- Calma Kate. – tentei me tranqüilizar. Pensei em dar uma olhada no motor, mas logo vi que seria perda de tempo, por dois motivos: primeiro que eu não entendo nada de mecânica; e segundo que, ao olhar pro painel do carro vi que mesmo seu eu entendesse de mecânica não me adiantaria de nada. O carro estava completamente sem gasolina.

- Ai aquela...! – gritei lembrando-me de Simone.

Eu desci do carro descontado toda minha raiva no bater da porta.

Pra minha sorte, foi o que eu pensei na hora, um carro passava na estrada deserta. Eu gesticulei para que ele parasse.

- Graças a Deus. – eu disse enquanto o motorista parava o carro e abaixava o vidro da janela.

- Você ta com algum problema com o carro mocinha? – ele indagou mal humorado.

- Sim. Ele está sem gasolina. – eu respondi tentando parecer calma.

- Bom, nesse caso não posso te ajudar em nada. – ele concluiu se preparando para retornar a fechar a janela.

- Por favor, senhor. – implorei o impedindo – Espere... Eu vou lhe pagar.

Fui até o carro e peguei o dinheiro que Simone supostamente havia me dado para ir ao supermercado.

- Tome senhor. Eu só quero uma carona. – eu lhe entreguei o dinheiro, ele os examinou e logo depois soltou uma risada debochada.

- Por favor, mocinha, quem você pensa que engana com essas notas falsas? Hum... – sem me deixar responder ele pisou no acelerador e foi embora.

- Falsas? – eu pensei alto – É claro!

Simone estava me surpreendendo cada vez mais, ela havia pensado em tudo mesmo.

Depois de andar em círculos no meio da estrada, conclui que só me restava uma alternativa: caminhar de volta pra casa...