TANAIA P.O.V.

“Olha lá a Ennie, sempre com simpatia atendendo os clientes... A Ennie-unni é realmente uma pessoa incrível! Largar tudo e ir atrás do seu sonho. Pena que as coisas estão meio lentas pra ela (suspiro) Eu tenho que ajudá-la. Ela merece ser feliz. Por mais que ela tenha dito que iria esquecer essa história de herói, eu sei que não vai ser tão fácil assim dela esquecer, tem que ter algum jeito de encontrar ele” – Eu pensava comigo mesma. Por mais que eu soubesse que seria difícil encontrar o tal “herói”, eu tinha que ajudar a unni a achar a felicidade dela. E quem melhor que o cara que salvou sua vida?

 - Yoi! Yoi! Vem aqui!

 - Oi, oi noona!

 - Temos que encontrar um jeito de achar esse garoto da nossa unni.

 - Hm... O garoto agora é da unni, é? – rimos as duas.

 - Claro que é! A partir do momento que ele salvou sua vida ela é dele e ele é dela agora. Pronto e final.

 - Mas noona, e se ele tiver namorada?

 - Quem tiver namorada? – Fomos surpreendidas por uma Ennie curiosa. Ela só não me bate nisso de curiosidade porque eu realmente tenho um problema muito sério quanto a isso. Eu fico louquinha quando começam a falar e me esticar e de repente param de falar; eu começo a me coçar, ficar vermelha... Não é nada fácil, dá vontade de matar a pessoa, como é que podem fazer isso com os outros? Devia ter uma lei contra deixar os outros na curiosidade. Mas voltando a nossa curiosa nº 2...

 - Namorada? Quem tem namorada?

 - Aigoo... Eu ouvi vocês falando aí se alguém tem namorada. Contem-me, quem é esse?

 - Ah unni... – E agora? A gente não podia falar que era ele! Eu olhei pra Yoi, ela me olhou e logo desviou o olhar pra um cliente que estava atrás da Ennie– É aquele rapaz ali da mesa três. Ele é bonito, não é? – Ennie olhou em direção ao rapaz que estava sentado um pouco longe de onde a gente estava e eu e a Yoi-dongsaeng tentamos disfarçar pra ela não perceber que estávamos falando do garoto da loja de doces.

 - Oh sim, ele é muito bonito, vocês o conhecem? – Sem nenhuma expressão interessada ela respondeu.

 - Não unni, estávamos aqui observando ele e eu fiquei nessa curiosidade – A Yoi sabe bem disfarçar.

 - Ah, não se preocupem, eu vou lá perguntar.

 - Não Ennie, não... – E antes que eu pudesse interromper, ela já saiu andando em direção ao rapaz.

 - Como assim? Ela já foi saindo assim sem nem nos ouvir! Ela ta ficando doida ou o quê?

 - Não sei Yoi, mas acho que aquele acidente afetou a unni em suas atitudes. Ela não era tão pra frente assim, antes...

ENNIE P.O.V.

“Essas garotas. Elas acham que me enganam. É claro que elas estavam falando do garoto que me salvou. Só não espero que elas estejam querendo sair procurando ele... Eu mesma desisti, como elas podem encontrá-lo? Rai ai... Mas ok, vamos as deixar pensarem que eu não desconfio de nada”.

- Olá Se... –Oh, era um rapaz novo e não um senhor – Você... Aceita um café? – Ele estava de cabeça baixa, não me respondeu. – Olá? Olá? – Encostei-me a ele, o que fez com que ele despertasse do seu... Sono?

- Oh! - Ele acabou deslizando o cotovelo, onde apoiava a cabeça e acabou batendo-a na mesa.

- Oh~, desculpe, desculpe, está tudo bem com você?

 - Sim, eu acho que sim.

- Está doendo muito?

- Não, não... – passou a mão no lado direito da testa – Hm... Será que vai fazer um galo?

- Bem... Eu acho que não. A batida não foi tão forte assim... Aceita um café?

- Sim, bastante café, por favor. - Ao dizer isso juntei as três canecas que tinha na bandeja e fui enchendo de café. Ele fez cara de espanto.

- É eu acho que eu disse bastante café mesmo. – Em um tom engraçado e lhe abri um sorriso.

- Qualquer coisa pode me chamar, ok?

- Sim, pode deixar senhorita...

- Ennie, meu nome é Ennie.

- Belo nome Ennie, posso te chamar assim, certo?

- Como quiser cliente.

- Oh, e, por favor, traga-me algumas batatas e um hambúrguer no capricho mais um refrigerante.

