Depois de comermos e termos conversado bastante, Tom e eu fomos caminhar beira-praia, mas sem compromisso, só da minha parte. Quando chegamos ao carro ele me encostou delicadamente na porta do passageiro da frente, me prensando entre seu corpo e a porta. Nós fechamos os olhos e quando já sentia os lábios dele nos meus por alguns segundos, desviei meu rosto.

Olhei nos olhos deles e vi a expressão de decepcionado, me senti muito mal com aquilo e minha reação foi entrar no carro e ignorar aquilo que acabara de acontecer.

Tom deu a volta no carro e entrou também e voltamos para o hotel sem sequer dirigir uma palavra, nem um olhar um para o outro.

Marie e Bill estavam rindo muito de uma das cenas do filme que assistiam, até que Bill ficou sério e passou a olhar apenas Marie, como se fosse pra ela perceber o que estava acontecendo. Marie olhou Bill por alguns segundos e logo sorriu.

- Tem algo de errado? (ela perguntou inocentemente)

- Não! (ele sorriu) Está perfeito!

- Não entendi Bill! (isso é mentira)

- Então eu te explico.

Bill agarrou Marie e a envolveu num beijo, mas não qualquer beijo, sim! Com certeza aquele beijo significava algo. Ela não evitou, seria louca se evitasse! Aqueles minutos, para Marie, significaram uma vida inteira.

Eles se soltaram, e minha irmã sentiu que se lhe tirassem o fôlego; Ora, quem diria que ela beijaria o amor da vida dela?

Bill não tinha palavras pro que havia acontecido, ele não fazia idéia do por que do beijo, só sabia que na hora não conseguiu evitar.

Logo o silêncio deles foi cortado pelos fortes passos de Tom pelo corredor e pela força que eu fiz para fechar a porta. Bill estranho tudo aquilo e foi até o quarto do irmão para saber o que houve. Marie também fez o mesmo e assim que entrou no meu quarto se deparou comigo emborcada na cama.

- Mi, o que aconteceu?

- Nada Marie, me deixa em paz!

- Mas como não aconteceu nada?

- Não aconteceu! (escorreu uma lágrima pelo meu rosto) Por favor, eu quero ficar sozinha.

Marie me deixou naquele quarto vazio. Eu não podia acreditar, não podia está gostando dele. Gostando? Não, era mais forte que isso. Não podia começar a amá-lo, alimentar isso, afinal, seria só essa semana.

No outro quarto Bill fazia de tudo para descobrir o que acontecera.

- Tom, o que ela fez?

- NADA BILL! (Tom respondeu nervoso) E ESSE É O PROBLEMA!

- Eu não te entendo!

- Nem eu! (Tom abaixou a cabeça confuso)

- Tom, é melhor você descansar um pouco! Você ta precisando.

- É. (ele sorri)

Eu não consegui pregar os olhos aquela noite. Fiquei em claro pensando no que fazer para tirar Tom da minha cabeça e do meu coração, e isso parecia a pior de todas as missões. Só que o que eu não sabia era que o destino tinha reservado algo a mais para mim e para minha irmã.