Digimon Beta - E o Hexágono do Mal escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 34
Batalha na Planície Xadrez




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Megadramon, um poderoso digimon no nível Perfeito, havia atacado João e Luiz Filipe na Floresta Cinza. Seadramon e Gaogamon haviam tentado de todas as formas enfrentar esse digimon, mas não conseguiram muito resultado. Temendo o pior, João propõe uma fuga. Após perceber que havia cometido um grave erro ao deixar seu digimon sozinho no campo de batalha, o garoto baiano retorna e finalmente seu digivice brilha de maneira intensa.

Megaseadramon estava preparado para atacar o Megadramon.

– Obrigado, João. A cada dia sinto que nossa amizade cresce ainda mais!

– Verdade, beta! Quer dizer, Megaseadramon. Vamos acabar com ele!

Megaseadramon avança no Megadramon e uma intensa luta se inicia no céu.

João corre até Luiz Filipe e Gaogamon.

– Seu digimon conseguiu! – vibra Luiz Filipe.

– Nos conseguimos – completa João – Se eu tivesse ido embora naquele momento, Betamon já teria virado dados. Agora vamos sair daqui.

Gaogamon regride e segue com os humanos se afastando do local da batalha.

A serpente vermelha usa sua calda e chicoteia o oponente, afastando-o. Megadramon, então, lança dois torpedos pelos orifícios das suas mãos mecânicas e atinge o digimon de João, que explode. Ainda em meio a fumaça gerada pela explosão, Megaseadramon lança uma poderosa corrente elétrica a partir da lâmina em sua cabeça. O digimon dragão recebe a descarga elétrica e urra de dor. A serpente vermelha não dá tempo de recuperação ao oponente e voa ao seu encontro com uma cabeçada. O digimon soldado do Hexágono do Mal percebe a tentativa e o segura com suas garras a centímetros do seu peito.

João, Luiz Filipe e Gaomon assistiam a batalha. Megadramon não poderia perder aquela batalha. Se isso acontecesse, eles estariam em sérios apuros.

– Megaseadramon. Eu confio e você!

O grito do seu domador ativa ainda mais a ira do digimon Perfeito, que dispara sua técnica:

– Lâmina do Trovão.

Megadramon recebe a descarga elétrica a queima-roupa e fica momentaneamente paralisado. Megaseadramon, então, investe com a sua cabeça sobre o peito do oponente e consegue atravessá-lo.

Megadramon se dissolve em dados.

Megaseadramon se aproxima do seu domador e regride.

– Você sempre me salvando...

– Claro, João! Essa é a minha função.

– Lembra-se do que combinamos na praia? – interfere o domador de barba cerrada - Somos uma dupla. Um deve proteger o outro.

– Você voltou para me proteger e eu evolui para te proteger.

João pega Betamon no chão.

– Parabéns, Betamon – diz Luiz Filipe – Você lutou muito bem.

– Obrigado. E você, Gaomon, está bem?

– Um pouco dolorido. Nada que uma boa noite de sono não resolva.

João e Betamon, Luiz e Gaomon seguem caminhando em busca de um local seguro para passarem a noite até encontrar uma pequena caverna aos pés de um morro.

Gaogamon é o primeiro a entrar e, ao se certificar de que não havia nenhum digimon no interior, chama os demais.

Betamon e Gaogamon já dormiam quando seus domadores desencadeiam uma animada conversa sobre suas vidas no Mundo Real. Escolas, famílias, amigos, amores.

– Eu me lembro dela... Uma magrinha de cabelo cheio. Ela tem uma Tailmon, né?

– Ela mesma! – João sorri – To com muito medo, cara. Já tentei usar o digivice para mandar um recado pra ela. Tentei rastreá-la. Não consegui.

– E o digivice faz isso tudo?

– Faz! Pelo menos no nosso mundo fazia...

– Vai ver isso também é culpa dos ditadores.

– Betamon também levantou essa hipótese mais cedo.

Luiz Filipe boceja.

– Boa noite, João. Até amanhã. Ah... Uma dica, já que não sabemos quando vamos voltar pra casa: Aproveite ao máximo os momentos que você tiver para descansar! Você e seu digimon.

– Valeu pela dica – sorri.

Luiz Filipe, que estava sentado, retribui o sorriso e se deita.

João faz o mesmo.

Muitos pensamentos lhe invadem a mente. A angústia por estar longe de casa, dos seus amigos e parceiros domadores. Longe de Verônica.

"Ela deve estar sozinha e triste", pensa João. "Eu preciso achá-la e protegê-la. Não posso deixar que nada de mal aconteça a minha pequenina."

Após alguns minutos, João adormece.

– Tem certeza de que vai ficar bem sozinho?

João e Luiz Filipe já haviam acordado e deixado a Floresta Cinza. Seguiram caminhando por uma estrada até chegar a uma bifurcação.

