Golden Slytherin escrita por Scarla, Biaa_Liaa


Capítulo 12
Capítulo IX – Conhecendo um conhecido... Parte II


Notas iniciais do capítulo

Minha demora para postar não tem desculpas. Não importa o quanto meu ano tenha sido conturbado, a minha demora foi total desrespeito a vocês. Juro que não se repetirá e realmente espero que quem acompanhava continue e quem começar a ler não se intimide com essa demora, prometo capítulos postados com mais frequencia!
Capítulo dedicado a Ana Clara Amado, que me ajudou muito enquanto eu o escrevia, principalmente na aula de História da Magia, e à Thays Lacerda, que reacendeu minha vontade de escrever a fic e para quem prometi voltar a escrever nas férias.
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/161554/chapter/12

   _ Sabem, na minha época não era tão fácil alguém ter atenção aqui... Mas de qualquer forma, podemos começar a aula de História da Magia de hoje? _ sem esperar por respostas, Draco deixou a caixa de lado e começou a falar _ 1993. O notório assassino Sirius Black escapara de Azkaban. Naquela época, na concepção de todos, ele era um ávido seguidor de Voldemort que matara 13 trouxas e um de seus melhores amigos no mesmo dia. Dementadores passaram a guardar a escola, porém essa foi a única mudança significativa para os estudantes. Como de praxe, Potter conseguiu arranjar sua cota anual de drama, mas como essa aula não é intitulada História de Harry Potter, vamos prosseguir. No ano seguinte, a volta do Torneio Tribruxo após cem anos surpreendeu todos. Como diz o próprio nome, o torneio baseia-se em três campeões, de três escolas – Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang – competindo em três desafios, distribuídos ao longo do ano. Por motivos de segurança, apenas maiores de 17 anos seriam permitidos a participar do Torneio. Porém, quando os vencedores foram anunciados, o nome de Harry Potter também apareceu. Pela primeira vez nos setecentos anos do Torneio, havia quatro campeões: Fleur Delacour, Vitor Krum, Cedrico Diggory e Harry Potter. Grande parte dos Hogwartianos achou estranho e apoiou Cedrico como o verdadeiro campeão de Hogwarts. Já os estrangeiros clamavam que era uma trapaça e uma artimanha de Dumbledore para vencer o Torneio e levar a glória eterna para a Escola. Porém, as regras eram claras, e Potter teve que entrar na disputa. Tudo correu bem até a terceira tarefa, bem até demais para um garoto do quarto ano. A terceira tarefa era a busca pela Taça Tribruxo em um labirinto. Ambos campeões de Hogwarts chegaram juntos à ela, tendo Fleur sido amaldiçoada por Krum que, por sua vez, estava sendo controlado pela maldição Império. Porém, a Taça era uma chave de portal – um objeto mágico utilizado para transporte do bruxo que entrar em contato com ele – que levou os jovens para um cemitério. Agora, como Harry não pôde vir aqui hoje, eu tenho um relatório dele sobre o que aconteceu naquela noite.

   “Ao chegarmos ao cemitério, percebemos que havia algo errado. Não apenas pelo fato de que lá era extremamente escuro e parecia frio como a morte, como também pelo fato que Dumbledore jamais mandaria ninguém para longe após os ataques de Comensais à Copa Mundial de Quadribol e toda a... peculiaridade do ano. Cedrico começou a olhar a nossa volta e afastou-se de mim. Foi quando li o nome de Tom Riddle na lápide em frente a mim. Porém, Tom Riddle, Voldemort, não fora enterrado em um cemitério trouxa, não poderia ser ele. Mas quem mais? Naquele momento, minha cicatriz começou a doer, queimando minha cabeça mais do que em qualquer outro momento da minha vida. Gritei para que Cedrico corresse, pegasse a Taça e voltasse para Hogwarts, mas como uma pessoa extremamente gentil, leal e corajosa, ele continuou lá e apontou sua varinha para um vulto baixo, carregando o que parecia ser um bebê...”.

