Alice Jackson os Heróis do Olimpo escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 8
Capítulo8-Mar de Monstros,o Triângulo das Bermudas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tá um pouco comprido, mas espero que gostem.
Eles vão para a casa da mãe do Art e um pouco sobre o passado da Yasmin é revelado. E um novo mistério, quem é Melanie o que aconteceu com ela?



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Yasmin me ajudou a fazer minha mala, quem diria que só uma mochila de costas para cada um dos quatro seria necessário, Yasmin tirou uma porção de coisa da minha mochila e da do Percy também, a da Cristal recebeu coisas novas, como roupas que não fosse pijamas, já que todo que se encontrava nela eram dois pijamas e nécessaire.

            Nós estávamos na praia, iríamos pegar um navio para o mar de monstros. Quase todo o acampamento estava lá, nós vendo partir, para, talvez, nunca mais voltar.

            Annabeth estava grudada ao braço de Percy.

            _Vamos?_perguntei.

            _Vamos _ disse Yasmin.

            _ Adeus, Annabeth._ disse Percy a namorada.

            _ Vou sentir sua falta._ ela disse.

            E então os dois se beijaram, um beijo de adeus.

            _Vamos logo com isso, minha mãe nós espera._ Yasmin sorria maliciosamente.

            _ Verdade, tinha me esquecido que Circe mora no Mar de Monstro._então uma ideia passou pela minha cabeça, eu já quisera a perguntar antes mais não tinha perguntado._ Onde fica o Mar de Monstros?

            _Perto da Florida._ respondeu meu primo.

            _ Mas é um mar, deve ser difícil esconde-lo dos mortais.

            _ A Névoa ajuda._ disse Percy. Névoa era o que escondia os monstros e deuses dos mortais, assim, eles viam o que acontecia, mas não do jeito certo.

            _ Mas têm monstros, eles deviam ter percebido alguma coisa estranha.

            _ E percebem, navios e aviões somem sem deixar rastro, eles vêem, mas não entendem, existem varias explicações ilógicas. Eles até deram um nome, o Triangulo das Bermudas.

            _ E o Olimpo? Na Grécia?

            _ Em cima do Empire State.

            _ Névoa?_ era meio difícil esconder palácios imensos.

            Percy concordou.

            _ Mundo Inferior?

            _ Embaixo de Los Angeles.

            _ E só mais uma coisa, eles não deviam estar na Grécia?_perguntei, antes parecia burrice perguntar isso, mas eu perguntei tudo de uma vez, o que foi mais fácil do que pareceu.

            _Os deuses mudam junto com o coração do Ocidente. Tudo começou na Grécia, depois foram para Roma, e hoje estão nos Estados Unidos. Entende?_Perguntou Percy.

            Assenti com a cabeça.

            _Vamos._ disse Yasmin.

            A nossa espera estava 4 hipocampos, criaturas metade cavalo, metade peixe.

            Subimos nos hipocampos e eles nos levaram até um navio de cruzeiro, que estava parado ali perto, nossa carona para a Flórida e o Mar de Monstros.

            _Tá, como vamos embarcar?_perguntei.

            Os hipocampos deslizaram ao longo do estibordo do navio, passando facilmente através da enorme esteira, e encostaram-se junto a uma escada de serviço rebitada ao casco.

            _Você primeiro, Percy._disse Yasmin.

            Ele se agarrou ao primeiro degrau, Yasmin esperou ele subir um pouco e subiu também. Os hipocampos iam partindo assim que seus donos se agarravam ao primeiro degrau. Cristal estava prestes a cair no sono, mas eu a mandei subir, o que ela fez, quase dormindo.

            Quando chegou minha vez, me certifiquei que minha mochila esta bem presa e que não iria cair, e subi.

            _ E agora?_perguntei, enquanto o ultimo hipocampo sumia.

            _Agora nós encontramos nossos quartos, já esta tudo pago, mas nós subimos por aqui, para que nossas armas pudessem passar._ explicou Percy.

