Jeni estava na sala com Simone e Tom, eles estavam esperando para assistir a entrevista que os meninos haviam gravado de tarde. A entrevista começou e tudo correu como o de costume. Até que, o simpático repórter foi até o portão da emissora de televisão onde varias fãs aguardavam histéricas pela saída dos Tokio Hotel. Ele se dirigiu até a mais desesperada das fãs, ela era loira e, em uma das bochechas, tinha pintado com tinta o nome de Tom. Imediatamente Jeni reconheceu o rosto malicioso de Priscila. Jeniffer olhou pra Tom, este não tirava os olhos da televisão, logo ela preferiu não comentar nada.

- Então mocinha. – o repórter disse cumprimentado Priscila – Nem vou lhe perguntar qual dos integrantes você gosta mais... – ele semicerrou os olhos reparando no nome escrito na bochecha da menina.

- É claro que é o Tom! – Priscila gritou fazendo Jeniffer morder o lábio inferior para conter a raiva – Ele é muito... Tudo! Perfeito, gostoso...!

- Então a senhorita já provou? – brincou o repórter.

- Não, não provei. – ela respondeu um pouco triste, mas logo continuou confiante – Mas ainda irei provar! Ele já até jogou um charme pra mim...

Jeni ficou boquiaberta com a afirmação de Priscila, ela se virou para olhar Tom furiosamente.

- O que foi? – Tom perguntou reparando no olhar de morte que lhe era dirigido – Você não ta acreditando nessa louca, ta?

- Você ainda pergunta? – Jeni se levantou do sofá ainda olhando para Tom – Toda mentira tem uma porcentagem de verdade!

Jeniffer saiu da sala e se dirigiu ao seu quarto, batendo e trancando a porta.

Tom também se levantou parando na frente de Simone, que até então fingia não estar prestando atenção na discussão do casal.

- Vocês são tão complicadas! – ele disse confuso.

- Vocês quem? – Simone indagou ofendida – Eu sou normal!

Tom a olhou, mordendo o piercing do lábio inferior de tanta raiva, suspirou e foi pra um dos quartos de hospedes se trancando.

Aquela não foi uma boa noite pra nenhum de nos, com exceção a Simone, afinal, ela não tinha do que reclamar.

Eu acordei cedo, desci até a cozinha, preparei eu mesma um chá e voltei pro quarto.

Depois de algum tempo, Jeni também acordou. Ela tomou um café preparado pela empregada e foi espiar no quarto de Tom, mas lembrou do show de hoje, ele e Bill já haviam saído.

 Ela precisava desabafar, e como era de se esperar, me procurou por toda casa me achando por fim no quarto onde eu estava sentada na cama escrevendo, ou pelo menos tentando, em meu laptop de trabalho.

- Ai que ódio! – ela disse entrando no quarto e batendo a porta.

- Bom dia pra você também. – eu sorri. Jeni se jogou na cama se sentando ao meu lado.

Ela me contou os detalhes do dia do autografo e da entrevista da noite passada. Eu, sinceramente, achei um extremo exagero de ciúmes da parte dela, mas também não disse nada, apenas escutei calada.

- Essa garota é muito atrevida! – choramingou ela finalizando a narrativa.

Todo aquele nervosismo desnecessário de Jeni começou a me irritar.

- Oh, claro que é! – eu disse irônica – Quem ela é pra simplesmente citar o nome de Tom! Afinal, ele só é o guitarrista de uma das bandas mais conhecidas do mundo...

- É isso mesmo! – ela concordou seria – Por isso que eu digo: essa abusada merece uma bela de uma lição!

- Com certeza. – eu continuei ainda mais irônica do que antes – Por que você não vai até a casa dela, a pega despreparada tomando sol no jardim e a sufoca até a morte.

- Hum... – ela pareceu pensar – Boa idéia!

- Jeniffer, eu tava brincando. – eu disse seria.

- Mas eu não! – ela disse se levantando – Ela que me aguarde!

- Às vezes você me dá medo, serio. – eu a olhei balançando a cabeça negativamente.

- Quem vai sentir medo é aquela tal de Priscila. – ela abriu a porta do quarto para sair – Vou agora mesmo conseguir o endereço dela.

- Jeniffer! – eu gritei, em vão, antes dela sair.

 Jeni saiu do quarto já ligando pelo celular para todos os que pudessem conseguir o tal endereço.