Digimon Beta - E o Hexágono do Mal escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 3
Batalha à Meia-Noite - Parte 2




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Plotmon avança no Cockatrimon, que lhe aplica um golpe com suas asas, arremessando-a no chão.

– Petrificação.

Cockatrimon lança raios verdes dos seus olhos e Plotmon consegue se esquivar por pouco. O local atingido pelo ataque fica cinza e rígido como concreto.

– Soco Pequeno.

Plotmon salta, e com suas pequenas patas dianteiras, atinge o peito do Cockatrimon, que não sente o efeito da técnica.

– Plotmon, você não vai conseguir vencer dessa forma. Evolua! – Verônica ergue o digivice e o aparelho começa a brilhar.

Rapidamente a pequena digimon é envolvida por um pequeno casulo de luz que cresce pouco. O casulo se dissolve e revela um digimon com a aparência de um gato com pelagem branca. É bípede e possui luvas amarelas, com garras, nas patas dianteiras. Sua calda possui uma listra roxa em espiral que segue por toda sua extensão. Na calda também, a pequena digimon possui um anel prateado. Seus olhos azuis permaneciam.

– Soco de Gato.

O pequeno digimon gato salta e atinge Cockatrimon no bico com sua pata direita. Com o forte impacto, o digimon é arremessado de costas até se esbarrar contra o farol.

João fica impressionado com a demonstração de força da pequena digimon.

– Como que pode Betamon esse gatinho ter tanta força?

– Apesar de ser pequena, Tailmon é um digimon Adulto.

– Tailmon?

João, agora consciente da fonte de informações que possuía em suas mãos, rastreia a evolução de Plotmon.

Tailmon, um digimon no nível Adulto. A primeira vista, parece uma linda gatinha indefesa, mas o seu ataque “Garra Relâmpago”, tem um considerável poder de destruição.

Cockarimon se levanta lentamente gargalhando.

– Você quer me derrotar assim?

– Não me subestime. Posso te destruir com um só golpe.

– Pare de conversa fiada. Aqui será o seu túmulo. Penas Cortantes.

Cackatrimon faz um movimento de abertura com uma das asas e cinco penas se desprendem dela. Tailmon avança na direção do inimigo, desvia das penas, e ao chegar próximo dá um grande salto seguido de uma cambalhota.

– Garra Relâmpago.

As garras das patas dianteiras de Tailmon brilham e ela desfere uma sequencia de arranhões no Cockatrimon, que em princípio não sente absolutamente nada. Quando Tailmon toca o chão, Cockatrimon se desfaz em milhões de dados, assim como o Tyranomon.

João observava impressionado.

– Conseguiu vencer...

– Eu já te disse que não dá pra julgar os digimons pela aparência.

Tailmon corre até Verônica e salta em seu colo. Os dados de Cockatrimon desaparecem aos poucos.

– Parabéns Tailmon. Mais uma vitória nossa!

– Obrigada Verônica.

Tailmon abraçava sua domadora quando percebe que alguém observava atrás de um poste.

– Tem alguém ali – diz Tailmon séria, indicando o local.

Verônica se volta para trás e nota que uma pessoa corria carregando um volume próximo ao corpo.

– Deve ser o novo domador... Vá atrás dele Tailmon. Não o deixe escapar.

Tailmon salta dos braços de sua domadora e começa a correr como um gato, utilizando suas quatro patas. Verônica seguia logo atrás com as sandálias na mão. João corria muito. Betamon estava seguro embaixo do seu braço quando Tailmon o ultrapassa e para a sua frente com os braços esticados.

– Ordeno que pare!

João interrompe a corrida para não se esbarrar na digimon.

– Você não ordena nada! Saia da minha frente.

– Não vou dizer outra vez.

João insiste em caminhar e Tailmon acaba por derrubá-lo sentado com uma rasteira. Betamon salta do seu colo e afronta Tailmon, preparando-se para uma eventual batalha.

Verônica consegue alcançá-los.

– Quer dizer que você é um domador?

João nada responde e se levanta devagar. O domador estava de costas.

– Responda! Não ouviu Verônica perguntar?

– Eu quero uma batalha agora! – exige a domadora.

– Eu não quero batalhar contigo.

– Se não for por bem, será por mal.

– Já disse que não quero batalhar contigo.

– Se você não quiser, vou mandar minha Tailmon atacar seu... – Verônica rapidamente recolhe informações sobre o digimon redondo – Betamon.

– João, se quiser eu posso evoluir.

Verônica fica estática ao ouvir o nome do domador.

– Como é que é? João? Não é possível que seja João...

João a interrompe virando-se em sua direção.

