Ensinando a Amar escrita por mah-black


Capítulo 1
Precisando de ajudinha extra


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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- Papai, a minha professora de Matemática disse que eu estou com muitas dificuldades de entender as atividades e que vou precisar de uma professora particular- Disse o pequeno Henry depois de dar uma grande garfada na comida.

Jacob rolou os olhos. Aquilo já estava o estressando demais, já era a terceira vez na semana que seu filho lhe dizia a mesma coisa, sem falar na semana passada, que a professora lhe chamara na escola só para lhe dizer que Henry precisava de professora particular, pois suas notas estavam cada vez mais baixas. É claro que ele via a dificuldade do filho, mas não achava que era tão ruim ao ponto de precisar de uma professora particular, e o fazer perder tempo de trabalho só para lhe dizer isso era o fim da picada.

- Diga a ela que você pode melhorar sozinho- Murmurou enquanto colocava mais sal na comida.

- Eu tento pai, mas a Profa. Esme tem razão, eu tenho muita dificuldade nessa matéria!

- Filho, você sabe que arranjar professora particular é muito difícil, sem falar do custo que tem de pagar. Não tenho tempo para isso, e sem falar que você nem tem motivos para ser tão ruim de Matemática. Eu era o melhor da minha turma nessa matéria, e o seu avô também.

- Mas você já pensou na hipótese de eu ter puxado a minha mãe?- A pergunta de Henry foi como um baque doloroso no coração de Jacob. Ele odiava se relembrar de sua esposa.

Um silêncio incômodo se formou no ambiente, mas logo Henry o cortou.

- Então pai, amanhã mesmo você vai na escola arranjar para mim uma professora particular!- Disse o menino, autoritário.

- Henry!- Ralhou Jacob.

- E ponto final!! Você pode pegar uma folga no trabalho, e estaria me ajudando muito.

Jacob rolou os olhos novamente, não havia como discutir com o filho.

                     ...:OoOoOoOoO:...

No outro dia, logo de manhã, Jacob estava dando partida no carro para ir ao trabalho, e antes levar Henry até a escola.

Quando chegaram no colégio, Henry colocou sua mochila no ombro, entreabriu a porta do carro e, olhando para Jacob, esperou o pai se manifestar.

- O quê?- Indagou Jacob.

- Como assim, 'o quê?', pai? Você vem junto comigo para conseguirmos uma professora particular!

- Filho, não acredito que estava falando sério, eu disse que não tenho tempo!

- Tem sim. Pai, você prometeu!

- O quê, não prometi nada!

- Está bem, não prometeu, mas é sua obrigação como pai fazer isso por mim!- Henry fez um biquinho fofo, aquele que sabia que Jacob não conseguia resistir.

- Tudo bem, tudo bem! Olha, eu vou para o trabalho, e quando vier te buscar, falamos com sua professora sobre isso, está bem?

- Não pai, tem que ser agora!

- Por quê?

- Por que quando você vier me buscar, o diretor não vai mais estar aqui, e ele precisa estar presente para arranjar uma professora particular para mim!

- O quê? Mas que tipo de diretor é esse que nem fica aqui o tempo todo?

- Vamos entrar logo, pai! E vamos pela porta da diretoria!- Disse Henry novamente autoritário. Quando ele começou a ser tão mandão?, se perguntou Jacob, vendo que não educara tão bem o filho.

Eles saíram do carro e entraram na diretoria da escola. Henry o puxou pela mão até uma sala onde havia dois sofás cor carmim. Do lado da sala havia uma porta de madeira que dava a uma outra sala que parecia ser a dos professores, da qual uma mulher de cabelos marrons caramelados saiu.

- Ah, olá, Henry! Como vai, querido? Olá, senhor Black- Disse a mulher. Jacob a reconheceu como a professora de Matemática que dizia que Henry precisava de ajuda.

- Profa. Esme, eu consegui convencer meu pai de que preciso de uma ajudinha extra...Viemos arranjar uma professora particular para mim!

- Ah, que ótimo, querido! Sr. Black, ainda bem que viu o que era melhor para seu filho. Assim, as notas dele vão melhorar muito!- Esme abriu um grande sorriso, porém Jacob continuou sério.- Bem... Então, vamos conversar com o diretor? Venham comigo.

Esme, Jacob e Henry saíram da sala e foram para um corredor de mármore, depois viraram numa sala onde havia uma grande mesa de madeira, com alguns sofazinhos a frente.

Detrás da mesa havia um homem louro que lia alguns papéis. De súbito, ele ergueu a cabeça e fitou os três.

- O que foi, Esme?- Perguntou ele. 

- Carlisle, esse garoto aqui, Henry Black- Respondeu Esme apontando para Henry-, está com muitas dificuldades em Matemática, e ele e seu pai vieram aqui para conseguir uma professora particular para ele.

- Ah, claro, tudo bem. Podem se sentar, por favor- Jacob colocou a mão no ombro do filho, o guiando para um dos sofazinhos, e se sentando em outro logo em seguida.- Isso pode ser bastante rápido, ok? Temos alguns professores particulares aqui no colégio, mas é claro que terão de pagar um custo...

Jacob bufou, depois proferiu:

- É, nos já imaginávamos que existiria 'um custo' a ser pago.

Depois de um tempo, o que para Jacob pareceu minutos intermináveis, Henry conseguiu ter sua professora particular. Ele parecia muito feliz com isso, dizendo que agora poderia ser como seu pai era quando tinha sua idade.

Mais tarde, voltaram para casa. Jacob não fez o jantar, pediu uma pizza pois estava cansado demais para preparar uma comida. Os dois ficaram vendo filmes juntos até uma certa hora, depois Jacob mandou Henry dormir pois já estava ficando tarde.

O menino foi para cama, mas alegou que não conseguiria dormir tão cedo, pois ainda estava muito eufórico pelo dia que teve. Então, um tanto sonolento, Jacob sentou em uma cadeira ao lado da cama do filho, e começou a acariciar seus cabelos.

- Papai, como deve ser ter uma professora particular, hein?

- Não sei filho, não faço a mínima ideia, mas se você dormir agora, amanhã saberá como é!- Respondeu Jacob bocejando.

- Quando ela me ajudar em tudo sobre Matemática, vou tirar vários dez na matéria, assim como você tirava, papai! Eu poderia até participar da Olimpíada de Matemática!!!- Os olhos de Henry brilhavam intensamente, mostrando o quanto ele estava excitado.

Jacob riu, tentando imaginar como o filho conseguia ficar tão eufórico com uma coisa tão pequena.

- E tenho certeza que você a ganharia... Mas agora precisa dormir, para estar bem acordado amanhã para sua aula particular!- Jacob passou sua mão pelo rosto do filho, que depois de tanta excitação, começava a mostrar seus primeiros sinais de sono.

- Tudo bem, papai- Respondeu Henry fechando os olhos, e pouco depois adormecendo.

Jacob sorriu admirando o filho sob a penumbra da noite. Ele era tão parecido com si, mas ao mesmo tempo tão parecido com a mãe, e ele desejava profundamente que ela estivesse lá agora para ver isso também.

Henry era tudo que Jacob tinha na vida, ou melhor, Henry era sua vida, e nada mudaria isso, nada mudaria seu amor. E nada o faria perdê-lo assim como perdeu sua esposa. 

Se inclinando para beijar a testa do filho e depois caminhar para seu quarto e adormecer também, Jacob pensou em tudo que passara na vida. E no final, concluiu que não havia nada melhor do que esquecer o passado, e tentar viver o futuro.


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