            Assenti e pegue da mão dele um dos dois cartões, o entregando a Yasmin.

            _ Feiticeirinha, você e a Cristal podem ficar em um quarto e eu e o Percy ficamos no outro.

            Ela assentiu.

            _Bem, nossos quartos são um do lado do outro._ disse Percy._ Vamos.

            Ele seguiu para o andar superior, e nós atrás dele.

            _Meninas._ ele apontou para uma porta.

            Yasmin a abriu e as duas entraram.

            _Alice_ Percy apontou para a porta ao lado.

            Abri a porta e nós dois entramos.

            _Uau!_ Percy exclamou atrás de mim.

            Era simplesmente perfeito. Tinha um lustre gigante e uma sacada com duas cadeiras. Tinham duas camas de solteiro, tudo era perfeito...

            _Que lindo!_disse eu.

            _Lindo mesmo.

            Joguei-me na cama do lado da porta e fiquei lá relaxando.

            Os dias se sucederam tranqüilos, nada de monstros e vida boa por algumas semanas, o Percy sempre estava feliz, por estar no mar, e de vez em quando mandava uma mensagem de Íris para a Annabeth.

            Cristal só saia da cama para comer e tomar banho e ás vezes dormia por alguns dias seguidos.

            Duas semanas depois, graças ao Percy e suas ondas que levavam o navio mais rápido, chegamos à Florida!

            Desembarcamos em Miami e Percy chamou um taxi, disse-lhe um endereço que eu nunca tinha ouvido antes e eu perguntei onde nos estávamos indo, ninguém disse nada.

             _ Você verá quando chegarmos._ disse minutos depois, Percy.

            O taxi parou em frente a um sobrado bonito, de frente para o mar, Percy pagou o taxista e eu perguntei:

            _Onde nós estamos?

            _ Na casa do Apolo_ respondeu Yasmin.

            Senti o coração apertar, estávamos na frente da casa do Art!

            _ O q-que viemos fazer aqui?_gaguejei.

            _ Falar com a mãe dele e, além disso, precisamos de um lugar para passar a noite, amanhã vamos para o Mar de Monstros._ disse Percy.

            Eu andei até a porta e toquei a campainha, uma mulher de cabelos preto-azulado e brilhantes olhos azuis atendeu a porta.

            _Olá, como poço ajudá-los?

            _Você é a Sra. Polo?_perguntei.

            _ Senhorita, querida. Sim, sou eu mesma.

            _Você é a mãe do Apolo?_perguntou sem acreditar Yasmin._ Não é possível!

            _Apolo? Que Apolo? O deus grego? Que bobagem! Isso não existe!_ disse ela tentando disfarçar, mas ela mentia muito mal. E obviamente não conhecia o apelido do filho.

            _Somos meio-sangues, fique tranqüila._ disse eu, tranqüilizando a mulher, que respirou fundo.

            _Você me deram um susto.

            _Somos amigos do Arthur. Precisamos falar sobre ele._ disse Percy.

            _ O meu Arthur? Vamos, entrem, entrem.

            Assim que entramos demos de cara com uma sala pequena e bagunça, tinha várias coisas no chão e dois sofás estavam abarrotados de coisas. A Srta. Polo empurrou tudo para o chão e nos convidou a sentar, seus olhos azuis iguais aos do Art, carregavam a mesma preocupação que os dele.

            _O que aconteceu com ele?

            _Acho melhor começar do começo._ disse Percy._ Eu sou Percy Jackson, filho de Poseidon.

            Ela assentiu.

            _Sou Alice Jackson, filha de Atena.

            _Vocês são parentes?_perguntou a Srta. Polo, para mim e para o Percy.

            _Primos_ respondeu ele.

            _Yasmin Young, filha de Circe._ disse Yasmin e depois apontou para Cristal, que dormia sentada._ E essa é Cristal Johnson, filha de Morfeu.

