Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 13
Presos, brigas e um fim definitivo


Notas iniciais do capítulo

Pra mim esse capitulo tá um lixo, mas ok. Falo com vocês lá em baixo.



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Madeline’s POV

            – Eu queria estar ai, pai – Falei com a voz chorosa enquanto caminhava pelos corredores da faculdade.

            – E eu queria que estivesse aqui, mas você não pode perder aula, ela não gostaria – Papai disse. Ele não estava contendo o choro como eu.

            – Ela diria que faltar aula é para os fracos e desorientados, e que a filha dela não era assim. – Ri sem humor e sequei uma lágrima involuntária que caiu.

            – Como está sendo seu dia até agora, meu amor? – Papai perguntou.

            Papai foi embora fazia quase duas semanas, ele disse que vidas precisavam ser salvas, mas eu entendi que na verdade ele queria estar em Londres e ver o tumulo da minha mãe.

            Sacudi a cabeça para evitar os pensamentos. E preferi pensar no meu dia, que até agora tinha sido péssimo, embora tenha melhorado ao saber da reação do Christopher ao ver minha pequena... vingança.

            – Ah pai, até agora não foi muito bom, eu não dormi direito...

            – Por causa daquilo? – Ele me interrompeu.

            – Também, – Suspirei – Primeiro, tive um pesadelo, sonhei com o dia em que eu acordei no hospital e depois a tempestade não me deixou dormir, sem contar o casal que estava no quarto ao lado, coelharam a noite inteira. A garota gemeu tanto que parecia uma cadela no cio. E o Christopher gritou comigo porque eu destratei o casal.

            – Madeline, eles não tem culpa de nada, estavam só se curtindo. O Christopher deveria ter exagerado também, mas eu gosto daquele garoto.

            – Eu me vinguei. – Sorri travessa.

            – O que você fez Madeline? – Meu pai suspirou. Ele me conhecia mesmo.

            Não que eu fosse de vandalismo, mas antes de tudo acontecer, eu costumava me vingar das pessoas que faziam algo contra mim. Nada grave, só pessoas coladas em vasos, brigas internas. Coisa pouca.

            – Nada de demais pai, só que eu acho que os gays vão gostar muito mais do Christopher.

            – Ai Madeline, você só arruma confusão. E aquele seu namorado esquisito?

            Eu preciso dizer que ele não gostou muito do Peter? E que depois ficou citando qualidades do Christopher para mim. Como se eu fosse me interessar por aquele idiota. Por mais que ele fosse lindo, a idiotice dele suprimia qualquer tipo de beleza.

            – Eu e o Peter estamos... – Parei de acenar ao ver um garoto esquisito acenando feito idiota pra mim.

            – Estão...? –Meu pai me incentivou a falar

            – Estamos ótimos pai. Pare de implicância com ele. – Voltei minha atenção ao meu pai.

            O garoto não desistiu de chamar minha atenção, e quando eu não a dei. Ele gritou:

            – Ô DA MAQUIAGEM ESCURA, TA ME VENDO NÃO? – Lancei a ele meu sorriso irônico e mandei meu dedo do meio pra ele.

            – Não é implicância filha, é só que ele é estranho, o Christopher não anda por ai com garrafas de cerveja na mão e cigarros na boca.

            – O Peter também na.. FILHO DA PUTA – Gritei ao ser levantada e posta sobre o ombro daquele garoto esquisito.

            – Olhe o palavreado Madeline – Ele me repreendeu.

            – Como você quer que eu controle meu palavreado, se tem um boçal me carregando no ombro – Gritei alto a ultima parte, fazendo meu pai e o garoto rirem.

            – Acho melhor eu desligar, filha. – Papai desse receoso.

            – Não pai, porque quando eu matar esse infeliz, você vai estar de testemunha. –Meu pai riu.

            – Ele não serve de testemunha porque ele não viu nada, só escutou.

