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Hermione chega na biblioteca de Hogwarts tarde da noite. Com muito cuidado para não ser descoberta, à essa hora ela tinha de estar no dormitório. Andando bem devagar pela biblioteca ela olhava os livros, o que ela procurava é um de feitiços, precisava de um para sair de uma encrenca.

Ela olhava as prateleiras, o livro que queria estava bem no fundo. Mas quando estava perto viu uma luz, isso significava que tinha alguém ali. A luz era bem fraca, só se percebia quando estivesse perto.

Ela pegou a sua varinha, apesar de estar tremendo por pensar ser o zelador, ela o observara e percebeu que ele era loiro, estava de costas e não dava para reconhecê-lo. Ela se aproximou mais.

– Quem é você? – dizia ela com a sua varinha em posição de ataque.

– Ora se não é a sangue-ruim amiguinha do testa rachada... – depois que falou ele se virou – Não reconhece mais seu inimigo? – dizia com aquele sorrisinho que apesar de sarcástico era encantador.

Ela guardou a varinha e veio fazer o que tinha de fazer, começou a procurar o livro. Ele a observava. “Apesar de sangue-ruim não é de se jogar fora... Ah Draco! Uma sangue-ruim? Tenha santa paciência. Atraído por ela? Nunca”. E ele voltou a fazer o que fazia.

– Ta em encrenca Sabe-tudo? – ele quebrava o silêncio, apesar de não admitir gostava da voz dela.

– Acho que isso não é da sua conta, não é Malfoy? – dizia olhando os livros nos lugares mais altos.

Ela tentava pegar mais não conseguia, era alto demais. “Droga! ” sussurrou. Ele notando a dificuldade dela, sem paciência, foi até lá e sem muito custo pegava o livro e o entregou para ela. Por um instante seus olhos se encontraram. Os olhos azuis e obscuros de Malfoy e os castanhos cativantes de Granger.

Ela olhando dentro daqueles olhos obscuros e cheios de segredos se sentiu estremecer, um arrepio por todo o seu corpo.

Ele olhando aqueles olhos cativantes se sentia um choque percorrer seu corpo, aqueles olhos tão brilhantes e hipnotizantes.

Ela, ainda olhando os olhos dele, pegou o livro e sua mão tocou a mão dele. Aquele toque fez um arrepio correr todo o seu corpo e o dele também. “ Por que quando nós estamos juntos, sentimos isso? ” Pensavam os dois. Ela pega o livro e se afasta.

– Obrigado. – agradecia Hermione.

– Olha, não é por isso que ainda deixo de ser seu inimigo... – disse se pendurando na mesa.

– E quando você achou que eu poderia querer ser sua amiga?

– Hermione... – dizia ele brincando com uma bolinha – Vai dizer que resiste aos meus encantos? E além disso, eu não me misturo com sangues-ruins...

– Eu posso não ter um sangue puro, mas não sou que nem você!

– Quem nem você como? – ele dizia alterado e chegando mais perto dela.

– Uma pessoa que espalha o mal, mas eu tenho uma mente pura e isso você não vai ter!

– Acho melhor se calar amiguinha do testa rachada! – dizia chegando mais perto dela levantando o dedo.

– Abaixe esse dedo para mim... – dizia pegando a sua varinha e apontando para a garganta dele e chegando mais perto.

Ele, encostado na parede com a varinha dela em seu pescoço.

– Tem coragem? – dizia ele rindo sarcasticamente – Ou vai me socar como da outra vez?

Ela não respondeu só apontou mais forte. E ele deu um sorrisinho. Ela olha bem nos olhos dele, e ele fica ali hipnotizado, olhando fixamente, não se cansava estava fascinado por ela. Ela devagar abaixa a varinha.

– Sabia que não tinha coragem... – ele chegava mais perto, dizia baixinho olhando ela de cima a baixo.

– Como você é convencido...  – dizia ela chegando mais perto.

– Como você é chatinha... – dizia ele mais perto ainda, fazendo ela sentir o seu hálito de menta.

– Como é idiota... – dizia mais perto fazendo ela sentir o hálito dela, que parecia de chocolate.

– Sabe-tudo.. – dizia mais perto ainda dos lábios dela.

Ele a beijou sem tempo para ela responder o insulto. O beijo tão inocente ganhava intensidade a cada instante. Ele aproveitava e explorava o corpo dela com as mãos, ela só pairou as mãos em seu ombro. O beijo tão puro e intenso. Mas Hermione o parava aos poucos. Ela começava a se afastar, com a cabeça baixa. Ela andava para trás, com a cabeça baixa, deixando as lágrimas teimosas invadirem seu rosto. E tentou correr.Ele tentava segura-la, mas ela tinha saído correndo.

Ele sentou no chão e começava a bater a cabeça na parede, apesar de saber que os Malfoy’s não choram, uma lágrima saiu descontrolada. “Por que? Por que? POR QUE? Por que agora eu não consigo mais olhar para ela como eu olhava antes? Por que agora eu não consigo sentir ódio dela? Por que essa sangue-ruim não sai da minha cabeça?” Ele pensava. Passava as mãos nos cabelos loiros para ver se a sua insanidade passava, ou realmente ele sentia algo por ela.

Ela correndo pelos corredores com cuidado para não ser pega. Chorando, ela chegava ao dormitório, e se cobriu, para que ninguém a visse e ouvisse chorar. Ela não entendia o que Draco queria com ela. Será que ele estava atingindo ela para chegar a Potter? Por que ela via mais Draco como ela via antes, agora ela sentia algo por ele. “Por que? Logo ele?” Pensava a morena.