Tânia me encarou após o pequeno, mas muito embaraçoso discurso
 que, no último minuto decidi fazer.
Tentava me aproveitar do momento em que eu a rebaixaria, mas um pensamento muito óbvio e propositadamente ignorado veio a tona. Tânia tinha grandes chances de vencer. Sua apresentação fora mais bem elaborada e contara com vários outros artistas além dela. 
Esse pensamento me tornou ansiosa e urgente. 
-Bella, Bella! Fico muito feliz por ter aceitado meu convite.
-Sim, eu também. E, apesar de não demonstrar isso sempre, também gosto muito de você. É uma garota incrível.
Eu não queria mais uma vez ser humilhada por ela.
-Muito obrigada. -Ela disse, ainda
No microfone. 


 Ao mesmo tempo em que a dor de ter me colocado sobre o palco, me apresentado e vencido meus horrores me corroía, eu também sentia muito orgulho de mim mesma. Ver os sorrisos surpresos e as reações de euforia das pessoas era algo inesquecível. Aquela era uma sensação que eu gostaria de nunca esquecer. Meu coração estava acelerado, os pelos arrepiados e meus olhos molhados de uma alegria incomparável, uma emoção jamais vivida por mim    
Era uma mistura de sentimentos tão fortes que me deixavam tonta. Orgulho, medo, ansiedade, vergonha, alegria. Tudo misturado em mim, como uma sopa.
-Então pessoal! É a hora de anunciarmos nossa grande vencedora. O que vocês acham? A criativa e sensual Tânia Denally? ou seria a voz enviada dos céus de Isabella Swan? - Ele levantou as mãos em rendição. -Como já disse, não consigo realmente escolher. Mas, já coloquei minha sorte no papel. Que comecem a votações! -A platéia gritou e todos começaram a votar, deixando sua opção numa caixa grande e enfeitada que havia no meio do pátio. Tânia brincava com suas amigas e conversava com Jason. Os dois não se excediam na conversa. Passei os olhos pelas pessoas que estavam ali. Eu me sentia satisfeita no palco. Mesmo que eu perdesse, já me sentia feliz em saber que podia me apresentar. Enquanto procurava por alguém conhecido, meus olhos se encontraram com a última
Pessoa com quem eu gostaria. Edward Mantinha suas orbes vedes cravadas em mim. O olhar especulador. Não era difícil adivinhar o significado das palavras da canção. Eu não esperava que fosse ser tão difícil. Repentinamente, um sorriso fraco desfaleceu nos lábios curiosos. Ele soprou um beijo e eu sorri, completamente derretida.
Era triste pensar em mim tão apaixonada por ele. Era um amor tão doloroso. 
Eu nunca conseguia pensar no que eu sentia por Edward sem sentir uma culpa insuportável por Damon. Uma dor que me rasgava lentamente. A dor do remorso, da tristeza. Apenas sentimentos assombrosos rodeavam meu coração, às vezes. 
Tânia o chamou e ele sorriu para min antes de subir ao palco. Apenas algumas pessoas tinham permissão para ali permanecerem, mas parecia que ele não tinha dificuldades.
Eles se abraçaram e brincaram com algumas meninas. Jason o cumprimentou de má vontade e ele fizera alguma piada. Todos riam. Virei o rosto, evitando as cenas hipócritas. 
-E então pessoal? Já escolheram? Este baile está precisando pessoal! Vamos votar! -O rapaz apressava. 
Um dos rapazes da banda se aproximou.
-Parabéns gatinha. -Eu ri, um pouco habituada ao apelido, mas ainda ruborizada.
-Obrigada. O Alex ainda está louco para encontrar algo pra te apoiar. -Eu ri.
-Alex é o rapaz da bateria? - Perguntei sem graça. Ele gargalhou.
-Como adivinhou? -Perguntou com ironia. Eu ri, mas ele ficou serio.
-E Aí? E o garoto? 
-Ele está ali com a namorada. -Revirei os olhos.
-Como se sente? -Perguntou olhando-me nos olhos. Sorri.
-Bem.
-Ciúme?
-Só se for do meu namorado. -Ele riu.
-É serio! -Reclamou. Eu me sentia muito cautelosa em deixar que todos conhecessem minha vida 
-Estou bem! É serio! Era coisa de criança.-Ele me encarou desafiador. 
-Então por quê ficou tão desesperada? 
-Pelo Damon. -Respondi automaticamente. Ele ergueu uma sobrancelha. Eu ri. 
-A propósito, meu nome é Andrew. 
-Ok Andrew... 
-A estrela de Hollywood nem se preocupou em saber. -Ironizava. Eu ri. Ele se aproximou, escorando um braço ao lado da minha cabeça. O movimento me manteve em alerta. Mas, me surpreendi completamente quando ele baixou o rosto beijando me na face de repente, imitando um beijo. 
-Você é louco! -Reclamei assustada, mas tentando não ser grosseira. Ele riu.
-É extinto. Você pode resolver para mim.
-É canalhisse. Eu também posso resolver. - A voz mal educada de Edward me surpreendeu. Andrew o encarou com um desprezo cômico. 
-E aí, cara! -Disse com um sorriso esquisito, depois se abaixou para sussurrar algo. -Esse é o cara? -Disse como uma melhor amiga de filmes hollywoodianos. Revirei os olhos.
-Oi. -Falou com má vontade. Ergui a sobrancelha. Todos ficamos silenciosos por alguns segundos.
-Bella? -Andrew, o cara da guitarra, me chamou. 
-Sim. 
-Você sabe o que o tomate foi fazer para tirar o extrato no banco? -Franzi a testa para o rapaz.
-Uh? -Ele fez careta. 
-Ai! Errei a piada! -Ele disse decepcionado. Edward revirou os olhos. Eu ri.
-Que bobo! 

