Estava na porta do apartamento 620. Damon e Edward estavam ao meu lado. Passava das 11:00 PM. Mais as duas horas medias da viajem. Gemi prevendo o possível ataque de Charlie. Sorri para os dois. Eles estavam distraídos naquele momento.

-Eu tenho que ir.

-Quando vai voltar?

-Não sei. Já te encontrei. - Ele riu.

-Boba! Apareça aqui! Da para você fazer isso no fim de semana certo? -

-Talvez até antes. - Damon sugeriu.

-Hmmm não sei... Provavelmente essa semana eu estou de castigo então... No próximo sábado talvez. Vocês não pretendem “descer” em Forks jamais?  -Eles riram.

 -Na verdade por enquanto vamos ficar na civilização mesmo. -Fiz uma careta

-Por que esta de castigo? -Damon perguntou com, um sorriso largo. “Affs! Gostar de ver os outros se dar mal” Pensei rindo.

-A que horas vou chegar a minha casa hoje? Eu devia estar lá antes do almoço. - Eles gargalharam também prevendo minha desgraça.  -Não é engraçado!

-Mas é muito engraçado! Posso até ver a cara do Charlie! -Damon falou entre as risadas. Fingi uma risada indignada.

-Ok. Já estou indo! -Eles riram mais e dessa vez eu acompanhei.

Entrei na ponta dos pés com medo de ser pega. Fui em direção a cozinha sem resistir a beber um pouco de água. Estava tudo escuro mesmo. Então notei algo com tristeza...

Charlie não deu um ataque. Ele estava dormindo. Tudo o que havia era uma “receita” colada à geladeira. Lá ele deixava por escrito todas as cláusulas do meu castigo. Eu estava certa numa parte. Ficaria em Cárcere privado durante uma semana.

-Que maravilha! -Resmunguei. Marchei indignada para o meu quarto. Ele devia pensar que eu era uma criança. Bati a porta com força. Talvez ele ouvisse. Enquanto tomava um longo banho e me enxugava ouvi o som de mensagens. Vesti um pijama velho que encontrei e fui em direção ao celular. As mensagens eram de Edward perguntando se eu já havia chegado a minha casa e outra assinada por Damon perguntando sobre o castigo. Suspirei e me deitei, estava sem sono, mas acabei dormindo logo. Uma noite sem sonhos, no entanto não era calma. Eu podia sentir-me inconscientemente atormentada, acordei revirada nos lençóis e ofegante.

Charlie quisera me entrevistar depois de tudo. Eu me defendi causando uma pequena discussão. Eu não gostava de discutir com ele, apesar de tudo. Eu podia enxergar o seu lado e acabei cedendo. E agora eu estava mesmo de castigo. Apesar de tudo eu não estava com raiva. Bem, eu havia descumprido com minha parte chegando de madrugada sem avisar. “Mas era sábado...” A vozinha rebelde falava na minha cabeça. 

                                                                                ***

Na segunda feira algumas coisas já estavam esclarecidas. A primeira foi que Carlisle decidiu encerrar as buscas e deixar Edward fazer o que quisesse até se arrepender e voltar para casa. O filho pródigo como ele mesmo citara. Eu não via dessa maneira. Ele não era o filho pródigo. Ele tinha razões reais para sair de casa e provavelmente ele não queria voltar por vergonha e receio da reação de Carlisle. Mas Emmentt estava triste com a decisão de Edward, uma coisa que eu não havia notado nunca era a transparência na fraternidade dos dois. Emmentt sentia-se traído.

Para a felicidade de Jasper, todos os Cullen haviam voltado a rotina normal. Menos o Edward, isso os fazia menos animados que o costumeiro.

Não fiquei surpresa quando soube que Edward havia seguido meu conselho e conversado com a Tânia, os dois voltaram. A namorada tentou convencê-lo a dizer onde estava, mas ele realmente queria se excluir do universo. Os dois se viam com regularidade.  O baile de primavera veio na semana do meu castigo. Eu soube que estava atrasado. Jake levara uma Jéssica muito feliz, Edward fora com Tânia. E Tânia pelo que eu notei parecia insatisfeita como se algo não atingisse suas expectativas, Fiquei com Damon no apartamento no sábado. Edward ficou conosco até o meio da tarde antes de partir para o baile. Mike me convidara e ele não pareceu surpreso ou ressentido com a rejeição. Chegava a ser ofensivo a falta de reações esperadas dele. Ele contara que achava justo que fossemos juntos já que Jéssica e Jacob o faziam. Preocupei-me com essa declaração, na escola os estudantes estavam muito convictos de um possível relacionamento “Jacob e Bella”. Isso não era bom. Não queria que Jake criasse qualquer tipo de carinho por mim que não fosse de amizade porque eu com certeza iria acabar magoando-o. Mas era um pouco mais complicado que isso porque eu amava passar o tempo com Jacob.