            _Faz sentido._ disse a mãe de Art.

            _E então Srta. Polo…_comecei, mas ela me cortou.

            _ Ah, sem formalidades, ok? Chame-me só de July.

            _Tudo bem… July._ eu disse._ O Art, ele… Ele sumiu.

            _O que?_ Ela parecia não acreditar.

            _ Nos estamos na floresta do acampamento, quando apareceram uns cães infernais e ele sumiu, eles o levaram, nós vamos o salvar, mas precisamos de um lugar para ficar hoje.

            _Vocês podem ficar._ disse ela claramente preocupada._ V-vou levar vocês lá em cima. Percy pode dormir no quarto do Arthur; a Cristal pode dormir no quarto da Melanie e vocês duas podem ficar no quarto de hospedes._ Disse July, olhando para eu para a Yasmin.

            Quem seria Melanie? Achei melhor não perguntar, e nem Cristal nem Percy nem Yasmin perguntaram. Depois eu perguntaria ao Art.

            Eu acordei a Cristal e July subiu, eu e os outros atrás dela.

            Ela nos mostrou nossos quartos e disse para ficarmos à vontade, eu deitei um pouco, estava morrendo de cansaço, Yasmin se jogou na cama e falou:

            _Odeio navios e tudo o que balança, é bom estar em terra firme de novo.

            _Pensei que você era filha de Circe…

            _ Não é porque eu vivi em uma ilha por 6 anos que eu tinha que gostar do mar._ disse ela.

            Sentei-me, não sabia disso.

            _Como assim? Morar em uma ilha por 6 anos?

            _ Eu morei com a minha mãe até os seis anos de idade, ela me ensinava magia e não queria que eu fosse embora de jeito nenhum. Você deve saber que o maior desejo de Circe nas histórias era ter uma menina para lhe ensinar magia, não sabe?

            _De quem você pensa que sou filha? É claro que sei.

            _ Bom, Circe, se é que você me entende, não recebe muitas visitas e quando recebe, normalmente são homens idiotas que ela logo transforma em porquinhos-da-índia, mas quando um homem é realmente bonito e corajoso, o homem que consegui vencê-la, ela se apaixona. Foram poucas as vezes que isso aconteceu. E quase nunca o homem também gosta dela, ou fica na ilha por muito tempo. A primeira vez que Circe teve um filho, era um menino, que partiu com o pai algum tempo depois do nascimento, mas não viveu mais que 5 anos.

            _ Entendo.

            _Fui a primeira filha que minha mãe teve, e como meu pai morreu pouco depois do meu nascimento, Circe cuidou de mim, mamãe cuidava bem de mim, mas quando tinham uns cincos, eu quis saber por que só existia eu de criança, me lembro vagamente dessa época, mas poço me lembrar que eu ficava passeando pelo SPA da minha mãe, via tantas mulheres bonitas e pensava se eu não podia fazer uma poção e fazê-las ficar do meu tamanho, me lembro de ficar no cais, entediada.

            _Continue._ Pedi, quando ela parou, a história era interessante.

            _ E quando eu tinha 6 anos, já sabia fazer todo tipo de poção, me lembro de ficar horas na frente do espelho da minha mãe, que nos mostra sem defeitos e que via eu mesma, exatamente igual, eu dizia a mamãe que eu estava triste e ela mexia em meus cabelos e dizia: “Olhe para si mesma, Yasmin. O que vê? Você é linda e tem saúde, é o importa.” Ela me ensinou a tecer e sei que minha voz se assemelha a das sereias, mas eu não era feliz, não conseguia.

            _Nossa, é verdade sobre esse espelho? Como será que eu seria sem defeitos?

            _O cabelo, céus! Seria completamente diferente.

            _Que tem meu cabelo?_ perguntei ofendida.

