Alice Jackson os Heróis do Olimpo escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 9
Capítulo 9 - Monstros nos Aguardam


Notas iniciais do capítulo

A aventura começou, e com ela vem o perigo. Será que o plano dos bonecos vai dar certo? Ou será que alguma coisa vai dar terrivelmente errado?



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            Não acreditei nas palavras dele, era tudo lindinho demais para estar infestado por monstros.

            _ As aparências enganam._ disse Yasmin como se lesse minha mente.

            _ Daqui a pouco nos encontraremos com Squila e Caríbdis._disse Percy.

            _Então vamos ajeitar os bonecos._disse eu.

            Estava tudo pronto, só faltavam os monstros.

            _Olha!_exclamou Percy. Havíamos chegado.

            Squila estava nos seus penhascos na dela, e Caríbdis esta lá no meio de seu redemoinho, sorrindo para nós, os dentes sujos, nojentos…

            _Caríbdis é o terror de qualquer dentista._comentou Percy.

            Ele foi chegando perto dos monstros, Percy ia guiando o barco para perto de Squila que já se preparava para a refeição.

            _Desçam, eu já vou, só vou deixar o barco no lugar certo para que ele não bata nos rochedos.

            E assim, eu, Yasmin e Cristal fomos para o porão e esperamos pelo menos mais 10 minutos. Lá embaixo era uma nojeira total, tudo empoeirado, sujo, tinha várias teias de aranhas (tive que eu segurar para não gritar). Depois de tudo, Percy também desceu, e começou a controlar os mares dali mesmo, nós levando para longe dali. Nós primeiros 5 minutos tudo deu incrivelmente certo, os bonecos era devorados e nós ficamos seguros no porão.

            Só que aconteceu uma tragédia, a pior coisa que poderia ter acontecido, Yasmin me olhava com terror, eu queria saber o que estava acontecendo, mas o Percy pediu silêncio.

            Levei a mão à cabeça, apavorada, já sabia o que tinha ali. Quando senti algumas perninhas, entrei em pânico, estava prestes a gritar, mas Cristal cobriu minha boca.

            _Fique em silencio._ disse ela, tirando a mão da minha boca.

            Minha respiração acelerou, o ar começava a ficar rarefeito, me desesperei, foi a pior coisa do mundo, a situação mais apavorante da minha vida.

            Fechei os olhos, cobri os olhos com as mãos e repeti incessantemente “Tira, tira” bem baixinho.

            _Pronto, pronto._disse Percy.

            E eu respirei fundo, quando pensei que as coisas não podiam ficar pior, ouço o rugido de Squila, ela percebera nossa farsa.

            Percy saiu do porão para ver o que estava acontecendo, sai a trás dele, assim que coloquei a cabeça para fora, vi a gravidade da situação, Squila ia destruir o navio!

            _ O que esta acontecendo?_perguntou Yasmin que vinha logo atrás de mim.

            _Parece que Squila não gosta muito de pano._ disse Percy à minha frente.

            Quando nós quatro já havíamos saído, e íamos pegar o único bote salva vivas, um dos tentáculos de Squila me pegou, e me apertou com força o suficiente para me fazer explodir. Berrei.

            Naquele momento, eu só tinha um pensamento: “Eu vou morrer, vai ser agora que eu vou morrer. A Annabeth vai ficar tão feliz…” Vi os melhores momentos da minha vida passarem diante dos meus olhos. Quando meu irmão apareceu na porta de casa; uma festa do Percy no apartamento dele; uma vez que eu, meu pai e Peter fomos ao Central Park; meu aniversário de 7 anos; uma páscoa; a primeira vez que eu vi o Art; na corrida de bigas, eu em cima dele; quando matamos aula; nosso primeiro beijo; quando estávamos na praia e ele me beijou com vontade… Sei que algumas desças coisas não aconteceram (ainda), mas eu estava meio delirando e falta de ar era tanta que me deixava atordoada.