"Será que eu devia anunciar a vencedora do primeiro concurso musical da Forks High School?"
A platéia gritou.
"Sim! Nós já temos um resultado!" 
 
Eu estava apreensiva. Tânia me lançou um sorriso de escárnio. Todos os meus amigos me encaravam ansiosos. Cruzei os dedos num gesto infantil.
-Hey! -Disse Edward separando meus dedos. Eu o encarei confusa, mas ele apenas sorrira. -Você não vai precisar. - Eu fiquei ainda mais atemorizada por aquilo. Todos confiavam em mim. Unicamente em mim. O rapaz enrolava a plateia com um suspense torturante. 
-Obrigada. -Disse trémula. 
-Já disse para você relaxar, gatinha. -Andrew se intrometeu. 
-Tudo bem. Eu estou bem. -Falei apressada. Eles reviraram os olhos. 
-Aqui, cara, você não devia estar torcendo para sua namorada? -Amdrew puxou assunto com Edward. Andrew, apesar das brincadeiras, não parecia ter nenhum interesse "oculto" por mim. O que me tranquilizava e me deixava feliz, mas não surpreendia. Mesmo Todas as loucuras da Alice nunca me fariam parecer uma Deusa como Tânia, ou outras garotas que eu conhecia. Edward suspirou.
-Eu torço para quem eu quiser.
-Eu torço para a melhor.- Dessa vez o tom do guitarrista fora um pouco desafiador. Edward não respondeu. De repente um homem entregou um envelope ao locutor. A plateia gritou. Um coro com o meu nome e o de Tânia se iniciou. 

"Isso mesmo pessoal! Aqui está o resultado."

Eu mal respirava enquanto ele retirava o papel. Ele tirava vagarosamente, libertando a resposta. Seu sorriso era cruel e todos ficaram calados. Minhas tremiam. Eu teria uma síncope!