            – FODA-SE. EU NÃO FALEI COM VOCÊ SEU INFELIZ.

            – Aff garota, eu só precisava te trazer até aqui mesmo, se vira.

            Ele ia embora, mas eu não ia deixar isso barato. Segurei ele pelo braço e gritei:

            – Ô GALERA, SABE AQUELE GAROTO QUE FAZ PROGRAMA? – As pessoas que pararam pra me ver assentiram – ENTÃO, ESSE CARA AQUI TRABALHA JUNTO COM ELE. – Vi uns gays olharem com interesse, e o garoto olhar pra cena assustado.

            Ele me olhou e eu vi que ele estava com raiva de mim, sorri irônica e tudo que ele fez estranhamente foi me empurrar para a sala da faxina.

            Tudo aconteceu muito rápido, num minuto eu estava zombando do garoto e no outro Christopher estava trancando a sala e jogando a chave por baixo da porta e eu olhava a tudo assustada.

            – Pai, depois eu te ligo – Disse meio desorientada.

            – Mas, Madeli... – Desliguei na cara do meu pai e encarei Christopher, que me olhava com raiva e com um papel na mão.

            Vishi. Será que ele estava com raiva? Não me importei muito, até a ficha cair... Aquele idiota tinha me prendido com ele na porra do armário.

            Eu vi minha visão ficar vermelha e eu comecei a xingá-lo:

            – Seu abestado, anta, antílope, babaca, besta, beócio, boçal, burro, cachorro, canalha, demente...

(...)

            – Medíocre, mentecapto...

            – Ah, os elogios vão continuar até... O que é mentecapto? – Ele me interrompeu e me olhou confuso.

            – Eu não faço a mínima idéia, mas não deve ser algo legal. – Disse revoltada. – Por que nos prendeu aqui?

            – Você vai me escutar ta legal? Como ousa fazer isso comigo Madeline? – Ele apontou revoltado para a foto.

            Olhei para a foto, fingindo analisa-la. O cara, modelo ou sei lá o que, que eu tinha pegado era bem sarado, e com o resto do Christopher colado não ficou nada mal. Puni-me mentalmente por imaginar o corpo de Christopher assim.

            – Será que eu deveria ter posto um cara mais sarado ou com as particularidades maiores? – Perguntei sarcástica e o Christopher só faltou me bater.

            Como se eu tivesse medo daquele projeto americano mal feito de playboy.

            – Eu sabia que você não iria deixar o incidente barato, mas porra precisava fazer uma montagem minha escrito “Me revelei, e agora eu quero mais é dar por ai, ou melhor, quero distribuir por ai. Mas não sou caridade pra dar  de graça, ligue pra mim.” E ainda colocar meu numero embaixo. Isso é muito baixo, Madeline, até pra você. Você é mimada, arrogante, antipática, eu tenho tentado conviver com isso na boa, mas você não me deixa alternativas, caramba. Sempre que parece que está tudo bem, você vem e estraga tudo. Hoje o dia não era dos melhores, mas precisava ter humilhado o casal lá? Porra, mesmo que estivesse com sono e cansada, todos nós estávamos e você não tinha motivo pra nada daquilo. Aprende uma coisa, o mundo não gira em torno de você Madeline – Ele terminou colocando o dedo na minha cara.

            Travei meu maxilar, aquele garoto não sabia nada sobre mim para sair falando por ai.

            – Pra começar, abaixa esse dedo que você enfia em qualquer piranha da minha cara. Quem é você para dizer que eu não tenho motivos Christopher? Você não sabe nada sobre mim, você não sabe de tudo o que eu passei pra ficar do jeito que sou hoje. Não me julgue se você não me conhece, seu projetinho mal feito de playboy. Você me julga, mas não se olha no espelho um minuto. Pensa que eu não sei o que você realmente quer das mulheres, o que quer de mim? É nojento e revoltante. Nunca parou para pensar em como as garotas se sentiam ao serem simplesmente usadas por um canalha como você. Você, Christopher, diz que eu só penso em mim, mas você não é muito melhor do que isso. – Sequei com fúria as lágrimas que caíram.

