Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 35
Capítulo 34 - O Quinto Arcanjo


Notas iniciais do capítulo

OK, antes do cap, só queria registrar q estou um pouco triste pq parece q ninguém mais lê e/ou comenta minha fic. Então eu penso q naum estou agradando e isso me deixa pra baixo.
De qq forma, quero agradecer as duas leitoras q ainda naum me abandonaram - rs - e q espero q naum me abandonem!!! :D
Obrigada JSousa e Julya Rafaela !! Vcs são fodaaass :)
Se fosse há uns anos atrás, a essa hora eu jah teria desistido da fic e abandonado a carreira - q nem existe ainda - e cortado os pulsos rs... mas jah q sou ruim, eu persisto! pq enquanto há 1 review, há esperança!!! o/
Seja pra um, seja pra mil, minha paixão em escrever sempre vai ser a mesma :D >> entaum, aos q chegaram att aqui, tenho boas novas:
1- a fic tah beeem mais agitada a partir de agora pq estamos chegando aos finalmentes...
2- no proximo cap vai ter mais um bônus interessante :)
agora sim,
Boa Leitura!!!



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- C-como? – gaguejei.

Miguel respirou fundo antes de responder.

- No início dos tempos, antes da criação do homem ou dos anjos, Deus criou cinco irmãos, os Arcanjos, que deveriam ser sábios e capazes para comandar a legião de celestiais que viria a seguir.

“Assim, Lúcifer, Rafael, Gabriel, Uriel e eu fomos criados e a cada um de nós foi dado um dom especial, que nos tornava únicos. Lúcifer recebeu a inteligência superior, a mente brilhante para que, com ela, guiasse os outros irmãos. Rafael recebeu o dom da cura e força espiritual para que, assim, fosse capaz de usar da força do próprio Altíssimo para elevar seu próprio espírito e dos que ele julgasse necessário ajudar. Gabriel recebeu o dom de comando dos elementos do plano físico e a responsabilidade de domá-los em equilíbrio. Uriel recebeu o dom da Compreensão e naquele tempo, não entendíamos muito bem a essência de sua força, até o momento da criação do homem. Depois disso, Uriel foi o responsável por cuidar da obra do Criador e esse era o motivo real de ter ganhado um dom tão alto. Eu recebi as habilidades de guerra, de batalha, e fui encarregado de protegê-los.”

“Nós vivemos juntos em harmonia por incontáveis gerações, aprendendo a controlar nossas habilidades e a crescer junto uns dos outros. Com o tempo, cada um de nós foi criando sua própria personalidade, pensando por seu próprio jeito, individualmente. Nesse tempo, O criador fez surgir um grupo especial de celestiais. Eles deviam aprender conosco, os Arcanjos, tudo o que sabíamos, e as castas se originaram. Cada um de nós comandava um pequeno contingente de anjos e a eles ensinamos tudo o que sabíamos, aguardando a chegada da prometida legião celestial, que veio mais tarde.”

“Foi então que o Altíssimo criou o homem, seu maior objeto de adoração, e foi então que percebemos o motivo por termos sido criados. Nossa missão era guiar a proteger os filhos de nosso Pai para que evoluíssem e seguissem seu próprio caminho. Nesse tempo, Uriel descobriu qual era sua real vocação e tornou-se, entre os Arcanjos, o mais próximo dos homens, juntamente com os de sua casta, que se tronaram os Anjos da Guarda.”

“Infelizmente, um dia Lúcifer e seus comandados se rebelaram contra o Criador. Em sua inteligência e sagacidade inigualáveis, ele bolou uma grande armadilha para nós e, junto com seus Anjos Negros, quase nos derrotaram completamente. Lúcifer possuía dentro de si a ambição de ser como nosso Pai e convenceu seu grupo a ajuda-lo na missão. Por vontade própria, eles caíram em Abyssi e corromperam os homens. Procriando com as mulheres, eles criaram os nephilins e espalharam a destruição pelo mundo, ensinando a arte das armas e da guerra entre os mortais. Assim, Deus nos enviou na missão de exterminar os Anjos Negros que estavam destruindo sua mais amada obra.”

“Foi uma luta árdua. Por incontáveis séculos, lutamos contra os rebeldes, mas Lúcifer era tão ardiloso e perverso que conseguiu aniquilar praticamente todas as castas que haviam de anjos superiores. No fim da guerra, quando praticamente todos haviam perecido, eu e meus irmãos conseguimos, finalmente, vencê-los. Seguindo a vontade do Pai, trancamos Lúcifer, Semjaza e os outros príncipes no Abismo do Sofrimento Eterno, pra onde todas as almas impuras deveriam ir até o dia do Juízo Final.”