            _Nada. Vamos voltar a história. Um dia, quando eu me olhava no espelho; acho que me olhava tanto, esperando encontrar um defeito, algo diferente; um bando de garotos chegou à ilha, tive pena deles, eram cinco garotos grandes, feios e fortes, filhos de Hefesto.

            “Depois de terem chegado, Lea; uma das mocinhas que trabalhava lá na ilha; os levou para falar com mamãe, como era de se esperar, ela os transformou em porquinhos da índia.

            “Quando perguntei a mamãe, quem eram eles, ela me disse que eram filhos de um deus idiota, me empolguei com a ideia de que existiam outros filhos de deuses, me empolguei demais, a ponto de quando minha mãe não olhava, eu os transformei em pessoas novamente. Um deles, foi muito gentil comigo e me levou embora com ele, lembro-me de dar-lhe a mão e correr para fora da ilha, quando mamãe percebeu, saiu correndo, irada, atrás de nós, não creio que vá querer me ver de novo na vida, tanto que todos os filhos de Circe foram criados pelos pais, ela deve me odi…”

            E a história de Yasmin foi interrompida por um rosnado seguido por um grito agudo.

            Olhamos uma para a cara da outra com pavor, e descemos a escada correndo o mais rápido possível, entramos na cozinha e lá estava July, tentando se defender do Minotauro com uma panela.

            Eu peguei meu chicote que estava preso na minha perna e disse a Yasmin:

            _ Tira a Srta. Polo daqui, enquanto eu distraio o monstro, depois, venha me ajudar.

            Ela assentiu.

            Eu chicoteei o Minotauro bem no fusinho e ele urrou de dor. Depois se voltou para mim enfurecido.

            _Oi, touro._ E estalei meu chicote.

            A criatura metade touro metade homem investiu contra mim, desviei com uma habilidade que me surpreendeu. O Minotauro passou por mim e depois atacou de novo, como os braços abertos de um jeito que me lembrou das irmãs filhas de Ares, Emily Sathur e Kristen McCloudy. Eu me abaixei e a criatura passou por cima de mim, quando me levantei, vi Percy e Cristal aparecem na porta da cozinha, o Percy destampou a caneta dele que de imediato se transformou na Contracorrente, sua espada mágica. Os olhos de Cristal estavam mais arregalados que nunca.

            _ Ah, pelos deuses!_ Disse Percy, irritado_ Eu já te matei duas vezes, não me faça matá-lo de novo.

            Percy brandia a espada como se ela fosse parte de seu corpo, e já ia atacar, quando eu o impedi.

            _ Tive uma ideia, é meio boba, mas é melhor do que simplesmente atacar. Vou pegar alguma toalha ou pano vermelho e agito no ar, quando ele vier na minha direção, você o mate, OK?

            Ele assentiu.

            _Ei, Yasmin, Cristal! Distraiam o Minotauro, por favor!_Berrei.

            _Por quê?_Perguntou Yasmin.

            _ Não tenho tempo de explicar.

            E corri procurar qualquer coisa vermelha, Percy veio me ajudar e depois do que pareceu um século procurando, July apareceu na porta com uma toalha de piquenique vermelho-sangue. Fui lá, peguei a toalha e agradeci.

            _Pronto Percy, estou pronta._ disse desdobrando a toalha.

            _ OK, meninas, deixem o Minotauro ir onde a Alice está!

            Comecei a balançar a toalha no ar, e o animal veio para cima mim, enquanto eu gritava:

            _ Vem, touro. Vem!

            Quando ele estava a uma distancia ameaçadora, uma pontada de medo surgiu dentro de mim, mas no segundo seguinte, a coragem já havia consumido o medo. No último segundo, quando o Minotauro estava quase me pisoteando, eu sai da frente e o Percy, acertou sua espada bem no coração da criatura, o Minotauro berrou, e logo depois caiu no chão, morto.

            Nós nos reunimos em volta do corpo do monstro e ficamos lá, olhando. Então o Minotauro começou a virar areia como se estivesse embaixo de um ventilador, o pó que antes fora o Minotauro começou a se misturar com o ar, deixando apenas um cheiro de enxofre.

