamentos. – Falou Amanda. Ela girou a picareta nas mãos – E se eu matar você?

Nina olhou para ela por alguns minutos, e o silêncio as cercou.

- Você não vai me matar. – Disse Nina calmamente – Realmente quer fazer isso?

Amanda ficou em silêncio.

- Se você fizer isso, eles vão direto para você. Vai ser mais fácil. Ao invés de dois alvos, eles só terão um. – Explicou Nina – Nós temos que fugir juntas para podermos ter mais chances contra eles.

- Chances? – Repetiu Amanda. Ela sentiu seus olhos se encherem de água – Você acha que temos chances?! Eu nunca tive chance. Nunca. Em nada.

- Podemos ter agora. Você luta bem com essa arma, e eu consigo usar o arco e flechas... – Nina pode ver pelos rosto de Amanda que alguma coisa estava errada – O que houve?

- Ela está atrás de nós. – Disse Amanda devagar – A Mariana vai nos procurar com o maior prazer.

Nina sabia que aquilo era verdade. Ela segurou o arco com força e sorriu tentando transmitir confiança.

- Então que ela venha. – Falou Nina.

XxX

Rodrigo tinha perdido muito sangue. Seu corpo ainda estava completamente ferido por causa do ataque de Mateus. Ele continuava na mesma árvore, embora Bia tivesse ido embora há tempo.

Suas forças o impediam de ir embora. Ele mal conseguia mexer sua mão.

Ele olhava para baixo da árvore, esperando que alguém subisse a qualquer momento. Ele ainda tinha sua arma de pregos na mão, mas duvidava que pudesse fazer muitos estragos com aquilo.

Rodrigo imaginava que Amanda e Nina deviam estar muito bem para serem anunciadas no telão como alvo. Ele poderia tentar, é claro, se ele pudesse se mexer.

De repente... Ele notou que alguém se aproximava. Mariana surgiu no campo onde antes estavam os corpos de Mateus e Rita. Ela olhou em volta procurando os suprimentos que tinha deixado para trás durante a fuga.

Alguns coelhos andavam por ali, mas ela não lhes deu atenção. A última carreirista abriu a mochila que estava na sua frente e procurou freneticamente pela comida, mas não achou nada.

Rodrigo também achou aquilo estranho, mas ficou só olhando mesmo.

- Cadê?! – Reclamou Mariana com raiva.

Ela vasculhava todas as mochilas, mas não tinha nenhuma migalha de comida. Ela deu um soco em uma das mochilas e passou a mão pelo rosto. Não tinha idéia do que tinha acontecido, até que um coelho pulou na frente dela. Mariana olhou para o pequeno animal, mas depois resolveu ignorá-lo.

- Por que a arena está cheia desses coelhos? – Imaginou Rodrigo. Foi aí que ele ligou uma coisa com a outra. Não tinha mais comida, mas tinham vários coelhos – Os idealizadores jogaram os coelhos aqui para acabarem com os suprimentos.

Ele deu um sorriso débil para Mariana, que tinha sido passada para trás por coelhinhos, mas não tinha forças para rir.

Foi aí que tudo deu errado para ele. Mariana olhou para a árvore em que Rodrigo estava, na procura de alguma fruta, mas o que achou foi o garoto ferido sorrindo. Seu sorriso rapidamente sumiu do rosto ao notar que fora descoberto.

- Olha só isso... – Comentou Mariana pegando sua lança. Rodrigo se preparou. Ele apontou a arma de pregos para ela, e negou a cabeça devagar.

- Nem... Pense nisso. – Disse ele como se conseguisse acertá-la de uma distância tão grande. Mariana fingiu que ia avançar para subir a árvore, e Rodrigo moveu-se para trás instintivamente.

 Acabou caindo da árvore, mas por sorte não quebrou o pescoço. Suas mãos tocaram a arma de pregos, e ele tentou mirar mesmo estando com uma dor horrível. Mariana deu um chute na mão dele e apontou sua lança para o garoto.

- Merda... – Murmurou ele vendo que seria morto – Eu não... Sou o seu alvo.

- Todos são os meus alvos. – Disse Mariana. Ela virou Rodrigo com um chute, e ele ficou de costas contra o chão. A carreirista tinha achado uma corda na mochila, quando voltou-se para Rodrigo novamente.

Ela afundou sua lança na barriga dele, aumentando ainda mais o corte, e Rodrigo berrou de dor. Depois de alguns minutos fazendo pressão, o canhão disparou mostrando a morte de Rodrigo.

Mariana pegou a corda e fez um nó amarrando-o ao pescoço de Rodrigo. Ela jogou a corda por cima de um galho da árvore e ergueu-o em uma forca.

- Pronto. Ao menos assim eu vou reconhecer esse lugar. – Disse ela.

Mariana virou-se na primeira direção que vira e saiu correndo. Só haviam mais 3 alvos para eliminar, e ela pretendia cuidar primeiro de Nina.

- Eu vou acabar com aquela garota. – Disse Mariana enquanto corria com raiva.

Bia desceu de uma das árvores e observou a carreirista ir embora. Ela sorriu de leve e negou com a cabeça.

- Não se acabar com você antes. – Disse ela olhando um pedaço de papel em sua mão. No topo dele estava o título: “Mapa da arena”.


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Notas finais do capítulo

Espero por reviews. Será que a Bia vai conseguir agora que tem o mapa da arena? E onde ela pegou aquilo?
Até o próximo!



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