Destroy My Life escrita por AnnaCleawater


Capítulo 12
Let Him Go


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO NOVO! Uhuuul!
Até que enfim um capítulo totalmente inédito. Vejo vocês lá em baixo!



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Acordei no hospital e praguejei. Aquilo não era necessário. Vi Edward conversando com uma enfermeira na porta do quarto e quando ele começou a se virar eu fechei os olhos. Não queria conversar sobre meus problemas pessoais naquele momento e, mesmo se eu quisesse, Edward não seria a pessoa indicada.

Senti sua mão no meu rosto, um toque sutil e carinhoso e eu me controlei para não levantar e sair de perto dele. Ouvi a voz da minha mãe vinda do corredor e esperei que ela chegasse para abrir os olhos.

– Oi Bella... – Edward sussurrou quando eu abri os olhos. – Que bom que você está bem.

Fiz um careta e tentei me levantar, mas obviamente Edward não deixou.

– Mamãe, podemos ir embora agora, por favor? – pedi. – Você sabe que não é nada demais, só um descuido.

– Claro querida, vou chamar a enfermeira. – Assim que minha mãe saiu, Edward começou com seu protesto.

– Você não pode sair daqui assim! Você desmaiou bem nos meus braços. Bella, o que está acontecendo com você? Por que você não está preocupada?

– Edward, minha saúde não é, nem nunca será da sua conta. Estou perfeitamente bem. Só esqueci os meus remédios. Não sei de quem foi essa ideia idiota de me trazer para um hospital, mas eu suponho que foi sua. – respondi secamente me levantando.

Meus desmaios não duravam muito tempo, então eu ainda estava com minha roupa normal e não com o pijama do hospital. Arranquei todos os equipamentos grudados em mim e fui em direção à porta ignorando Edward totalmente. Minha mãe estava conversando com a enfermeira no corredor.

– Ela terá que agendar uma cirurgia em breve se continuar displicente com os medicamentos. – a enfermeira disse séria.

– Sabemos disso. – minha mãe olhou pra mim com desaprovação. – Isso não vai se repetir. Agora, se nos der licença.

Entrei no carro no banco da frente, deixando Edward isolado no banco de trás. Ele havia cessado com as tentativas ridículas de me fazerem falar sobre meu problema e agora estava com uma carranca esculpida.

– Isabella... – minha mãe começou o sermão, mas eu a interrompi.

– Agora não mãe. – me virei para falar com Edward. – Edward, temos que ensaiar nossa homenagem para o casamento.

– É, claro. – ele disse de mau humor.

– Meu pai ligou? – perguntei, mas nenhum dos dois me respondeu. Pigarreei. – Meu pai ligou?

– Eu liguei pra ele. – Edward disse.

– Ah que ótimo! – praguejei.

– Isabella Marie! Não é culpa do garoto se preocupar com você. Nem ao menos teve a decência de explicar a ele o que aconteceu com você e ainda quer puni-lo por tratá-la como um ser humano? – minha mãe explodiu. – Não seja mal educada!

A minha única opção depois de ter a cara lavada era ficar quieta. Encolhi-me no banco e esperei que o caminho até em casa terminasse.

Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto arrumar minhas coisas, pegar meu celular e ligar para Carlisle. Ele me deu uma bronca sobre os remédios e pediu que eu voltasse para casa no dia seguinte. Tomei um banho quente e demorado, arrumei meu cabelo, vesti um pijama e fui até o quarto de Edward.

Aparentemente ele não estava, então presumi que ele deveria estar tomando um banho também, ou comendo alguma coisa. Esperei alguns longos minutos e acabei adormecendo. Edward me acordou sacudindo meus ombros sem nenhuma delicadeza.

– Bella, o que faz aqui? – ele perguntou ríspido.

– Vim conversar, mas você não estava... – Disse ainda meio grogue.

– Bom, eu estou aqui agora, então fale. – ele se sentou o mais distante o possível de mim e eu esfreguei os olhos.

– Eu não sei se posso confiar em você... – Eu comecei e ele revirou os olhos.

