- Porque você se arrumou toda? – Perguntei olhando-a dos pés à cabeça.

- Algum problema? – Ela disse erguendo a sobrancelha.

- Não. – Respondi rápido. – Quis dizer... Claro que sim. Aonde você vai?

- Eu vou almoçar com a Luna. – Ela sorriu. – Ela está meio deprimida porque o Neville fica sempre em Hogwarts e passa pouco tempo com ela. E vive se queixando que já estão juntos há muito tempo e deveriam se casar. Resumindo... Ele não tem tempo pra ela.

- Então a “melhor amiga” entra em cena? – Perguntei sarcástico.

- Você sabe que eu gosto da Luna, Draco. – Ela respondeu paciente. – Ela foi uma ótima amiga nos tempos de Hogwarts. Eu não vou passar o dia com ela, é só um almoço. Eu prometo que voltarei cedo, então nós curtiremos a tarde e sairemos pra jantar à noite, ok?

- Humpf. – Bufei e ela me deu um beijo rápido.

Aparatou logo em seguida e me deixou sozinho. Mas eu já sei muito bem o que vou fazer.

- Paola? – Chamei e em menos de segundos ela já estava na porta do meu quarto.

- Sim Sr. Malfoy? – Ela perguntou, parecendo nervosa.

- Entre. – Ela entrou. – Sente-se.

Ela se sentou na poltrona e observei-a.

- Eu só quero fazer algumas perguntas. – Sorri. – E eu aconselho que não minta. Ainda tenho veritaserum ali, e não vou hesitar para usá-lo em você.

- Tudo bem. – Ela disse tranqüila.

- Primeiro... – Disse encarando-a, sério. – Á qual casa você pertenceu em Hogwarts?

- Corvinal. – Ela disse com um sorriso.

- Se formou em que ano?

- Quando o senhor estava no sexto ano. – Ela disse sem demonstrar sinais de nervosismo.

- Ok, não é exatamente sobre isso que eu quero saber. – Abri um sorriso. – O que você tem com a Hermione?

Ela parou e pareceu trocar de cor vinte vezes antes de respirar novamente.

- Então? – Perguntei de novo, chamando-a pra realidade.

- Nós... – Ela suspirou. – Nós somos amigas.

- Não... – Eu disse, ainda sério. – Eu quero saber qual é o relacionamento geral.

- Tudo bem... – Ela respirou fundo. – Eu a conheci em Hogwarts, ficamos amigas. E quando sua mãe começou a procurar garotas de boa família, sangue-puro e bonitas, Hermione me pediu pra me candidatar.

- Então quer dizer que a Hermione está por trás do seu trabalho aqui? – Perguntei com um meio-sorriso.

- Ela sempre foi meio insegura, e me pedia pra ficar aqui. – Ela disse, talvez se amaldiçoando por contar-me isso. – E com o tempo, fiz amizade com Alice e Vanessa, e decidi que ficar aqui é melhor do que viver às custas do dinheiro dos meus pais.

- Tudo bem, Paola. – Eu disse com um sorriso. – Obrigada.

- Não foi nada, Sr. Malfoy. – Ela se retirou.

Então é isso. Mamãe me deu três empregadas ricas, de sangue-puro e bonitas, obviamente na esperança de que eu me apaixonasse por uma delas. Hermione ficou sabendo – seja lá como – e pediu a uma amiga que viesse tentar trabalhar aqui. A amiga é a Paola, e ela conseguiu. E por isso ficava dando em cima de mim o tempo todo, e sempre estava pelos cantos de cochichos com Hermione. “Pelas barbas de Merlin, eu fiz papel de idiota esse tempo todo!”

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- Draco? – Minha voz ecoou pela casa, que parecia vazia. – Querido?

Depois de alguns segundos, ele apareceu no topo da escada. Vestia smoking e tinha uma expressão divertida no rosto.

- Porque tudo isso? – Perguntei rindo. – É tudo pra mim?

- Sempre foi tudo pra você, querida. – Ele disse com um sorriso malicioso.

Começou à descer as escadas lentamente, sem tirar os olhos de mim. À cada degrau que descia, parecia se divertir mais. Mordendo o lábio inferior, chegou ao ultimo degrau e me tomou em seus braços. Deu-me um beijo – daqueles de cinema – e depois me soltou, seguindo mansão à dentro sem olhar pra trás. “O que deu nesse homem hoje?” Pensei dando um suspiro e seguindo-o.