Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais. (:



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Kim buzinou duas vezes quando parou diante da casa, e Marie lançou um olhar pela janela do quarto antes de pegar a sacola e descer correndo as escadas. Foram o caminho inteiro conversando sobre besteiras, e ouvindo música.

- Quer ir jantar em algum lugar especial? – Indagou Kim, já no hotel, enquanto tomava o resto de sua Coca.

- Na praia. – Respondeu Marie, olhando a bela vista do mar pela janela.

- A Praia? Não conheço. – Kimberly parecia confusa, e Marie caiu na gargalhada.

- Não é um restaurante, quer dizer que estou com vontade de dar um passeio pela praia.

- Agora? Essa hora? – Eram 20:30 e mal acabar de escurecer, mas Kim estava anciosa pra começar a sua noite e dar uma olhada no lugar. – Porque não deixa isso pra amanhã, depois do meu encontro com o novo cliente?

Era óbvio que Kim não se sentia atraída pelo mar e pelas areias brancas, porém Marie se sentia.

- Não, não posso esperar tanto. Você não vai trocar de roupa antes de sairmos? – Kim fez que sim. – Ótimo, então vou dar um passeio enquanto você se veste. Eu fico como estou.

- Não vá se perder na praia.

- Não vou. – Marie sorriu envergonhada. – Volto daqui a meia hora.

- Não temos pressa, vou tomar um bom banho quente. Podemos jantar às 21:30 ou 22:00.

- Até já. – Marie desapareceu com um aceno e um sorriso. Quando saiu do hotel, a neblina já vinha chegando.

Foi descendo pela rua principal de Carmel, e quando chegou ao fim da rua, parou para olhar a linda praia que ali estava. A areia perfeitamente branca e as ondas fartas rolando para a praia com as gaivotas voando lentamente acima delas. Inspirou o ar enquanto olhava pra cena, vendo a maré subir incessantemente. Tirou os sapatos, sentindo a areia penetrar por entre os dedos enquanto corria para junto do mar, parando pouco antes de chegar à água. Fechou os olhos e sorriu. Com mais um inspirar profundo, começou a descer a praia, um sapato em cada mão, os pés ansiando por dançar na areia como uma criança. Já tinha caminhado bastante, quando parou pra olhar o céu de cor alaranjada e um pouco da neblina que o cobria. Ficou ali olhando, por um tempo interminável, depois dirigiu-se lentamente para as dunas, onde se sentou em meio à grama alta e puxou os joelhos até junto do queixo enquanto fitava o mar.

- É perfeito, não é? – Marie deu um salto ante a voz inesperada ao seu lado. Abriu os olhos e se deparou com um homem alto que aparentava ter seus 23 anos, com cabelos claros. Por um momento, ela ficou assustada, mas o sorriso dele era tão lindo que era impossível se sentir ameaçada no abraço caloroso daqueles olhos. Eram de um chocolate intenso, como duas avelãs. Tinha o corpo de quem foi um atleta na universidade. Seus cabelos eram no mesmo tom de seus olhos, e estavam desfeitos pelo vento. Ele a olhava com intensidade.

- É a hora que eu mais gosto. – Falou ele.

- Eu também. – Respondeu Marie tranquilamente, e ficou surpresa por não se sentir irritada quando ele se sentou ao seu lado. – Pensei que estava sozinha na praia. – Olhou timidamente pro rosto dele, que sorriu.

- E provavelmente estava. Cheguei por trás de você, desculpe se te assustei. – Olhou de novo pra ela com aquele mesmo sorriso perfeito. – Minha casa fica logo ali. – Apontou por cima do ombro para uma área coberta por árvores contorcidas pelo vento. – Sempre venho aqui, à noitinha. À três semanas que não venho aqui. Sempre me dou conta, então, do quanto gosto daqui, do quanto preciso andar por essa praia e olhar pra isso. – Olhava direto a sua frente, para o mar.

- Você mora aqui o ano todo? – Marie pegou-se conversando com ele como se fosse um velho amigo, mas era o jeito dele, era impossível se sentir desconfortável com ele.

- Não, venho nos fins de semana, quando posso. E você?

- À muito tempo que não venho aqui. Vim agora com uma amiga.

- Está hospedada na cidade?

Fez que sim com a cabeça, depois lembrando-se, olhou pro relógio.

- Tenho que voltar, perdi a hora com meu passeio na praia. – Já eram 21:30, e o restinho da luz já tinha sumido enquanto conversavam. Ficou de pé e olhou pra ele, sorrindo. – Tem sorte de ter isso à hora em que lhe dá vontade.

Ele concordou com a cabeça, mas não estava escutando de verdade, estava olhando intensamente para o rosto dela. E pela primeira vez desde que notara a sua presença ao lado dela, Marie sentiu um calor estranho na face, e se sentiu envergonhada quando ele falou:

- Sabe que parecia um quadro de Andrew Wyeth, sentada aí ao vento? Foi o que pensei logo que a vi sentada na duna. Conhece o trabalho dele? – Tinha um ar de concentração nos olhos, como se estivesse avaliando o rosto dela e a espessura de seus cabelos. Mas ela já estava sorrindo.