            O tentáculo só ficava mais apertado, e eu me senti ficar mole, eu iria morrer. Comecei a ouvir uma gritaria, mas eu só queria dormir sossegada, quando tudo estava quase escuro, mas eu conseguia ver um vermelho que era quase preto de tão escuro. E eu tinha só um pouco de consciência, mas não o bastante para me mexer, minha última lembrança é de estar caindo, provavelmente na boca do monstro.

***

            Acordei meio atordoada ainda, meio cansada e totalmente confusa, uma gritaria no meu ouvido e eu só queria dormir! Tentei ignorar a gritaria, mas foi impossível. Então me sentei bruscamente e vi que eu estava no bote salva vivas, Percy discutia com Yasmin, e Cristal tentava acalmar os dois, eles não perceberam que eu estava acordada.

            Olhei para o mar, nem sinal de terra, só o azul lindo do mar, e a linha distante que dividia o céu do mar.

            Eu estava tão calma, quando me lembrei do que tinha acontecido antes. E me virei para eles, calma e disse:

            _ Eu morri?_ Eu me sentia estranhamente tranqüila, como se fosse a coisa mais normal a se fazer.

            De repente todos olharam para mim, os três ao mesmo tempo.

            Percy apenas balançou a cabeça, negativamente. As outras se limitaram a me olhar.

            _Onde estamos?_perguntei, confusa.

            _Indo para a Ilha de C.C._Disse Yasmin.

            Percy a fulminou com o olhar.

            _ Quem?_perguntei distraída.

            _Circe._ disse Cristal.

            _Não era para nós irmos para lá…_ disse Percy, emburrado.

            _Mas precisamos ir, precisamos de um barco e de comida, tudo o que July tinha nos dado, perdemos.

            _Mas sua mãe me transformou em porquinho-da-índia da outra vez em que foi lá!

            _Isso por que você é irritante e burro!_retrucou Yasmin.

            E eles começaram a discutir de novo. Será que ninguém se lembrava que eu era líder dessa missão? Continuei a olhar o mar, me deixava mais tranqüila.

            _Ei,_disse sem ao menos virar-me para eles_ o que aconteceu lá com Squila?

            Eles não me ouviram, se ouviram fingiram que não.

            _O que aconteceu lá com Squila?_reperguntei, mais alto, eles me ignoraram.

            Então me virei para eles e praticamente gritei:

            _O que aconteceu lá com Squila?

            _ Ela, ela_ começou Yasmin, gaguejando_ Ela te pegou e quase te espremeu até seus órgãos saírem pela boca, aí o Percy jogou a espada dele no tentáculo que estava te segurando e ela te soltou, depois fugimos._ essa última parte ela disse de olhos fechados e sem tomar fôlego.

            Yasmin respirou fundo, como se soltasse um grande peso.

            _Nossa, que feliz._ disse eu, ainda calma.

            E voltei a olhar o mar, cansada, levemente irritada e com a certeza de que algum muito estranho iria acontecer. Estranho tipo, um palhaço com sutiã cruzar a Quinta Avenida em um triciclo ou como uma banana gigante fantasiada de gente comendo uma maça.

            O silencio era total, até eu ver uma pequena ilha ao longe, me virei para eles e gritei:

            _Chegamos! Chegamos a Ilha de Circe! _ fiquei super feliz, terra firme finalmente! Barcos me deixavam nauseada.

            Percy fechou a cara e cruzou os braços, com uma criança quando descobre que não vai à roda gigante. Yasmin quase pulou de alegria, o que teria virado o bote, então a impedimos de pular.

***

            Quando desembarcamos, na ilha, fomos recepcionados por uma mocinha bonita, com os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, usando calça jeans e blusa florida com uma viseira combinando com a blusa.

            A ilha de Circe parecia um paraíso tropical, estava cheio de mulher, mas nem um homem avista, o que me deixou desapontada. Onde estavam os homens fortes e loiros que adoram matar aula?! Droga, Art, cadê você?

            _Ei, será que sua mãe não transformou o Art em algum animal, como eles?_ Eu apontava para alguns animais (tigres, elefantes, onças) ali perto e Yasmin negou.

            _ Ele te disse um número, duvido que tenha mentido.

            A mocinha sorria para nós com seu sorriso jovial. Yasmin pareceu reconhecer a moça.

            _Annie?_disse Yasmin.