Era quarta feira. No intervalo decidi sair da mesa dos meninos. Não estava com paciência para o papinho fútil que aquela mesa adotava quando Tânia e suas amigas estavam ali. E hoje era um desses dias. Sentada no gramado pude ouvir passos atrás de mim. Ele se aproximou e sentou-se ao meu lado.

-E aí Bella? - Ele perguntou sorrindo.

-Oi Jake! -Cumprimentei animada e derretida num sorriso enorme. Eu pretendia fazer um pouco de charme por ele me esconder o ridículo plano do Edward doentio. Mas eu nem isso conseguia. Eu havia literalmente me esquecido. Ele sorriu alegre.

-Como foi o baile? -Não havíamos tido tempo de conversar desde o fim de semana do baile.

-Foi interessante. -Falou simplesmente. -Pensei que você fosse acabar mudando de idéia. -Eu ri.

-Eca! Baile! -Ele me olhou sorrindo e franzindo a testa como se eu fosse louca. Mordi o lábio tentando parar de sorrir um segundo, mas minha boca parecia estar até anestesiada.

-Por que você fica fazendo isso? -Ele perguntou.

-O que. -Ele me imitou mordendo o lábio inferior como eu, mas muito estranho porque ele fazia uma imitação muito ruim de um rosto sensual mordendo varias vezes o mesmo local.

- Ok para! Já entendi! -Ele gargalhou e eu também.

-Notei que vive fazendo isso e nem percebe.

-Seila! Mania... Faço muito isso quando estou nervosa.

-É verdade.  -Ele arrumou o cabelo que estava um pouco maior do que ele costumava manter.

-E Então? -Perguntei.

-O que?

-O baile! -Falei mostrando impaciência numa voz indignada. Ele revirou os olhos.

-Já disse. Foi interessante.

-Sabe... Interessante abrange muita coisa. -Ele riu.

-Foi legal. -Como melhorou! Pensei irônica.

-E Jéssica?

-Ela é uma garota divertida. Parece muito com a Tânia. -Falou pensativo. Depois franziu a testa. -O problema é que eu acho que ela pensa que eu a ter convidado significa alguma coisa. Tomara que ela não pense assim. -Eu ri.

-Por quê? -Ele me olhou como se algo fosse muito óbvio.

-Ah Bella! Por favor, Jéssica? -

-Normal.

-Não!

-Mas para ela esta pensando assim o Senhor deve ter aprontado alguma. -Supus. Ele riu.

-Foi só um beijo! Vocês meninas gostam de bancar o sexto sentido. Nada aver! - Eu ri.

-Que sensível!

-Mas não é? Ela se parece muito com a Tânia.

-E isso é bom? -Perguntei duvidosa.

-Na verdade é bem legal. -Franzi a testa com a boca um pouco comprimida.

-Serio? -

-É

-Por quê? -Perguntei com a voz indignada.

-Bem a Tânia até que era legal. Interessante, e bonita...

-Ata! Nem precisa começar a listar as qualidades da adorável Tânia. -Ele me olhou com a testa franzida.

-Você não gosta muito dela. -Declarou o óbvio.

-Não tinha percebido isso antes?

-Bem, já. Mas nunca entendi o motivo. É por causa do Edward?

-Que Edward! Ela não é legal. Pelo menos não comigo. E também me odeia e é fútil e se quiser eu posso continuar...  -Ele riu. Depois me olhou.

-Entendi! Ela não gosta de você? Sabe o porquê?

-Não. Ela nem me conhecia. Só me odiou depois de saber meu nome. Deve ser por causa do Edward. -Ele riu.

-Ou porque ela é realmente fútil. -O olhei sem entender.

-Não disse que ela era legal?

-É, mas também é fútil.

-Eu que o diga...

-Temos que entrar.

-É. -Fomos atrasados para nossas aulas.

