Em meio a gritos, Rachel foi levada pelos Sr e Sra Moore, que estavam ao lado dela, para o único hospital de Flowers Street.

Depois de deixar a garotas sob cuidados médicos, a mulher de cabelos curtos ligou para todos os filhos.  Lizzie foi a primeira a chegar, seguida por Patricia, Sean, Steven, Brian e Gabbe. Charles foi o último.

_Ah, isso está demorando muuuito!_ dizia Lizzie já impaciente, já estava andando pela sala de espera a mais de quinze minutos.

_Calma, filha. Acho que ter filho é fácil?

_Acho. Você teve oito, deve ser facilzinho.

_Então se enganou, minha querida. E sente-se, ou vai acabar fazendo um buraco no chão._disse a Sra Moore puxando a filha para o banco do lado dela.

Quando uma enfermeira finalmente veio dizer que podiam ir ver Rachel. Todos ficaram loucos de felicidade por poder ir ver a bela ruivinha que lhes tinha invadido a vida.

 Em fila, eles pararam pelos corredores do hospital. Lizzie na frente, a Sra Moore atrás, depois Sean, Patricia, Steven, o Sr Moore, Charles, Brian e Gabbe.

  _Rachel! Rachel está tudo bem?

  Rachel levou o longo dedo aos lábios, pedindo silencio, uma garotinha dormia em seu colo.

  _Depois que amamentei, ela dormiu._ Rachel explicou.

  Um a um, todos os Moores se amontoaram no pequeno quarto onde Rachel estava com a filha.

  _É tão lindinha…_suspirou Patricia, a (como o nome diz) patricinha da família._ É tão fofa que eu poderia ficar olhando o dia inteiro. Parece uma boneca…

  _Verdade, eu poderia arrancar a cabeça dela, igual eu fazia com as suas, Patricia._ Disse Lizzie.

  Todos se viram para ela, esperando que a morena estivesse brincando. Ela não parecia brincar.

  Lembrete mental. Não deixar a Lizzie sozinha com a bebê.

  Charlotte tinha os mesmos cabelos da mãe, vermelhos como fogo. Os fiozinhos curtos e finos pareciam um mar de ondas ensangüentadas na cabeça da garota, de tão enrolados que eram. Isso, puxara ao avô.

  A Sra Moore foi a primeira a se aproximar das ruivas.

  _Será que eu poderia…?_ ela não precisou terminar de falar.

  _Claro!_ Rachel abriu um sorriso ao passar a garota ainda adormecida para a senhora.

  A garotinha abriu os olhos. Todos os Moores se amontoaram para ver a menina.

  Tinha os olhos do pai… Azulzinhos.

_Ah, que linda!_ falou Lizzie._ Tem os olhos da tia!

_Deixe de ser boba, Lizzie._ Falou Sean._ São os olhos do Edward.

_E por que não poderia ser os meus?

_Porque seus olhos têm cor de merda.

Lizzie deu-lhe um tapa com força no ombro e a Sra Moore repreendeu o filho com o olhar.

  _ Ela quem começou!_provocou Sean.

  _Mentiroso!    

Charlotte abriu o berreiro.

  _Viu o que você fez?_falou brava Lizzie para Sean.

  _Eu?_ disse ele, em falsamente ofendido.

  Rachel tomou a garota nos braços e começou a cantar com a boca fechada. A menina parou de chorar e olhos curiosa para ela.

  A jovem mãe sorriu.

  _Minha bebê…

  Um segredo: Charlotte se chamava assim porque era o nome favorito de Edward e só Rachel sabia disso.

  Dois dias depois, Rachel pode ir para casa. Foi tranqüilo. Charlotte tinha nascido uma semana antes do esperado, mas não houve grandes problemas. Lizzie ligou para Rachel naquela noite, queria dormir na casa da amiga para ver a bebê, Rachel não deixou.

  _Mas, Rachel, a babá só vai começar amanhã a tarde, precisa de ajuda.

  _Lizzie, amiga, você já trocou uma frauda?

  _Bom, não. Mas…

  _Já cuidou de um bebê?
            _Não. Mas, Rachel…

  _Não quero saber. Amanhã você vem. Vou cuidar da Charlotte sozinha essa noite.

