Durante nossa viajem de volta, Marie e eu guardamos nossas lembranças para nós mesmas. Chegamos no mesmo dia em casa e nossos pais perceberam que estávamos muito desanimadas, minha mãe até tentou descobrir o por quê, mas sem sucesso. Marie foi a que deu mais na cara, ela sempre dava ‘dor de cabeça’ pra todo mundo, e estava tão quieta... Eu não consegui pregar os olhos naquela noite, virava de um lado pro outro e me sentia tão sozinha naquele quarto imenso, precisava de alguém e só me vinha à cabeça Tom. Tentei varias vezes tira-lo da cabeça, mas era impossível, e a hora passava. Logo de manhã, resolvi tomar um banho pra, talvez, ‘esfriar a cabeça’. Entrei de baixo da ducha e tive um pequeno devaneio da noite antes da anterior; como foi uma loucura o que aconteceu, e tudo começou assim. Naquele momento o que eu mais queria era que Tom Kaulitz se materializasse em minha frente e me beijasse como daquela vez. Meus pensamentos foram cortados pela minha mãe batendo na porta e chamando pelo meu nome, eu nem percebi e já fazia quase uma hora que eu estava no banheiro. Saí rapidamente do banheiro e fui em direção a meu quarto, a mesma seqüência daquela noite, do banheiro a cama, balancei minha cabeça negativamente e saí. Passei pela porta do quarto de minha irmã e ouvi a doce voz do Bill cantando uma canção... Tudo me lembrava o Tom e como pra minha irmã talvez fosse mais difícil eu desci as escadas assim que escutei o solo de violão. Fiquei por uns 15 minutos na sala e não me agüentei, pequei uma maçã e subi para meu quarto, passei mais uma vez pela porta de Marie e tocava a mesma musica: ‘QUE DIABO DE MUSICA DEMORADA’, conclui mentalmente. Entrei em meu quarto e despenquei na cama, tentei da uma mordida na suculenta maçã, mas não consegui. Estava tudo muito quieto e só se ouvia minha irmã repetindo a mesma palavra em alemão: “Geh, geh, geh,”... Aquilo tava me deixando nervosa, os pensamentos, a voz do Bill acompanhada pelo solo de guitarra e minha irmã com aquela palavra que eu nem sabia o significado... ‘Perdi a cabeça’ e fui ao quarto de Marie, entrei batendo a porta na parede. - MARIE, PARA COM ISSO! SERÁ QUE ESSA MUSICA SÓ FALA ESSA PALAVRA IDIOTA? - Não... (ela nem se importou com meu escândalo) Mas, é só isso que importa pra mim agora! Saí do quarto furiosa e minha irmã começou a dizer o significado daquela palavra alemã: Vá, vá, vá, vá.... Desci pra sala e liguei a TV, por algumas horas consegui relaxar e afastar aqueles pensamentos, mas tudo foi em vão quando começou aquele noticiário. A repórter estava no aeroporto perto de minha cidade entrevistando um bando de fãs enlouquecidas: ‘Repórter: Você não acha exagero ficar aqui desde cedo? Fã: Pelo TH eu faço qualquer coisa!’ Agora sim, eu sabia que tinha que vê-lo mais uma vez. Subi para meu quarto e peguei minha jaqueta, antes de descer as escadas voltei para o quarto de Marie, que estava com um pijama do rei leão e as pantufas combinando. - OH, eu não sei quanto a você, mas, eu vou pro aeroporto... (saí do quarto e logo escutei minha irmã) - Pra que você vai pro aeroporto? - Eu preciso ver o Tom mais uma vez! (eu a olhei disposta) Se quiser me siga! Marie nem pensou duas vezes, nem se preocupou com sua roupa, simplesmente, me seguiu até a nossa garagem. - Vamos de moto, é mais rápido! Subimos e fomos em direção ao aeroporto.