            _Yasmin? Meus deuses, é você mesma? Há quando tempo!_A mocinha soltou a prancheta que tinha em mãos e abraçou calosamente Yasmin, que a retribuiu.

            _Meus deuses, mesmo. Que saudade!

            Depois Yasmin virou para nós e disse:

            _Essa é Annie, filha de Nêmesis.

            Tá bem, tá bem. O que uma filha de Nêmeses faz na Ilha de Circe?, pensei.

            _Vocês devem estar confusos._ Riu Annie._ O que uma filha de Nêmesis faz na ilha de Circe?_Ela leu minha mente, não tinha outra explicação._ A resposta é: com um dia de trabalho, ganho um no SPA. É simples.

            _Legal, mas não tem meninos!_reclamei.

            Ela riu.

            _Claro que têm, bobinha. Você só não os esta vendo.

            _Estou vendo sim. Os pavões, tigres e onças. Eles estão ali.

            _Isso mesmo._disse Yasmin.

            _ De quem vocês pensam que sou filha? É minha obrigação saber de coisas como essa.

            Todos riram.

            Depois acompanhamos Annie até um prédio gigante, onde encontramos Circe.

            _M-mamãe?_Yasmin pareceu entrar em choque.

            Uma mulher estava de costas para nós, tecendo uma linda paisagem com uma habilidade espantosa. Circe devia estar tecendo o futuro de alguém, ela podia fazer isso.

            De repente ela se virou para nós, era mais linda do que eu imaginava, os cabelos escuros estavam pretos em duas tranças que foram feitas com fios de ouro. Era quase a cópia adulta de Yasmin, mas Circe tinha olhos grandes e verdes quase como os de Percy.

            Ela estava usando um vestido longo e branco, que arrastava no chão. Circe se levantou e andou em direção a filha que deu um passo para trás, amedrontada.

            _Yasmin! Yasmin, minha filha. Senti tanto a sua falta._ Circe se ajoelhou e abraçou com todas as suas forças Yasmin, que parecia estar com falta de ar.

            _Eu também, mamãe.

            _Mas então por que você foi embora?_Circe, estava a um fio de chorar.

            _Porque…_Yasmin precisou pensar, e mesmo assim não achou as palavras certas.

            _Não importa, o que importa é que você esta aqui agora, é um motivo para comemorar, Annie, prepare um luau para esta noite.

            _OK._ E Annie foi embora.

            _Não sei se podemos ficar esta noite…_disse eu.

            _ Sem problemas, você e seus amiguinhos podem ir embora, mas a Yasmin tem que ficar._ disse Circe me cortando._ E desde quando, minha filha, você anda com garotos?

            _Ele é Percy Jackson, filho de Poseidon e salvador do Olimpo_ disse Yasmin meio confusa.

            Circe olhou brevemente para nós.

            _ Sei…_ disse Circe, nos ignorando e voltando a olhar para Yasmin._Vá para o seu quarto, ainda está do jeito que você o deixou.

            _M-mas e meus amigos?

            _Bom,_disse ela se levantando e andando na minha direção._ Na loirinha podemos fazer um tratamento na pele e cruzes! dar um jeito no cabelo._ Disse ela pegando um dos meus cachos na mão.

            _O que tem meu cabelo?_ eu disse pegando em um de seus cachos da frente e o ajeitando.

            Mas Circe me ignorou.

            _Na outra podemos hidratar o cabelo e fazer progressiva, um bom tratamento no rosto e deve ficar bom. E uma transformação completa para o rapaz._ Disse Circe com um sorriso.

            Percy murmurou algo como “Já ouvi isso antes” e ficou bicudo, emburrado.

            _Não, mamãe._ Disse Yasmin._ Estamos em uma missão, não podemos perde tempo.

            _ Mas é claro que não, vocês três vou ficar por quanto tempo?_Circe agia como se só eu, Cristal e Percy estivesse em uma missão, e Yasmin fosse ficar para todo o sempre.

            _Na verdade, mamãe, viemos só pegar emprestado um barco e comida.

            _Mas é claro que seus amigos podem levar um barco e comida sem problema nenhum.

