Rose, pela primeira vez se permitiu sofrer. Ela aceitou sua dor como eu nunca pensei que ela pudesse fazer. Ela sentou-se no degrau da entrada para minha casa e chorou copiosamente. Suas mãos agarravam os cabelos em desespero. Eu ouvia seus soluços sabendo que nada que eu dissesse iria ajudar.
-Eu o amo Bella! -Seu rosto molhado virou-se para mim, assustando-me. 
-Rose... -Eu queria que ela entendesse que eu não a julgava.
-Eu juro! -Chorou cobrindo o rosto.-Tudo o que eu menos queria era magoar ao Emmett. Eu sei que é difícil de acreditar mais eu o amo.
Sentei-me ao seu lado abraçando a, esperando que servisse para algo. 
-Eu acredito em você. -Sussurrei. -Eu entendo. - Tudo o que eu mais desejava era que ela soubesse que não seria julgada por mim. 
De repente seu celular vibrou. Atendi, pois não queria incomodá-la. 
-Rose? -Uma voz conhecida me fez enjoar.
-O que você quer? - Perguntei agressiva. Rose encarou-me especulativa.
-Isabella, por favor, entregue o telefone a Rosalie. -Eu ri.
-Oh não se preocupe! Eu ainda não acabei com seu namoro, se é o que teme. Eu quero te esperar. -Ironizei.
-Entregue o telefone a ela agora, vadia! -Tânia gritou do outro lado. Desliguei o telefone de imediato.
-Quem era? -Rose perguntou ajeitando-se, com a voz embargada.
-Tânia. 
-Ainda bem que desligou. -Comentou já rindo, eu a acompanhei. 
-Você está bem? -Perguntei enquanto o celular tocava incansavelmente.
Rose suspirou e digitou um torpedo rápido.
-Disse para ela me ligar depois. -Ela revirou os olhos. -Eu não entendo aquela vaca, Tânia me odeia! 
-Deve ser inveja. - sugeri. Rose parecia mais frívola naquele momento. Como se tivesse engolido a dor.
-me pergunto se ele vai me perdoar algum dia. -Falou distante.
-Claro que vai, Rose. Você só precisa dar algum tempo a ele.-Rose suspirou.
-Tomara.
-Emmett te ama. Garanto. -Ela ainda parecia triste, mas sorriu, despedindo-se quando viu o Volvo prateado de Edward estacionar. Franzi a testa. O que ele estaria fazendo ali? 
-Eu vou nessa Bells! Edward me odeia também. - a encarei enquanto ela fugia, literalmente. Edward saiu do carro, ele usava uma camisa de mangas e golas sociais branca e jeans azuis.
Repuxou os lábios num sorriso forcado e escondeu os olhos com o óculos. 
Caminhei -preocupada com Rose- em sua direção.
-Bells? -Chamou.
-Oi!- Falei tentando manter a naturalidade. Como se não bastasse perder a amizade de Damon.
-Bells, Stefan tem boas notícias. -Esperei atenta. -O show em Nova York foi confirmado. -Ele sorriu largamente puxando os óculos. -Você ta dentro! - Ele exclamou sinceramente feliz. -Vai ser uma oportunidade bombástica pra sua carreira! É perfeito Bells. - O encarei levemente incrédula e feliz.
-jura? 
-É claro! Eu não brincaria com isso! 
-Eu sei... -Falei emocionada. -Mas isso é demais!
-Você é demais! -Sorri para ele.
-Por que Stefan não me disse nada? - Ele parou de rir.
-Eu sou seu empresário. -Falou sorrindo forçado. 
-Legal. - Declarei.
-Incrível, menina! - Eu ri de seu jeito alegre.
-Vamos Contar para a Alice, seus pais, CNN, Forks, Seattle, Port Angellis! -Eu Gargalhei.
-Calma! - o encarei horrorizada. -E se meus pais não me deixarem ir?
-Claro que vão permitir.


-Claro que não vamos permitir! -Charlie me encarou irritado. -Você esta louca? 
-Mas pai...
-Sem chance Isabella! Você não é nem maior de idade.
-Pai é a chance da minha vida. -Encarei o seriamente. -É o meu sonho! Não estou falando de uma viajem de ferias para Las Vegas! não é sair com amigos! É do meu sonho que eu estou falando. -Disse preocupada. Ele pareceu menos obstinado, mas balançou a cabeça em negação.
-Nem pensar. Você só sai do estado com a minha permissão Isabella. A resposta é não. - Eu nunca havia me ressentido tão intensamente contra e meu pai.
-Você não está só destruindo meu sonho, Charlie. Você está acabando com a única coisa que me faz ser importante. -Ele me encarou serio.
-O que te faz importante é tudo aquilo que você acredita, Isabella Swan. E se você acha que a única maneira de se sobressair é cantando, este é mais um motivo para eu não permitir isso. - encarei-o incrédula. 
