O Começo do Fim escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 5
Capítulo 5 - A terceira Tragédia na vida de Rachel


Notas iniciais do capítulo

Demorei, aqui está o quinto capítulo. Espero que gostem.



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  No dia seguinte, foi só chegar um dos horários de visita, para a ruiva estar pronta. Queria ver Edward mais que tudo no mundo, queria pelo menos vê-lo.

Lizzie passou na casa de Rachel para levá-la de carro, pelo simples fato de Rachel não ter nenhum. Enquanto ela e Lizzie estavam no carro, a morena dirigindo, não houve conversas e Rachel não conseguia parar de mexer freneticamente as mãos. As colocava no bolso, tirava, mexia no sapato, colocava a mão entre as pernas, as esfregava uma na outra, abria e fechava a janela… Seu coração parecia esfarelar-se. Não demoraria muito para ela ter um ataque ou coisa parecida.

Já no hostipal, Lizzie conduziu-a para um pavilhão situado na frente de um corredor interminável.

Por causa do risco de infecção, Rachel foi obrigada a colocar um avental, máscara, luvas, touca e uma espécie de meia que se usa por cima dos sapatos. Rachel entrou primeiro e deixou Lizzie ali, esperando.

  Se haviam mais pessoas ali além do Edward? Rachel não saberia dizer. Só tinha olhos para os cabelos pretos e olhos azuis, que agora estavam fechados. Os segundos se escorreram junto com as gotas de soro. Ela segurou a mão dele com força e começou a murmurar:

_Estou aqui, estou aqui, vai ficar tudo bem, tudo bem, eu prometo, prometo. Ah, meu amor, fica comigo, por favor!  

Desobedecendo as regras, ela tirou a mascara e lhe deu um selinho. Não teve tempo de recolocar a mascara. Um barulho alto começou. A principio achou que era tudo coisa do seu cérebro, mas depois percebeu que aquilo vinha de uma telinha do lado da cama de Edward. Uma enfermeira chegou correndo e depois parou, baixando a cabeça. Rachel percebeu, Edward tinha morrido.

  Ela se abraçou a ele e gritou, chorou, lhe implorou que voltasse a vida. Tentou fingir que tudo aquilo não passava de uma pegadinha e que logo ele entraria pela aquela porta, saudável e sorridente e gritaria:

  _Estou aqui, foguinho, estou aqui. Não achou mesmo que eu fosse te deixar achou?

  Mas não aconteceu nada. E agora ela se sentia pior do que nunca. Ainda abraçada a ele, chorou baldes, rios de lágrimas, até que uma mão pesada e tranqüilizada pousou sobre seu ombro.

  _Calma, vai ficar tudo bem._Disse uma voz masculina.

  _Não! Não! Não pode estar acontecendo. Volta, meu amor, vou logo! Mova-se, por favor, faça qualquer coisa, qualquer movimento! Por favor, ah, por favor!

  _Vem, vamos._ o homem disse para ela.

  Sua voz apesar de tranqüilizadora e estranhamente familiar, continha certa angustia. Ela não pensou duas vezes antes de se virar e se atirar nos braços do homem. E chorou, chorou mais até ainda que no enterro do pai e na morte da mãe. Ele guiou-a para fora da UTI, ela foi sem resistir.

  Chegando a sala onde Lizzie tinha ficado esperando.

  _Está tudo bem?_perguntou Lizzie em pânico. Mas era óbvio que não estava tudo bem.

  Lizzie pegou Rachel pelo braço.

  _Sinto tanto, Rachel._ disse ela olhando para a ruiva.

  Rachel abraçou Lizzie com força. Esta vez, Rachel podia se sentir acalmar. Uma enorme ferida se abrira em seu coração, não seria curada tão cedo. Depois, Lizzie abraçou o homem a quem antes Rachel abraçava.

  Tirando as lágrimas dos olhos Rachel conseguiu vê-lo. Era alto, bem mais alto que a miúda Lizzie. Tinha o cabelo cor de chocolate amargo. Os olhos estavam encharcados de lágrimas, embora ele se esforçasse para não derramar nenhuma. Os músculos eram trabalhados em academia. Ela o reconheceu, era Charles.