   _ Aparentemente Potter não tem a mísera capacidade de fazer um relatório. Eu disse para ele ser objetivo e não enrolar nas sensações do maldito cemitério!_ vários alunos riram com a quebre de expectativa, até mesmo a Prof. Chang, que tinha seus olhos marejados. _ Mas voltando aos fatos, o vulto lançou uma maldição da morte em Cedrico Diggory, obedecendo a ordens do bebê. _ disse, fazendo aspas no ar_ Acontece que o “bebê” era Voldemort, que estava tentando recriar seu corpo há um ano, causa das trágicas dores de cabeça do Potter. Foi então realizado um feitiço complexo, que envolvia osso do pai (o Tom Riddle da lápide, que era trouxa), carne do servo (Rabicho, também conhecido como Peter Pettigrew, ex-amigo dos Potter)...

   _Bastardo traidor. _ Diretor Longbottom murmurou de forma audível e houve uma crise de risos entre todos daquele Salão.

   _Detesto ter que concordar com você_ declarou Malfoy _ Mas voltando ao assunto, Rabicho decepou sua própria mão, prendeu Harry e retirou seu sangue...

   _ E misturou tudo no caldeirão de amor da Celestina Warbeck!!! _ Fred, percebendo que falara mais alto do que esperava, deu um sorriso amarelo para Draco _ Desculpe. Não resisti.

   _ Sr. Weasley, estou tentado a tirar pontos da sua casa, mas sua declaração foi engraçada demais para isso. Como o senhor disse, tudo foi jogado em um caldeirão, juntamente com Voldemort, que surgiu em um novo corpo, mais forte pelo sangue de Harry também correr em suas veias. Voldemort convocou seus Comensais da Morte para mostrar que ele estava vivo e que iriam recomeçar a agir e depois travou um duelo com Potter, no intuito de matá-lo. O Lorde das Trevas foi vencido com um Expelliarmus, pois tudo é mais fácil quando se é O-Menino-Que-Sobreviveu. Harry conseguiu voltar para Hogwarts com o corpo de Diggory, completamente chocado e pondo todos em desespero. No fim quem ajudara Voldemort fora nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Moody, que era na realidade um Comensal sob o efeito constante da Poção Polissuco que mantinha o verdadeiro Moody num baú. Ele que colocara o nome de Potter no cálice e o ajudara ao longo do Torneio, deixando-o vivo para Voldemort. Nosso Ministro da época, Cornélio Fudge, caiu em negação, não acreditando que o Lorde das Trevas havia retornado e difamando Alvo Dumbledore e Harry Potter. Isso acabaria trazendo mais problemas, mas isso só é assunto para a próxima aula.

   Os alunos seguiram para suas respectivas aulas.

Na sala de Aritmância após o horário escolar...

   _ Ah! Que bom que chegaram! _ o professor Finnigan exclamou, feliz pelos alunos que cursavam o sétimo ano em sua aula não terem se atrasado, como era de praxe dos mesmos _ Sentem-se onde quiserem, o aviso é rápido... Mas aconselho vocês a ficarem próximos de seus cônjuges.

   Começou um certo alvoroço na sala, enquanto os alunos procuravam os seus pares. Fred e Robert puxaram Vênus e Lauren para perto deles, mas James não se moveu. Nicole também não se moveu. É... Todos sabiam que não era coincidência.

   _ Bom, bom... Tenho uma notícia excelente para vocês! _ Nicole abriu um sorriso, já esperando que a idiota tarefa na qual era obrigada a aturar o arrogante James Sirius Potter como seu marido, o qual ela nunca aceitaria amar e ser fiel até que a morte os separasse _ A diretoria aprovou o meu pedido de seguir com o nosso projeto pelo resto do nosso semestre! _ o professor exclamou realmente animado.

   ­ _ O QUE??? _ Nicole e James gritaram. Depois disso só ouviu-se uma série de exclamações ininteligíveis proferidas pelo casal mais improvável naquela sala.

   _ Vejam bem, para os senhores entenderem como é a vida de casado, serão necessárias mais do que duas semanas...

   _ Mais do que duas semanas? Eu não aturo ela por um almoço e você quer que eu ature por seis meses? SEIS MESES? _ James gritou, exaltado.

   _ Na verdade, senhor Potter, nosso “semestre” tem apenas quatro meses e meio, porque só temos nove meses letivos. _ James bufou, “como se isso mudasse alguma coisa”, pensou. _ Então, como o projeto se estendeu, haverá mudanças.

