No outro dia, depois de Jacob buscar seu filho na escola, eles almoçaram juntos e Jacob resolveu descansar um pouco, deitado no sofá da sala, antes de voltar para o trabalho. Ele sabia que a professora particular chegaria logo e que Henry estava se preparando para isso, mas não se importava muito.

Logo após alguns minutos, a campanhia tocou. Jacob se levantou para atender, e quando abriu a porta, se deparou com dois pares de olhos castanhos chocolate fitando-o. Olhou mais para o corpo voluptuoso da mulher, reparando-a da cabeça aos pés. Quando voltou o olhar para o rosto, viu que ela sorria.

- Olá, sou Renesmee Cullen, professora particular. E o senhor é...?- Disse enquanto estendia a mão.

- Jacob Black- Respondeu Jacob enquanto apertava a mão de Renesmee. - Sou pai do seu aluno. A propósito, ele está no quarto dele esperando a senhora. Me acompanhe, por favor.

Eles subiram as escadas e pararam na primeira porta do corredor. Jacob a abriu, revelando um quarto com paredes azuis claras, onde perto da cama havia uma escrivaninha, da qual Henry estava sentado observando alguns livros de Matemática.

O garoto sorriu ao ver os dois adultos parados na porta.

- Filho, essa é Renesmee Cullen, sua professora. - Disse Jacob. 

Renesmee se aproximou de Henry, ainda sorrindo, e lhe estendeu a mão- assim como fez com o pai do garoto. 

- Oi, querido, como vai?

Henry apertou sua mão e, muito educadamente, respondeu:

- Vou muito bem, Srta. Cullen. Eu coloquei uma cadeira ao meu lado para a senhora se sentar. Então, por favor.

O dedinho de Henry apontou para uma cadeira preta ao lado da dele, e Renesmee se sentou agradecendo.

Jacob pigarreou.

- Bom, então... Acho que já estão se dando bem, então eu vou indo... Vou para o trabalho, tudo bem, filho?

- Tudo bem, papai.

Jacob deu uma última olhada em seu filho e Renesmee e desceu para a garagem. Pegou seu carro e foi para o trabalho.

Jacob trabalhava numa empresa metalúrgica. Ele era o chefe e tinha uma secretária, Sra. Mason, que era uma velha destrambelhada e demasiadamente ansiosa. Jacob não sabia se ela tomava algum tipo de remédio para sua ansiedade, mas provavelmente não, e se tomava, não dava nenhum resultado.

Ela era magrinha e bem baixa, seus olhos grandes e expressivos eram de um negro como a escuridão e tinha cabelos castanhos meio grisalhos. Ela não era muito velha, não devia ter mais de 55 anos.

Quando Jacob chegou ao andar de seu escritório, lá estava ela, a velha Sra. Mason, escrevendo rapidamente, quase desesperada, alguma coisa no computador. Ao o ver, se ajeitou na cadeira e tratou de dizer:

- Olá, sr. Black!!!! Como vai? Eu consegui terminar o relatório que o senhor me pediu, eu achei que não ia conseguir, mas consegui e...- Ela disse muito eufórica, mas depois parou para respirar e continuou: - É, mas deu tempo.

Jacob riu, as reações de Sra. Mason eram sempre engraçadas.

- Sra. Mason- começou ele divertido-, primeiramente não sei por quê está me cumprimentando, já que nos vemos hoje de manhã, e segundo, eu lhe disse que tinha muito tempo para fazer esse relatório com calma. Mas de qualquer forma, bom trabalho e... Estou bem sim, o almoço hoje foi muito agradável.

Jacob entrou em seu escritório, sentou na cadeira e começou seu trabalho árduo.

Por volta das duas da tarde, uma tempestade impetuosa encobriu o céu, deixando muitas pessoas temerosas, e com Jacob não foi diferente. Ele olhou por uma fresta da janela a água lá fora inundar a rua e o único pensamento que lhe veio a cabeça no momento foi seu filho.

Então pegou o telefone em cima da mesa e ligou para casa. Depois de uns segundos de espera agoniante, a voz fina de um menino respondeu do outro lado da linha.

- Alô, filho? Como você está? Está chovendo aí também?

- Sim, pai. Está chovendo muito, estou com um pouco de medo, mas a Srta. Cullen está me ajudando e...

- Srta. Cullen? Renesmee esta aí?- Jacob arqueou uma sombrancelha.

- É, ela não pode ir embora porque a chuva está muito forte! E eu acho que a eletricidade vai acabar!- De repente a voz de Henry pareceu assustada demais.

- Calma, filho. Papai vai para aí agora, está bem? Aguenta só mais um pouquinho.