– Escute, se for para começar com essa baboseira sobre não gostar de mim, sobre sua vida não ser da minha conta ou qualquer coisa do tipo, você pode ir embora. Cansei desse tipo de papo. Desde que eu cheguei aqui tenho feito tudo que posso para fazer com que você se sinta melhor e tudo que você faz é me tratar com desprezo. – ele disse com ressentimento. – Eu cansei Isabella.

Fiquei chocada com suas palavras. Abri e fechei a boca algumas vezes, mas não sabia o que dizer. Ele estava magoado comigo, da mesma forma que eu estava com ele a alguns anos atrás. Eu sabia como era se sentir desprezada e ignorada. Ele não conseguia me encarar, então tinha o olhar fixo em algum canto distante do quarto. Como não sabia o que dizer, me aproximei e o beijei.

Nos primeiros instantes ele respondeu, mas por fim me beijou com vontade. Sua língua invadiu minha boca e eu pude sentir o seu calor. Segurei seu rosto para impedir que ele se afastasse, mesmo que agora fosse obvio que ele não o faria. Edward me jogou na cama e deitou por cima de mim, me beijando com mais intensidade. Eu podia sentir toda a raiva e toda a mágoa fluindo entre nós. Ele mordeu meu lábio inferior e puxou com muita força, me fazendo gemer de dor.

– Sente essa dor? – ele disse. – Não é nada perto do que você me faz sentir.

Não pude mais segurar e explodi em lágrimas. Tudo que eu fiz foi por vingança, por não ter sido correspondida. Tudo que eu queria era que ele se sentisse da mesma forma que eu, mas agora ele me odiava ainda mais. Um tipo de ódio que não pode ser curado tão facilmente, um ódio acompanhado de mágoas e ressentimentos, um ódio que acabava de vez com as minhas esperanças de fazê-lo gostar de mim.

– Edward, eu te amo. – eu disse aquela frase pela segunda vez na vida, mas dessa vez sabia mesmo do que eu estava falando.

Coberta pela tristeza, saí do quarto dele correndo e me tranquei no meu e fiquei chorando até cair no sono.

No domingo de manhã acordei com a cabeça estourando. Era o dia de ir embora, mesmo que as autoridades me pedissem para não sair da cidade, já estava com saudades de casa. Fui até o meu banheiro cuidar da minha higiene pessoal, vesti uma roupa confortável para uma longa viagem e abri a porta. Assim que o fiz, a cabeça de Edward se chocou com o piso e ele acordou assustado.

Ele passou a noite toda encostado na minha porta?

– Ai... – ele gemeu. – Bom dia, Bells.

– Bom dia, Edward. – respondi séria. As memórias da noite passada ainda doíam na minha mente.

– Eu tentei falar com você ontem à noite, mas você não abria a porta, então eu decidi esperar...

– Não deveria ter feito isso, teremos um longo dia hoje, deveria ter tido uma boa noite de sono. – ajudei-o a se levantar. – Sobre ontem, me faria um grande favor se esquecesse de tudo e seguisse em frente. Não quero mais atrapalhar a sua vida. Acho que é hora de eu esquecer o passado também e te deixar livre.

Ele me encarava perplexo. Para evitar que o momento ficasse constrangedor, eu dei um sorriso torto e sai do quarto. Chegando à cozinha visualizei minha mãe fazendo o café da manhã. Uma imagem realmente rara.

– Bom dia filha. – ela disse feliz. – Coma um pouco e tome seus remédios, por favor. A partir de hoje começa um novo horário dos seus remédios. Já avisei para o seu pai.

– Ah... – procurei não reclamar. Sentei-me à mesa e comi meu café da manhã calada. Quando Edward chegou, de banho tomado e dentes escovados, eu já estava acabando, então me levantei e fui pegar minha mala. Peguei meu celular e havia duas mensagens e uma ligação perdida.

A ligação era do meu pai e as mensagens eram de Jacob me perguntando se eu estava bem e se eu queria sair com ele. Esqueci-me de contar a ele que estaria em Phoenix durante todo o final de semana. Mandei uma mensagem de volta pedindo que ele marcasse outra data e disse que chegaria à cidade pela noite.