             _Percy, perguntinha. _Disse eu._ O Minotauro devia estar morto, certo? E quando você entrou aqui, você disse que já o tinha matado duas vezes, fiquei sem entender._confessei.

            _Os monstros não são como a gente, eles não tem uma alma, você pode matá-lo, mas ele não morre. Se é que isso faz algum sentido.

            _ Faz sentido sim.

‘           _ Nossa, Alice, você foi ótima com o seu chicote, andou praticando?_perguntou Yasmin, ela parecia surpresa.

            _ Não muito, depois que se pega o jeito, é fácil.

            _ Quando você estalou o chicote daquele jeito, eu pensei de imediato no Indiana Jones.

            _Vocês sabiam que a ponta do chicote ultrapassa a velocidade do som, causando um mini estrondo supersônico, por isso que ele estala?

            _Que legal._ disse Percy sem animação.

            _Está agindo como uma verdadeira filha de Atena!_ se espreguiçou Cristal.

            _ Eu SOU uma verdadeira filha de Atena!_Briguei.

            Eu podia não ser tão esperta quanto a Annabeth, o que admiti relutante, mas eu era tão boa quanto_ ou melhor_ que ela em combate, julgando que ela tivera anos de treino e eu nenhum.

            Eu bati o pé e já ia saindo, quando senti tudo escurecer e eu tinha desmaiado.

***

            _Ela está bem?_ouvi uma voz disser.

            _ Ela vai ficar bem_ comentou outra.

            Eu podia ouvir o que eles falavam, mas não conseguia me mexer ou falar, fiquei simplesmente lá, parada.

            _É normal, Srta. Polo_ era uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar, era Cristal.

            _ Eu fiquei sem entender uma coisa, por que ela desmaiou?_era Yasmin, só podia ser.

            _ Quando ela luta ou fica nervosa demais, ela desmaia, não sei bem por que._ Percy falou

            _Nossa, que bom saber._ Disse Yasmin, sarcástica.

            Eu queria levantar e protestar, queria falar que não era verdade, não desmaiava só por causa disso, eu desmaiava com uma freqüência assustadora.

            Como não podia fazer a não ser ouvi, me concentrei em descansar e quando tudo silenciou, eu estava no país dos sonhos.

***

            Quando acordei de vez, eu estava deitada na cama do quarto de hospedes, Yasmin ao meu lado, dormindo tranquilamente. Levantei-me devagar da cama e olhei para o relógio, eram 3:00 AM! Quem diria que Alice Jackson acordaria esta hora! E sozinha!

            Naquele dia, iríamos ao Mar de Monstro, não pude deixar de sentir um frio na barriga, e me lembrei de uma coisa, quando chegássemos lá, teríamos de alguma forma, passar por Squila (ou Cila) e Caríbdis. Teríamos de qualquer jeito, enfrentar um dos dois monstros, Squila era uma linda jovem, mas provocou a ira de Circe e a parte de baixo de seu corpo foi transformada em uma matinha de seis cães ferozes, e suas cabeças de serpentes iriam descer e nós devorar. Segunda opção: tentaríamos Caríbdis que sugaria o mar. Iríamos morrer de qualquer jeito!

            E foi aí que uma ideia brilhante me surgiu. Corri para o quarto de July e perguntei se por acaso ela não teria uma máquina de costura. Mas infelizmente, ela pareceu não gostar de ser acordada no meio da noite.

            _Você quer que eu te mate?_ ela cobriu a cabeça com o travesseiro.

            _ Vamos, por favor, me responda isso, você tem uma máquina de costura?

            _ Tenho, esta na cozinha.

