Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Coitadinha de Lissa... Nojenta essa Natalie, não??? Provavelmente ficou lá fingindo que tava dormindo, enquanto Lissa surtava!



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Nós aguardamos do lado de fora por alguns minutos que pareciam intermináveis. Sem controlar minha ansiedade, fui até a porta e bati. Eu precisava saber se estava tudo bem com Lissa.

“Rose?”

“Só um segundo” Ela respondeu.

Mais alguns minutos se passaram e a inspetora estava totalmente impaciente. Eu também, mas tentei me manter sereno.

“Não podemos ficar aqui fora esperando a noite toda.” Ela falou baixo para mim “Vamos ver o que está acontecendo.”

Eu assenti e ela se dirigiu até a porta.

“Nós estamos entrando.” Ela disse, enquanto empurrava a porta entreaberta. Assim que entramos, me deparei com uma cena chocante. Lissa estava completamente coberta de sangue. Sua roupa estava ensopada, havia também sangue no seu rosto e em parte dos seus cabelos. Ela chorava sem parar. Imediatamente, corri para ela, tentando descobrir o que tinha causado tudo aquilo.

“Não é meu,” ela se apressou em falar, olhando para mim, certamente percebendo minha expressão preocupada. “É... é do coelho...” sua voz ainda estava embargada.

Eu a analisei por um momento, procurando por algum ferimento que pudesse ter causado aquilo. Vi apenas dois curativos em seus pulsos, mas que pareciam pequenos demais para tanto sangue. Percebendo que realmente o sangue não era dela, fiz a pergunta mais óbvia.

“Que coelho?”

Rose a olhou com ar de quem queria fazer a mesma pergunta. Então, Lissa apontou para a lixeira do banheiro, suas mãos ainda tremendo bastante.

“Eu limpei. Para que Natalie não visse.” Lissa estava chorando e tremendo muito. Sua voz não passava de um sussurro.

Com um único movimento, eu e Rose olhamos dentro da lata de lixo. Imediatamente, Rose puxou seu rosto para trás, tentando superar a ânsia de vômito. Eu permanecei olhando lá dentro por um tempo ainda, tentando entender o que tinha ali. Lá tinha o que eu podia chamar dos restos de um coelho. Realmente, eu só sabia que era um coelho porque Lissa tinha falado. O animal estava totalmente dilacerado. Havia também muitas toalhas de papel, ensopadas de sangue e o cheiro era péssimo.

E caminhei até Lissa, lhe oferecendo alguns lenços de papel. Ela os pegou e eu m abaixei um pouco, para que pudéssemos fazer contato visual.

“Diga a mim o que aconteceu.” Falei mansamente.

“Eu cheguei há mais ou menos há uma hora e ele estava aqui. Bem ali, no meio do chão. Destruído. Foi como se ele tivesse... explodido. Eu não queria que Natalie o encontrasse. Eu não queria que ela se assustasse... então eu – eu limpei tudo. Então eu simplesmente não podia... não podia voltar...” Ela começou a chorar ainda mais. Minha mente girava tentando entender estas últimas palavras dela, mas elas não me faziam sentido.

“Ninguém deveria ser capaz de entrar nestes dormitórios! Como isto está acontecendo?” Exclamou a inspetora. E a ignorei e continuei.

“Você sabe quem poderia fazer isso?” perguntei gentilmente, tentando passar segurança para ela.

Chorando e tremendo, Lissa colocou a mão no seu bolso e tirou um pequeno papel escrito, encharcado de sangue. Ela me entregou e eu abri. Rose se aproximou para ler também.

Eu sei o que você é. Você não vai sobreviver estando aqui. Eu vou me certificar disso. Vá embora agora. É o único jeito de você, talvez, sobreviver a isso.

A inspetora finalmente assumiu seu papel e falou com atitude, perdendo todo choque inicial “Vou chamar Ellen.” Para mim, sempre soava estranho quando alguém chamava a Diretora Kirova pelo seu primeiro nome.

“Diga a ela que estaremos na clínica médica.” Falei, antes que ela saísse pelo corredor. Eu esperei que ela estivesse completamente fora de vista, para me voltar a Lissa “você deveria se deitar.”

Lissa parecia em estado de choque e ficou ali parada por uns momentos, sem se mover. Ela precisava descansar, estava claro que não podia ficar por mais tempo ali, revivendo aquele acontecimento tão macabro. Olhar para ela ali, tão frágil era preocupante.