– Tenho sim, João! Preciso encontrar o Bruninho. Patamon tem dificuldades para evoluir. Tenho medo que Devimon vá atrás dele.

– Ta ok, então!

João e Luiz Filipe trocam aperto de mãos.

– Cuida bem desse garoto, Gaomon.

– Deixa comigo!

Verônica caminhava solitariamente pela na Planície Xadrez, um local com aproximadamente 20.000m² e formado por grandes placas quadradas de 5m² cada, intercaladas entre as cores preta e branca. Fazia um sol escaldante e nenhum sinal de vento até o momento.

Plotmon seguia nos braços da sua domadora.

– Meu Deus do céu! Eu preciso encontrar o João!

– Calma Verônica. É só uma questão de tempo. Nós vamos encontrá-lo.

– E se Devimon, Vamdemon ou algum dos ditadores vierem atrás de nós. O que faremos?

– Vamos lutar como sempre fizemos. Verônica, você não pode se deixar abater!

– Falar é fácil, Plotmon!

A garota de cabelos castanhos segue caminhando pela planície até que mais a frente percebe que uma pessoa também caminhava ao lado de um pequeno ser que voava. Verônica pensa em gritar, mas sua garganta estava seca demais pra isso. Alguns passos à frente a pessoa cai e fica imóvel. O pequeno ser que voava pousa ao seu lado.

Verônica corre e, ao chegar próximo, percebe que se tratava do domador que Devimon havia sugado pelo portal assim que seu digimon fez menção de evoluir.

– Olá! – grita Verônica – O que aconteceu?

– Ele desmaiou por conta do sol – diz o pequeno digimon.

Verônica se aproxima e coloca a cabeça do garoto sobre sua perna. Com leves tapas no rosto, a garota de olhar estonteante consegue acordar Bruno.

– O que aconteceu?

– Você desmaiou. Ta se sentindo melhor?

– Mais ou menos! – Bruno se levanta. Patamon pousa sobre sua cabeça – Eu me lembro de você...

– Estávamos lutando contra Devimon quando você chegou.

– Verdade! Eu me chamo Bruno Soares e esse é Patamon.

– Eu sou Verônica e essa daqui é a Plotmon.

A garota pega sua digimon do chão.

– O que aconteceu depois que Devimon nos absorveu? – questiona o pequeno digimon laranja.

– Ele absorveu todos os outros domadores e nos separou pelo Mundo Digital.

– Que cara esperto – pontua o garoto sorrindo – Mas ele chegou a machucar algum domador no campo de batalha?

– Graças a Deus, não!

– Que bom mesmo! – sorri - Eu estou procurando meus amigos. Você não encontrou ninguém por ai?

– Infelizmente não. A primeira pessoa que encontro desde ontem é você. Eu também estou procurando meus amigos. Acabamos de chegar aqui.

– Pessoal, ficar parado não vai adiantar de nada!

– O Patamon está certo – concorda seu domador – Vamos continuar andando.

Após uma hora de caminhada todos estavam cansados e esgotados. Verônica, Bruno, Plotmon e Patamon pingavam de suor.

– Chega! Eu vou parar e descansar - Verônica se joga no chão com os braços abertos - Esse sol ta de rachar. Se continuar assim vamos morrer de sede. Se pelo menos Tailmon fosse grande e conseguisse me levar... Hei Bruno, faça Patamon evolui para nos tirar daqui.

– Patamon não consegue controlar sua evolução. Ele só conseguiu evoluir uma única vez.

– Mas vocês não iriam atacar Devimon?

– Iriamos aproveitar da fama da evolução do Patamon.

– É verdade! Levi comentou com a gente sobre seu digimon. É um anjo, não é?

– É sim! – Bruno sorri orgulhoso.

– Patamon breve vai controlar o poder da evolução, não é mesmo?

– Vou sim! – responde o digimon sorrindo.

À medida que Verônica e Bruno conversavam, o sol que até então reinava sozinho no céu sobre a Planície Xadrez dá lugar a densas nuvens escuras.

– Que sombra boa! – diz Verônica fechando os olhos.

Uma leve brisa toca a face de todos.

– Acho que vai chover – pontua o garoto magro olhando para o céu.

– Tomara... Estamos precisando nos refrescar – diz a digimon de olhos azuis.

Essa grande nuvem escura começa a trovejar e lançar raios por todas as direções.

– É uma tempestade! – exclama Bruno assustado – Aonde vamos nos abrigar?

– Isso ta estranho – diz Verônica pondo-se de pé e olhando para o céu.

Aos poucos, do meio das nuvens escuras surge Devimon. O ditador desce e para na frente dos domadores.

Plotmon e Patamon se põem na defensiva em frente aos humanos.

– Quer dizer que esse digimon ainda não controla sua evolução? – o ditador sorri – Pelo visto perdi uma grande oportunidade ontem.