-E a nossa grande vencedora é... Ah mas que interessante! Acho que vocês vão gostar. - Ele se prolongava.
-Sim! Foi uma disputa assídua. Com 52% dos votos. -Sua voz engrossou. -Nossa vencedora misteriosa é... Isso mesmo! -gritou! -Isabella Marie Swan e sua voz angelical! 
-Ah MEU DEUS! -Gritei sem acreditar. -Edward eu venci! - Ele riu. Gargalhou, comemorou com sua expressão da mais pura felicidade.
-Eu sei! Eu já sabia! -Disse girando-me e me abraçando. Por suas costas, Andrew sussurrou um parabéns, soprando me um beijo. "Você também sabia, gatinha." e se afastou. Eu estava atônita e tonta. Minha cabeça girava com a novidade. Quando me soltou, Edward de repente, se virou serio para a sua namorada entristecida. Seus olhos se encontraram e eles partilharam a tristeza dela. A tristeza de ser derrotada por mim. Abraçando meu amigo, sorri para ela. 
Eu não senti a mais remota piedade por seu olhar magoado. Eu odiava a Tânia. Ela havia feito todas as coisas terríveis que colegiais são capazes, ela era má, trairá ao Edward e era egoísta. Eu sentia apenas desprezo.
Ela veio em nossa direção, dando-me parabéns de má vontade e beijando meu amigo. Um gesto de provocação que eu não permiti que me atingisse. Eu amava ao Damon. Edward era meu melhor amigo. Não um objeto de vingança. 
-Bela canção. É sua? -Falou com um sorriso largo. Edward me
Olhou especulativo. Seu olhar era
Como uma serra. 
-Não. Andrew "Me emprestou" - Fiz sinal de aspas com um sorriso bobo. Ela me fuzilou.
-parecia uma declaração. - Eu sorri.
-Bem, e é. A namorada dele quem escreveu. -Menti sem me arrepender.
-Jura? -Dessa vez era Edward.
-Sim.
-Não percebi que ele tinha namorada. Ele estava flertando com você. Damon não ia gostar daquilo.
-Ele não estava flertando comigo.
-Se Edward não tivesse interrompido vocês teriam se beijado. Eu vi! -Tânia disse com a voz amigável. 
-foi uma brincadeira, meio de mal gosto. -Falei encarando ao Edward que me olhava acusador.
-E isso tanto faz. -Reclamei.
-É.
-O baile começa daqui 20 minutos. Devíamos ir? -Tânia perguntou. 
-Sim.
-Podemos ir todos juntos Edward.- Sugeri me sentindo muito idiota.
-Claro! Inclusive o Jason, né cunhadinha. - Sorri para a "vadia" a minha frente. 
-Claro! - Falei correspondendo ao sorriso forçado da Tânia.
-Para quem se odiava em meninas? -Edward falou rindo. Ele devia ter alguma disfunção mental.
-Vou chamar o Jason, então! Tudo bem Eddie? -Perguntou.
-Ok, eu e Bella vamos procurar Emmett Jasper e Rose. Alice ta no camarim. -Enquanto eles falavam, senti vontade de agradecer aos meninos da banda e as cheers. Eles haviam sido um pouco inconvenientes, chatos, fofos, mas haviam me ajudado como ninguém. Não fiquei surpresa ao vê-los se deleitando ao lado das loiras lideres de torcida. Eu os agradeci e, me surpreendendo, fui recebida com abraços e elogios calorosos e verdadeiros. Eu estava muito feliz. Eu estava em ecstase. A auto realização era uma recompensa sem preço. 
Alice também me abraçou e gritou ao lado da Rosalie, do Emmett que se Excedia gritando o meu nome, Jasper que me abraçava honestamente, com um sorriso orgulhoso. Meus pais. Dona Renée que teria uma síncope ao qualquer segundo, Charlie... Sorrira como Edward. Um sorriso orgulhoso e reconfortante.  
-Obrigada pai. -Respondi emocionada o seus parabéns. 
Tânia e Jason chegaram e nós nos apressamos, caminhando juntos para a escola e seu temível baile. Já havia lá muitos alunos, que me cumprimentaram. A mim e a Tânia. Como se fossemos alguma atracão. Eu sorri completamente constrangida e enrubescida. Tânia abraçava ao Edward, ele puxava minha mão. Uma cena meio deprimente.
-Ah Meu Deus! Isso está lindo não é, Eddie? -Para mim, tudo soava como um filme de terror. Luzes brilhantes, enfeites, serpentinas e decoração "Kesha's party". Música descontraída e comida de graça. Se a comida fosse boa não seria tão deplorável assim. Edward estava ao meu lado, mas eu imaginava que ele Tânia fossem querer ficar juntos. E eu adoraria ficar sozinha. E Pensar. E consequentemente sofrer. Enquanto caminhava pelos dançarinos animados, os casais felizes e as pessoas conhecidas, tudo o que eu fazia era tentar entender o que havia entre eu e Damon. Eu sabia que o amava, apesar de sentir fria às vezes. Algo Como meio amor.
Ele havia saído, fugido de mim por nenhum motivo. Eu duvidava que fosse apenas ciúme. Não tinha lógica naquela atitude. 
