Digimon Beta - E o Hexágono do Mal escrita por Murilo Pitombo
Plotmon avança no Cockatrimon, que lhe aplica um golpe com suas asas, arremessando-a no chão.
– Petrificação.
Cockatrimon lança raios verdes dos seus olhos e Plotmon consegue se esquivar por pouco. O local atingido pelo ataque fica cinza e rígido como concreto.
– Soco Pequeno.
Plotmon salta, e com suas pequenas patas dianteiras, atinge o peito do Cockatrimon, que não sente o efeito da técnica.
– Plotmon, você não vai conseguir vencer dessa forma. Evolua! – Verônica ergue o digivice e o aparelho começa a brilhar.
Rapidamente a pequena digimon é envolvida por um pequeno casulo de luz que cresce pouco. O casulo se dissolve e revela um digimon com a aparência de um gato com pelagem branca. É bípede e possui luvas amarelas, com garras, nas patas dianteiras. Sua calda possui uma listra roxa em espiral que segue por toda sua extensão. Na calda também, a pequena digimon possui um anel prateado. Seus olhos azuis permaneciam.
– Soco de Gato.
O pequeno digimon gato salta e atinge Cockatrimon no bico com sua pata direita. Com o forte impacto, o digimon é arremessado de costas até se esbarrar contra o farol.
João fica impressionado com a demonstração de força da pequena digimon.
– Como que pode Betamon esse gatinho ter tanta força?
– Apesar de ser pequena, Tailmon é um digimon Adulto.
– Tailmon?
João, agora consciente da fonte de informações que possuía em suas mãos, rastreia a evolução de Plotmon.
Tailmon, um digimon no nível Adulto. A primeira vista, parece uma linda gatinha indefesa, mas o seu ataque “Garra Relâmpago”, tem um considerável poder de destruição.
Cockarimon se levanta lentamente gargalhando.
– Você quer me derrotar assim?
– Não me subestime. Posso te destruir com um só golpe.
– Pare de conversa fiada. Aqui será o seu túmulo. Penas Cortantes.
Cackatrimon faz um movimento de abertura com uma das asas e cinco penas se desprendem dela. Tailmon avança na direção do inimigo, desvia das penas, e ao chegar próximo dá um grande salto seguido de uma cambalhota.
– Garra Relâmpago.
As garras das patas dianteiras de Tailmon brilham e ela desfere uma sequencia de arranhões no Cockatrimon, que em princípio não sente absolutamente nada. Quando Tailmon toca o chão, Cockatrimon se desfaz em milhões de dados, assim como o Tyranomon.
João observava impressionado.
– Conseguiu vencer...
– Eu já te disse que não dá pra julgar os digimons pela aparência.
Tailmon corre até Verônica e salta em seu colo. Os dados de Cockatrimon desaparecem aos poucos.
– Parabéns Tailmon. Mais uma vitória nossa!
– Obrigada Verônica.
Tailmon abraçava sua domadora quando percebe que alguém observava atrás de um poste.
– Tem alguém ali – diz Tailmon séria, indicando o local.
Verônica se volta para trás e nota que uma pessoa corria carregando um volume próximo ao corpo.
– Deve ser o novo domador... Vá atrás dele Tailmon. Não o deixe escapar.
Tailmon salta dos braços de sua domadora e começa a correr como um gato, utilizando suas quatro patas. Verônica seguia logo atrás com as sandálias na mão. João corria muito. Betamon estava seguro embaixo do seu braço quando Tailmon o ultrapassa e para a sua frente com os braços esticados.
– Ordeno que pare!
João interrompe a corrida para não se esbarrar na digimon.
– Você não ordena nada! Saia da minha frente.
– Não vou dizer outra vez.
João insiste em caminhar e Tailmon acaba por derrubá-lo sentado com uma rasteira. Betamon salta do seu colo e afronta Tailmon, preparando-se para uma eventual batalha.
Verônica consegue alcançá-los.
– Quer dizer que você é um domador?
João nada responde e se levanta devagar. O domador estava de costas.
– Responda! Não ouviu Verônica perguntar?
– Eu quero uma batalha agora! – exige a domadora.
– Eu não quero batalhar contigo.
– Se não for por bem, será por mal.
– Já disse que não quero batalhar contigo.
– Se você não quiser, vou mandar minha Tailmon atacar seu... – Verônica rapidamente recolhe informações sobre o digimon redondo – Betamon.
– João, se quiser eu posso evoluir.
Verônica fica estática ao ouvir o nome do domador.
– Como é que é? João? Não é possível que seja João...
João a interrompe virando-se em sua direção.
– Isso mesmo Verônica, sou eu!