   Os alunos olharam curiosos para o professor, exceto por James e Nicole, que suspiraram cansados.

   _ Acho que vocês têm mais em comum do que pensam... _ Cold sussurrou para a irmã, recebendo um olhar mortal e um tapa na nuca.

   _ Semanalmente, serão sorteados desafios, meio escondidos, devo confessar, em um pequeno texto que sairá dessas meias. _ Simas ergueu duas meias, uma cor-de-rosa com coraçõezinhos e uma azul com pomos de ouro _ Vamos começar o sorteio... Que tal pelo casal mais unido dessa sala? _ todos se olharam _ Potter, por que o senhor não sorteia primeiro?

   James rolou os olhos enquanto dirigia-se ao professor, que estendeu a meia cor-de-rosa para ele.

   _ Ahn... Professor? Eu acho que o senhor é o único que não percebeu que eu sou um cara.

   _ Como assim, James, querido? _ Nicole fingiu-se de esposa amorosa _ Eu também não tinha percebido!

   Risadas foram ouvidas por toda a sala, não sendo deixadas de lado nem pelo próprio mestre, que apressou James a retirar o seu texto.

Alguns vícios tendem a afogar seus problemas.

   O garoto leu o texto, olhou para o professor e voltou a se sentar. Finnigan chamou Nicole, que dirigiu-se à meia azul e pegou o primeiro pergaminho em que encostou.

Preocupações tendem a subir-lhe a cabeça.

   A garota voltou a se sentar, sem entender muito bem o que lhe fora imposto por aquele maldito professor. Outros alunos sortearam seus desafios antes que Fred tivesse a infeliz oportunidade de fazê-lo.

Empecilhos externos conturbarão sua relação.

   Vênus, vendo o parceiro fazer o sorteio, seguiu-o.

Atenção de menos significa exagero emocional.

   Robert e Lauren foram os últimos dos amigos a fazerem o sorteio. O menino pegou o pergaminho primeiro, sendo logo seguido pela garota. Os textos mostravam os respectivos bilhetes:

Nenhuma vida é livre de arrependimentos.

Por que nada dá certo com você?

   A garota não gostou de seu bilhete, mas...

   _ Mais um aviso, alunos! _ o professor chamou quando eles se retiravam _ Os senhores foram enfeitiçados.

Dormitório sonserino feminino, invadido por seis garotos, dentre eles, três grifinórios...

   _ A “reunião” super importante tinha mesmo que ser no NOSSO dormitório? _ Stella perguntou, olhando para James, Fred, Robert, Scorpius, Alvo e o próprio irmão, que já se jogavam preguiçosos nas camas extras e nas das meninas _ E vocês têm mesmo que roubar as NOSSAS camas?

   _ Sim. _ James disse _ Eu estou em uma crise. Uma CRISE! _ o garoto passava as mãos pelos cabelos e olhava para todos os lados _ Por acaso vocês têm suco de abóbora por aqui?

   _ Ahn... Temos... _ Lucia respondeu, levantando-se da cama onde estava sentada ao lado de Fred e dirigindo-se até um armário pequeno no canto do quarto _ Rose o enfeitiçou para manter alguns alimentos gelados... Temos refrigerante trouxa também, se você preferir... _ a loira disse, estranhando a súbita vontade do amigo de tomar suco de abóbora.

   _ Suco de abóbora ta bom! _ James disse, pegando o sugo gelado e despejando-o em um como que Rose o entregou, bebendo-o de golada assim que o copo encheu-se _ Ai, ai... Precisamos de um armário refrigerador também...

   ­_ Cara, você ta bem? _ Stan perguntou, vendo que o Potter mais velho virava mais um copo de suco.

   _ Bem? Se eu to bem? EU TO PESSIMO! _ ele gritou _ To casado, preso, amarrado na Nicole até o fim do semestre!

   _ Ahn... Cara, não é bem assim... _ Fred, que estava com os braços ao redor de Lucia, disse _ Você pode ficar com outras pessoas, até porque é um trabalho escolar!