  Como Rachel podia ter se esquecido dele? Como podia ter se esquecido de Charles, o irmão mais velho de Edward que era médico? Ela não tinha muita certeza.

  _Ei, Rachel. Quer que eu te leve para casa?_perguntou Lizzie.

  _N-não. Vou a pé. Tenho que pensar em algumas coisas.

  _Tudo bem.

  E Rachel foi embora. Sabia que a amiga não estava em condições para dirigir e que ficaria com Charles por um tempo. Era um momento especial e ela não fazia parte dele. A ruiva de olhos mesclados não fazia parte daquilo. Ela não se encaixava em lugar nenhum. Ela era a órfã ruiva que acabara de perder o noivo. Isso era o suficiente para era rotulada com estranha e agora ela sentia que não pertencia a lugar nenhum no mundo. Não tinha parentes vivos, seus únicos verdadeiros amigos, os Moore, tinham suas próprias dores. Com isso ela lembrou da morte do pai, ela estava do lado dele…

  _Está entendendo, Rachel? Entendi o que eu digo?_Dizia o homem de cabelos castanhos.

  Rachel assentiu, feliz.

  _Então venha aqui tentar._ Disse ele entregando a ruiva uma vara de pescar.

Ela segurou a vara e não teve que esperar muito, a vara começou a puxar.

_Papai, papai, olha, eu consegui, eu consegui!

_Conseguiu mesmo!

O pai segurou em suas mãos por trás, puxando o peixe para fora.

Rachel estava quase conseguindo com a ajuda e de repente parou de sentiu o pai puxando.

  _Papai, o que aconteceu, por que não está puxando?

Ela deu uma espiada, sem soltar a varinha e viu o pai no chão, ele se debatia, os olhos estavam virado, ela soltou a vara de pescar e começou a gritar:

  _Alguém, alguém me ajude, rápido!_depois caiu de joelhos no chão, chorando.

  Alguns homens viram o que estava acontecendo e vieram ver o que estava acontecendo. De repente, o pai parou de fazer qualquer movimento. Um deles pegou o pulso do homem no chão.

  _Está morto.

  Rachel começou a gritar, queria que o pai voltasse, mas um dos homens a impediu e a levou de volta para casa, enquanto os outros faziam sei lá o que com o seu pai.

  O homem que a levou para casa era um conhecido de sua mãe e ao ver a menina chorando quis saber o que acontecera. O homem pediu para Rachel ir para o quarto, ela olhou brevemente para a mãe, que concordou. Ela obedeceu.

Dias depois o resultado, o pai tivera uma AVC.

Na época, Rachel tinha 7 anos.

Ela cruzou os braços para se aquecer, começara a escurecer e o vento frio tomava conta do lugar. Apesar de tentar controlar os pensamentos, eles pareciam ter vida própria.

Rachel estava no jardim em frente a casa delas. Brincando de colher flores. A mãe regava alguns arbustos e sorria a vendo brincar.

  _Toma, mãe. São para a senhora. _Disse ela estendendo a mão para a mãe, lhe entregando 5 flores (as outras 6 eram para Edward Moore, seu atual paquera).

  A mãe estendeu a mão para pegar as flores, mas pouco antes, os olhos da mãe começaram a olhar para frente sem ver nada e ela caiu no chão.

_Mãe!_ gritou Rachel em pânico. Se ajoelhou ao lado da mãe.

_Filha, você está bem?

_Estou, mamãe. _Disse Rachel com lágrimas nos olhos.

_Vai ficar tudo bem._ disse a voz rouca da mãe.

_Mamãe…

E o rosto da mãe tombou para o lado, os olhos vibrados.

_MÃE!

Rachel viu, ainda que de relance, uma cobra pequena sair do meio dos arbustos.

O visinhos ouviram os gritou da menina e novamente a levaram para longe, novamente para o quarto.

Rachel tinha 15 anos.

Sem perceber onde suas pernas a levavam, ela subiu as escadas seu prédio, agitada demais para ir de elevador e entrou no apartamento no 5º andar. Ela deitou na cama e viu um temporal cair lá fora.

  Edward fora sua terceira tragédia.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo está maior que os outros, se ainda está pequeno, é só avisar.
Beijos, espero que estejam bem melhores que a Rachel.



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