Escolhas 2 escrita por sophiehale


Capítulo 44
44 - New York


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Falei que postaria logo, to cumprindo o prometido! :)
Quem aí tá afim de saber do julgamento do Emmett???
A hora é agora!
Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153185/chapter/44

Capítulo 44

If you were here beside me, instead of in New York

Se você estivesse aqui ao meu lado, em vez de em Nova York

In the arms, you said you'd never leave

Em meus braços, você disse que nunca me abandonaria

I'd tell you that it's simple and it was only ever thus

Eu te diria que é simples e somente assim

There is nowhere else that I belong

Não há outro lugar a qual pertenço

Come on, come out, come here, come here

Venha, apareça, venha aqui, venha aqui

New York – Snow Patrol

Emmett POV

Olhei no relógio. Já tinha dado mais de uma hora e meia que estávamos ali.

–Na época, meu cliente era uma pessoa mentalmente instável. – Marcus protestava. – Ele nunca teve realmente a intenção de machucar o senhor Reynolds. Meu cliente procurou se tratar e nunca negou nenhuma assistência para seu filho no momento em que ele esteve no hospital. Emmett só saiu do estado quando foi permitido. Nunca fugiu da responsabilidade.

Olhei para o júri, que parecia bem atento. Pelo banco de testemunhas já tinham passado o próprio Kevin Reynolds (o garoto que eu quase tinha deixado em coma anos atrás) e a mãe dele. Quem estava ali agora era o pai, Jeremiah, que me olhava com cara de ódio sempre que tinha chance.

Era impossível ler a expressão da juíza com exatidão. Amanda Hepburn era uma das mais conceituadas profissionais de Direito em Illinois, e eu já a tinha visto em alguma de minhas outras seções no tribunal. Ela tinha uns 40 e poucos anos e parecia um tanto quanto entediada, ao mesmo tempo em que parecia estar bem atenta também.

–Aquele ano foi o pior da minha vida. E a culpa toda foi desse moleque. – Jeremiah apontou para mim, enquanto seu advogado pedia para que tivesse calma. – Meu filho quase morreu por causa de um imbecil inconsequente. O senhor acha mesmo que ele não ter fugido da responsabilidade muda alguma coisa? Ele não fez mais que sua obrigação!

–Eu protesto, Meretíssima... – Marcus suspirou, evitando ficar exaltado.

–Acatado. O júri não deve levar em consideração as últimas palavras do senhor Reynolds. – a juíza declarou, o que deixou a mim e a Marcus bem mais aliviados. – Senhor Reynolds, peço que o senhor se acalme ou terá de ser fichado por desacato. Já é a terceira vez que o senhor fala sem ser perguntado no meu tribunal. Doutora Roberts, por favor, controle seu cliente.

Jeremiah bufou e apenas assentiu.



Mais uma hora tinha se passado. A juíza declarou recesso de 15 minutos.

–Como estamos indo, Marcus? – perguntei com apreensão já na sala dos réus.

–Essa desestabilidade emocional do pai dele está nos ajudando bastante. – meu advogado contou. – E a juíza já não aguenta mais essa ladainha. Acho que por ela nem estaríamos aqui hoje.

Suspirei com mais alívio.

–Eu também não aguento mais. – confidenciei-lhe. – Quantas testemunhas faltam?

–Da nossa parte, uma. – ele respondeu, e minha cara de dúvida o fez esclarecer. – Sua ex-namorada.

Arregalei os olhos.

–Não acredito que você conseguiu com que Jennifer viesse até aqui! – estava embasbacado. – Por que não me disse nada?

–Ela pediu segredo. – ele contou. – Está do seu lado nessa. Ela sabe que boa parte do que você fez foi por causa dela e veio para se redimir.

Assenti, concordando com aquilo.

–Eu também vim para me redimir.

Virei-me e nem acreditei quando a vi ali. Parecia brincadeira.

–Vou deixá-los conversando a sós. – Marcus saiu.

Sentei-me e cruzei os braços.

–O que você veio fazer aqui, Tanya? – perguntei. – Aliás, como conseguiu entrar aqui?

–Faltei ao trabalho hoje. – ela sorriu nervosamente. – Liguei e disse que estava doente. Devo ter perdido uma linda viagem a Paris...

–Você não respondeu a minha pergunta! – me controlei para não me exaltar emocionalmente. – É a minha vida que está em jogo aqui. Você nem podia ter entrado nessa sala!

–Eu sei. – ela penteou os longos cabelos loiros com os dedos. – Mas tenho uma boa lábia, sabe? Consegui convencer o guarda de que tinha esquecido minha bolsa aqui dentro.

Segurei-me para não revirar os olhos. Ela suspirou.

–Vim para me desculpar, Emmett. E desejar boa sorte. – ela sorriu.

–Estou me virando bem sozinho, obrigado.

–Eu sei. – ela sorriu mais abertamente, como se não tivesse reparado em meu tom ácido. – Mas eu estava aqui. E vou continuar.

–Não precisa fazer isso.

–Me sinto em dívida com você por causa de sua noiva. – ela parecia triste. – Se tiver algo ao meu alcance para fazer por você, eu o farei.

–Emmett, temos que voltar. – Marcus apareceu. – Venha comigo.

Segui meu advogado a passos duros e então olhei para trás. Tanya tinha os olhos marejados e, quando viu meus olhos nos dela, sussurrou o que eu entendi como “boa sorte”.



–Emmett foi meu namorado por dois anos. Dos nossos quinze aos dezessete. – Jennifer era a testemunha agora. – Confesso que ele sempre foi bastante ciumento, inseguro. Mas ele gostava de mim e nunca me levantou a mão.

–Você esteve com ele na época em que ocorreu o caso do senhor Reynolds? – Marcus perguntou. Jennifer assentiu.

–Ele me procurou na noite seguinte. Chegou chorando na minha casa e terminou tudo comigo porque disse que tinha se tornado uma pessoa ruim. – minha ex-namorada se emocionou um pouco. – Ele disse que precisava de tratamento e que eu não merecia passar por aquilo com ele.

–O que ele fez depois? – Marcus quis saber.

–Foi direto para uma clínica de reabilitação. Nós nunca mais nos vimos desde aquele dia. – ela sorriu discretamente ao olhar para mim. – Fiquei sabendo depois, pela internet, que ele tinha se tornado pediatra. Um dos melhores de Nova York.

–Então você acredita na plena recuperação de Emmett atualmente?

–Sim. – foi tudo o que ela disse.

–Sem mais o que acrescentar, Meretíssima. – Marcus finalizou sua defesa.

O júri fazia algumas anotações e o promotor começou a fazer outras perguntas à Jennifer. Encarei a juíza, que agora parecia completamente desligada. Meu olhar foi para meu advogado então, que possuía um sorriso discretíssimo no rosto.

O caso estava ganho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Se todo mundo comentar (inclusive os leitores fantasmas que eu adoraria conhecer), ainda no final dessa semana tem mais. Ontem terminei de escrever a fic, tá prontinha :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escolhas 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.