   _ Ah! Mas você ouviu o que o professor Finnigan disse! Temos que fazer relatórios semanais sobre “a vida de casados”... E o pior! Estamos enfeitiçados! _ James bufou _ Tinha alguma coisa naqueles papeis que fazem a gente agir estranho!

   _ Tipo se embebedar de suco de abóbora? _ Alvo perguntou ao irmão quando o viu virar o terceiro copo do liquido _ James, já chega de suco, não?

   _ Ah! Não mesmo! Vocês não vão conseguir me separar desse suco!

   _ O que estava escrito no seu papel? _ Rose perguntou, sentando-se na sua cama, onde Scorpius estava jogado.

   _ Alguma coisa sobre vícios, problemas afogados... Eu sei lá! _ James dizia um pouco grogue. Talvez o açúcar do suco não estivesse o fazendo muito bem.

   Stella levantou-se e, sem receio algum, colocou a mão dentro do bolso de trás da calça do rapaz, que retesou o corpo imediatamente. A loira, sem intimidar-se com os olhares confusos e os sorrisos maliciosos dirigidos a ela, retirou um pedaço de pergaminho de dentro do bolso do amigo, lendo-o e começando a rir descontroladamente.

   _ “Alguns vícios tendem a afogar seus problemas” _ ela recitou em meio a risos _ James, por ter muitos problemas com seu “casamento” _ ela disse, fazendo aspas quando se referiu à união de James e Nicole _ decidiu, para curar seus problemas, viciar-se não em firewhisky, ou a vodka trouxa, nem em cerveja amanteigada. Viciar-se em suco de abóbora. _ finalizou.

   Oito dos jovens presentes no aposento riam sem parar e o único que se mantinha sério encarava-os com um olhar reprovador. James formava um bico com os lábios, bico esse que Stella achou extremamente fofo. Ela se aproximou do amigo e apertou as bochechas dele, de forma que sua boca fosse comprimida.

   _ Agora fala: peixinho fofo.

   _ Por quê?

   _ Porque eu to mandando.

   _ Peixinho fofo.

   _ AAAAHHHH! Que fofooooo! _ as garotas do quarto exclamaram, indo apertar as bochechas de James.

   _ Ah... Eles crescem tão rápido... _ Alvo disse, fingindo secar uma lágrima _ Ontem mesmo ele estava esbanjando charme para todos os lados e hoje... Ah! Hoje ele já está casado!

   James revirou os olhos e deitou-se em uma das camas que ele sabia que ninguém dormia.

   ­_ Como eu não vou me separar de meu vício, vou dormir aqui hoje. Boa noite, meninas. _ ele disse colocando-se embaixo das cobertas e virando-se para o lado oposto ao que os amigos estavam.

   _ Se ele vai dormir aqui, nós também vamos! _ Fred disse puxando Lucia para embaixo das cobertas com ele.

   _ Hei! _ Alvo disse _ Você não vai dormir com a Lucia! _ quando percebeu que todos o encaravam, ele completou _ Vou dormir no quarto também! Não quero ficar vendo esse agarramento!

   _ Virou festa, agora? _ Stella perguntou, indo para o lado dor irmão.

   _ Sim! _ Scorpius disse _ Lucia pode dormir com Robert, que é irmão dela, assim o Al ali não vai ser incomodado com agarramentos... Stella dorme com Stan, o que não deve ser problema _ olhou para os amigos que assentiram _ E Rose... Com quem a Rose dorme?

   ­Stella olhou para Rose, que olhava para o chão, constrangida. Pensou em sugerir que ela dormisse com Alvo, mas traria problemas com Lucia, logo com Fred também. Talvez James, se ele já não dormisse e roncasse estirado por toda a cama.

   _ Sobrou você, Scorpius. _ Stan disse, com um sorriso de lado _ Se importa?

   _ De que? De dormir com essa ruiva linda em meus braços? _ ele olhou para Rose, que agora gargalhava _ Nem um pouco! Vem comigo, gatinha!

   Ele agarrou Rose pela cintura e puxou ela para a cama, abraçando-a como se ela fosse um bichinho de pelúcia.

   _ Scorp... Eu preciso respirar! _ Rose disse entre risos e o amigo afrouxou o aperto, mas sem solta-la.

