Acordei com o canto dos pássaros e a escuridão repentina.

- Thi. Acorde. – balancei seu corpo levemente. – Thi?

- Oi, Serena. – falou entreabrindo os olhos.

- Vamos voltar? – levantei-me e pude vê-lo assentir. Nos escondemos na capa da invisibilidade novamente e voltamos até onde alguns estudantes ainda estavam. Nos livramos da capa em um beco escuro e saímos de lá separados, para não levantar suspeitas.

- Por onde andou, Ella? Não te vi hoje. – perguntei antes que ela me perguntasse o mesmo.

- Por aí com Gerald... – respondeu sonhadora.

- E como foi? – perguntei, e percebi que atrás dela Tiago sorria para mim.

- Bom...

- Ella, o que está escondendo de mim? – rapidamente desviei meu olhar de Tiago.

- Nada, Se. O que você está escondendo de mim?

- Nada... – bem, talvez a resposta fosse tudo...

- Não vai mesmo me contar? – olhei novamente em seus olhos acinzentados e brilhantes.

- Não – ouvi a voz de Draco em um corte, seguida de um sorriso.

- Certo, então vou te ignorar. – disse, e virei meu rosto quando ele estava prestes a me beijar.

- Isso se chama chantagem, e não é uma coisa legal, Serena Terrence. – falou ele perseguindo meu rosto para onde fosse, e parecia estar de divertindo.

- Sei o nome disso.

- Pensei que ia me ignorar. – falou ele, me surpreendendo em um beijo que conseguiu acertar.

- É difícil fazer isso por muito tempo. – correspondi o beijo.

Ele me levou até sua cama, delicadamente recuando abraçado em mim. Tirou sua camisa e então tirou a minha. Para minha surpresa, suas mãos desceram até o fecho de minha saia.

- Pode... continuar, se quiser. – eu disse, levemente cansada.

- Posso, mas não... devo. – disse ele com um olhar desapontado.

- Por que...?

- Isso seria abuso de menores – interrompeu-me. O que? Draco Malfoy estava prestes a tirar minha saia e vem me falar de abuso de menores?

- Não seria. Não seria porque eu quero isso. Eu quero você, Draco. – falei, levando suas mãos novamente até o fecho de minha saia. Então ele desceu o zíper devagar e delicadamente. Enquanto isso eu fiz o favor de tirar sua calça, que de repente ficou apertada em uma certa região. Draco começou a acariciar meu corpo. Ele fazia isso de um jeito tão delicado, tão sutil. Quando ele estava abrindo o fecho de meu sutiã, segurei suas mãos impedindo-o.

- O que houve, Se?

- Eu não sei se quero continuar. – falei, enquanto tinha uma briga interna. Eu me senti muito idiota mesmo.

- Não sabe se quer... ou não sabe se deve? – perguntou ele, também parecendo decepcionado.

- Eu... não sei se devo.

- Certo. Podemos parar por aqui. Eu não quero te obrigar a nada e...

- Não! Eu, eu quero! Quero muito. – peguei sua mão e levei novamente até o fecho de meu sutiã. Enquanto ele removia, eu tirei sua Box, e quase surtei. Mas tentei ao máximo me controlar.

- Draco, isso foi ótimo. E me desculpe. – falei assim que consegui encontrar fôlego.

- Não tem problema, quer dizer, eu concordo com você. Isso foi... errado. Ótimo, mas errado. – ouvi sua voz, mas acho que eu estava muito preocupada deitada sobre ele pensando em seus... músculos.

- Você não tem idéia de como é errado, Draco. Acho que nunca fiz algo mais errado em minha vida. – falei ao senti-lo acariciando meu cabelo.

- Acho que eu também não. Fora, talvez, as maldições imperdoáveis que usei quando era adolescente. – ás vezes, eu me esquecia de quem era Draco Malfoy. Me esquecia de tudo que ele foi ou pode ter sido antes de se apaixonar por mim. E me esquecia de tudo que ele pensaria sobre mim se descobrisse a verdade.

- O que será que acontece se alguém nos descobrir? Imagine o que aconteceria se alguém entrasse por aquela porta nesse instante? O que diríamos?– por instinto, ambos olhamos para a porta.

- O que está fazendo em minha cama, senhorita Terrence? Acho que está dominada pela Imperius! – brincou ele.

- Eu é que estou me perguntando o que estou fazendo aqui, professor Malfoy! Acho que o SENHOR me dominou pela imperius! – continuei.

- Coloque essa roupa agora ou eu serei obrigado a lhe dar uma detenção! – nós dois rimos.

- Então não vou colocar a roupa! Gosto das nossas detenções. – falei, e ouvi um pequeno riso antes que sentisse novamente os lábios dele nos meus.

- Te amo, Serena.

- Eu também te amo. – a frase veio acompanhada de um suspiro.

- Então porque isso ainda parece errado? – seus olhos brilharam, talvez de tristeza.

- Porque é errado.

- Onde você estava? Tínhamos combinado de estudar no domingo. Isso quer dizer hoje! – eu não pude deixar de rir. Como Alvo era idiota às vezes. De um jeito fofo, não de um jeito ridículo.

- Me desculpa, Al. Eu esqueci. – falei ainda sonhadora.

- Você estava com ele, não é? – cochichou.

- Ele quem?

- Draco.

- Eu... estava. – disse, e pude notar que ele tentou não parecer irritado.

- Fazendo...? – perguntou ele. Certamente ele não esperou que eu respondesse aquela pergunta sinceramente.

- Eu estava ao lado dele enquanto ele era fofo comigo.

- Não minta para mim, Serena! – aumentou o tom de voz.

- O que quer que eu diga, Al? Que transei com ele? – respondi furiosa. Eu odiava quando as pessoas eram intrometidas comigo. Então percebi que alguns olhares indignados no salão comunal estavam voltados para mim.

- Depende, Serena. Você estava? – também parecia irritado.

- Talvez eu estivesse, mas isso não interessa a você, Potter! – gritei.

- Claro que interessa, Serena. Ele não sabe da verdade. Ele está errando. Ele está mentindo. Vocês dois estão! Você estava ou não? – gritou ainda mais alto.

- Não. – menti, agora tentando manter a calma.

-Então podemos estudar?

- Não. – repeti, enquanto os olhares que estavam sobre nós rapidamente se desinteressaram e voltaram ao que estavam fazendo.

- Por quê? – pude ver a confusão em seu rosto.

- Preciso falar com você.