Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 12
Capítulo 12




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Quando passávamos pelo pátio principal, que ligava os prédios do campus, Rose parou abruptamente. Eu demorei pouco tempo para perceber que ela não estava mais andando ao meu lado, me virei e vi que ela estava imóvel, como uma perfeita estátua. Que brincadeira era aquela? Será que ela nunca se cansava de agir como uma criança? Senti uma grande irritação tomar conta de mim. Andei até ela.

“O que houve?” perguntei, tentando manter minha paciência, mas ela não respondeu. Eu me abaixei um pouco e a olhei com mais atenção. Ela estava parada, seu olhar estava perdido e a respiração quase suspensa. Passei a mão no ar, em frente aos seus olhos e ela nem se quer piscou. Eu olhei em volta, desejando que ninguém presenciasse aquilo. O pátio estava ficando cada vez mais vazio e os poucos alunos que ainda passavam por ali, estavam tão preocupados com seus próprios afazeres que não nos olhavam. Os horários da Academia eram muito severos e as regras eram rígidas. Depois das aulas, os estudantes se apressavam para os seus quartos para se prepararem para o jantar.

“Rose? O que está acontecendo?” perguntei mantendo minha voz neutra. Ela não respondeu e não se mexeu. Eu a encarei e fiquei olhando fundo nos seus olhos por um bom tempo. Ela não teve reação alguma. Aquilo não estava parecendo uma brincadeira. Rose não estava ali. Seus olhos eram vazios. Senti uma estranha preocupação tomar conta de mim, eu não sabia explicar aquele sentimento e nem porque eu estava sentindo, mas eu sabia que era mais que uma preocupação. Era medo. Isso.  Muito medo. Eu a segurei pelos ombros e sacudi um pouco.

“Rose? Rose?”

Desta vez funcionou. Ela começou a piscar rapidamente e a respirar de forma pesada. Ela me olhou como se estivesse acordando de um transe.

“Você está bem?” perguntei, ainda analisando cada gesto dela, tentando descobrir o que tinha ocorrido. Eu nunca tinha visto algo assim.

“Eu... Sim. Eu estava... estava com Lissa...” ela respondeu, colocando a mão na testa, onde saíam pequenas gotas de suor “eu estava em sua cabeça.”

“Sua... cabeça?”

“Sim, faz parte da nossa ligação mental.” Ela respondeu com ar de pouca conversa. Percebi que ela não estava querendo aprofundar o assunto.

“Ela está bem?” falei sem saber ao certo o que perguntar. Eu tentei agir com naturalidade, mas minha cabeça estava girando tentando enxergar tudo logicamente. Definitivamente eu precisaria estudar sobre ligações mentais.

“Sim, está...” Ela hesitou por um momento e eu não conseguia para de olhar para ela, enquanto tentava descobrir, pela sua expressão, se tudo estava realmente bem “Ela está bem.” Ela falou por fim.

“Você pode continuar?”

Os olhos de Rose passaram pelo meu rosto, como se analisasse cada traço das minhas feições. Eu poderia dizer que vi um traço distante de admiração em sua expressão, mas que se desmanchou rapidamente. Logo, ela desviou o olhar, visivelmente constrangida. Eu ainda estava preocupado com aquela cena que eu havia acabado de presenciar, e a cada vez eu a entendia menos. Rose tinha atitudes imprevisíveis a todo tempo. Atitudes que eu não conseguia ler com clareza. Ela olhou para o lado, começando a caminhar novamente.

“Sim, eu estou bem.” Ela respondeu baixo.

Chegamos ao ginásio e eu lhe mostrei o armário que eu tinha separado, mais cedo, para ela. Um Moroi, que trabalhava no ginásio da Academia, tinha providenciado umas roupas de ginástica para Rose, como eu havia solicitado. Ela tinha passado o dia inteiro nas aulas práticas usando calça jeans e camiseta. Estes não eram trajes próprios para treino. Ela foi ao vestiário trocar de roupas enquanto eu fui para sala de musculação. Em pouco tempo ela chegou, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, no alto de sua cabeça e ela estava vestindo um top e calças justas, que mostravam bem seu corpo. E que corpo. Tive que usar muito do meu autocontrole para me mostrar indiferente para ela, apesar de ser bem difícil ignorá-la. Realmente, eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Ela era apenas uma garota, minha aluna agora, e não era a primeira vez que eu me pegava admirando sua beleza. Isso não era certo, eu sabia disso e repetia para mim mesmo, mas não estava conseguindo evitar.

“Sabe o que eu estava pensando?” Rose falou, trazendo minha mente de volta à sala de ginástica “quem sabe você poderia me dispensar do treino, só por hoje?”

Eu fingi um sorriso. Apesar do seu tom divertido, eu sabia que ela não estava brincando e sim sugerindo que eu fizesse isso mesmo. Ela realmente não me conhecia. Eu podia fazê-la treinar a madrugada inteira, se quisesse. Sua expressão irritada me mostrou que eu estava certo.

“O quê é engraçado?” ela perguntou séria, cruzando os braços.

“Oh,” falei, imediatamente fechando o rosto “você falou sério?”

“É claro que eu falei! Veja bem, eu estou tecnicamente acordada há dois dias. Porque nós temos que começar a treinar agora? Deixe-me ir para a cama. É só por uma horinha.”

Eu cruzei os meus braços e a olhei seriamente, forçando-me a entrar no modo negócios. Eu não podia me deixar levar por ela. O treinamento era algo importante e que ela estava precisando muito. Além do mais, eu não era uma pessoa de relaxar. O certo, agora, era treinar e era isso que ela faria. Um guardião não tem que escolher seus horários. Isso já fazia parte do treinamento.

“Como você se sente agora? Após as aulas que você teve mais cedo?” perguntei duramente.

“Eu me sinto quebrada.”

“Você vai se sentir pior amanhã.”

“E daí?”

“E daí que é melhor você entrar de cabeça no treinamento agora, enquanto você não se sente... tão mal.”

“Que lógica estranha é essa?”

Eu não respondi, apenas a acompanhei para o lado da sala onde estavam os aparelhos de musculação. Eu mostrei as séries que eu queria que ela fizesse e cada aparelho que ela deveria usar. Eu não considerava aqueles exercícios duros, mas como ela estava sem treinamento há dois anos, seu corpo reclamaria muito, eu sabia disso, mas tudo tinha que ter um começo. Ela se sentou em uma das estações de ginástica e começou a levantar peso. Eu fui para uma das cadeiras que estavam ali e peguei o livro que eu estava lendo. Eu sentia que precisava manter minha mente longe dali por alguns momentos. Eventualmente, eu corrigia a sua postura e ajustava os seus movimentos. Mas me esforçava para não olhar muito para ela, enquanto fazia isso.


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Notas finais do capítulo

Gente!
Desculpem pela demora em postar, mas tive uma semana daquelas!!! Agora já está melhorando e espero ter uns capitulos extras para que não aconteça novamente, prometo!
Mas voltando ao cap, eu sei que algumas falas deles podem estar diferentes do livro que vcs têm, mas é que eu estou fazendo do original em inglês e muita coisa é versão minha...
Bjs