            Não eram de tristeza, ou melhor, não eram apenas de tristeza, eram de raiva daquele imbecil. O fato de ele me chamar de antipática e arrogante não era a verdadeira Madeline, aquela que eu sempre amei ser. Aquela que brincava, dançava, ria o tempo todo, amava os olhos azuis. Tudo acabou quando tudo aconteceu. Eu me tornei essa Madeline, que só queria vegetar até a morte, sem ficar perto de ninguém. Sem sofrer mais se alguém se fosse.

            Sentei no chão lentamente, me apoiando contra a parede e deixei que as lágrimas caíssem. Christopher finalmente tinha conseguido me ver fraca, sofrendo por algo. Ele provavelmente sabia que eu sofria, acho que todos naquele lugar repararam, mas só Christopher conseguiu fazer com que esse lado falasse mais alto e se libertasse.

            Por incrível que pareça, Christopher ficou em silencio, me deixando sozinha no meu momento de fraqueza, só senti sua mão apoiada nas minhas costas, como uma tentativa de consolo.

            – Tira sua mão de mim, seu idiota – Funguei e ele riu.

            – Quer falar? – Ele sussurrou

            – Ainda não.

            – Tudo bem, vai ter muito tempo.

            – Como assim? – Perguntei com a voz rouca por causa do choro e encarando-o.

            Ele coçou a cabeça sem graça e encarou os lados da minúscula sala da faxina. Eu sabia que tinha algo errado.

            – Digamos que... – Ele falou ultima parte tão baixo que eu não escutei.

            – Não entendi Christopher.

            – ESTAMOS PRESOS CACETE. – Ele gritou no meu ouvido.

            Levantei super rápido e totalmente chocada. Como assim presos?

            – Como assim presos Christopher Johnson? – Andei de um lado para o outro, fazendo aquele espaço parecer ainda menor.

            – Ih, você sabe meu nome todo. – Ele sorriu igual a um babaca.

            – Porra, seu idiota. Você nos prende aqui e ainda fica igual a um retardado porque eu sei seu nome. Poupe-me Christopher. ALGUÉM ME TIRE DAQUI, NÃO QUERO FICAR PRESA COM ESSE GAROTO PERTURBADO JUNTO.

            – Ei não precisa ofender também. E eles não vão escutar, mesmo que não pareça passamos bastante tempo aqui, e agora as aulas são mais a noite mesmo.

            – É por isso que o seu país não vai pra frente, ele depende de idiotas como você. Como conseguiu nos prender aqui seu... seu... mentecapto!

            – Na minha cabeça eu só pensei até a parte em que você iria me ouvir, não pensei direito no resto! Alias o que diabos significa mentecapto?

            – PORRA, JÁ DISSE QUE NÃO SEI, SE QUER SABER, PROCURE UM DICIONARIO.

            Sentei no chão de novo e encarei o teto, a iluminação era feita apenas uma fraca lâmpada.

            Como alguém podia ser tão burro aponto de se prender numa sala? E o pior, me carregar junto!

            Peguei minha bolsa para retocar a maquiagem borrada por causa do choro. Eu estava péssima mesmo. Olheiras profundas por conta do mau sono, maquiagem preta pelo rosto inteiro e descabelada por conta de ter sido carregada e por discutir com Christopher.

            Eu iria me ajeitar, porque falar com Christopher estava fora de cogitação. Primeiro prendi meu cabelo num coque, deixando a franja solta, depois peguei uns lencinhos e retirei toda a minha maquiagem e o que estava borrado. Abri minha nécessaire para pegar minha sombra, mas assim que eu abri a paradinha, vi que tinha acabado.

            –Merda – Resmunguei jogando a sombra longe. Pelo visto, eu iria ficar sem minha maquiagem.