            Eu desci correndo e procurei a máquina, quando a encontrei, peguei alguns panos velhos e comecei a costurar bonecos de marinheiros no tamanho real, depois esvaziei algumas almofadas e os enchi com o enchimento das almofadas e com muita carne, toda a carne da geladeira foi embora. Coloquei roupas neles de marinheiros e os deixei parecendo reais coloquei vários detalhe e até os joguei na lama, para ficarem com um cheiro parecido com os dos verdadeiros marujos. Eu podia ter enganado a mim mesma. Estavam perfeitos!

            Squila os devoraria enquanto eu e os outros estaríamos no convés de baixo, seguros.

            Era simplesmente perfeito!

            Quando terminei todo, já amanhecera. Coloquei os 7 bonecos sentados nos dois sofás da sala. Ouviu alguém descendo as escadas e me escondi atrás de um dos sofás, dando risadinhas, imaginando a cara da pessoa que visse os bonecos daquele jeito, e torcendo para que ele ou ela não arrancasse a cabeça de um deles. Ouvi os passos mais perto e de repente o som de uma caneta sendo destampada, já sabia o que viria a seguir.

            Levantei-me o mais rápido possível e gritei:

            _PARE!!_tão alto que eu poderia ter acordado os mortos.

            Percy me olhou assombrado.

            _Se eu te conheço bem, o que são eles?_ entendi perfeitamente o que ele quis dizer.

            _ Não são autômatos se é o que esta pensando. São bonecos de pano que eu fiquei a madrugada inteira fazendo para que nós não morrermos.

            Vi a confusão se instalar em seu rosto.

            Emiti um som, que se houvesse algum humor seria uma risada.

            _Para entrar no Mar de Monstros, precisaremos passar por Squila ou Caríbdis. Se desviarmos de uma, estaremos nos lançando à morte na garganta da outra. Estava pensando nisso e tive uma ideia brilhante, enquanto nós nos escondemos no convés de baixo, os bonecos cheios de carne…_ ele me olhava com terror, como se fosse sair correndo a qualquer momento._… vão estar em cima e Squila vai comê-los e nos deixar em paz, é simples.

            A confusão e o pavor começaram a sumir do rosto dele, aos poucos os músculos faciais iam relaxando, mas sua expressão estava longe da clareza.

            _Você entendera quando chegarmos lá._ Eu esta rindo tanto que achei que fosse morrer ou explodir de tanto rir.

            Quando eu consegui parar de rir, Percy pegou um dracma e fez um arco-íris, depois lançou o dracma no arco-íris e disse:

            _ O deusa, aceite minha oferta._ o arco-íris ficou tremulo e Percy disse:_ Annabeth Chase, Acampamento Meio-Sangue.

            De todas as pessoas que eu queria ver, a última era Brenda Blake, a garota que o Art chamou de doçura, e lá estava ela, ao lado da Annabeth, sentada nas cadeiras na frente da Casa Grande.

            _ Oi, Annabeth._ disse Percy._ Tudo bem?

            Annabeth olhou finalmente para onde eu e o Percy estávamos e nos cumprimentou com um sorriso largo.

            _ Olá, Cabeça de Alga. Oi, irmã.

            _ Tudo certo por aí? Will Solace já chegou?

            _ Nenhum sinal dele, e vocês, como estão na missão? Já chegaram ao Mar de Monstros?

            _ Ainda não._ disse eu._ Vamos sair hoje, assim que as outras acordarem. Estamos na casa do Art.

            _ Eu sei, Percy já me contou… Vocês não vão imaginar quem esta aqui no acampamento!_ ela pareceu se lembrar de repente. E sem esperar que nós adivinhássemos, respondeu:_ As caçadoras! Percy, a Thalia está aqui! E tem tanta coisa acontecendo aqui que você ficaria impressionado com o número de coisas legais que se perde quando se vai em uma missão. E este ano vai ter a primeira Festa dos Deuses, vai ser simplesmente de mais…

            A ligação foi interrompida quando o arco-íris se desfez.

            _Que droga!_ Exclamou Percy. _ Não tenho mais dracmas!