Biologia sempre era uma área interessante. Estávamos no laboratório observando a evolução (Artificial) de um tumor. O Sr Banner queria que criássemos um esquema que mostrasse isso. Desde o inicio, pesquisássemos possíveis causas, curas e outras coisas do tipo. Ele pareceu presunçoso com sua idéia brilhante.  Eu fiquei animada com esse trabalho. Por algum motivo me parecia interessante.  O problema era que precisava ser apresentado. Lembrei-me que nas pesquisas de Carlisle ele falara um pouco sobre isso. 

No estacionamento chovia ridiculamente sem parar. Às vezes fracas outras era mais forte. Mas nunca dava trégua. Suspirei desanimada. Ao chegar em casa peguei o violão e comecei a rabiscar algumas notas. Lembrei-me de uma música antiga dos Beatles. Comecei a tocá-la. Passei as notas para o violão. Nunca a havia tocado antes.

(Imagine)

Imagine there's no heaven 
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday
You'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will live as one

Imagine. John Lennon

Terminei de tocar a última nota antes de ouvir o som da porta sendo aberta com cuidado. Virei-me para ver quem era e fiquei surpresa ao notar que se tratava de Rosalie. Ela tinha sorriso largo e me olhava orgulhosa.

-Olá Rose. - Cumprimentei também sorrindo.  -Esta aí há muito tempo?

-Oi, Não... Suficiente para ouvir sua voz. É muito bom Bella. -Sorri largamente.

 -Obrigada. Nem precisava se esconder sabe... -Ela gargalhou.

-Não estava me escondendo. Estava espiando... -A olhei sem entender.

-Ok... Vou fingir que entendi. -Sorri. -Não me importo de fazer isso perto de você.

-Ah isso é ótimo! Eu não tenho um I-pod mesmo! -Franzi a testa.

-Não? E aquele... - Ela revirou os olhos.

-Eu tenho! É para dar ênfase. -Ela falou com um sorriso óbvio. Essa foi a minha vez de revirar os olhos.

-Só fala bobagem mesmo.  -Ela fez biquinho. Nessa hora minha mãe apareceu na porta.

-Olá Sra. Swan! -Rose cumprimentou animada.

-Pode me chamar de Renée Rose.

-Quer alguma coisa mãe?

-Na verdade avisar que estou indo para Port Angellis, preparei algumas bolachas para vocês. Nem acredito que dava para fazê-las em menos de uma hora! -Falou alegre.

-Obrigada. -Eu sorri para ela. Ela correspondeu entusiasmadamente e depois saiu.

-Comer agora? -Perguntei a Rose. Eu não estava com fome.

-Claro! Estou morrendo de fome!

-Nossa está tão gulosa ultimamente... Parece comigo. -Ela gargalhou. Descemos. Servi os biscoitos, tipo cookie, com leite. Rose estava animada até ela se servir com o leite. Notei uma expressão seria, com a sobrancelhas franzidas e parecendo confusa dela. A boca comprimida rigidamente e depois semi aberta. Ela arfou fechando os olhos como se tivesse um enjoou.

-Esta tudo bem Rose? -Perguntei alarmada demais.

-Acho que sim. -Respondeu numa lufada, a voz fraca e tremida. Comecei a me desesperar. Ela fechou a boca com pressa com as bochechas estufadas e então correu para o banheiro com a mão sobre os lábios. Corri atrás dela.

-Rosalie! – Também fechei a boca com pressa ouvindo o som perturbador do vômito. Ela praguejou. -O que esta acontecendo droga? -Perguntei amedrontada. Ela lavou a boca. O rosto confuso e aterrorizado como o meu.

-Eu não sei. -Falou fracamente quando terminou.

-Você esta doente? -

-Não! Devem ter sido aqueles biscoitos!Eu estava bem até sentir aquele cheiro! Ugh! -Estranhei o comentário dela. Eu não havia comido, mas o cheiro era muito agradável pelo o que eu me lembrava.

-Parecia bom. -Respondi confusa.

-Parecia. -Sua voz era um pouco irônica.

-Ok... Acho que esta acontecendo alguma coisa. -Falei com pressa.

-Está tudo OK agora. -Ela foi respondendo rápido.

-Rose...

-Estou bem Bella. É serio. -Garantiu-me. -Acho que vou para casa.

-Talvez seja melhor.

-Obrigada Bella. -Ela sorriu. Eu ainda estava abalada.

-Ok -Tentei sorri.