- Conheço o trabalho dele muito bem. – Tinha sido a sua paixão quando era criança. – Costumava estar a par de todas as obras dele.

- Todas? – Ele perguntou em um tom de deboche.

- Era o que eu pensava.

- Conhece aquela da mulher na praia? – Ela pensou por um momento e depois sacudiu a cabeça. – Gostaria de vê-la? – Ficou parado ao lado dela, parecendo um garoto de olhos vivos, muito entusiasmado. – Gostaria?

- Eu... preciso mesmo voltar. Mas obrigada... – A voz dela foi sumindo, encabulada. Não parecia ser o tipo de homem de quem a gente tivesse que ter medo, mas apesar disso, era apenas um estranho que tinha aparecido na praia. Deu-se conta, então, de que estava um pouco maluca por estar conversando com ele, ali sozinhos no escuro. – Preciso ir andando, talvez outro dia.

- Tudo bem, então. – O fogo nos seus olhos diminuiu um pouco, mas aquele sorriso ainda estava lá. – Mas é um lindo quadro, e a mulher nele se parece muito com você.

- Obrigada. Que coisa linda de se dizer. – Estava imaginando como se despediria dele, que não parecia ter intenção imediata de voltar para casa.

- Posso acompanhá-la de volta? Já está um pouco escuro pra você andar por aí sozinha. – Abriu um sorriso pra ela, apertando os olhos contra o vento. – Pode ser abordada por um estranho. – Ela riu em resposta e concordou com a cabeça, enquanto desciam a duna rasa, voltando pra junto do mar. – Conte-me, como foi que ficou gostando tanto de Wyeth?

- Eu achava que ele era o maior pintor americano que já tinha visto. Mas depois – Olhou nos olhos dele, com ar de desculpas – me apaixonei por todos os impressionistas franceses, e infelizmente me esqueci dele. Não esqueci de verdade, só me desapaixonei um pouquinho.

Caminhavam confortavelmente, lado a lado, as duas únicas pessoas na praia, com as ondas batendo ao seu lado. Era tão ridículo, discutir arte com esse estranho, enquanto caminhavam pela areia em Carmel. O que contaria a Kim? Ou será que contaria alguma coisa a Kim? Por um momento sentiu-se com vontade de não falar a ninguém sobre o seu novo amigo. Era apenas um encontro de momento, ao crepúsculo, numa praia deserta. O que havia pra contar?

- Você sempre se apaixona com tanta facilidade? – Era uma pergunta boba, o tipo de coisa que os estranhos dizem um ao outro, na falta de alguma coisa melhor. Mas ela sorriu.

- Geralmente, não. Só quando se trata dos impressionistas franceses.

- Faz sentido. Você pinta?

- Um pouco.

- Como os impressionistas? – Parecia já saber a resposta, e ela balançou a cabeça. – Gostaria de ver o seu trabalho, está em exposição?

- Não, agora não. Só uma vez, à muito tempo. – Respondeu, olhando as ondas.

- Também se desapaixonou pela pintura?

- Nunca. – Olhou pra areia enquanto falava, depois ergueu os olhos pra ele. – A pintura é a minha vida.

- Então porque não expõe? – Parecia intrigado pela reação dela, mas ela apenas deu de ombros.

Tinham chegado ao lugar de onde ela descera para a praia.

- É aqui que eu fico. – Ficaram parados no luar, fitando-se nos olhos. Durante um momento de loucura, sentiu vontade de ser abraçada por aqueles braços quentes e fortes, envolta com ele na sua jaqueta. – Foi um prazer falar com você. – O rosto dela estava estranhamente sério, enquanto falava.

- Meu nome é Justin.

Ela hesitou por um momento.

- Marie.

Ele estendeu a mão, apertou a dela, depois se virou e foi se afastando pela praia. Ela o observava, os ombros largos, as costas fortes, os ventos nos cabelos. Teve vontade de gritar “Adeus”, mas a palavra se perdeu ao vento. Ao invés disso, ele se virou, e ela pensou tê-lo visto acenar-lhe uma vez na escuridão.


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Notas finais do capítulo

E então? Estão gostando? Falem a verdade, por favor. Querem que eu continue ou que eu pare e exclua? Eu PRECISO da opinião de vocês! Recebi alguns reviews no primeiro capítulo, e eu fiquei tão feliz com as coisas que vocês me disseram, fez o meu dia MUITO mais feliz! Queria pedir pra que vocês divulgassem a história, pois ainda tem poucas leitoras. Podem fazer isso? '-' Hihi! Queria dizer também, que tá meio difícil pra mim escrever os outros capítulos, porque eu tô ralando muito na escola, e digamos que as minhas notas não estão das melhores D: Mas vou fazer o possível e o impossível pra postar sempre, como o combinado :) Preciso contar uma coisa pra vocês: O JUSTIN ME RESPONDEU NO SKYPE! Juro, gente, eu fiquei muito louca, chorei, gritei, fiz tudo o que uma fã alucinada faria. E ele ainda me agradeceu por ser fã dele, não é fofo? Awn (': Me deixem reviews, ok? Isso é importantíssimo pra mim! OBRIGADA. ♥



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