            _ Mamãe, é sério, não podemos ficar até a noite…

            _ E por que não, Yasmin?_Circe se zangou com ela.

            _Porque…_comecei_ um meio-sangue corre perigo, e não vai ser por causa de uma feiticeirinha idiota que eu vou deixar de ir atrás dele, entendeu, Circezinha?

            Circe parece levar um susto, mas logo depois se recuperou.

            _ Quem você pensa que é, loirinha, para falar assim comigo?

            _ Sei que sou loira, e sei a fama que loira tem, mas eu sou a filha da mais sábia deusa!_eu praticamente berrei.

            _Ora, sua insolente, vou acabar com você!_ Eu tinha provocado a fúria de uma deusa-feiticeira, que demais!

            _Pode vir! Não tenho medo de você nem de ninguém!_ Me preparei para socá-la.

            Circe pegou sua varinha mágica e quase acertou um feitiço em mim. Mas eu sei lá como, desviei. Depois de umas cinco tentativas falhadas, Circe me encarava com raiva, Yasmin assistia a tudo de boca aberta, Cristal pareceu mais acordada e Percy ainda estava emburrado. Onde os feitiços de Circe acertavam o chão ou as paredes, tudo ficava queimado, aposto que se tivesse sido acertada, já seria cinzas.

            _ É só o que tem?_ Eu ainda nem estava cansada.

            Circe praguejou em grego.

            _Ei, você gosta de joguinhos, certo? Vamos jogar? Se eu ganhar você nos deixa ir embora, inclusive a Yasmin._falei, decidida.

            _E se eu ganhar?_ Circe havia recuperado a classe.

            _ Então você pode transformar o Percy em porquinho da índia._ Percy exclamou um “Ei!” que eu ignorei._ A Yasmin fica aqui para todo o sempre._ Yasmin protestou._ Não me importa o que você quer fazer com a Cristal._ Não sei como, mas eu sabia que iria ganhar, se não, não teria digo o que eu disse:_ E eu fico aqui para sempre, trabalhando no SPA, sem ganhar nenhum dia de folga.

            Circe sorriu.

            _Feito.

            E nós apertamos as mãos.

            _As regras são simples. Toda arma está valendo, por toda a ilha, quem conseguir imobilizar a outra por cinco segundos ganha. E quem disser: “Água”, perde. E valendo._ berrei.

            Mal acabei de dizer isso Circe me atacou com sua varinha, dei um pulo para trás e consegui desviar. Ela ia atirando enquanto eu corria para o outro lado da sala, procurando um jeito de conseguir pegar meu chicote, algumas vezes quase perdi alguma parte do meu corpo.

            _Meus deuses…_ sussurrei quando vi um de seus feitiços vindo em minha direção de um jeito que só se eu tivesse asas eu poderia ter desviado, um pouco pelo tamanho um pouco por causa proximidade do meu rosto.

            Sei lá como, peguei o espelho sem defeitos e o coloquei na minha frente, o feitiço vôo para cima e fez um buraco no teto.

            _Não!_ouvi Circe gritar._ Meu teto! Vai demorar séculos para arrumar!

            Aproveitei-me da distração dela e passei minha mão pela perna, o que poderia parecer outra coisa, mas depois estalei meu chicote, era assim que o pegava.

            Ótimo, agora eu tinha uma arma! Maravilho!

            _Olha, a pirralha tem um chicote, agora vamos ver se você sabe usá-lo._ Ela disse maldosa.

            _Posso te vencer fácil, fácil._ disse eu.

            _É o que veremos.

            Dentro de mim, o medo surgia e ia embora tão rápido quando um piscar de olhos ou a luz ou a superluminosidade. Mas em todos os momentos não demonstrei medo.

            Sei lá quem estava mais surpreso, eu, a Yasmin ou o Percy. Eu tinha vivido aos primeiros 50 segundos de luta com uma deusa-feiticeira, me ajuda mamãe!

            Circe correu para fora, acho que com a intenção de não mais destruir aquela sala, eu fui atrás e depois os outros também foram.

            As mulheres do SPA se assustaram quando nos viram lutar, não sabia ao certo se eram humanas, semideusas ou deusas, então, sabe se lá o que elas estavam vendo.

