Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 11
Capítulo 11




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Naquela manhã Rose, depois de Stan, ainda teve duas aulas. Uma delas foi prática. Era uma matéria que abordava técnicas de defesa. Eu fui ao ginásio, novamente assistindo a performance dela, da sala de musculação, onde eu tinha a observado, mais cedo. Mais uma vez, Rose foi massacrada pelos seus colegas. Ela era muito, muito rápida e bastante forte, mas precisava de técnica e de condicionamento físico. Ela tinha pouca resistência, se cansando rápido. Mas era obstinada. Não se rendia facilmente e, quando lutava, era uma brava guerreira. Isso tudo já era um bom começo. Era como uma pedra bruta que precisava ser lapidada.

Quando chegou a hora do almoço, eu me dirigia para o prédio do guardiões quando avistei Rose andando desengonçadamente pelo campus, indo em direção a área comum dos alunos. Segui um impulso, e fui até ela, sem saber exatamente o que falar. Isso era algo raro de acontecer comigo, já que eu sempre fui ciente de todos os meus gestos e atitudes, tudo que eu fazia sempre era bem pensado e planejado, mas naquela hora, tive necessidade de falar com ela, qualquer coisa. Com passos largos, a alcancei rapidamente, e comecei a caminhar ao seu lado.

“Suponho que você tenha visto o que aconteceu na aula de Stan?” Ela perguntou, antes que eu pudesse pensar em alguma coisa para falar.

“Sim.”

“E você não acha que ele foi injusto?”

“Ele não estava certo? Você achar que estava inteiramente preparada para proteger Vanilisa?” Eu esperava que ela esbravejasse, mas ela simplesmente olhou para o chão. Cheguei a conclusão que eu realmente não a conhecia.

“Eu a mantive viva” ela falou com uma voz quase inaudível.

“Da mesma forma de como você foi lutando com os seus colegas hoje?” Eu sabia que era uma pergunta maldosa, mas precisava ser feita. Rose era muito autosuficiente e ela precisava entender que não se podia brincar quando vidas dependeriam dela. Ela não respondeu nada. Na verdade, eu não estava a provocando. Eu, de fato, só queria ajudar. Eu só queria que ela enxergasse isso.

“Se você não consegue lutar contra eles-“

“Sim, sim, eu sei” ela me cortou impacientemente. Ela andava mancando, mas se esforçava para acompanhar meus passos. Eu me retardei, para acompanhá-la.

“Você é forte e rápida por natureza. Você só precisa se manter treinada. Você não praticou nenhum esporte enquanto esteve fora?” Aquilo era uma coisa que eu realmente precisava saber. Se eu ia treiná-la, eu precisava saber se eu teria que começar do zero ou continuar de onde ela teria parado. Se ela tivesse praticado algum tipo de atividade física, eu poderia tentar retomar de onde ela estava. Eu tinha esperanças disso, apesar de ter certeza que ela passou longe de qualquer exercício.

“Claro” ela mentiu descaradamente, dando de ombros “aqui e ali.”

“Você não se juntou a nenhuma equipe?”

“Muito trabalho. Se eu quisesse treinar tanto, eu teria ficado aqui.”

Aquela foi uma resposta infantil e se tinha uma coisa que me irritava muito era imaturidade. Eu a olhei de uma maneira nada amigável. Naquela hora, ela se mostrou a criança que ainda era. Assumi minha postura dura e imparcial.

“Você nunca vai ser capaz de proteger a Princesa se não aperfeiçoar suas habilidades. Você sempre ficará para trás.”

“Eu serei capaz de protegê-la”ela falou ferozmente.