-Meu Deus! Talentosa e linda! -Jacob me cumprimentou. Ele não conversou muito, pois Jadde me odiava e eles estavam algemados um no outro. Franzi a testa para o casal esquisito e continuei andando. Inacreditavelmente, recebi alguns elogios e "cantadas". Alguns deles tentaram falar comigo e, apesar de eu ter tentado passar uma boa impressão sem criar expectativas, acabei parecendo apenas louca. Por que eu não estava habituada a elogios e a respondê-los com um normal e educado "obrigada" ou respostas comuns de garotas normais. 
Eu me envaidecia com a atenção, apesar de não saber lidar com ela. 
Felizmente, depois de falar comigo o encanto da "Nerd que derrotou a capitã das líderes de torcida" acabava. 
Eu não me sentia vaidosa com o título, me sentia não merecedora, embora me orgulhasse de tê-la derrotado. 
Um puxão no pulso me acordara. Edward me olhava repreendendo-me. 
-Esta querendo que eu fique com uma péssima fama rodando sozinho por aí?- Revirei os olhos.
-Ai! Você estava com a Tânia! 
-Ela estava com o tal do Jonatan... Dois foras numa noite... 
-É Jason! 
-Que seja. -Eu ri. 
-Quem eram aqueles caras? 
-Não sei. Estavam aqui verificando minha sanidade. Achei que vocês quisessem ficar juntos.
-Viemos com outras pessoas. Não faria sentido. -Ele revirou os olhos.
-Ta bom. - 
-Vamos dançar? -Edward disse tirando o copo de ponche da minha mão. 
-Não. -Ele me olhou frustrado. 
-Todo mundo está dançando!- Ele falara exatamente como uma criança com o pai. Ele até prolongou as silabas.
-Eu odeio dançar! 
-Só uma! Só para eu não parecer um bobo completo. -Ele riu e me olhou. 
O toque conhecido de uma canção "adolescente" me chamou atenção. Eu sorri. Edward abraçou minha cintura.
-Eu te amo! -Disse virando e conduzindo-me para a pista.
-Eu não disse sim! -Virei me em sua direção.
-Por favor! -Implorou.
-Ordinário.
-Fofinha. 
-Isso é gorda em alemão.
-Eu amo essa música. -Ele falou me olhando nos olhos. O encarei assustada e divertida. Edward? Não parecia o tipo de garoto interessado em bandas masculinas criadas para garotas cheias de hormônios e inseguranças... como eu. Ele riu assustado.
-Não a banda! Me poupe! A música. É a sua música. -
O olhei assustada e levemente constrangida.
-Nada a ver! - Ele me conduziu, dançando graciosamente ao ritmo da canção.
-Sim! Foi escrita para você! Devia chamar: Isabella, isso te faz ainda mais linda.
-É uma bobagem.
-Que seja, mas eu sempre a toco pensando em você. -Ele não estava mentindo, não estava zombando ou sendo romântico. Ele não falou encarando meus lábios e como se dissesse "Te amo!" eles simplesmente declarou isso. Olhei para o chão encabulada e sorrindo.
-right now I'm lucking into your eyes, and I can't believe ... You don't know oh oh... You don't know you're beautiful. -Eu ri com sua voz doce cantoralando para mim. Como se pronunciasse as palavras pela primeira vez.
Edward não estava tentando flertar comigo, como quem olhasse poderia pensar, ele falava. Naturalmente, como um tio ou um avô. 
Aquele fato entristecia e aliviava-me ao mesmo tempo. Conduzindo a dança e caminhando aos poucos, ele cantarolava os versos conhecidos e reconfortantes sussurrando-os. 
-Onde estamos? -Perguntei notando a ausência de pessoas. Ele riu. A musica finalizava-se dentro do baile e ali era muito baixo. Um plano de fundo.
-Na varanda.
-Hmmmm... Eu danço tão mal assim? -Brinquei. 
-Mais ou menos. -Fiz careta para sua resposta bem humorada. 
-Brincadeira! - Disse me abraçando e se escorando na grade enfeitada. Ele olhou para o baile a minhas costas e depois focou-se em mim. 
-Eu queria conversar.
-Ah! -Olhei para os meus pés. Suas mãos eram frias quando ele segurou meu queixo, forçando-me a encará-lo. 
-Pare de olhar para o chão. -Sussurrou. Eu não entendi o significado da frase, encarando seu rosto perfeito, iluminado pela luz prateada da lua. Cada traço composto realçado lindamente. 
-O que? -Falei confusa. Ele riu, pendendo a cabeça de lado.
-Você é muito linda, Bella. -Sussurrou intensamente. -De verdade. Confia em mim. Na minha palavra... Ou no meu gosto, se preferir. O gosto geral. -Ele sussurrava as palavras. Algo se agitou em mim. Ansiedade, medo, culpa, emoção. Eu soube o rumo que aquilo tomava e precisava parar, mas mal sabia como. E se eu tivesse entendido errado? Ele iria rir se de mim pelo resto da eternidade. Eu me afastei um pouco sorrindo para o olhar estranho e sorridente dele. Suas mãos me puxaram.
-Volta aqui, Isabella Marie Swan! eu ri do apelido.
-OH Edward! -Brinquei.
-Você é minha melhor amiga, sabia? -Falou no meu ouvido. Aproximado se ainda mais. Eu não conseguia desejar que ele estivesse brincando, eu apenas temia que aquilo fosse bobagens de Edward. Não seria a primeira vez. Suspirei.