            Nesse minuto, Yasmin desceu as escadas e quando viu os bonecos, começou a recitar algum feitiço, baixo demais para meus ouvidos ouvirem, acho que ela falava em grego. Então um buraco se abriu no meio da sala, e meus bonecos começaram a ser sugados para dentro dele.

            _PARA! Yasmin, pare!

            Ela pareceu não me ouvir, e continuou a olhar fixo para o chão.

            _PARA!

            Ela olhou para mim como se tivesse sido acordada de um sonho, a boca aberta e o rosto totalmente confuso, o buraco se fechou.

            _O que são eles?_Ela perguntou em sua melhor voz infantil.

            _São bonecos que salvaram nossas vidas._ E expliquei-lhe para que aqueles bonecos serviam.

            _Ótima ideia.

            Dali a pouco, a mãe do Art desceu, esfregando os olhos.

            _ O que vocês estão fazendo? Que barulheira é essa?_ a mulher usava uma camisola curtíssima com um decotão, aposto e ganho que Art adoraria me ver assim.

            _São 09h00min, Sra. Polo_ disse Percy._ Vamos embora daqui a pouco.

            _Vou acordar a Cristal, alguém me ajuda?

            Todos ficaram parados, olhando para mim como se eu fosse louca.

            _ Sinto muito, Cabeça de Azeitona. Mas você esta sozinha nessa.

            _Ótimo_ murmurei.

            E fui saindo, subindo as escadas. Detalhe pequeno: eu nunca tinha acordado a Cristal antes, bem, não quando ela realmente estava dormindo, e não apenas cochilando.

            Abri a porta do quanto de Melanie e vi uma coisa esparramada na cama. Metade do corpo de Cristal estava fora da cama, os olhos fechados e a boca aberta, o travesseiro molhado de baba. A garota estava lá, simplesmente, imóvel como uma pedra, metade do corpo coberto com um lençol e parecia não estar respirando, como se estivesse morta. Sentei-me ao seu lado, vi seu peito se mover devagar. Soltei o fôlego, ela estava viva. Abri as janelas, ela nem se mexeu.

            _Acorda, Cristal. Vamos ao Mar de Monstros! Acorda!

            Nada.

            _Olha, Cristal. Seu travesseiro preferido!

            Ela nem se mexeu.

            _ CRISTAL! Estamos sendo atacados por monstros!

            Ela resmungou e virou para o outro lado, quase caindo no chão.

            Desci e peguei duas tampas de panelas, na sala todos me olharam como se eu fosse louca. Nem disse nada.

            Batia com as tampas, gritei, chacoalhei-a, eu poderia ter acordado os mortos, acordado o mundo inteiro, menos ela!

            Já estava quase desistindo, quando resolvi chacoalhá-la pela última vez. Desse acontecimento, tenho duas notícias. Notícia boa: ela acordou. Notícia ruim: ela socou minha cara.

            _Ah, Cristal Johnson! Eu vou te matar!

            E eu empurrei o resto do corpo dela para fora da cama, ela caiu com um estrondo e ficou lá deitada um tempão, depois se levantou, os olhos azuis quase se fechando, e na mão uma adaga.

            _AAAAAA_ Berrei e sai correndo, meu olho direito devia estar roxo, estava latejando, não estava a fim de brigar com ela, então fingi estar com medo dela.

            Corri para o andar de baixo, onde Percy disse:

            _ O que foi que aconteceu com você?

            _Eu cai na privada._ disse, sarcástica.

            _Como?_ Idiota!, pensei.

            _Eu não cai na privada, seu mané. Eu acordei a Cristal!

            _ Meus deuses, deixe-me ver o que ela fez em você.

            Andei até ele e ele começou apertar de leve o roxo do meu olho.

            _Pare, Percy! Tá doendo!

            Yasmin tinha saído da sala, e voltara com um pedaço de ambrosia.