– Não pode ser... Como conseguiu?
– Ontem pela manhã, quem destruiu aquele Tyranomon fomos nós.
– Disso eu sei até porque só existiam duas domadoras, pelo menos aqui no Brasil. Tive certeza da presença de um novo domador quando cheguei à praça e vi os dados do digimon desaparecerem no ar.
– Pois é a vida dá voltas. Há 24h, eu não fazia ideia que pudessem existir monstros, vindos de “não sei aonde” chamados digimons, e que você tem um. E que os humanos que os possuem um são chamados de domadores. E que os nossos digimons podem evoluir se precisar - João sorri - Isso é coisa demais para minha cabeça.
– Eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você.
– Isso o que?
– Ser um domador.
– Você está duvidando da minha capacidade? – pergunta João com um sorriso nos lábios.
– Então prove o contrário.
– Eu não queria, mas já que você insiste. Pronto Betamon?
– Vamos lá Tailmon.
Tailmon parte para o ataque.
– Soco de Gato.
Betamon literalmente voa em direção a areia da praia, fazendo uma parábola no ar. Tailmon corre. João e Verônica os seguem e descem pela escadaria que dá acesso à praia. A digimon felina se aproxima de Betamon com outro soco. O digimon anfíbio salta, aproveita a distração de Tailmon, e a segura pelas costas, imobilizando-a. Os digimons rolam pela areia até chegar à água.
– O que ele está tentando fazer? Se eu fosse você mandava logo ele evoluir. Um Novato não tem chance numa batalha contra um Adulto.
– A não ser que o Adulto seja um felino e esteja dentro d’água e o Novato seja um anfíbio com ataques elétricos
Verônica se dá conta do perigo e tenta alertar sua digimon, mas não consegue. Tailmon recebe o ataque muito próximo de Betamon e acaba desmaiando. A digimon brilha e regride, voltando a ser Plotmon.
– Plotmon!
Verônica a pega no colo, instantes antes de ser tragada por uma marola. A garota passa a acariciar Plotmon, enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto.
– Isso foi jogo sujo, João!
– Foi ela que jogou Betamon na praia. Se estivessem no asfalto, com certeza vocês ganhariam.
João e Verônica escutam sirenes de viatura da polícia vindo ao longe.
– Temos que sair daqui - Verônica secava as lágrimas com o dorso da mão.
– Deixa comigo.
Betamon se afasta dos domadores e evolui para Seadramon. Verônica e João montam na serpente azul, que sai voando em direção ao mar para que não fossem vistos.
– Seadramon, vamos para a festa.
– Por favor, João, me leve em casa.
– Se você não for para a festa o pessoal vai sentir sua falta.
– Tem razão... Fico um tempo lá e depois vou embora.
Chegando próximo ao local da festa, Seadramon passa a voar baixo e segue até o terreno abandonado. Rafael, que estava do lado de fora do galpão onde acontecia a festa, preocupado com o desaparecimento de Verônica, os vê sobre a enorme serpente voadora. Seadramon pousa em meio à escuridão e regride. O brilho da regressão ilumina a escuridão por três segundos.
– Betamon cuide dela – ordena João – Não vamos demorar!
Verônica e João saem do terreno conversando e Rafael, ao vê-los, se esconde atrás de um carro que estava estacionado. Os domadores exibem seus transmissíveis e passam pelos seguranças da portaria como se nada tivesse acontecido. Rafael entra logo em seguida. Somente ele havia visto a enorme serpente voadora.
Verônica volta para próximo de suas colegas, enquanto João cumprimentava alguns rapazes que estavam por ali.
João vê Rafael e se aproxima.
– Parabéns cara, felicidades!
– Obrigado - responde Rafael intrigado, atiçando a curiosidade de João.
– O que houve, parece que viu um fantasma?
– Nada não!
Verônica se aproxima dos rapazes.
– Vamos João, prometi a minha mãe que chegaria cedo hoje.
– Mais cedo que isso? – diz o garoto sorrindo - Não é nem uma hora.
João dá o braço de forma elegante a Verônica, que retribui da mesma maneira.
– Tchauzinho Rafael – Verônica solta um beijo - A gente se vê na segunda.
João e Verônica saem da festa. Rafael ainda estava muito perturbado com a cena que viu há pouco. Tinha que saber toda a verdade.
Verônica e João já estavam do lado de fora quando ouvem um grito:
– Esperem!
– O que houve Rafael? – questiona João sério se virando.
Rafael se aproxima.
– Que monstro era aquele que parece com uma cobra gigante? Não adianta disfarçar, eu vi vocês dois montados nele agora a pouco.
Continua...
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