-Sim. –Ele me lançou um sorriso afetado. Suas mãos brincaram com as mechas soltas do meu cabelo.

Os olhos verdes brilhantes não desgrudavam do meu rosto, intensificando a sensação de agitação dentro de mim.

-O-o que você está fazendo? – Perguntei um pouco preocupada. Ele me lançou um sorriso torto inclinando a cabeça em minha direção.

-O que você acha? – Sussurrou divertido pelas frases repetidas. Eu mordi o lábio confusa e inquieta.  

-Não sei. – Minha voz tremeu quando o rosto de anjo se alinhou ao meu, nos aproximando de uma maneira inédita.

Ele encarou meus lábios, analisando-me sério. Era o momento perfeito quando tudo estava errado. O céu no purgatório. Era certo ali, mas errado na realidade.

Foi um instante totalmente lúdico, onírico. Era o sonho em meio à realidade, era uma nova dimensão livre de repressão. Sua cabeça balançou negativamente e ele me apertou contra si. Seus lábios beijaram meu queixo e eu me perguntava qual era sua real intenção. Os lábios macios de eletricidade brincavam na pele da mandíbula, causando-me arrepios. Ondas indescritíveis vagavam livremente por minha alma.

Era como dois fios desencapados. Prótons e elétrons. Meus joelhos tremiam e meu corpo se agoniava em antecipação.  

-Edward – Sussurrei com dificuldade. Isso pareceu aluciná-lo, seus olhos pareciam redemoinhos. E seus lábios pararam a um milímetro longe de mim. A distancia do deserto ao Oasis. Do inferno ao paraíso.  

Mas como se puxada do sono, ele travou. Seus braços não me abraçavam. Prendiam-me como ossos. Era como se eu me abraçasse a uma estatua. Os olhos verdes pareciam horrorizados e ele me soltou. Ele me empurrou para longe de si e correu. Correu dali, infiltrando-se em meio a dança. Ele andou insano e eu o perdi de vista.

Meu cérebro não captava aquilo. Tudo havia fugido de mim e eu cambaleava. Minha mente estava confusa e desesperada. Um som insuportável como um despertador soava de dentro de mim. As coisas giravam.

(CONTINUA...)