   No silêncio do quarto, todos dormiram felizes. Ou nem todos. Um dos garotos imaginava porque a garota que ele queria dormia nos braços do irmão, e não nos seus.

Salão comunal da Grifinória – 04h02

   _ O plano já começa a ser executado, senhora! _ uma garota falava para a lareira.

   _ Por que me chama de senhora, garota? Nunca me chamou assim! _ a voz da lareira saia calma, mas a voz era aguda.

   _ Tenho medo de que alguém me ouça!

   _ Deixe que ouçam! Não entenderão! Dói-me ver você, minha única família, chamando-me de senhora!

   _ Perdão, tia Bella! _ a garota disse _ Mas como eu estava dizendo, o plano começa a ser posto em prática.

   ­_ E o garoto?

   _ Está cada vez mais distante.

   _ Bom... Muito bom! _ a voz parecia pensativa _ Mais alguém está aderindo à causa?

   _ Não contei meus planos para ninguém, tia, mas alguns se aproximam de mim e continuam por perto... Há alguns que eu acredito serem dignos de tal causa... E com certo incentivo, ficarão gratos em nos ajudar.

   _ Ótimo, querida! Está sendo de grande ajuda! Os outros não desconfiam de nada?

   _ Não, mas eu acho que aquela garota Weasley tem alguma coisa de especial... A professora de Adivinhação praticamente a idolatra, como todos aqui. _ a garota disse em tom de desprezo.

   _ Não se preocupe com a Weasley... Por enquanto. Mantenha-se alerta e lembre-se: aproxime-se das pessoas certas e culpe as pessoas certas. Falo com você amanhã.

   _ Boa noite, tia Bella. _ a garota disse e o rosto que surgia na lareira sumiu, deixando apenas um rastro de fumaça pelo fogo que se apagou. A menina permaneceu na sala comunal. Cansada, com frio, sozinha. Sorrindo.

Dormitório feminino sonserino – 06h12

   _ Stella? _ Stan sussurrava, tentando acordar a irmã que dormia sobre o seu braço _ Stella? Ai, Merlin! Como eu vou sair daqui?

   _ Merlin não vai te ajudar, mas eu posso _ Rose estava frente a ele, sorrindo docemente.

   Ela se aproximou, erguendo, com um pouco de dificuldade, o corpo de Stella, que dormia pesadamente, para que Stan pudesse retirar seu braço de baixo da irmã.

   _ Obrigado! Fico te devendo essa! _ o garoto disse e a morena apenas sorriu _ O que faz acordada até essa hora?

   _ Eu acordo cedo... _ ela deu de ombros. Stan estranhou, não a viu cedo no salão comunal em nenhum dos dias que acordou cedo... Todos. _ Mas costumo ficar lendo, porque nunca tem gente acordada.

   _ Agora tem! Deixa só eu tomar um banho e nós vamos descer e conversar no salão. _ Stan disse abrindo o malão cor-de-rosa que ele sabia ser de Stella. Ao perceber o olhar inquisidor de Rose, explicou _ Ela tem roupas minhas aqui, e eu tenho roupas dela no meu malão... Questão de precaução, quando estudávamos em Durmstrang as malas tendiam a extraviar... Vai entender! _ ele disse dando de ombros e encaminhando-se para o banheiro das meninas, como se aquilo fosse a coisa mais comum do mundo.

   Rose sentou-se em sua cama, onde Scorpius ainda dormia.  Abraçando o cobertor, assim como abraçava Rose antes que ela acordasse. A garota sorriu. Lembrou-se de que o garoto, até dois anos antes, dormia com um urso de pelúcia e ela tinha a impressão de que ele sentia falta da sensação de dormir segurando algo. Infantil? Sim! Ela achava estranho? Definitivamente não!

   Não demorou até que Stan saiu do banho perfeitamente arrumado com os cabelos perfeitamente desalinhados. Ele puxou Rose pela mão e os dois abriram a porta em silêncio e desceram as escadas.

   _ Você é a única das meninas do grupo que eu não tive uma conversa decente... _ Stan disse sorrindo.

   _ Quando você conversou com Lucia?