-Pai por favor! É só um mês! 
-você não vai para Nova York! - Esbravejou. Diante de sua gritaria subi para o meu quarto, controlando-me para não marchar e bater portas como uma adolescente idiota e sem causa. Eu não chorei, liguei para Edward no mesmo instante. Que ele dissesse a Stefan. Eu estava muito descontrolada, minhas mãos tremiam de raiva e incompreensão. Não entendia como meu pai podia ser tão egoísta.
-Droga! -Falei irritada com as duas chamadas não recebidas.
-Por que você não atende essa porcaria logo?
-Alô, Oh acho que me ligaram do hospício. D-e-s-c-u-l-p-e não sou o curinga. -Eu ri.
-Idiota.
-O que você quer? Eu estava no banho, espero que seja importante. 
-Pode dizer pro Stefan cancelar toda aquela droga! Meus pais não me deixam sair de casa! Aqueles egoístas! - Finalmente me permiti chorar e ranger de raiva.
-Calma Bells! 
-Como calma? Essa era a minha Chance e eles estão destruindo. Charlie está. -
-Bella fica calma. O que eles disseram?
-Ele disse que não, sem chance, Em hipótese alguma, jamais, enfim! -Edward suspirou.
-Você conversou com eles? - Edward reclamou.
-Sim! 
-Mas é totalmente profissional, Bells. Você deixou isso claro? Por que não Falou com a Renée primeiro?
-Não pensei nisso, mas ela também está irredutível.
-Bella, você não pode largar isso assim. Não é todos os dias que a fama e o dinheiro batem na porta. -Ele brincou. Revirei os olhos. Eu apertava os Punhos com raiva.
-o que eu posso fazer? -Edward parecia estar pensado.
-Bella eu não sei, mas você é a única que decide seu destino, amor. - estranhei o apelido. -Eu preciso desligar. Adeus! - 
-Tudo bem. Não me ajudou mais adeus. -Ele não riu e desligou imediatamente. Balancei a cabeça com a falta de educação.  
(...)

Conforme os dias passaram, Alice estava decidida a fazer alguma coisa nas ferias. Ela queria passar um tempo em Lá push. Os Cullen possuíam um chalé por lá e na infância costumávamos frequentá-lo.
Era um ótimo lugar para se isolar da humanidade, não ter nada para fazer e torcer para que o sol nos agraciasse com sua honradíssima presença.
Na verdade, parecia mais atraente que ficar em casa, mas quando eu pensava na mistura heterogênea que aquilo seria me preocupava.
-Acho que não vai dar certo, Alice. Eu tenho certeza. 
-Bella, fica tranquila! Esme também estará lá, vai ser legal! 
-Carlisle, Rose, Billy, Emmett... Eu posso imaginar o legal. 
-Eu acho que vai ser um martírio.-Edward reclamou para Alice. Este, nos últimos dias mal me dirigia a palavra.
-Eu preferia ir para Nova York.
-Bem, há um monte de coisas que eu preferia. Eu preferia ter meus amigos e não um robô e uma revoltada ao meu lado. - Edward riu.
-Não sou revoltada! -Xinguei. Eu não havia superado a perda de minha oportunidade e adoraria poder implantar um chip na mente de Charlie na época. Eu esperava que Edward se pronunciasse, mas ele passava a maior parte do tempo encarando o nada. Alice o olhou preocupada.
-O que há com você, Eddie. - Ela
Perguntou chamando minha atenção. Ele bocejou.
-Estou só com sono. Acho que eu vou para casa, Allie. Tchau Bells. -Ele não nos encarou e saiu disparado. Allie franziu a testa frustrada. 
-Olha isso! 
-Eu sei! -Encarei o chão tentando entender o que havia de errado, eu achava que ele se preocupava com Damon. 
-O que houve com vocês?
-Nada. -Falei. -Ele estava ok até poucos dias. 
-No baile Bella. -Alice foi bem direta e me olhava atenta.
-Nada também. 
-Damon e ele brigaram e desde então ele anda como um zumbi! 
-Não é verdade! Ele me falou sobre o show, conversou com Damon! Isso não é ressente.
-O que houve no baile? -Ela repetiu a pergunta como uma mãe.
-Nada! Já disse. - Eu não estava mentindo.
-Por que eles brigaram?
-Eu não sei! -Alice suspirou frustrada e me encarou profundamente. 
-Sabe que pode confiar em mim, Bells. Eu sou sua melhor amiga. Eu só quero o bem de vocês. -Encarei o chão, evitando focar no olhar triste.