- Está bem, papai! Não demore.

Jacob foi correndo para casa. É claro que não era prudente e também não fora nada fácil chegar lá com a chuva, mas chegou até mais rápido que imaginava.

Ao entrar dentro da casa, estava um tanto escuro, o que mostrava que a eletricidade havia acabado. Ele subiu as escadas, e o corredor, já que não tinha janelas, estava mais escuro ainda.

Jacob se aproximou do quarto do seu filho, mas quando girou a maçaneta e abriu a porta, o quarto estava vazio. Então um desespero o invadiu, e ele continuou a andar pelo corredor, em busca do filho.

Ele foi entrando de quarto em quarto, chamando pelo nome do filho, mas ninguém respondia. Onde ele poderia estar?, Jacob queria ver seu filho naquele momento, mas quanto mais o procurava, mas se sentia perdido.

- Henry, cadê você? Está aí?- Chamou pelo filho novamente quando sentiu um vulto passar por ele, mas ficou sem resposta mais uma vez.

Aquilo já estava o assustando, e quando decidiu descer para o andar de baixo e procurá-lo lá, alguém o pegou pelo braço, e Jacob pulou de susto.

- Me-me desculpe, Sr. Black, não foi minha intenção assustá-lo. Só que ouvi sua voz e decidi vir aqui!- Disse Renesmee.

- Cadê meu filho, onde está meu filho?- Indagou exasperado.

- Está na cozinha, estava fazer um lanche para ele, pois reclamou de fome. Me desculpe estar usando tanto sua casa, senhor. É a primeira vez que venho aqui, mas era um caso que necessitava de minha ajuda...

- Tudo bem, tudo bem. Eu não me importo, não me importo nem um pouco, até te entendo. Mas sem querer ser grosso, quero ver meu filho agora.

- Ah, claro. Venha comigo.

Eles desceram para o andar de baixo, atravessaram a sala indo em direção a cozinha e quando Jacob viu seu filho sentando na mesa de jantar devorando um pão com presunto, suspirou aliviado.

Jacob correu até o filho e o abraçou.

- Papai, você está bem?- Indagou o pequeno.

- Agora estou ótimo!

Henry deu mais uma mordida no pão, e enquanto mastigava, disse:

- Você quer um também, papai?

- Henry! Não fale de boca cheia! E não, não quero pão, estou sem fome...- Jacob viu quando o filho deu de ombros, e voltou a atenção ao lanche.

O moreno olhou para a garota de cabelos bronze apoiada na pia da cozinha, ela deu um ligeiro sorriso, e murmurou:

- Espero que o senhor não se importe de eu ficar aqui por mais algum tempo.

- De forma alguma.

                            ...:OoOoOoOoO:...

Quando começou a anoitecer, pareceu que a chuva havia aumentado ainda mais, e dava sinais de que não iria cessar tão cedo.

A eletricidade não havia voltado ainda, e Jacob e Renesmee subiram para o andar de cima para pegar algumas lanternas, e depois ficaram os três quietos na sala.

Não demorou para Henry reclamar de tédio, então foi ao seu quarto, e depois voltou para a sala com um livro de Matemática, onde ele e Renesmee ficaram revisando algumas coisas da matéria.

Jacob só ficou no seu canto, observando os dois estudarem. Observando a atenciosidade da qual Renesmee explicava, e a dificuldade da qual Henry tinha para entender. Mas ele parecia estar melhorando, o que fazia Jacob perceber o quanto Renesmee era dedicada. Ela explicava com calma, falando com maviosidade; Renesmee era delicada até nisso. Aquilo chamara a atenção de Jacob, mas ele logo balançou a cabeça, afastando tais pensamentos, porque para ele, não era nada educado ficar reparando na professora de seu próprio filho.

Já estava ficando tarde, relâmpagos atravessavam o céu impetuosamente, mas a chuva parecia estar se acalmando, ainda que estivesse forte. Henry bocejou de sono, e Jacob reparou nisso.

- Acho melhor você ir dormir, filho. Está com sono.

- Não estou com sono. - Retrucou o menino teimosamente, e Renesmee que estava ao seu lado, soltou uma risadinha.

- Talvez deva escutar seu pai, pequeno. É bom que você vá dormir, e então eu posso dar um jeito de ir embora.

- Nem pensar!- Ralhou o garoto. - Não pode sair lá fora desse jeito. Você pode dormir aqui com a gente, e amanhã quando a chuva tiver passado, você vai embora.

- Ah não, de forma alguma. Não posso fazer isso, já seria demais. Eu já me apossei muito da casa, seria muita falta de educação a minha... 