No momento em que atiramos Lúcifer nas profundezas, nós finalmente entendemos o motivo de tudo. Ele invejava tanto os homens por serem os detentores do amor e do perdão divino, que arquitetou toda a trama apenas para livrar-se deles. Mas no fundo, Lúcifer não havia recebido apenas o dom da Inteligência, sendo o Criador e ciente de toda sua obra, o Senhor já previa as atitudes de Lúcifer e também o presenteou com o Dom sublime do Amor Puro. Assim que foi expurgado para o Inferno, essa parte que vivia adormecida em Lúcifer e que foi reprimida pela inveja e pela ganância, se separou dele e subiu aos Céus para viver no âmago do Pai, como o Espírito Santo. Aquela era a essência de meu verdadeiro irmão e que, agora, vive junto ao Pai.”

“Quando o espírito de Lúcifer se quebrou, sua Gladius sagrada também se rompeu e cada um de nós guardou um pedaço dela consigo para poder lembrar sempre do verdadeiro Arcanjo que vive junto ao Criador e que viveu entre nós.”

Miguel terminou seu relato e eu permaneci estática, sem respirar ou pensar, até que ele finalizou:

- O Lúcifer que você conhece é apenas o lado vil do verdadeiro Arcanjo. Todo o amor e bondade que haviam nele, estão junto ao Pai agora. Tudo o que ele é, não é nada comparado ao que foi um dia. Hoje ele se fortalece da energia do ódio e do sofrimento, não mais do Altíssimo como nós e é por esse motivo que ele precisa tanto que mais e mais homens caiam em desgraça, para que ele próprio permaneça vivo.

- Então... você acha que a parte de Lúcifer que vive junto ao Pai vai nos ajudar a quebrar essa ligação que tenho com Lucius? – perguntei finalmente.

- Eu acho... que ele é nossa última esperança. Ele vive junto ao Criador e possui conhecimentos muito mais elevados do que qualquer um dos Arcanjos. Por mais antigo que eu seja, existem coisas das quais não nem eu mesmo sei. Mas o quinto Arcanjo, com seu amor infinito e sabedoria pode nos ajudar e eu sei que vai.

Senti meu corpo tremer. Era alívio, felicidade, esperança, tudo junto. Finalmente eu senti que poderia haver uma chance, por mínima que fosse, de eu não ter que cumprir meu juramento. Miguel estava depositando sua fé nisso e sua confiança em mim e em seu irmão e eu tinha fé em Miguel e, acima de tudo, em nosso Pai.

Sorrindo pra ele, senti uma lágrima quente de alegria descer lenta por mim e Miguel sorriu de volta cheio de esperança.

Foi então que senti um baque no estômago e a força em minhas pernas me deixaram. Curvada, caí de joelhos no chão e gritei.

- Melanie, o que houve? – ele perguntou desesperado, ajoelhado junto a mim.

- Eu não sei... estou me sentindo diferente... pesada...

Eu estava ofegante e meu corpo parecia pesar cem quilos de uma hora para outra.

- Vamos. Nós temos que correr. A essência que te emprestei não vai ficar em você pra sempre. A cada minuto ela retorna a mim e te torna menos celestial. Você vai ser expulsa daqui a qualquer momento. Sem minha essência, você cai.

Ele me fitou nos olhos e eu acenei. Precisávamos correr e contatar o quinto Arcanjo antes que fosse tarde. Apoiando-me em Miguel, eu levantei com alguma dificuldade e começamos a caminhada de volta para a saída de sua morada.

- Pra onde vamos? – perguntei a ele – Como vamos contatar seu irmão?

- Temos que ir até o templo de Rafael. Ele possui a morada mais eleva e próxima ao criador. Lá eu vou poder reunir forças suficientes para falar com o Divino.

Apressamos o passo para fora, com o guerreiro me ajudando a andar. Mas assim que alcançamos o lado de fora da casa de Miguel, nós paramos. Diante de nós, recobrindo todo o imenso campo até a margem do rio, havia um exército. Um exército de guerreiros, o exército de Miguel, e ele estava lá para me mandar de volta ou para acabar comigo de vez.

...

Já havia se passado um dia desde que havíamos deixado Miguel e Melanie para trás, em Dudael. Eles voltariam até o Paraíso, embora eu não fizesse idéia de como Melanie poderia entrar nele de novo, já que havia perdido as asas.

Estávamos no aeroporto, de volta a cidade onde encontramos Calabriel pela primeira vez e Gabriel e Rafael estavam juntos conosco. Eu me sentia bem entre eles, apesar de ser a única humana entre um bando de anjos e Arcanjos, mas no fundo eu sentia que minha calma vinha principalmente pela presença de Rafael. Eu não sabia como ele fazia, mas estar perto dele era como tomar um porre de calmantes.