            Circe pegou uma cadeira com a varinha e jogou em mim, antes dela cair e me esmagar, gritei:

            _Percy! _Ele não entendeu o que eu queria dizer, mas Yasmin sim. Ela me jogou a caneta-espada dele, que quando caiu em minhas mãos era uma espada. Desse jeito, cortei a cadeira ao meio.

            Circe fez isso mais umas duas ou três vezes e urrou com raiva, transformou a varinha dela em espada e veio para cima de mim.

            Ela não conseguiu me acertar, desviava todos os golpes dela, as espadas chegaram a soltar faíscas.

            Depois de muito forçar a espada dela para cima de mim, a espada de Percy caiu no chão, não sei o que Circe pensou, que eu estaria perdida ou coisa parecida, mas não, eu estava muito bem equipada.

            Com um movimento com as pernas, e era nessas horas que os anos chorando por causa das aulas de dança compensavam, consegui jogar meu chicote (que estava no chão) para o alto e ele caiu sobre Circe, que urrou de dor.

            _Alice!!_ ouvi Yasmin gritar, eu não devia machucar a mãe dela.

            _ Ela quer me matar!_ gritei de volta para Yasmin.

            Circe tentou me dar um soco na cara, mas eu abaixei. Ótimo, de lutar com varinha, passamos para atirar coisas, depois para luta de espadas e agora luta sem arma, que coisa!

            Tentei a técnica de passar a perna para ela cair (usei isso bastante com as filhas de Ares), mas com a varinha, Circe se levitou no ar. Ela era mais esperta que Clarisse, Emily e Kristen.

            Quando me levantei, vi Circe subir cada vez mais sem parar. Peguei a espada de Percy e joguei na barra do vestido dela, que foi atirada em uma mistura gosmenta.

            _Urgh!_ Disse Circe se limpando._ Eu te pego!

            Ela se levantou, gosmenta, sem sua varinha preciosa.

            _ Ué?_ E Circe colocou as mãos na gosma e começou a procurar sua varinha, aproveitei para pegar meu chicote que tinha ido parar do outro lado.

            Enquanto eu fazia isso, Circe achou sua varinha e um segundo depois de eu alcançar meu chicote, ela atirou em mim, e acertou minha perna esquerda.

            A dor era insuportável! Queimava, doía, ardia, eu não tinha certeza. Eu sabia que aquilo era veneno e que eu só tinha mais um golpe antes de cair no chão, desmaiada. Circe ria, e ouvi Percy disser “não, não, por favor, não”. Então usei o chicote para tirar a varinha dela, ela pareceu surpresa.

            _Estou impressionada, nunca me diverti tanto, e você sabe, né? Que mesmo sem a varinha você já perdeu…

            A varinha dela bateu tem uma alavanca, que soltou os homens transformados em animais e eles atacaram Circe, que gritou, mas mesmo assim os animais devem ter feito um estrago. Um pavão descuidado, teve preso ao seu pé uma corda, que enquanto andava em círculos envolta de Circe, a amarrou e ela caiu no chão, imóvel. Eu havia ganhado.

            O veneno de Circe me fez desmaiar um segundo depois de eu ver Percy correndo em minha direção.

***

            Quando acordei, a primeira coisa que vi foi a Yasmin colocando uma compressa de água quente sobre a minha perna esquerda, aquilo ardia!

            Levantei-me devagar e procurei acompanhar cada parte do meu corpo machucada desde o início do verão. A queimadura da quimera no ombro direito, os cortes da adaga da Emily no braço direito inteiro, o olho roxo por causa de Cristal e agora minha perna, eu estava verdadeiramente machucada. É claro que tinham outros machucados menores, como de quando eu caí da biga e tal, e era óbvio que por causa da ambrosia muitos deles estavam quase curados.

            _ Eu ganhei?_perguntei semi-consciente.

            _Ganhou. Já estamos em um navio rumo à ilha de Polifemo, vamos salvar seu Apolo._ E Yasmin piscou para mim.

            _Meu Apolo?_joguei minha cabeça de volta para o travesseiro.