“Você não tem nenhuma garantia de que será designada para ela – seja no seu campo prático ou depois da formatura.” Falei baixo, de forma fria e calma “ninguém quer quebrar essa ligação de vocês – mas ninguém vai dar ela um guardião inadequado. Se você quiser ficar com ela, então terá que se esforçar para isso. Você tem suas aulas. Você tem a mim. Use-nos, ou não. Você é a escolha ideal para proteger Vasilisa, depois que vocês duas se formarem – isso se você conseguir provar que é digna disso. Espero que você consiga.” Eu, de fato, acreditava nela. Logo percebi que não consegui me manter com raiva dela por muito tempo. Eu tinha necessidade de ajudá-la, ainda que fosse somente com palavras. Ela me olhou e quando eu pensei que ela fosse contra argumentar as minhas palavras, ela simplesmente falou “Lissa. Chame-a de Lissa.”

Realmente Rose era difícil, como muitos disseram. Eu apenas a estudei por poucos momentos e sem falar mais nada, virei as costas e me afastei, com os sentimentos confusos. Eu não sabia se sentia raiva, irritação ou simplesmente decepção. Eu era o único naquela Academia inteira que tinha a defendido e de verdade, estava se preocupando com o futuro dela e tudo o que ela fazia era me tratar com grosseria e mau humor. Ela não demonstrava nem um pouco de gratidão. Eu tinha uma sólida carreira como guardião e podia estar colocando tudo a perder por causa de uma garota arrogante. Mas agora eu não tinha mais nada a fazer do que treiná-la e ela não teria escolha a não ser ter aulas comigo. Se ela estava mancando agora por causa de duas simples aulas práticas, ela não conseguiria se quer se mexer depois da minha primeira aula.

Voltei ao meu caminho anterior e segui para área comum dos guardiões, fui direto ao refeitório e almocei, sem conversar com ninguém. Aos poucos, senti meu humor melhorar. À tarde, fui para as turmas onde eu dava aulas. O tempo passou rapidamente e logo, o dia escolar tinha terminado. Mas não para mim. Era hora de treinar Rose. Segui para o ginásio e preparei alguns aparelhos para as séries que ela faria. O tempo foi passando e nada dela chegar. Eu checava as horas a todo o momento e não podia acreditar que ela estava tão atrasada ou pior, que não viria. Em seu primeiro dia, ela já estava desobedecendo uma das principais condições impostas por Kirova para sua permanência na Academia. Se a diretora desconfiasse disso, não pensaria duas vezes antes de expulsá-la definitivamente. Resolvi ir buscá-la e não tive nenhuma dificuldade em encontrar. Rose estava conversando com Lissa, próximo a uns arbustos do jardim.

“Liss, e você vai ficar...” Rose falava, quando me aproximei.

“Louca?” Lissa completou antes que ela pudesse falar qualquer coisa. Eu tive um impulso de interromper a conversa das duas, mas a curiosidade falou mais alto. Elas podiam estar falando sobre a fuga delas e isso era algo que me interessava muito, então, fiquei ouvindo por um momento.

“Eu não quis dizer...” Rose tinha uma voz levemente constrangida.

“Tudo bem. Está bem. Nós ficamos e eu vou me manter distante de tudo isso. Nós vamos seguir a correnteza, como você quer. Andar com Natalie, eu acho.”

“Tudo bem,” Rose falou após pensar um pouco “vamos ver como as coisas vão. Se alguma coisa der errado – qualquer coisinha – nós partimos, sem discussão.”

Elas estavam entrando em um acordo sobre algo e eu queria mesmo ter ouvido o começo da conversa. Elas iriam fugir se alguma coisa desse errado. De repente, olhei para mim. Isso era ridículo. Eu estava praticamente escondido, ouvindo a conversa de duas garotas. Comecei a andar novamente, dando a volta para o lado do arbusto onde elas estavam.

“Rose?” perguntei tranquilamente, mantendo minha neutralidade  de sempre. Elas se viraram como uma, ao som da minha voz “você está atrasada para o treino.” Olhei para Lissa e lhe dei um pequeno aceno “Princesa”. Uma olhou para outra e sem despedidas ou qualquer palavra, se separaram. Comecei a andar para o ginásio e Rose me seguiu, silenciosamente.


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