– Isso não quer dizer que hoje eu não consiga evoluir para te enfrentar – grita Patamon.

– Verme inútil. Verá seu humano morrer de forma dolorosa.

– Eu não vou deixar.

Patamon infla se corpo, praticamente dobrando de tamanho e libera uma bolha de ar comprimido na direção do ditador. A técnica atinge o rosto do Devimon como um tapa, forçando-o a olhar para a direita.

Devimon lentamente volta a encará-los.

– Por que você não vai atrás do Rafael e do Davi? – questiona a domadora com um olhar provocativo – Está com medo de tomar outra surra?

O digimon esguio e de longos braços negros que chegam ao joelho se enfurece e faz um movimento com o braço. A massa de ar deslocada lança Patamon e Plotmon a metros de distância.

– Patamon!

– Plotmon!

– Agora serão menos dois domadores – sorri – MORRAM!

Devimon avança na direção dos humanos com suas garras brilhando.

– HEI DEVIMON!

O grito atrai a atenção do ditador que interrompe o ataque para ver quem o chamava.

Um garoto magro e alto o olhava acompanhado de uma digimon flor semelhante à Palmon, a não ser pelo botão de flor que é a sua cabeça. Pétalas vermelhas ao redor do pescoço e as flores que estavam no lugar das suas mãos.

– Guilherme! – grita Bruno.

Patamon e Tailmon se aproximam dos seus domadores.

Verônica rastreia informações sobre a digimon do Guilherme.

Floramon, um digimon Novato. Uma flor doce e carinhosa. Detesta lutar, e quando não consegue impedir que uma batalha aconteça lança sua “Chuva de Pólen”, fazendo com que o oponente também não queira lutar.

– Não me atrapalhe!

Devimon lança dois filetes de energia dos seus olhos na direção do domador que acabou de chegar. O digivice brilha e possibilita a evolução da digimon. Kiwimon se lança na sua frente e é atingida pela técnica do ditador. A digimon regride e cai desacordada aos pés do Guilherme.

– Floramon. Fala comigo!

Guilherme pega a digimon nos braços.

– Seu covarde! – brada Verônica irritada – Agora é a nossa vez, Plotmon.

Plotmon rapidamente evolui para Tailmon e corre na direção do Devimon. O ditador seguia lançando filetes de energia pelos olhos na tentativa de atingir a digimon gato, que conseguia se desviar com maestria. Ao se aproximar ainda mais do digimon demônio, Tailmon salta e desfere um soco no seu rosto, derrubando-o.

Mesmo caído Devimon consegue chutar Tailmon que é lançada contra Verônica, que cai com o impacto.

Guilherme se aproxima da Verônica e do Bruno.

– Vocês estão bem?

– Eu já to acostumada a isso – responde Verônica.

Tailmon se levanta e corre até Devimon.

– Patamon você precisa ajudar!

– Não, Bruno – interfere a garota – Pode ser perigoso pra ele. É melhor que fique aqui com a gente.

Tailmon seguia tentando atingir o ditador em meio a chutes, saltos e arranhões. Devimon conseguia demonstrar agilidade e se desviava das investidas da pequena digimon Adulta. Após um vacilo da digimon gato, o ditador consegue acertar um chute nas suas costas e a lança de encontro ao chão. Assim que toca o solo da Planície Xadrez, Tailmon consegue tomar impulso e salta em direção ao rosto de Devimon, que não esperava por um contra-ataque tão rápido. A digimon de Verônica utiliza sua técnica “Garra Relâmpago” e consegue fazer uma sequencia ultraveloz de arranhões no rosto inimigo. Devimon se desespera e consegue pegar a digimon com sua enorme mão e a esmaga. Tailmon consegue morder um dos dedos e se livra do ditador.

A digimon gato segue com cambalhotas até se aproximar dos humanos.

– Cansei de brincar com vocês! Trevas do Apocalipse.

Devimon lança uma poderosa energia negra contra os domadores. Para protegê-los, Tailmon é obrigada a saltar e a barrar a técnica com seu pequeno corpo. A digimon gato cai aos pés da sua domadora.

Verônica a pega do chão.

– Me solta Verônica, eu preciso ir!

– Não! – interfere Bruno – A partir de agora iremos assumir essa luta.

– Você não está preparado – diz Verônica.

– Não temos tempo pra isso! Pronto Patamon?

Devimon une suas mãos uma ao lado da outra e lança uma rajada de energia ainda mais poderosa do que a energia que ele lançou contra a digimon da Verônica.

Patamon não titubeia e, confiando nas palavras ditas pelo seu domador, avança de encontro à técnica do Devimon.

– PATAMON! – grita Bruno.

O grito do domador ativa o brilho do seu digivice e Patamon finalmente é envolto pelo casulo de luz da evolução.

Continua...


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