            _ Ué, vocês não estão namorando?_Yasmin pareceu confusa.

            _Não, eu e o Art não estamos juntos. De onde você tirou essa ideia absurda?_ eu não estava nenhum pouco surpresa.

            _ Todo mundo no acampamento sabe. Quer dizer que não é verdade?

            _ Todo mundo é quem?_perguntei, ignorando a pergunta dela.

            _ Todo mundo é todo mundo. Todos os filhos de todos os deuses.

            _Até o Art?

            _ Não sei. Ele é tão desligado… Mas isso não é verdade?

            _Não, não é, Yasmin._ disse eu com pouca paciência._ Tá tão na cara assim?

            Ela apenas balançou a cabeça, positivamente. Tinha que tentar ser mais discreta.

            _Ele te ama…_ela pareceu meio triste, estava pensando no Christian eu aposto.

            _Tá pensando no Christian?

            _O que você sabe sobre ele?_Yasmin levou um grande susto.

            Confessei que sabia que em tempos passados, ela gostava dele, e lhe contei tudo que Cristal havia-me contado. Tudo sobre ele dizer que não gostava dela e sobre ela odiar garotos por causa disso.

            _Eu mato a Cristal. Aquela idiota!_disse brava Yasmin.

            Ri.

            _Um dos grandes defeitos da Cristal é ser fofoqueira, também, ela fica lá, só ouvindo, e as pessoas quase num dão pela presença dela.

            _É o que eu diga.

            Perguntei-lhe sobre a festa dos deuses que iria acontecer no acampamento e ela disse que era um evento que eles estavam tentando realizar desde o fim da guerra, mas todo ano tem algum problema besta, e esse seria o primeiro ano que aconteceria. Disse-me que era como um baile, e que os meios-sangues mesmo que cantariam todas as músicas e organizariam tudo, cada ano um chalé seria responsável, mas todos iriam ajudar. Era um evento que aconteceria de 3 em 3 anos.

            _ Eu levei todos os meus vestidos. Ah é, Alice, esqueci de te mostrar uma coisa._ E ela pegou uma espécie de sacola.

            _O que é isso?_questionei, com um meio sorriso.

            _ É uma de minhas melhores invenções, olhe isso._ E ela enfiou a mão lá dentro, era como se a mão dela entra mais do que poderia caber na bolsa, o que era uma de suas feitiçarias.

            De dentro da bolsa, ela tirou um vestido que tecnicamente não cabia lá. Era um lindo vestido azul-gelo toma que cai. LINDO!

            _ Não é perfeito? Mas tem muito mais.

            Ela colocou o vestido de volta e fuçou mais, pegando outro vestido mais lindo ainda. Era rosa, curto e escuro.

            _Uau…_ eu disse boquiaberta.

            _ Eu tenho uma infinidade de vestidos._ disse ela guardando o vestido rosa.

            _ E se eu disser que eu não trouxe nenhum?

            _ Sem problemas, eu te empresto.

            E ficamos lá horas conversando sobre o baile, o chalé de Zeus que era o responsável, mas ela iria cantar até não poder mais. Metade das coisas, eu não prestei atenção, estava com a cabeça longe dali, em algum lugar cruzando os mares, vendo uma cabeleira loira e olhos azuis me olhando.

***

            De repente o barco chacoalhou, havíamos batido em alguma coisa.

            _ O que foi isso?_perguntou Yasmin.

            _Vamos ver.

            Nós estávamos no porão do navio e quando subimos, me deparei com um céu nebuloso e tão cinza quando meus olhos, nuvens de tempestade. Mas nenhuma gota de chuva avista somente uma ilha perdida no meio do nada, com uma montanha assustadoramente alta e pontuda, a qual eu poderia ter escalado sem problemas.

            _ Onde estamos?_perguntei para Percy.

            _Eu também não sei._Disse ele.


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Notas finais do capítulo

Se enfrentar Clarisse e suas irmãs e a Annabeth, não foi suficiente, enfrentar Circe cara a cara com certeza é.
E agora, estar em uma ilha totalmente desconhecida não é nada legal. Como é que eles vão sair daí?