-Tchau. -Ela saiu com o carro de Emmentt. Coloquei-me diante da TV procurando algo que fosse interessante. Eu não conseguia me distrair. Passava o mesmo seriado policial da noite em que Edward parou de falar comigo. Ignorei esse pensamento. Naquela tarde eu iria até o apartamento dos garotos como prometido. No fim eu dirigi direto para Port Angellis.

                                                                  ***

-Damon! -Edward gritou quando Damon jogou um balde de água com sabão no chão e curiosamente a maior parte atingida foram os pés e pernas do Edward que o olhava de mal humor. Eu já havia me esquecido dos problemas e me divertia com os dois.

-Que foi? -Inocente de mais o Damon perguntou. A cara de Edward piorou e ele gargalhou e de repente estava caindo escorregando no sabão, agora quem ria era Edward que o havia empurrado. Gargalhei e os dois me olharam sérios. Era impossível ficar quieta enquanto os via fazer a faxina naquele apartamento. Quando eu cheguei os dois estavam realmente arrumando o apartamento.

-Milagre que resolveram arrumar essa baderna.

-Minha ultima garota fugiu daqui. -Damon falou rindo.

- Só estamos fazendo isso por que era mais que necessário. - O Sr bom humor completou.

-Vocês querem ajuda? -Perguntei hesitante. Precisavam mesmo de ajuda. A coisa estava feia. Eles me olharam sentada relaxada no sofá, os olhos brilhando.

-Serio? -Edward perguntou sem acreditar. Que horror! Uma faxina não devia ser tão horrorosa.

-Nããããooo - Falei com uma voz debochada.

-Vá procurar um homem Bella. -Damon xingou. E eu gargalhei.

-Esse apartamento esta precisando mesmo. -Eles me olharam incrédulos. Então havia uma esponja na minha cara. Pretendia devolver o Damon a brincadeira quando o vi alegremente cumprimentando o Edward pelo feito. Os dois riam tanto que pareciam não respirar.

-Seu animal! - molhei mais a esponja no sabão e atirei. Edward riu com a arma inútil, pois ele já estava muito mais encharcado que a esponja. -Querem saber eu ia mesmo ajudá-los, mas são tão idiotas que eu vou é ficar aqui olhando vocês trabalharem. Terminem logo escravos! -Eles pararam de rir e se encararam por alguns minutos.

-A culpa é sua! -Falaram juntos e iniciaram uma discussão. Suspirei. Assim eles iriam terminar cedo. As injurias continuavam desconexas e ininteligíveis.

-Ok! Calem a boca pelo amor de deus! -Gritei já não agüentando mais. Eles pararam se encarando ressentidos como crianças.

-Ajuda agente Bellzinha, por favor! - Edward falou com a voz doce.

-Agora é Bellzinha! -Damon falou gargalhando. Edward olhou feio para ele e eu ri. Então ele me olhou persuasivo.

-Você é muito cínico mesmo. - Falei. Ele tentou, mas não conseguiu esconder o riso.

-Não sou cínico... Sou... Legal quando quero pedir algo.

-Ah claro! A palavra certa é interesseiro então?

-Acho que sedutor cairia melhor. - Rindo ele frisou a palavra, fazendo um gesto com a mão enquanto explicava. Balancei a cabeça em desgosto.

-Deixa de ser ridículo. -Damon gargalhou.

-Ele não consegue mais. -Edward fechou a cara.

-E o Damon não consegue deixar de ser intrometido.

-Isso é uma das minhas varias qualidades.

-Vocês querem parar?

-É só ela que pode discutir Edward!

-É verdade! A Srta Mandona. -Fiz uma careta.

-Vocês não estão em condições de reclamar. -Lembrei.

-Ok... Vai ajudar agente? -Damon perguntou por fim.

-Vamos terminar logo isso. - Eu preferia não ter essa imagem comigo, mas eles estavam mesmo comemorando com pulinhos parecidos com os que Alice fazia quando obrigava Edward a fazer alguma coisa que ele não queria.

-Então pode procurar no quarto que tem vários shortinhos curtos que você poder usar! Posso até imaginar. - Damon completou baixinho.  

-Vou ignorar o comentário do Damon porque ele foi inútil e começar pela cozinha. - falei indo até a cozinha e tirando os óculos enquanto procurava luvas. Edward gargalhou.

-Vai otário! 

Quando terminamos estávamos com mais sabão que o próprio sabão. Encharcados, e meu cabelo parecia uma palha.