Levei minha mala para garagem e esperei Edward enquanto assistia TV.

Antes de finalmente deixar a casa de Renée, tive que ouvir um discurso sobre minha responsabilidade com meus remédios, sobre como a felicidade do meu pai era importante e sobre como ela sentiria minha falta. Eu estava calma o suficiente para ouvir tudo sem revirar os olhos e ainda responder quando julgava necessário. Dei um último abraço em minha mãe e entrei no Volvo de Edward. Enquanto ele se despedia da minha mãe, eu me preparei colocando meus fones de ouvido. Não queria conversar com Edward e tornar a viagem toda em um momento constrangedor, mesmo porque não havia o que dizer: ele sabia sobre meus sentimentos, nós dois sabíamos que eles jamais seriam correspondidos e sobretudo não havia mais ódio entre nós, apenas uma estranha indiferença.

Paramos menos vezes do que na ida e Edward só falava comigo quando necessário - para perguntar se eu queria algo para comer ou água. Chegamos a Forks de madrugada, nossos pais nos aguardavam na sala de estar da casa dos Cullen.

– Que bom que voltaram em segurança. - disse Esme com um sorriso materno.

Meu pai me abraçou e me lançou um olhar que só poderia significar que eu teria problemas mais tarde. Depois Esme fez o mesmo, sem se preocupar com que eu a abraçasse de volta.

– Agradeço pela excelente companhia, Edward. Estou muito cansada e quero ir para casa agora, se não se importarem. - disse com mais educação do que eu estou acostumada.

– Tudo bem querida, claro. - meu pai concordou, se despediu da noiva dele com um beijo rápido, pegou minhas malas e levou para o carro. - Isabella, pode me explicar porquê foi parar no hospital? - ele disse bravo.

– Pai, podemos falar sobre isso amanhã? - pedi com calma. - Estou mesmo muito cansada e não quero discutir agora.

Ele pareceu entender o recado e respeitou minha vontade. Assim como no carro de Edward, o silêncio entre mim e o meu pai era muito conveniente. Fui direto para o meu quarto e me joguei na cama sem me preocupar em trocar de roupa, eu estava mesmo exausta.

No dia seguinte acordei cedo demais e tão cansada quanto na noite anterior; tentei voltar a dormir, mas depois de fracassar resolvi fazer o café da manhã. Depois de comer um pouco, tomei um banho e desci para assistir um pouco de TV antes de ir para a escola. Carlisle apareceu alguns minutos depois e ficou surpreso ao me ver pronta.

– Bom dia pai. - eu disse educadamente.

– Bom dia Bells... Caiu da cama? - ele brincou.

– É - tentei sorrir, mas acabei fazendo uma careta estranha. - Hm, sobre os remédios... Eu sinto muito, não estou sendo displicente com uma desejo suicida secreto, eu apenas me esqueci. Não vai acontecer de novo.

Carlisle demorou um tempo para digerir, depois apenas deu um meio sorriso condescendente e foi para cozinha.

Meu humor havia sumido. Eu estava acostumada a sentir uma raiva esmagadora e um humor péssimos todas as manhãs, só de pensar em todas as pessoas que eu iria encontrar na escola - principalmente Edward Cullen. Mas agora eu simplesmente não conseguia sentir nada, não tinha mais nenhum objetivo terrível de acabar com a vida de alguém, nem uma raiva feroz pela mulher que faria meu pai feliz. Algo mudara em mim na viagem a Phoenix. Talvez fosse toda adrenalina de ser sequestrada, a conversa com a minha mãe, ou, mais provavelmente, o tempo que passei com Edward sem meu filtro de rancor e vingança. Meus sentimentos tinham se acalmado bruscamente e agora eu começaria a viver independentemente dele.


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Notas finais do capítulo

Capítulo grandinho, né? Estou um pouco triste pela Bells, mas acho que estava na hora dela esquecer um pouco do ódio que ela sente pelo Ed.
Deixem um review aqui e acompanhem a história. Já estou trabalhando no próximo capítulo e ele deve sair na semana que vem.
Beijos!



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