- Ok, eu me ferrei de vez agora. Não tenho mais esperanças – falei assim que avistei Alvo no corredor a caminho do salão principal.

- Claro que tem. Você tem a mim. – respondeu ele, me acolhendo em um abraço.

- Traindo seu namorado, Terrence? – gritou alguém atrás de nós.

- É isso, Al. Eu estava com seu irmão ontem, e quando eu saí, todos no salão comunal pensaram que a gente tinha... você sabe... – falei. Era melhor que ele não soubesse de tudo. Por algum motivo eu sentia que se ele soubesse, ia ficar furioso com o irmão.

- Transaram? – completou. Eu assenti. – Mas vocês não...

- Não, Al! – menti. – mas o colégio inteiro pensa que sim.

- Inclusive você sabe quem?

- Voldemort? – brinquei. Al riu. – Sim, ele também já deve ter ouvido algo sobre isso.

- Mas ele vai acreditar em você, não é? Se você disser que não fez nada. – perguntou.

- Não sei, Al. Já tive que convencê-lo uma vez. Não sei se consigo o convencer de novo. Sabe qual é a fama do seu irmão...

- Conquistador, galinha, pervertido, retardado, desrespeitoso... Posso continuar se quiser. – falou irônico.

- Al, isso é importante. Se ele não acreditar em mim...

- Você fala a verdade. – interrompeu ele. – e resolve tudo.

- Mas eu não quero magoá-lo, Alvo! – falei, aumentando o tom de voz. Mas alguns deboches foram ouvidos.

- Estou dizendo, Se. Não sei o que eu fiz dessa vez... Ele só me deu outra detenção. – insistiu ele.

- Tem certeza, Tiago. Ele não pode, mesmo que te odeie, te dar uma detenção do nada. Ele precisa no mínimo de uma desculpa para isso. – respondi.

- Não tenho idéia do porque, Se. Juro.

- Eu tenho. – ouvimos Alvo, e rapidamente nos viramos. Eu estava prestes a matá-lo.

- O que acha que foi, Al? – perguntou Tiago atrás de mim.

- Eu... er. Bem, tem certeza de que você não fez nada errado, não falou mal dele, não implicou com ninguém, não riu? – para meu alívio, foi tudo que Al falou.

- Bem, alguém estava me falando sobre o que eu fiz com a Serena ontem de noite... – rapidamente arregalei os olhos – e eu disse que não foi nada. E então alguém perguntou se eu tinha certeza e eu ri... Então ele me deu detenção antes que eu pudesse dizer que não foi nada realmente. – falou olhando para mim. Alvo também olhava para mim. Teria que esperar até a aula de DCAT, depois de Feitiços, para falar com Draco. E tinha certeza que, querendo bem ou mal, Draco também queria falar comigo.

- Senhorita Terrence, você fica. Temos um assunto a discutir. – falou Draco, quando Alvo olhou para mim, eu o encarei permitindo que fosse embora.

- Eu queria mesmo falar com você, professor Malfoy. – disse, e então ele aguardou até que a porta fosse fechada.

- A coisa passou dos limites dessa vez, Serena. Pelo que eu ouvi, você transou com aquele Potter ontem à noite.

- Draco, você acredita em tudo que ouve? Pensei que pelo menos você acreditaria em mim. Nem meus amigos acreditam na minha palavra mais. Só porque o colégio inteiro comenta uma coisa, não quer dizer que seja verdade. Sabia que eles estão dizendo isso só porque eu saí sozinha do dormitório dos garotos? – perguntei. Draco certamente pensou que alguém tivesse pegado nós dois. – sabe o que eu estava fazendo lá? Por acaso eu estava CONVERSANDO com Alvo.

- Se... me desculpe. Eu achei que tinham visto vocês dois. Eu sei que sou um idiota. E não vou te culpar se você desistir de mim. – falou com a cabeça baixa. Levantei seu queixo e beijei suavemente seus lábios.

- A propósito, soube o que você fez. Colocou Tiago de detenção de novo. Isso não adianta, Draco. Não vai acabar com seus ciúmes. – falei, e dei mais um beijo em seus lábios macios.

- Ciúmes? Eu só queria mantê-lo longe de você. Sabe como o Potter é... – falou, e antes que eu tivesse chance de defendê-lo, Draco colou seus lábios nos meus, e eu não queria parar aquilo.

- Posso te ver hoje? – perguntei.

- Não dá. Preciso arranjar alguma coisa para o Potter fazer. – respondeu ele, ao entrelaçar suas mãos nas minhas.

- Viu? Isso só prova como você está castigando apenas a si mesmo. – falei, e beijei pela última vez seus lábios. – Eu te amo, Draco Malfoy. Pare de ficar bravo por causa desses boatos estúpidos sobre o Tiago. Imagino que você nem saiba como eles começaram.

- Também te amo. E prometo que vou ignorar os boatos agora. E você está certa, como sempre, não sei como eles começaram.

- Quando Tiago voltava da enfermaria, ele gritou: Sev, tire as mãos da minha garota. E então, os dois brigaram... E acho que você sabe o resto. – falei. Certo, acabei de me meter em mais uma encrenca.

- Quem é Sev? E... não estou com ciúmes, mas porque Tiago mandou ele tirar as mãos de você? E porque ele disse “minha garota”, Serena?

-Alvo Severo Potter, ele estava ao meu lado, e quando um menininho chegou para o único sofá que poderia sentar, eu sentei em seu colo. SEM SEGUNDAS INTENÇÕES! – completei ao ver sua expressão. – Tiago pareceu alterado naquele dia, acredite. Ele estava louco...