-Ah droga! Mesmo que eu tente por uma semana não vou conseguir tirar o cheiro de água sanitária do meu cabelo! - Os dois riam. Na verdade eu não estava mais falando com o Edward que não falava mais com o Damon. Era impossível fazer qualquer coisa séria com os dois porque eles não conseguiam parar de jogar água, escorregar e bater com rodos, panos e todas as palhaçadas que possam existir numa faxina. Até fingir que a vassoura era uma guitarra Damon fingiu. A cada nova parte, uma nova discussão. A tarde toda num apartamento de três cômodos era ridículo. Mas eu não podia negar que o resultado fora incrível. Nem parecia o mesmo local. O quarto agora não fedia mais a nicotina. -Espero que conserve isso por que eu nunca mais volto para fazer faxina com vocês! -Falei somente com o Damon. Ele riu e me olhou por um segundo.

-Credo nem somos tão ruins! -Falou alto depois cochichou algo no ouvido de Edward que no inicio rejeitou, mas depois ouviu, rindo balançou a cabeça, dando outro sorriso como se fosse contra. Damon também sorria olhando-o com a sobrancelha erguida como se duvidasse. Ele me olhou, depois riu e concordou.

-O que? -Os dois gargalharam. -Falem logo!

-Nada Bells! É o Damon!

-Só eu Edward?

-Eu nem estou mais falando com você Cullen!

-Ok então... Eu não te conto nada. -Arregalei os olhos.

-O que? Conta sim! Ou então eu não volto a falar com você nunca!

-Se eu contar então você volta? -Dei um largo sorriso

-Sim! -Damon nos observava rindo.

-Eu não! Você já voltou mesmo... -Falou e depois gargalhou. Fechei a cara. Os dois foram a cidade buscar alguma comida pronta. Podia ter pedido pelo telefone. Pensei. Aproveitei o tempo para tomar uma ducha e procurar algo que fosse meu naquela cômoda. Havia mesmo. Eu tinha esquecido há 2 anos atrás. Era o único vestido que eu usei por vontade própria, uma vez. Ele tinha mangas até o cotovelo. Jantamos fazendo festa como sempre. Pedi para que eles arrumassem a bagunça do jantar quando sai.

Renée me perguntou onde eu andava ao ver-me com uma roupa que não era a minha.

-Que vestido é esse?

-Meu.

-Seu? Você nem usa vestidos Bella! -Revirei os olhos. Ainda bem que Charlie não estava em casa. Toda vez que eu ia ao apartamento deles arrumava problemas com meus pais. Devia ser praga!

-Você me deu no natal de 2006! -Ela arregalou os olhos reconhecendo a peça florida. Então sorriu.

-É verdade mesmo! -Ela avaliou. -Ele costumava ser mais longo é isso.

-Nossa! Antes era no joelho, é verdade! Significa que cresci! –Notei alegremente que ela agora estava um palmo acima do joelho. Que ótimo! Eu sempre acreditava que nunca passaria dos 1,53 quando tinha 15 anos. Renée gargalhou.

-Mas onde estava?

-No apartamento do Damon. -Renée cerrou os olhos lembrando-se que eu não saíra com aquele vestido. Revirei os olhos. -Não seja boba! Estava dando faxina!... Ah que inferno!

-O que?

-Deixei minhas roupas na lavanderia. Droga!

-Damon? Espero que não estejam cheias de tinta quando as vir de novo. -Renée gargalhou. Fiz uma careta.

-O vestido sobreviveu. -Ri, ia para o meu quarto e notei algumas sacolas no chão.

-Espere! -Renée chamou.

-O que? -Ela deu um sorriso diabólico e eu gemi.

-Trouxe presentes.

-Claro. - Atestei com pesar.

-Dessa vez acho que você vai gostar. -Sorri tentando mostrar animação. Ela me entregou três sacolas.

-Ok... Não vou fazer você olhar comigo. Leve-os para o seu quarto e veja o que acha. -Sorri sentindo-me culpada. Eu devia ser uma péssima recebedora de presentes.

-Podemos ver aqui mãe. -Ela sorriu, mas depois controlou-se.

-Não, tudo bem...

-Faz logo o que você quer. -Ela riu.

-Ta bom! - Ela animadamente tirou das sacolas um Baby doll parecido com o meu de coraçõezinhos, mas esse era de seda e sem detalhes. Animei-me quando vi um jeans que parecia ser comum. Havia alcinhas curtas, vestidos cheios de babados, rendas, saias estufadas, assustou-me ao ver a etiqueta cara nesses vestidos. E uma sandália salto alto. Eu usaria aquilo em Forks? No geral eu não pude reclamar de um tênis e do Jeans, embora ele fosse desbotado e rasgado no joelho com um estilinho meio roqueiro. Desse eu havia gostado talvez eu o usasse na próxima aula. Alguém iria me achar louca com certeza. 