  O Sr Moore tinha a levado para casa. Ela agradeceu a carona e subiu para colocar a adormecida Charlotte no berço.

  _Dorme, meu anjo. Mamãe te ama muito.

  Rachel devia ir para o quarto, mas não conseguia deixar aquele pedacinho de vida ali, sozinha. Poderia ter medo a noite, pode chorar. Existam tantas coisas que podiam acontecer a garota…

_Mamãe vai ficar aqui com você um pouco.

  E Rachel se deitou no chão, olhando a filha, que dormia tranquilamente.

Sem perceber, Rachel mergulhou no país dos sonhos.

  Lizzie acordou cedo naquela manhã. Sua “irmã”, cunhada, amiga e, na maioria das vezes, confidente, já devia estar esperando ela. Sabia que a ruiva não dormia muito e costumava acordar muito cedo. Principalmente nos últimos dias, que vinha acordando, muitas vezes, antes do sol nascer.        

  A morena já tinha colocado uma blusa branca e uma saia rosa choque quando se deu conta. Estava pronta para ir a casa da amiga. A casa era a apenas alguém quarteirões. Mas como preguiça mata, ela pegou sua Mercedes preta e logo já estava na mansão da amiga.

  _Quem é?

  _Elizabeth Moore.

  _Certo, Srta. Moore. Rachel falou que você viria.

  E os portões se abriram.

  Lizzie, sendo rica como era desde sempre, achava que os funcionários de viam tratar seus patrões por senhor e senhora, um coisa da qual Rachel discordava.

  Ela estacionou o carro na frente da casa, entrou caminhando devagar no salto alto e subiu as escadas do mesmo jeito. Só quando já estava no andar de cima, começou a correr para o quarto de Rachel.

  A cama estava arrumada, será que a ruiva tinha ido trabalhar? Mas ela ainda tinha licença aquela semana, só voltaria a trabalhar na segunda.

  Se Rachel tinha saído, poderia a ruiva deixar Charlotte em casa sozinha?

  Lizzie atravessou o corredor e foi para o quarto da sobrinha.

  Assim que entrou lá, encontrou uma Rachel adormecida no chão.

  A morena sorriu brevemente. Se agachou e chegando bem pertinho da orelha de Rachel gritou:

  _ACORDA! Ó PREGUIÇA! LEVANTA!

  Rachel deu um pulo e sentou de pressa.

  _Isso, Lizzie. Me mata do coração!

  De repente, um chorinho mínimo que foi crescendo e já estava irritando Lizzie.

  _Charlotte, bebezinha linda, não chora não, calma, calma. Mamãe está aqui._disse Rachel pegando a ruivinha no colo._Calma, calma. A titia louca nunca mais vai fazer isso. Mamãe tá aqui.

  Charlotte parou aos poucos de chorar, mas mantinha uma cara emburrada.

  _ Olha o que você fez!_zangou-se Rachel.

  _O que eu fiz? Você quem acordou ela.

  _Nada a ver, Lizzie. Foi você quem gritou!

  _Vocês está gritando agora!

  _Não estou não, Elizabeth!_ Rachel só chamava a morena assim quando brigava mesmo.

  _ Como se você fosse santa, Rachel Williams. Como se o mundo inteiro girasse ao redor de Rachel Williams!

  A ruiva ficou tão vermelha quanto o cabelo.

  _Se você quer saber de uma coisa, você está na minha casa!

  _ Ah, então é assim? Então não estou mais, quer saber!_ E Lizzie saiu a passos duros, Rachel a seguiu.

  _ Vou embora, quando perceber que estava sento infantil, me ligue!!

  _ Vai embora mesmo!_Rachel observou a amiga descer as escadas e ficou parada, estava brava de mais, a garota em seu colo, estava quase chorando de novo.

  _Tá bom!

  _Tá bom!

  _Tá bom!
            _Tá bom!

  E a porta bateu atrás de Lizzie, que estava furiosa.

  Charlotte começou a chorar.

  Rachel balançou a garotinha em seu colo, aproximando-a de seu peito.

  _Vai ficar tudo bem. Quando ela perceber que errou, vai ficar tudo bem.