   _ Ontem de manhã. Ela acordou mais cedo... De qualquer forma... Ficamos falando sobre ela e Alvo. _ o garoto falou e viu Rose erguer uma das sobrancelhas de um jeito engraçado e fofo ao mesmo tempo.

   _ Lucia te contou sobre Alvo?

   _ Não, foi Stella... Mas conversei com a Lu sobre isso... Ela disse que eu posso ser útil. _ ele disse com um sorriso arrogante.

   _ Ui! Ele se sente importante! _ Rose sorriu. Ela gostava de Stan _ Mas me conta um pouco sobre você! Eu já sei da vida da Stella inteira, mas não sei nada da sua.

   _ Pois é... Acontece que minha vida não é tão diferente da vida da minha irmã. _ Stan disse com um olhar de obviedade _ Nós praticamente vivemos colados um no outro. Acho que faria mais sentido se ela vivesse colada em Scarla, mas não é bem assim...

   _ Não quero ser mal educada, mas eu entendo porque não são muito próximos à sua irmã... Ela parece... Sádica!

   _ Não é em assim... Veja bem, você sabe que os sonserinos de antigamente não eram muito bons, não é? Como o pai de Scorpius, ou o meu próprio pai, que costumava ser amigo de Draco Malfoy. _ Rose olhava para ele, atenta a cada palavra _ Mas como Malfoy, meu pai, Blásio, também se arrependeu e hoje é curandeiro no St. Mungus. Mas a minha mãe... Bem, não foi bem assim com ela. Scarla sempre foi muito próxima a nossa mãe, enquanto eu e Stella somos próximos ao nosso pai. E minha mãe ficou presa em Azkaban por um tempo, depois da derrota do Lorde. Ela simplesmente não aceitava a derrota dele. Meu pai não tinha chegado a ser um Comensal, então não foi preso, mas minha mãe... Acho que ela enlouqueceu naquela prisão... Apesar de meu pai mantê-la estável hoje em dia, já que ela até é uma boa mãe. Mas de qualquer forma, minha mãe criou Scarla nos antigos preceitos sonserinos, não nos atuais, como meu pai educou a mim e Stella. Na verdade, foi uma surpresa quando Scar entrou na Grifinória e nós dois na Sonserina.

   _ Bem, isso prova que estamos mudados, certo? _ Rose disse tentando se livrar dos arrepios que ela não entendia por que foram causados enquanto ouvia a história do amigo _ Talvez Scarla seja melhor do que vocês imaginam.

   _ Espero que sim, nunca fomos próximos, sinto que não cumpro meu dever de irmão... _ ele disse sério por alguns segundos, rindo logo depois _ Isso soou muito gay!

   Rose deu um tapinha no ombro de Stan. A garota foi até uma parte mais afastada da sala comunal onde a escola disponibilizava instrumentos musicais e pegou um violão vermelho. Stan olhou-a fascinado. Não era comum em Durmstrang uma garota tocar um instrumento. Nem garotos, na verdade.

   _ Que foi? _ Rose perguntou.

   _ Nada... É só que em Durmstrang eles não incentivam a música...

   _ Alguns dos meus primos foram para lá de intercâmbio, eles escrevem e dizem que eles cobram mais disciplina lá. _ Rose comentou _ Você gostava?

   _ De Durmstrang? Sim... Apesar de que eu gosto mais daqui. _ vendo Rose sorrir, completou _ Toca alguma coisa... Mesmo que não seja uma das suas músicas brilhantes.

   Rose abaixou os olhos e sorriu envergonhada. Gostava dessa atenção e suporte que os amigos davam às suas músicas, mas sentia que nunca se acostumaria com os elogios. Começou a pensar em alguma música trouxa, e logo se lembrou de uma que tocava nos créditos de um filme que sempre a fizera chorar. Começou a dedilhar em seu violão, tocando a música que fizera questão de ser a primeira a aprender.

When I close my eyes I can see your face and

(Quando eu fecho meus olhos eu consigo ver o seu rosto)
the sun shining true on that special place and you,

(e o sol brilhando por esse lugar especial)
you will always gonna be my king

(e você sempre sera o meu rei)

   Rose começou um pouco hesitante, mas com a voz fluindo com perfeição. Quando tocava aquela música, seu professor a acompanhava na parte masculina da música. Sem aquela parte, a música seria incompleta.