-Nós estávamos dançando. -Sussurrei. -Foi só isso. Estávamos na varanda e conversando. Então Edward saiu como um louco quando ele viu ao Damon e eles brigaram. Depois eu ... Damon decidiu terminar. Não foi por causa do que houve no baile. Foi uma decisão meio que dele. Acho que nós não nos amamos do jeito certo. Ou eu não amei. -Terminei o discurso entristecida com meu fracasso. 
-Mas não tinha motivo para os dois brigarem então. -Mordi o lábio. O motivo era o que teria acontecido. 
-Ele quase me beijou Alice.-Falei envergonhada. Allie me olhou incrédula com um leve sorriso preso.
-Serio? -Revirei os olhos.
-Sem piadas! Ele devia estar drogado.
-Eu sei a droga. -Ela insinuou. 
-Para! –Tapei o rosto envergonhada. Minha amiga apenas ria.
-Que fofo! 
-Não é fofo! Damon pode ter se magoado e o Edward ta sofrendo por ele. No mínimo me culpa!
-Não pira! Edward acha que é culpado por vocês terminarem. Ele acha que você está com raiva dele boba! Opa! -Ela tampou a boca. -Eu não sei de nada. -Revirei os Olhos.
-De onde tirou isso?
-Eu ouvi um papo dele com o Emm. Inicialmente, eu não entendi nada mas, agora faz sentido! Ele está se sentindo culpado. Pobrezinho. -Franzi a testa. Eu nunca havia tentado encontrar o erro dele. A verdade é que eu não achava que ele era culpado. 
Eu era a responsável ali.
-Que idiota. -Menosprezei. -Eu não sou tão egoísta assim. -Alice riu. 
-Dessa vez o Edward não te escapa. Agarra aquele pescoço Bella! Aproveita que ele vai gostar. -Alice parecia meio desequilibrada.
-para de sonhar acordada Alice. -Falei frívola. Ela riu.
-Sonhar acordada é tão bom, né? 
-Não! E eu falo por experiência própria. Nos faz acreditar em objetivos impossíveis.
-Se fossem impossíveis você não acreditaria. 
-Para de ficar olhando essas frases na internet! Você é Edward têm essa mania.
-Não é isso, mas você nos inspira. 
- por favor! -Gargalhamos.
-Você vai na semana que vem? 
-É lógico! Qualquer coisa é melhor que ficar mofando em casa. 
-Acha que eu devia chamar mais gente ou só os meninos mesmo? 
-Quanto mais adolescentes mais drama. Vamos deixar Emmett e o Rose serem o casal afetado.
-Bella! -Alice riu, mas entristeceu-se. -Eu não entendo o que houve. A Rose não se lembra de nada.-Suspirei.
-Isso não muda os fatos Alice, mas eu tenho certeza que ele vai perdoá-la. Ele a ama. Não há outra opção a não ser perdoar. Ela não pode pagá-lo. -Alice pareceu pensar.
-É verdade. Ela não pode pagar. Vou dizer isso para ele! -Alice exclamou empolgada.
-Eu queria muito que eles voltassem. 
-É. - nosso assunto acabou ali. Alice tagarelava incansavelmente, mas eu me mantinha segura em prestar atenção inconscientemente. 

(...)

Um dia antes da viajem a Lá Push eu convidei ao Damon -Que se Negou- a nos acompanhar. Ele inventou mentiras deslavadas e não se importou.
Eu estranhei que Charlie não me proibisse de ir lá Push, mas eu achava que ele também queria ficar longe de mim.
A preocupação Geral era Rosalie e Emmett. Emmett não perdia a oportunidade de ser grosseiro ou exibir suas conquistas. Rose não se irritava, ela simplesmente compreendia a magoa do Ex namorado. Nem Edward mais apoiava seu comportamento, mas mesmo assim estávamos juntos, dirigindo-nos para lá. Alice, Jasper e Rosalie dirigiram juntos um dia antes que eu, Emmett e Edward decidíssemos realmente viajar. Uma semana trancados em Lá Push não era totalmente atraente, eu confessaria. principalmente quando mal nos falávamos. Emmett tagarelava o tempo todo sobre Carlisle, Esme, sua família desequilibrada, musicas, garotos e temas infinitos. Eu queria morre naquele carro, mas por outro lado se mantinha doentiamente silencioso. Mantinha-se afastado de todos nós.  
Ele dirigiu aguentando as piadas de Emmett direcionadas a tudo e todos. Ele zombava até do Barack Obama. 
Na verdade, a pessoa que mais foi torturada psicologicamente no caminho fui eu. Contava as piadas, beliscava-me quando eu não dava a devida atenção e coisas do gênero. As duas horas mais longas da minha vida acabaram com Edward nos ajudando com algumas bolsas e 
Muita gritaria, Alice estava de biquíni, mas biquíni mesmo, o que era inacreditável para mim, afinal não era todo dia que o sol cooperava. Rose usava um maiô vermelho, ela acenou, mas não veio até nós. Edward seguiu com as mochilas direto para o Chalé, ignorando os chamados de Esme. O típico verão em família. Para mim, eu era só mais uma intrusa. 