– Isso mesmo Verônica, sou eu!

– Não pode ser... Como conseguiu?

– Ontem pela manhã, quem destruiu aquele Tyranomon fomos nós.

– Disso eu sei até porque só existiam duas domadoras, pelo menos aqui no Brasil. Tive certeza da presença de um novo domador quando cheguei à praça e vi os dados do digimon desaparecerem no ar.

– Pois é a vida dá voltas. Há 24h, eu não fazia ideia que pudessem existir monstros, vindos de “não sei aonde” chamados digimons, e que você tem um. E que os humanos que os possuem um são chamados de domadores. E que os nossos digimons podem evoluir se precisar - João sorri - Isso é coisa demais para minha cabeça.

– Eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você.

– Isso o que?

– Ser um domador.

– Você está duvidando da minha capacidade? – pergunta João com um sorriso nos lábios.

– Então prove o contrário.

– Eu não queria, mas já que você insiste. Pronto Betamon?

– Vamos lá Tailmon.

Tailmon parte para o ataque.

– Soco de Gato.

Betamon literalmente voa em direção a areia da praia, fazendo uma parábola no ar. Tailmon corre. João e Verônica os seguem e descem pela escadaria que dá acesso à praia. A digimon felina se aproxima de Betamon com outro soco. O digimon anfíbio salta, aproveita a distração de Tailmon, e a segura pelas costas, imobilizando-a. Os digimons rolam pela areia até chegar à água.

– O que ele está tentando fazer? Se eu fosse você mandava logo ele evoluir. Um Novato não tem chance numa batalha contra um Adulto.

– A não ser que o Adulto seja um felino e esteja dentro d’água e o Novato seja um anfíbio com ataques elétricos

Verônica se dá conta do perigo e tenta alertar sua digimon, mas não consegue. Tailmon recebe o ataque muito próximo de Betamon e acaba desmaiando. A digimon brilha e regride, voltando a ser Plotmon.

– Plotmon!

Verônica a pega no colo, instantes antes de ser tragada por uma marola. A garota passa a acariciar Plotmon, enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto.

– Isso foi jogo sujo, João!

– Foi ela que jogou Betamon na praia. Se estivessem no asfalto, com certeza vocês ganhariam.

João e Verônica escutam sirenes de viatura da polícia vindo ao longe.

– Temos que sair daqui - Verônica secava as lágrimas com o dorso da mão.

– Deixa comigo.

Betamon se afasta dos domadores e evolui para Seadramon. Verônica e João montam na serpente azul, que sai voando em direção ao mar para que não fossem vistos.

– Seadramon, vamos para a festa.

– Por favor, João, me leve em casa.

– Se você não for para a festa o pessoal vai sentir sua falta.

– Tem razão... Fico um tempo lá e depois vou embora.

Chegando próximo ao local da festa, Seadramon passa a voar baixo e segue até o terreno abandonado. Rafael, que estava do lado de fora do galpão onde acontecia a festa, preocupado com o desaparecimento de Verônica, os vê sobre a enorme serpente voadora. Seadramon pousa em meio à escuridão e regride. O brilho da regressão ilumina a escuridão por três segundos.

– Betamon cuide dela – ordena João – Não vamos demorar!

Verônica e João saem do terreno conversando e Rafael, ao vê-los, se esconde atrás de um carro que estava estacionado. Os domadores exibem seus transmissíveis e passam pelos seguranças da portaria como se nada tivesse acontecido. Rafael entra logo em seguida. Somente ele havia visto a enorme serpente voadora.

Verônica volta para próximo de suas colegas, enquanto João cumprimentava alguns rapazes que estavam por ali.

João vê Rafael e se aproxima.

– Parabéns cara, felicidades!

– Obrigado - responde Rafael intrigado, atiçando a curiosidade de João.

– O que houve, parece que viu um fantasma?

– Nada não!

Verônica se aproxima dos rapazes.

– Vamos João, prometi a minha mãe que chegaria cedo hoje.

– Mais cedo que isso? – diz o garoto sorrindo - Não é nem uma hora.

João dá o braço de forma elegante a Verônica, que retribui da mesma maneira.

– Tchauzinho Rafael – Verônica solta um beijo - A gente se vê na segunda.

João e Verônica saem da festa. Rafael ainda estava muito perturbado com a cena que viu há pouco. Tinha que saber toda a verdade.

Verônica e João já estavam do lado de fora quando ouvem um grito:

– Esperem!

– O que houve Rafael? – questiona João sério se virando.

Rafael se aproxima.

– Que monstro era aquele que parece com uma cobra gigante? Não adianta disfarçar, eu vi vocês dois montados nele agora a pouco.

Continua...


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