I will always gonna be your king
(Eu sempre serei o seu rei)

   A garota ergueu os olhos surpresa ao ver que Stan assumia a parte masculina da música, achando estranho que ele a conhecesse, primeiro por ser uma música trouxa e, segundo, por ser pouquíssimo conhecida até mesmo no mundo em que foi feita.

I will always gonna be your queen

(Eu sempre serei a sua rainha)

   Rose continuou cantando, sem poder impedir que um sorriso lhe abrisse nos lábios. Não tirava os olhos de Stan, que cantava sua parte novamente e, logo depois, a acompanhava no refrão, também sem desviar os olhos dos dela.

You know we can be always anything

(Você sabe que sempre poderemos ser o que quisermos)

Remember now

(Lembre-se agora)

What ever may come,

(Seja o que vier)

were ever you're lost,

(mesmo que você esteja perdido)

remember there always be a place for us

(lembre-se que sempre haverá um lugar para nós)
Castles we build crumbles who dust, don't worry

(Os castelos que construímos desmancham-se em pó, não se preocupe)

There always be a place for us.

(Sempre haverá um lugar para nós)

   Os dois cantavam no mesmo tom, sendo acompanhados pela melodia que os dedos de Rose pareciam conhecer de cor, já que a garota nem olhava para o violão em seu colo. A voz de Stan se encaixava perfeita mente à voz da garota, à melodia do violão, a tudo. Rose estava surpresa, ainda meio boba com a cena que via e ouvia. Voltou a cantar sozinha, então.

A place for us

(Um lugar para nós)

When I close my eyes I can hear you laughing but

(Quando eu fechou meus olhos eu posso ouvir a sua risada)
night it will fall and the day will pass,but you,

(mas a noite cairá e o dia passará, mas você)
never really know what you find

(você nunca sabe realmente o que encontrou)

   Stan voltou a acompanha-la, suavemente, apenas completando o que a garota já havia cantado.

You never really know what you find

(Você nunca saberá realmente o que encontrou)

   Rose surpreendia-se cada vez mais.

All you gotta do its open you're mind

(Tudo o que você tem que fazer é abrir a sua mente)

   Stan sorria bobamente enquanto cantava.

Just gotta left the real world behind

(Apenas deixar o mundo real para trás)

   E uniram-se mais uma vez, ambos sorrindo, extasiados com o talento que percebiam pertencer ao outro.

Remember now

(Lembre-se agora)

What ever may come,

(Seja o que vier)

were ever you're lost,

(mesmo que você esteja perdido)

remember there always be a place for us

(lembre-se que sempre haverá um lugar para nós)
Castles we build crumbles who dust, don't worry

(Os castelos que construímos desmancham-se em pó, não se preocupe)

There always be a place for us.

(Sempre haverá um lugar para nós)


You will always gonna be my king

(Você sempre será o meu rei)

I was always gonna be you're king

(Eu sempre serei o seu rei)

I will always gonna be you're queen

(Eu sempre serei a sua rainha)

You Know we can be always anything

(Você sabe que nós sempre poderemos ser o que quisermos)

   À medida que cantavam, empolgavam-se com a música, elevando a voz como ato de excitação.


Remember Now

(Lembre-se agora)

What ever may come,

(Seja o que vier)

were ever you're lost,

(mesmo que você esteja perdido)

remember there always be a place for us

(lembre-se que sempre haverá um lugar para nós)
Castles we build crumbles who dust, don't worry

(Os castelos que construímos desmancham-se em pó, não se preocupe)

There always be a place for us.

(Sempre haverá um lugar para nós)

   Rose voltou a cantar sozinha, mas apenas um verso, mais calma dessa vez.


A place for us

(Um lugar para nós)

   E então, juntos, Stan e Rose finalizaram, ainda sorrindo, ainda empolgados, ainda surpresos.

A place for us

(Um lugar para nós)

   _ O que foi isso? _ Rose perguntou ao amigo, que ainda sorria bobamente.

   _ Eu realmente não sei. _ Stan respondeu _ Mas eu gostaria de fazer de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e ai? gostaram? comentem, favoritem, recomendem!
beijos
Lia