Alice veio em nossa direção, abraçando-me, molhada, gelada, com água salgada e cinzenta no meu cabelo seco, liso de chapinha. 
-Obrigada Alice! 
-Até parece que vai enrolar. 
-Vai dar frizz! E eu o queria totalmente liso. -Eu queria uma desculpa para não me molhar naquele gelo mortífero.
-Ta lindo. Vai se trocar. 
-Nunca que eu vou entrar no mar neste frio! -Reclamei. 
-Bella! 
-Sem chance. Vou pegar meus livros. 
-Que vida excitante a da Bella! -Emmett disse tirando a camisa e correndo para o mar gelado. 
-Loucos! 
-Tira esses óculos horroroso! -Sorri.
-Tchauzinho Allie! - Fui rápido para o chalé, entrando no pequeno porão no telhado. Eu gostava de ficar ali, e era meu "quarto", apesar das beliches da casa de um andar. 
Peguei um exemplar surrado da famosa Nora Roberts e me perdi ali. Aquele livro era meu e eu provavelmente o havia esquecido ali. Eu conhecia a história levemente, mas havia perdido muitos detalhes, mal me lembrava do final, tendo isso clareado conforme eu o lia. 
Era um romance policial, cheio de mistérios, mas eu resolvia a maioria antes do final.
Estava distraída quando sons me fizeram alerta e assustada. 
-Bella! -A voz de Edward me aliviou. Ele entrou com alguma dificuldade e sorriu ao ver me. Encarei o seriamente e fingi voltar minha atenção ao livro.
-Hey! 
-O que você quer? -Perguntei seca, encarando as páginas.
-O que houve? -Ele perguntou parecendo confuso. Suspirei entediada. 
-Nada. Por que você não me deixa em paz? -Perguntei irritada. Ele usava uma corrente de prata com o símbolo da medicina, os detalhes eram bem feitos e havia desenhos muito complexos no pequeno pingente, um trabalho manual perfeito. 
-Você está com raiva de mim? -Perguntou já intercalando outra frase. -Olha, eu juro que eu não queria magoar o Damon, Bella. Eu não queria que vocês dois terminassem. -Encarei o boquiaberta.
-Você é retardado ou o que? -Alice tinha razão. Ele parecia assustado consigo mesmo.
-É serio! Foi uma coisa momentânea Bells! Eu não queria que vocês terminassem! -Ele pareceu triste e eu me compadeci. -Eu não queria que você ficasse triste. Eu juro. Não se ressinta de mim. 
-Edward... - eu quase ri. 
Precisei de alguns segundos para explicá-lo, ele pareceu receoso mas, acreditou em mim. Parecia que Edward se achava bobo por sua conclusão.
-Você... Conversou com ele? -Perguntou meio desajeitado. Depois franziu a testa. -Eu não queria que vocês tivessem terminado, de verdade. Ainda mais por causa de um mal entendido bobo. - Olhei distraída para a janela. -Bella! -Ele me chamou. Encarei o impaciente.
-Nós não terminamos por causa daquilo. -Resmunguei exasperada. 
Ele revirou os olhos.
-Mas Damon me odeia! Ele podia ter me ouvido. 
-Ele acreditou em mim. - Edward em encarou curioso.
-Ele me odeia? 
-eu não sei. -Projetei o lábio inferior para frente, percebendo que do lado de fora chovia levemente. Edward sorriu para mim, encarando-me sem motivo. Eu não entendia suas mudanças, em um minuto ele se martirizava. 
-Para! -Reclamei desconfortável, mas divertida. Ele pareceu confuso.
-O que? 
-De ficar me olhando. - Seu olhar denotava incredulidade e diversão.
-você é maluca. Vou descer. -Disse bagunçando meus cabelos. Eu também havia perdido o interesse no livro e o acompanhei. 
-Me espera. 
Nós descemos a escadinha com uma leve dificuldade. 
-Cuidado. -Ele zombou. 
Quando chegamos a sala, nos surpreendemos com Jacob jantando com eles. Edward o cumprimentou alegremente e eu também. 
-Hey Bellinha! -Ele disse sorrindo largamente. -Soube que você terminou seu namoro. - que sutil. Eu ri, mas não estava feliz com aquilo.
-É... -  Sorri decepcionada. Edward me olhou preocupado.
-Você ta bem? -Jake perguntou.
-foi o melhor. -Declarei encerrando o assunto. 
Eles pareceram entender a brecha e não tocaram mais no assunto. 
No decorrer da conversa eu descobri que Jacob ficaria conosco naquela semana. Eu fiquei alegre com a noticia, mas levemente preocupada.