Percebendo que ela não sairia do lugar, Rose a puxou pelo braço, suavemente.

“Vamos, Liss. Vamos sair daqui.”

Pouco a pouco, Lissa começou a andar e, bem devagar, conseguimos chegar a clínica médica. Nos horários normais, sempre havia um médico de plantão. Naquela hora da madrugada, só tinha uma enfermeira lá. Quando chegamos, ela se propôs a chamar um dos médicos da Academia, mas eu recusei. Lissa não estava ferida. Ela só estava assustada com o que tinha acontecido. “Ela só precisa descansar”

Lissa mal havia deitado em uma das macas, quando Kirova chegou com Alberta e mais dois guardiões, falando sem parar, nos enchendo de perguntas. Em uma atitude completamente protetora, Rose se colocou entre eles e Lissa, bloqueando a passagem.

“Deixem ela em paz! Vocês não estão vendo que ela não quer falar sobre isso? Deixem ela dormir um pouco, primeiro.”

“Srta. Hathaway.” Kirova se impôs para Rose “Você sendo inconveniente, como sempre. Eu nem sei o que você está fazendo aqui.”

Antes que Kirova começasse com um imenso sermão, àquelas horas da madrugada, eu bati em seu ombro e pedi para falar com ela, em particular. Ela consentiu em me seguiu até o corredor.

“Espero que você tenha uma boa explicação para tudo isso, Guardião Belikov. As regras não são mais respeitadas nesta escola? Até onde eu sei, o toque de recolher de Rose Hathaway não está suspenso. Tampouco suas restrições no que se refere a visitar Vasilisa. Não me admiro destas coisas terríveis estarem acontecendo! Tudo parece totalmente fora de controle.” Ela exclamou irritada, em um tom de voz totalmente inapropriado para o local.

“Diretora Kirova,”comecei falando baixo e firme “não existe quebra de regra alguma aqui e Rose está totalmente ciente de suas restrições-“

“Não é isso que eu estou vendo aqui-” Ela me interrompeu, eu continuei, ignorando seu comentário.

“Rose foi até a Princesa comigo. Eu a levei até o dormitório Moroi.” Senti meu sotaque russo soar forte, apesar do meu tom de voz estar calmo “Ela sentiu que Vasilisa estava com problemas, através da ligação e me alertou, afinal, eu sou o guardião da Princesa.”

“Que seja, mas você poderia resolver isso de outra forma. Não precisava trazê-la.”

“Eu achava que já tinha ficado bem claro que Rose era responsabilidade minha. Não estou interessado em descumprir regras, Diretora. Eu tive razões para trazê-la e estamos nos desviando do nosso foco com essa conversa. Existe alguém ameaçando a Princesa” mostrei a ela o bilhete ensopado de sangue que Lissa havia me entregue, “alguém que não fazemos a menor ideia de quem seja.”

Ela leu o bilhete rapidamente, sem tocá-lo e depois ficou pensativa por alguns momentos.

“Temos que começar uma investigação séria sobre isso. Descobrir de onde está partindo isso, é o nosso foco.” Falei e finalmente, pude ver compreensão nela.

“Nos reuniremos amanhã, para tratar disso.” Ela suspirou por fim.

“Perfeito.” Concordei “Por agora, acho prudente deixar Vasilisa descansando aqui.” Eu a olhei firmemente “Rose ficará com ela.”

“Guardião Belikov-“

“Vasilisa está muito fragilizada e ela precisa ter alguém que ela confie por perto. Não podemos ignorar a amizade das duas. Está decidido. Rose ficará.”

Ela respirou fundo, vendo que não tinha argumentos contra mim, caminhou novamente para a sala onde Lissa descansava.

“Você poderá ficar com ela por um tempo” Kirova falou duramente para Rose e depois se voltou para o restante das pessoas que ali estavam “Nós mandaremos os zeladores limparem e fazerem uma investigação no banheiro e no quarto da Srta Dragomir, e então discutiremos a situação com maiores detalhes, pela manhã.”

“Não acordem Natalie” Lissa sussurrou “Eu não quero que ela se assuste. De qualquer forma, eu já limpei tudo lá no quarto.”

Kirova a olhou, claramente duvidando que Lissa tivesse sido capaz disso. Permanecemos ali por pouco tempo, e depois saímos, deixando Rose e Lissa sozinhas.

Eu voltei ao meu dormitório, ainda intrigado com tudo que tinha acontecido.


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