            _Coma isso, vai te fazer bem._ Eu comi.

            _ Se o Art estivesse aqui, ele teria me curado._ sussurrei entre uma mordia e outra.

            _Bom, vou subir para ver como esta a Cristal.

            Disse Yasmin e subiu. July pegou uma bolsa de gelo que eu coloquei no meu olho. Ficamos lá, até ouvirmos um grito desumano.

            _O que foi isso?_perguntou Percy, assustado.

            _Será que eu devia ter dito que a Cristal está com uma adaga?_perguntei.

            _Por Poseidon_ Percy levantou correndo e subiu as escadas a jato. Fiquei ali esperando.

            E uma hora depois, já estávamos a caminho de um cais em Miami, mochila nas costas, no carro da Srta. Polo, Cristal mal-humorada ao meu lado, Yasmin com arranhões ali e aqui. O Percy, por ter a maldição de Aquiles, não tinha se machucado, mas a Yasmin me contou que a Cristal tentara enfiar a adaga no coração dele, sorte a dele ser indestrutível.

            _Percy, perguntinha: como vamos ir ao Mar de Monstros? Andando sobre as águas?_perguntei irônica.

            _Até que não é má ideia…_ele ficou pensando.

            _Acorda! Nem todo mundo é filho de Poseidon!_briguei.

            Ele riu.

            _ Eu sei, Alice. Estava só brincando. Vamos com um barco que Poseidon me deu ano passado no Natal.

            Eu estava irritada naquele dia, mas de repente fiquei triste, por que ele ganhara um barco do pai e eu não ganhei nada da minha mãe? Sabia que Annabeth ganhara um boné de beisebol dos Yankees, que a deixava invisível e também que a Contracorrente do Percy, a estada-caneta maravilhosa dele, tinha sido um presente do pai. Sabia que Yasmin sabia tanta coisa e podia transformar meninos em porquinhos da índia por causa da mãe e sabia que a adaga de Cristal era um colar que fora dado a ela quando nasceu, pelo pai.

            Por que só eu não ganhara nada?

            Até o Peter, eu sabia, tinha um bracelete com desenhos de trigos, deve ser uma arma, (mas ficou em casa, então só saberemos no próximo verão) que Deméter deu a ele.

            Atena me odeia, só podia ser.

            Ainda estava pensando isso quando July estacionou o carro, um barco nos esperava no cais.

            Descemos do carro, Percy e Yasmin pegaram os bonecos que estavam no porta-malas e seguiram para o barco, não sei bem porque, mas fiquei para trás.

            _Alice, não faça o meu Arthur sofrer, por favor._ disse July, antes que eu fosse embora.­_ Prometa.

            _Tudo bem, eu nunca o faria sofrer._ disse eu, estranhando seu pedido.

            Ela sorriu e eu fui embora, entrei no barco e fiquei pensando no que July dissera, o que aquilo queria dizer? Não pensei muito, me deitei em cima da minha mochila e adormeci.

***

            Tive alguns sonhos confusos, sem pé nem cabeça, dos quais a grande maioria não me lembro bem. Quando acordei, estava me sentindo ótima, pronta para matar alguns monstros.

            O céu esta azul sem nem uma nuvenzinha misera, o sol brilhava com força. Percy estava guiando o barco e as outras estavam descansando.

            _ A Bela Adormecida acordou._ ele disse quando me viu em pé.

            _Onde estamos?_disse indo para o seu lado.

            O mar era quase verde, o que significava que existia muita vida marinha. Parecia que nós estávamos em um paraíso, coisa que só se vê nos filmes.

            _Bem-vinda ao Mar de Monstros._ a brisa fraca mexia em seus cabelos.


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Notas finais do capítulo

OK, a Cristal é assassina. Eles chegam ao Mar de Monstro e agora que a aventura realmente começa. Muitos lugar para se passar e muita gente nova para conhecer. Será que a Alice vai continuar amando o Art depois de tudo?



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