Jules e ele conversavam bastante. Pelo o que eu tinha entendido, Miguel sugeriu que Jules ficasse no comando das táticas de guerra enquanto ele se ausentava para tentar livrar Melanie de seu futuro ingrato. Rafael aceitou bem a decisão, de fato, Jules era realmente bom e tinha sido muito bem treinado. Gabriel era outra história. Aquele cara era um tento esquisito, sempre afastado e sarcástico, mas não foi contra os planos bolados por Jules. Mas se eu estivesse de fora de toda essa loucura e alguém me dissesse que Gabriel era um Arcanjo, eu certamente daria uma boa gargalhada.

Mais algumas horas de carro e nós finalmente voltamos à igreja onde Calabriel e os demais estavam reunidos. Ali seria a base dos planos de defesa dos Arcanjos.

Assim que entramos, Calabriel e os outros não acreditaram no que viam. Certamente deve ser um choque saber que dois chefões do Céu estão bem na sua frente. Eles reverenciaram saudosamente aos Arcanjos e pareciam que estavam vendo um fantasma, mesmo sendo guerreiros fortes e musculosos.

- Nossa, eles parecem que estão vendo o Michael Jackson... depois de morto! – cochichei para Jules enquanto observava a cena estranha. Como sempre, ele me repreendeu.

- Harper, eles são os seres mais poderosos dos Céus, tenha um pouco de respeito.

- Ok, ok, só estou falando, Gees!

Resumidamente e cortando muitas partes importantes e reveladoras, Rafael explicou ao pequeno contingente o que tinha se passado e o motivo real de estarem acontecendo tantas aparições de espectros nesse plano. Ele falou sobre o lado da porta que está de fato aberto e disse que Miguel logo retornaria a batalha que estava por se aproximar, mas que nesse meio tempo, Jules seria o líder.

Logo depois, os guerreiros foram preparar o ambiente para que pudéssemos ter um terreno bom de trabalho. Colocaram no meio do pátio traseiro da igreja duas enormes mesas com diversos mapas do país e do mundo. Havia vários computadores e telefones celulares, além de novas câmeras de segurança espalhadas pelo bairro, através das quais eles monitoravam a movimentação. De uma hora para outra, a Igreja havia se transformado em um enorme QG angelical. Bizarro.

Eles contaram que estavam monitorando os acidentes e acontecimentos estranhos pelo mundo, pela televisão, rádio e internet, mas que desde o dia anterior tudo estava misteriosamente quieto.

- Bom, isso porque Lúcifer vai libertar seus Príncipes em breve, ele deve estar guardando todas as energias do portal para poder fazer isso daqui a dois dias e deve ter proibido seus demônios de passarem. – Rafael salientou.

- Bom, então temos que aproveitar antes que nossos velhos amigos retornem, não? – Gabriel falou, sentando despojadamente em uma cadeira e sacando do bolso interno do casaco uma mini garrafa de whisky... mas onde diabos ele tinha arrumado aquilo?

- Será que o General vai aparecer antes da batalha começar? – um dos guerreiros questionou o universo.

- Bom, eu espero, para nossa sorte, que sim. – Rafael respondeu, olhando involuntariamente – ou não – para o alto.

Foi então que a idéia me ocorreu.

- Rafael, lembro que Melanie voltou muito rapidamente depois que passou pelo véu que separa nosso mundo do Mundo Inferior. Isso porque o tempo lá embaixo, passa lmuito lentamente, certo? – perguntei.

- Sim. – ele respondeu, voltando seus olhos dourados para mim.

- Então – prossegui – no Paraíso é o inverso? Quer dizer... o tempo lá passa mais rápido?

- Bom, em comparação com o tempo terreno não. Nossos espíritos tendem a não querer sair de casa e, por isso, involuntariamente fazemos o tempo lá passar mais devagar, para aproveitarmos ao máximo todas as sensações de plenitude, mas ele passa mais devagar apenas para o espírito, na realidade, ele está correndo. É como se os dias lá fossem alongados, por assim dizer. Mas tudo é muito relativo. Por quê?

- Bom, eu estava pensando que, se Miguel e Melanie não se apressarem por lá, ele pode não voltar a tempo da batalha.

Rafael respirou fundo e voltou a olhar para o alto.

- Bom, eu confio em Miguel. Sei que vai estar aqui. – ele disse simplesmente.

Não sei o motivo, mas senti um leve desconforto por dentro. Talvez a dúvida de que ele pudesse não vir me incomodasse um pouco. Estava mais do que óbvio a necessidade que tínhamos em tê-lo por perto.

Ao mesmo tempo, ouvi uma breve risada sarcástica de Gabriel e aquilo só me incomodou mais. Sem dizer mais nada, me retirei do QG. Eu precisava de um banho e precisava comer e descansar. Diferente das pessoas que deixei pra trás, eu não era um anjo.


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Notas finais do capítulo

reviews??