Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 14
Capítulo 14




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O restante da semana passou, dentro do normal. A vida de Rose e Lissa rapidamente absorveu a rotina da Academia e, aos poucos, o retorno delas deixou de ser uma novidade para os alunos. Quando chegou o domingo, fui até a igreja como eu sempre fazia, quando podia. Eu não seguia práticas religiosas, mas tinha o costume de freqüentar a igreja e meditar um pouco sobre a minha vida. Sempre sentia necessidade de parar um pouco, desconectar do mundo e tentar me encontrar. Quando entrei no salão do templo, meus olhos imediatamente varreram cada pedaço do local. Avistei, para minha surpresa, Rose sentada ao lado de Lissa, no canto direito de um dos bancos laterais. Nunca imaginei que Rose fosse religiosa. Definitivamente, não era algo que combinava com ela. Senti os seus olhos em mim, então me mantive imparcial a ela e sentei em um dos bancos do fundo. Tudo que eu queria era não chamar a atenção para mim. Assisti toda a missa serenamente, aproveitando para refletir sobre as palavras do padre. O sermão, como sempre, girou em torno de St. Vladmir, o que era natural, já que a escola levava o seu nome. Mas o padre sempre conseguia extrair uma nova mensagem das histórias tão repetitivas.

“... e assim foi com a Anna Shadow-Kissed.” Ele concluiu. Estas últimas palavras dele fez com que Rose levantasse a cabeça e olhasse para frente.

Quando a missa terminou, Rose falou algo com Lissa, saiu por entre as pessoas e foi de encontro ao padre. Observei a tudo disfarçadamente. Era outra surpresa. Como se não bastasse que ela estivesse na missa, ainda ia conversar com o padre no final. Era, no mínimo curioso. De onde eu estava, não dava para ouvir o que eles falavam, mas a conversa demorou pouco. Logo, o padre saiu e voltou com um livro, que entregou a Rose.

Em um ímpeto, caí em mim. Eu estava em pé, no meio da capela, olhando para Rose. Não conseguia entender porque ela estava chamando tanto minha atenção. Cada gesto, cada atitude dela me interessava de uma maneira diferente. Sacudi minha cabeça e sai rapidamente dali, sem olhar ou falar com ninguém.

Andei rápido em direção ao meu quarto. Quando entrei no dormitório, dois guardiões estavam conversando próximo à recepção. Quando entrei, eles se voltaram para mim.

“Ah, Belikov! Venha, venha, se atualizar com as novidades do dia!” Mark falou sorrindo.

“Novidades?” perguntei sem demonstrar interesse. E realmente eu não tinha interesse em fofocas.

“Uma grande. Está todo mundo comentando, esta manhã. Você conhece o Guardião Gavril?” eu respondi que sim com a cabeça e ele continuou “ele se demitiu. Sabe para quê? Pasme. Para se casar. Com outra guardiã.”

Isso era mais do que uma fofoca. Um verdadeiro escândalo, na verdade. Morois e dhmpirs tinham um acordo, há séculos, que se resumia em os dhampirs darem proteção aos Morois, enquanto estes garantiam que os dhampirs continuem existindo, por assim dizer. Com o passar dos anos, esse acordo começou a perder um pouco de sentido para os dhampirs. Uma gritante desigualdade começou a crescer entre as duas raças e então, cada vez menos, os dhampirs têm seguido a carreira de guardião. Até aí tudo bem. Mas uma vez que eles se graduam como guardiões, eles fazem a promessa e recebem a marca em sua nuca, e têm, por obrigação, manter seus Morois protegidos. E isso era feito ao custo de praticamente abdicar de sua vida pessoal. Era raro um guardião partir para ter sua própria família. Era um verdadeiro absurdo, até.

“Eles já adquiriram uma casa e pretendem arranjar um emprego entre os humanos.”

Eu permaneci com eles ali, por mais alguns momentos, ainda ouvido as opiniões daquela história. Para mim, que tinha vindo de uma comunidade dhampir, não era muito estranho isso, mas não era algo que eu aprovasse.

Fui para o meu quarto. Andei até a janela e observei o pátio. Os estudantes se socializavam, rindo e conversando.  Mas a imagem de Rose conversando como padre estava mesmo me intrigando. Resolvi voltar a capela e falar com o padre. Quando cheguei lá, tudo já estava tranqüilo, todos já haviam se retirado, mas o padre Andrew ainda arrumava algumas coisas, próximo ao altar.

“Com licença, padre.” Falei entrando. Ele se virou com o rosto paciente, então continuei, enquanto me aproximava dele “sem querer lhe incomodar, tem uma pergunta que preciso lhe fazer. Como já deve saber, sou mentor de Rose agora. Por isso, devo estar atendo para o que ela anda fazendo. Então...” Hesitei por um tempo, buscando as palavras certas “vi que ela lhe procurou, depois da missa. O que ela lhe falou era algo relevante?”

O padre sorriu “vocês têm medo que ela tente fugir novamente? Entendo. Mas ela não queira nada demais. Somente queria saber um pouco mais sobre a Anna, guardiã de St. Vladmir. Você acha que isso é relevante?”

Eu neguei com a cabeça “creio que não. De qualquer forma, obrigado, padre.” Sai rapidamente da igreja. Eu já tinha estudado sobre a vida de St. Vladmir, sua guardiã que tinha uma ligação metal com ele. Provavelmente, da mesma forma que Rose e Lissa. Segui direto para o prédio dos guardiões. Lá, tínhamos uma pequena biblioteca para algumas consultas rápidas, com livros bem específicos. Passei pelas estantes e encontrei um que falava justamente sobre ligações psíquicas. Apesar de conhecer histórias sobre isso, eu não sabia bem como funcionava. Sentei em uma das mesas e comecei a folhear o livro. A biblioteca estava completamente vazia. Os guardiões que não estavam em serviço, saíam da Academia para aproveitar seu dia de folga. Biblioteca era o último lugar que alguém pensaria para se divertir.

Passei o resto do dia, compenetrado na leitura. Se eu ia conviver com Lissa e Rose, era melhor entender bem como funcionava esse laço que as unia.


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