 -Obrigada mãe eu gostei de tudo, serio... -Eu não podia ser muito doce ou ela desconfiaria. -Bem melhor que da última vez! Alguém esta aprendendo. -Ela gargalhou. Fomos dormir um pouco tarde. No outro dia alguém teria problemas para acordar. E esse alguém era eu.

Como eu havia previsto dormir tarde significaria seu corpo querer acordar tarde. Obriguei-me a acordar enfiando-me embaixo da ducha quente. Os alunos estavam animados, ainda influenciados pelo clima romântico de baile eu acreditava. Procurei por Alice ela estava sentada sozinha (como eu nunca a via) tinha a cabeça apoiada no joelho. Fui com pressa até ela.

-Alice? Alice! -Sentei me com pressa ao seu lado repetindo o chamado quando ela não respondeu. Ela continuou na mesma posição sem me olhar.

-O que é? -Perguntou com a voz baixa.

-Eu sou quem pergunta! O que esta acontecendo Ally?

-Nada.

-Alice. -Falei com raiva.

-Esta tudo bem Bells. É serio. É só umas coisas com Jasper. Deixe isso, por favor. -Ela me olhou. -Acho que esta atrasada. - Evacue daqui Bella. Pensei irônica. 

-Ok. -respondi chateada. Fui para minha aula sem entender a Alice. Também não me preocuparia com isso. Cullen só me trazia problemas. Era Edward, Alice, agora até quem não era Cullen como a Rosalie e Jacob. Suspirei. Jacob não estava trazendo problemas. 

No intervalo fui com pressa em direção aos banheiros. Entrei num dos boxes apertada. E então ouvi vozes conhecidas, a curiosidade me manteve quieta ali dentro.

-Você?... -Ela parou -Eu não acredito nisso! -A voz cristalina de Rose era metálica, revoltada.

-Ai Rosalie! Como você é chata. Sério, nem parece mais minha amiga. Você me entendia melhor. Sempre fizemos isso! Até você. -

-Não com ele Tânia!

-Huum! Mas e o Emm... Esta preocupada demais Rosalie! Acho que vou ficar com ciúme. - Ela ria enquanto falava. Do que elas estavam falando?

-Você sabe que não foi minha culpa Tânia! -A voz dela tornou-se defensiva e triste. -Eu não queria. -Completou num fio de voz.

-Ah! Não queria, mas você gostou e muito não?

-Se quer saber? Não gostei nem um pouco! Você tem um péssimo gosto Tânia! -Ela falou com raiva.

-Tenho um péssimo gosto! E meu péssimo gosto te fez gemer a noite toda! E o seu queridinho nem ficou sabendo!

-Não foi minha culpa droga! -Tânia riu com escárnio. Rosalie havia traído Emmentt? Era isso o que a discussão me fazia acreditar. Estava muito óbvio, mas ela parecia arrependida. Isso não me fazia parar de censurá-la;  

-Deixa de ser boba Rose! Não há nada de errado nisso! -Tânia não podia estar fazendo aquilo com ele.

-Diz isso porque não se importa!

-Eu me importo minha querida! -Sua voz ficou ironicamente carinhosa.

-Vá à merda Tânia! Não estou querendo brigar com você de novo.

-Não mesmo? Esta parecendo. Fica me criticando! Eu sei o que eu faço!

-Mas você não sabe!

-Virar amiga daquela mosca morta te fez muito mal Tânia. Preferia você odiando ela mesmo!

-Eu não vou mais discutir isso com você e é melhor parar de chamá-la assim pelo menos perto de mim.  

 -Hahaha! Ela é mesmo!  

-Aposto que o Edward pensa assim. Você a chama assim perto dele? -Tânia fingiu uma risada de novo.

-Edward mal pensa sozinho. Só eu sei o quanto a amizade deles é sólida. -Ela falava com ironia. -Você verá o quanto é sólido. Como eu quase mostrei a ela. - Agora eu precisava entender do que a Tânia estava falando urgentemente. Já tinha algumas idéias, mas preferia não acreditar nisso. Não podia ser verdade.

-Você não o conhece.

-Conheço melhor que você minha amiga!

(Continua...)

                                                                             ***