Cheguei em casa, e não era tão tarde quanto eu esperava, ainda eram dez e meia, mas eu me sentia mais cansada do que deveria. “Hoje é sexta, não posso dormir cedo de novo”, mas eu acordei quatro da manhã, e não conseguiria dormir tarde de novo.

Reparei no, já típico, envelope roxo sobre a mesa de jantar, e o abri.

“Eu já soube de tudo, não se preocupe comigo. Tenho certeza que isso a fará feliz! E é o melhor para você. Desculpe não poder te dar adeus, mas nos veremos no natal, e ainda estamos em agosto, você me diria. Para mim, serão séculos, mas para você, sei que passarão voando!

                                                                Beijos, mamãe”

Eu estava cansada demais para tentar ao menos pensar no que ela quis dizer, não que realmente tivesse prestado atenção nas palavras que li. Deixei minhas coisas em meu quarto, vesti meu pijama, e fui diretamente para a varanda e me deitei na rede. E rapidamente adormeci.

Quando acordei, três vultos pretos passaram correndo pela varanda, ou... flutuando? Não conseguia enxergar direito, e de repente me senti muito triste, talvez finalmente tivesse tomado consciência do que li na noite anterior. Mas então percebi que estava escuro, e que eu ainda estava cansada, e que não conseguia abrir meus olhos por inteiro.

Os vultos pretos pareciam cada vez mais perto, até que mais três vultos apareceram. Um brilho prateado, e mais um, e outro ainda. Fechei os olhos, e quando os abri novamente, tudo estava muito mais nítido, e os vultos pretos haviam sumido.

Um garoto de cabelos castanhos se abaixou e pude ver seus lindos olhos castanhos da rede. Finalmente percebi que estava acordada.

- Está tudo bem? – perguntou ele. Não respondi, e ele não insistiu. Pegou minha mão e me ajudou a levantar-me da rede. E naquele momento, esqueci que ainda estava de pijamas. Três garotos estavam parados em minha frente, fitando-me com naturalidade e um sorriso malicioso estampado em seus rostos. O mais alto tinha cabelos loiros platinados, e não consegui ver de que cor eram seus olhos. E o mais baixo, tinha olhos verdes, e se parecia um pouco com o garoto que me ajudou a levantar. É claro que minha primeira reação teria sido dar um soco nos três e perguntar como entraram na minha casa, mas eu estava distraída porque eles eram simplesmente... hots, e como.

- Está tudo bem?! – insistiu o mais alto finalmente, e então percebi que sorriam porque eu estava com uma camisola minúscula. Rapidamente me cobri com o cobertor que caíra no chão quando me levantei.

- Sim - disse confusa e sorri.

- Eles não te beijaram, não é mesmo? – perguntou o mais alto novamente com sua voz aveludada e suave.

- Quem são vocês? E... o que fazem na minha casa? Como entraram aqui? Saiam daqui seus pervertidos. – foi tudo que consegui dizer. Automaticamente, o sorriso sumiu da cara dos dois morenos, enquanto um sorriso ainda maior apareceu no rosto do loiro.

- Sou Tiago – disse novamente o garoto com lindos olhos castanhos. – e não se preocupe, não lhe faremos mal. Esses são Draco e Alvo.

- Recebeu sua carta? – perguntou Alvo, o de olhos verdes.

- Que carta? – perguntei a ele, e percebi que sua voz era muito bonita, e que me acalmava.

- Isso é um não. – Draco olhou para os outros dois. – viemos para te levar para Londres. Creio que sabe quem eu sou. Prazer, - estendeu-me a mão – sou Draco Malfoy.

Certo. E eu sou Jessica Alba.

- Ahhhh, entendi. – falei.

- Que bom, achei que não teríamos problemas com você também, por isso trouxe os dois en...

- Estou sonhando! – falei.

Draco deu um leve sorriso para Alvo, e este para Tiago, que assentiu.

- Então, concorda em ir conosco para Londres? – perguntou ele. Sua voz estava diferente, um tanto sedutora.

- Claro, Potter. – respondi. Tiago e Alvo pareceram se assustar. Draco continuava sorrindo.

- Como sabe meu sobrenome? – perguntou, ainda assustado.

- Li sobre você, Sirius. – assustou-se novamente. Eu gostei de brincar com eles. E se era tudo um sonho, eu não tinha nada a perder.

- Uau – Tiago e Alvo olharam para Draco. – não estava mesmo brincando, professor Malfoy.

- Então, o que estamos esperando, vamos, faça sua mala Serena. – disse Draco. Corri para meu quarto. Definitivamente o melhor sonho de todos

POV Draco

Virou- se e correu pelo corredor. Ela seria uma ótima aluna. De qualquer jeito, era muito bonita, e me fez sorrir. Só mais essa e pronto, pensei pela milésima vez comigo mesmo. Maldito ataque de Dementadores à Nova Iorque. Maldito Tiago, se bem que pareceu uma boa idéia trazê-lo aqui, ele realmente soube seduzi-la. E ela era sonhadora, veja como encarou a situação. Sorri novamente.

“Estou sonhando”

Certo tempo depois, Serena voltou com uma grande mala lilás. Ela era corajosa, certamente seria uma Grifinória.

- E então, como nós vamos? E por favor, não digam “de avião”. – sorri. Pela centésima vez provavelmente.

- Vamos aparatar, senhorita Terrence.

POV Serena

Não sei desde quando virei senhorita Terrence para Draco.

- Aparatar? Mas, pensei que iríamos voando. O sonho é meu, eu controlo!- disse decidida. Alvo sorria.

- Voando? Está doida? Você não sabe voar, e de qualquer jeito, até parece que iríamos voar para atravessar o Atlântico. – Draco disse ainda sorrindo. Ele era realmente como eu imaginava. Como sou tola, claro que é como eu imaginava, é um sonho, o Draco em minha frente é só mais uma manifestação do meu subconsciente.

Draco apertou com força minha mão direita. Não doeu, suas mãos estavam macias. Tiago se apressou para segurar minha outra mão, enquanto Alvo apertou a mão direita de Draco.