- Ok. Qualquer coisa a mais é só gritar.

YOI P.O.V.

Aish! É vem ela... O que será que ela falou com ele?... A unni é doidinha mesmo. Fui correndo pro balcão onde a Tana-noona estava. A Ennie foi chegando e colocando a bandeja vazia em cima do balcão.

- E então unni, o que ele disse?

- Que queria bastante café.

- Não unni, sobre a namorada!

- Ah, não perguntei.

- Mas você não disse que ia lá perguntar isso? – Tana, já viram né? Ficou mais curiosa do que eu.

- Ah, se vocês quiserem eu vou lá perguntar, eu volto, não tem problema – e já foi se virando. “Que garota!”

- Não unni, não precisa. – falei desconcertada. Ela nos olhou com aquele olha fuzilante.

- Rum! Agora esqueçam ele e voltem ao trabalho.

- Ok, ok. – Eu e a Tana voltamos ao que estávamos fazendo anteriormente e eu fiquei tentando me lembrar de algumas lojas de doces que haviam ali perto do La Cha Ta.

- Meu senso de detetive vai me ajudar a encontrá-lo!

TANAIA P.O.V.

Umas 8PM a Ennie já tinha ido embora, o que me deu mais liberdade de pensar com a Yoi como fazer pra encontrar o tal herói.

- Mas noona, o que vamos fazer quanto ao horário? Nós não sabemos se ele trabalha meio período ou é integral. E se encontrarmos a loja de doces certa, mas ele não estiver lá porque trabalha a noite apenas? Pior, como poderemos ir à noite se trabalhamos?

- Realmente, são muitas coisas a se pensar. Como faremos para abordá-lo?

- Ah, é fácil, é só perguntar se foi ele que salvou uma garota de um atropelamento recentemente.

- Na cara dura assim?

- É noona, acho que ele não vai mentir sobre isso, porque mentiria? Creio que esse não é o problema. O problema mesmo é que não temos como ir ao meio de semana. E se ele não trabalhar aos sábados?

- Eu não sei se você esqueceu, mas eu sou a filha do dono, “tadam!” Podemos fechar mais cedo qualquer dia desses.

- Ah sim... – Às vezes penso que a Yoi tem amnésia, sério mesmo.

As dúvidas foram surgindo cada vez mais e uma delas com certeza era a maior: Nós nem sabemos como ele é!

Ele deve ter algum arranhão não é possível que não tenha. Se bem que isso não deve ser fácil, qualquer um pode ter um acidente de trabalho. Como faremos para encontrá-lo, meu Deus?! Eu e a Yoi pensamos bastante sobre isso e decidimos que, como amanhã é dia de Seul Station e a Ennie não vai ter desculpa pra ficar conosco aqui à noite, nós íamos sair à procura do rapaz da loja de doces pela primeira vez. Tomara que tenhamos sorte, eu realmente quero ver a unni feliz e com alguém legal e fofo (como ela mesma disse).

JINYOUNG P.O.V.

Bem, hoje é quinta então vou aproveitar e locar uns filmes pra assistir com pizza já que amanhã não vou ter nada de manhã. Já estou até vendo a bagunça que o Channie deve ter deixado. Esse garoto... Não aprende mesmo, ele tem sorte de eu ainda aturá-lo. Admiro ele estar indo atrás do sonho dele, ele realmente tem talento com canto. Espero que as coisas dêem mesmo certo pra ele só que se continuar assim não pode nem pensar em estrear em um grupo, a bagunça realmente vai ser horrível. Chego à porta do apartamento e percebo que a luz está acesa.

- Huh? O Gongchan não foi à faculdade hoje? – abro a porta e tomo um tremendo susto. As coisas não estavam esparramadas pelo chão. Não tinha toalha no sofá ou meia no centro da sala. Não tinha CDs jogados pelo chão ou abertos na estante de TV. E o mais importante: A PRANCHA NÃO ESTAVA LIGADA! Muito pelo contrário, ela não estava na prateleira da sala, onde o Channie costuma se arrumar.  “O quê?”

A casa estava arrumada e eu me lembrei de uns três anos atrás quando era essa a cena que eu estava acostumado a ver quando chegava em casa, do trabalho. “Como assim? O Gongchan resolveu crescer e parar com tanta bagunça? Ele está querendo agradar o seu hyung? Isso está me cheirando à traquinagem... O que será que esse garoto estará aprontando agora?” Fui tirando o casaco e colocando no sofá. Troquei os sapatos e fiquei olhando as coisas, abismado em como estava tudo em seu devido lugar.

- Channie?