NARRADORA P.O.V.

(Há algumas quadras do Seoul Station)

– Ahjumeoni, precisava mesmo desse tanto de coisa? Porque não trouxemos mais alguém? – Ennie dizia à cozinheira Betty enquanto tentava equilibrar todas as sacolas em suas mãos.

– Na lista não parecia ser tão pesado assim, aigoo... - As duas se aproximavam do restaurante com rapidez na intenção de se livrarem do enorme peso.

Ao se aproximarem da porta do Seoul Station, Ennie, que carregava mais sacolas, não reparou que o próximo passo que iria dar seria para uma calçada mais funda, o que fez com que ela se desequilibrasse um pouco. Algumas das frutas que ela carregava caíram no chão, o que fez com que ela se abaixasse para poder pegá-las.

Ao se abaixar, antes Ennie havia olhado pelo vidro esquerdo do Seoul Station e algo lhe chamou a atenção. Alguém estava sentado em seu piano e alguém que para ela pareceu ser muito familiar. Ennie não viu muito desse alguém, ele estava apenas de costas, mas aquele cabelo a parecia muito familiar.

– Não pode ser... Será ele? - Ennie pegava as frutas do chão agachada e de costas para o vidro.

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– Baro!

– Sim, ahjusshi. - Baro disse tirando os olhos de Jinyoung por um momento e se aproximando um pouco da beirada do palco. Jinyoung ao ouvir que o Sr. EunKi gritou pelo nome de Baro, parou de tocar para que o ouvisse corretamente.

– Eu preciso que você pegue uns papéis pra mim lá no meu quarto, pode ir?

– Claeo ahjusshi. Só um momento. - Baro virou-se para Jinyoung enquanto EunKi foi pegar as chaves de seu apartamento. - Hyung, você não quer vir comigo? Vamos, você tem que conhecer a mansão EunKi.

– Baro! Não será um problema? Eu acabei de ser apresentado a ele. Nós não temos intimidade pra isso ainda.

– Hm... Ok, hyung! Você está certo, outro dia então eu lhe mostro a mansão EunKi... E já que você não vai comigo, poderia fechar as cortinas, por favor?

– Claro dongsaeng. - Jinyoung colocou então o feltro sobre as teclas, fechou o tampo do piano e foi em direção às cordas das cortinas para poder fechá-las.

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– Eu acho que estão todos aqui. - Ennie disse se levantando e olhando em volta para ver se não encontrava mais nenhuma fruta no chão. Parando de frente ao vidro do Seoul Station, ela olhou mais uma vez em direção ao piano, mas quem ela queria não estava lá e as cortinas estavam fechadas. - Ué, pra onde ele foi?

– Ele quem, querida? - Sua ahjumma disse abrindo a porta do restaurante.

– Ahn... Ninguém ahjumoni, eu acho que vi coisas demais...

– Hm... Ok, mas entre logo porque isso aqui está bastante pesado. - Dona Betty estava segurando a porta enquanto Ennie estava parada olhando em direção às cortinas. Fazendo sinal para que Ennie entrasse logo, a cozinheira se virou indo em direção à sua cozinha. Alguns garçons, que por ali estavam, as viram cheias de sacos nas mãos e logo se apressaram para ajudá-las.

Nos segundos em que levaram para Ennie caminhar até a ala da cozinha ela esteve com os olhos totalmente voltados para a grande cortina azul-marinho, agora fechada, e se perguntava se não havia tido uma ilusão, visão, ou se realmente havia alguém ali. Além desempacotar as coisas, sua ahjumma ainda lhe pediu para que a ajudasse com uns cortados, o que prendeu Ennie ainda mais na cozinha.

Na ala principal do restaurante, no salão, Jinyoung havia fechado as cortinas e se atrapalhado um pouco na hora de encontrar o caminho para a descida do palco por trás delas, mas logo que achou uma luz foi direcionado às mesas onde se sentou e esperou seus amigos para irem embora.

– JinYoung? - Ele se encontrava um pouco distraído olhando para aquelas cortinas como se elas o estivessem hipnotizado. - JinYoung? - Foi preciso mais uma chamada para que ele se despertasse de seus pensamentos.

– Oh! Sim ahjusshi. - Ele disse levantando-se de sua cadeira.

– Não, não precisa se levantar. - O dono do restaurante havia se aproximado do jovem com uma expressão bastante serena em seu rosto. - Você conhece alguém que trabalha aqui além do Baro e Shinwoo?

– Anyeo ahjusshi. - Jinyoung ficou um pouco intrigado com a pergunta do Sr. EunKi.

– Ahn... Por que você escolheu tocar aquela música, como primeira vez aqui no Seoul Station?

– A “River Flows In You"? O senhor a conhece? - Assentindo com a cabeça, o Sr. EunKi fez com que JinYoung se sentisse bastante envergonhado de tocar uma música que o dono do restaurante conhecesse. Se ele tivesse errado alguma coisa poderia prejudicar o seu desempenho ali dentro, pensou. - Eu... Eu... Eu sempre gostei dessa música. Foi a primeira música que eu aprendi com a minha mãe, então ela se tornou bastante especial pra mim.

– Oh, verdade? Que impressionante... Foi a primeira música que aprendeu?

– Bem, eu já havia aprendido a tocar algumas antes, meus pais trabalham na área da música, então desde pequeno eu aprendi a tocar violão e teclado, mas essa foi uma música que minha mãe me ensinou especialmente no piano, então quando eu a toco sinto como se ela estivesse por perto. É a minha música preferida pra tocar. - JinYoung disse cada palavra com um sorriso e um brilho enorme em seus olhos, o que cativou ainda mais o dono do restaurante e fazendo com que ele colocasse sua mão direita sobre o ombro do mais novo, abrindo-o um sorriso.

– Meu garoto, sua mãe fez uma ótima escolha a ensinando para você, e pelo visto, ensinou muito bem. – Jinyoung sentiu suas bochechas se esquentarem um pouco ao mesmo tempo em que ficavam bastante vermelhas. Em resposta, ele apenas sorriu e levou sua mão ao pescoço. “Obrigada mãe”, Jinyoung demonstrou o seu sentimento de gratidão à sua mãe ao apertar o cordão que ela havia lhe dado antes de ele sair de casa, algo como uma medalha da sorte.

CNU e Baro agora voltavam do apartamento do Sr. EunKi e Baro lhe entregou os documentos que ele o havia pedido. Como Jinyoung não foi, ele pediu que o seu outro hyung lhe acompanhasse.

– Muito obrigado meninos, agora vocês precisam ir, ainda quero vocês aqui de noite, certo? – Os garotos se entreolharam e CNU olhou no relógio, 6:15 da tarde. Eles ainda teriam que ir pra casa pegar seus trajes e voltar para o restaurante às 7:30.

– Ok ahjusshi. Estamos indo agora. – Com uma reverencia feita por todos, eles se despediram. Jinyoung também teria que trabalhar então todos seguiram seus respectivos caminhos combinando de no dia seguinte se encontrarem para um possível passeio.