- Não seria não!- Disse Jacob subitamente, nem sabendo por quê dissera aquilo. - É claro que você pode dormir aqui.

Jacob estranhou sua própria fala, se perguntando o motivo de ter dito aquilo. Ele mal conhecia ela, e já estava deixando-a dormir na sua casa. Jacob não era de fazer esses favores a estranhos.

- ISSO, ISSO, ISSO!!! VIU? MEU PAI DEIXOU!! DORME AQUI EM CASA, SRTA. CULLEN!!! VAMOS, POR FAVOR!!!!- Exclamou Henry com animação enquanto dava pulinhos no sofá. 

Renesmee riu.

- Está bem, tudo bem!!! Eu durmo!- Henry soltou um grito de vitória. E para Jacob já foi o que bastou para ele perceber o quanto seu filho tinha se afeiçoado a nova professora.

Jacob levou Renesmee até um quarto de hóspedes e, enquanto ela arrumava a cama, ele foi para seu quarto pegar umas roupas. De súbito, Henry entrou no quarto, esfregando os olhinhos e bocejando mais uma vez. 

- Filho, você já escovou seus dentes para deitar, não é?

- Claro, papai. Escovei direitinho!

Jacob sorriu, fechou a porta do guarda-roupa e olhou diretamente para o filho.

- Vi sua animação quando Renesmee disse que dormiria aqui hoje... Você parece ter gostado mesmo dela, não é mesmo?

- Claro, papai. A Srta. Cullen é muuito legal! Ela é gentil e é muito boazinha comigo... Acho que fiz uma amiga!- Respondeu Henry com orgulho.

- Que bom, filho! Estou muito orgulhoso de você, verdadeiramente!- Jacob se inclinou para beijar a testa do filho, murmurou um "já volto", e foi ao quarto de hóspedes novamente.

Renesmee estava lá, pronta para dormir, quando percebeu a presença de Jacob na porta. Ela se virou, perguntando:

- Algum problema, Sr. Black?

- Não, nenhum problema, só achei que talvez fosse querer que eu lhe emprestasse algumas roupas minhas para você dormir!

Jacob ainda não conseguia entender como de repente começou a ser tão generoso com estranhos, e o som da voz de Renesmee o fez sair de seus devaneios.

- Oh não, Sr. Black! Não preciso disso, posso dormir com minhas roupas mesmo.

- Duvido muito que vai conseguir ficar confortavél na cama com uma calça jeans e uma blusa tão apertada!- Murmurou Jacob, observando as roupas da mulher.

Renesmee também olhou para suas roupas, e um tanto pensativa, sussurrou baixinho:

- Talvez tenha razão....

- Então durma com essas roupas, não me importo nenhum pouco!- Jacob andou até a cama, e depositou as roupas em cima da mesma. Então, com um aceno de cabeça, se retirou do quarto.

- Obrigada!- Agradeceu Renesmee antes que ele saísse. Jacob fechou a porta atrás de si e já ia caminhando até seu quarto novamente, quando parou. Parou e ficou assim por alguns segundos, havia uma coisa na sua cabeça, e sabia que era totalmente errado fazê-lo, mas... 

Lentamente girou os calcanhares, foi até o quarto de hóspedes e espiou pela fresta da porta. Renesmee estava de costas, retirando sua blusa de cetim, mostrando suas costas nuas que eram tão belas. Depois foi a vez da calça, abriu o zíper e foi descendo até os pés, a retirando por completo. Seu bumbum coberto por uma calcinha branca era perfeitamente redondo e bem empinado, seu quadril bem modelado e suas coxas torneadas... De súbito, Renesmee se virou para a frente, e Jacob rapidamente se afastou da porta, com o coração disparado.

Repentinamente, a consciência de Jacob pesou em sua mente. Não conseguia acreditar que havia mesmo feito aquilo; aonde foi parar sua sanidade? E o respeito? E se ela tivesse algum namorado, e mesmo que não tivesse! Ele se sentia envergonhado de ter se deixado levar por um desejo tão tolo e ainda por cima se sentir excitado, e agradecia internamente por Renesmee não ter visto nada... Ao menos rezava para que não tivesse o visto.

Ele foi para seu quarto e viu que seu filho ainda estava lá, só que agora dormindo tranquilamente em sua cama. Ele sorriu, pegou seu filho no colo e o levou até seu quarto, depositando-o na cama, e dando mais um beijo na testa. Depois, finalmente, pode ir dormir. Se encobriu até a cabeça de cobertores, tentando inutilmente esquecer o que vira a alguns minutos atrás. Mas não havia jeito, o corpo da jovem se impregnou na mente de Jacob, e como se já não bastasse, ele até sonhou com aquele corpo ao adormecer.