            – Você fica mais bonita sem ela – Christopher comentou e eu vi que ele estava sentado na ponta oposta a minha. –Você tem belos olhos azuis, parece uma tempestade. Tem mistério, tristeza, doçura. Tudo misturado, eu poderia dizer que tem até culpa.

            Por que Christopher sempre conseguia ver meu lado mais fraco? Era tão injusto que alguém tão detestável como ele conseguisse ver tanto em mim.

            – Não acho meus olhos bonitos, e você deveria parar de falar sobre isso – Respondi fria.

            Ficamos em silencio um bom tempo. Nunca vi Christopher tão quieto na minha vida. E isso estava me acalmando profundamente.

            – Qual a sua cor favorita? – Ele perguntou e eu o olhei incrédula – Que foi? Se vamos ficar aqui pro resto da vida, tenho que saber mais sobre você.

            Olhei para o teto, eu realmente não queria papo e aquele ambiente estava me fazendo ter dor de cabeça.

            Ficamos mais um bom tempo em silencio. Eu olhei de relance para Christopher e ele estava compenetrado em algo no celular.

            – AAAAH! – Olhei espantada pra ele.

            – Conseguiu um jeito de nos tirar daqui? –Perguntei esperançosa.

            – O que? Ah não, eu descobri o significado de mentecapto. Se liga “Mentecapto: 1. Que ou o que não faz uso da razão que tem. 2. Insensato, néscio.

            –Ah! Eu não consigo acreditar nisso. – Bufei frustrada.

            Novamente o silencio reinou. Eu olhei pelas paredes e não vi nada de interessante. Nem as paredes eram interessantes. Talvez falar com o Christopher fosse mais saudável.

            –Verde. – Disse e ele me olhou confuso. – Minha cor favorita é verde.

            Ele finalmente compreendeu e lançou um sorriso tímido.

            – Azul. Flor favorita?

            – Violeta

            – Pedra preciosa favorita?

            – Isso é um interrogatório? – Arqueei minha sobrancelha, encarando-o.

            – Talvez. – Ele sorriu. – Pedra preciosa favorita?

            –Diamante – Respondi sem pensar.

            – Por quê? – Ele perguntou.

            – É a mais cara. – Ele riu e eu o acompanhei.

            Eu não me reconheci. Fazia um tempo que eu não ria tão verdadeiramente.

            – Sério, qual é sua pedra favorita?

            – Eu te juro que é o Diamante.

            – Por quê? – Ele perguntou novamente.

            – Ele é achado tão esquisito pelos mineradores, mas após um excesso de zelo e cuidado ele fica tão lindo que as pessoas fazem filas para comprá-lo e ele é utilizado para alianças, uma das maiores provas de compromisso.

            Suspirei e ele me olhou admirado.

            – Profundo. – Ficou um silencio desagradável entre nós. Eu detesto admitir, mas conversar com ele estava sendo muito bom.

            – Um trauma? –Perguntei.

            –Hm... 7 anos, aprendi a andar de bicicleta num morro alto, um primo veio e me falou que eu deveria pedalar na descida. Resultado 10 pontos no joelho. – Eu ri e ele me acompanhou. – Não vou perguntar seu maior trauma, acho que você não gostaria.

            E não gostaria mesmo, mas um trauma leve não seria um problema.

            – Não é meu maior trauma mais deve servir. 12 anos, ganhei um coelho que eu chamei de Fazedor de Ovos. – Ele me olhou confuso. – Ele cruzava com qualquer bicho que via pela frente, mas enfim, eu, meu pai e... minha mãe fomos para a França nas férias e levamos o Fazedor de Ovos com a gente. Ficamos hospedados numa tia minha, ela é chef de restaurante metido. Eu e meus pais fomos para a torre Eiffel passear e deixamos Fazedor de Ovos com minha tia e quando chegamos, Fazedor de Ovos tinha sumido. Eu fiquei arrasada, mas à noite quando fomos jantar, minha tia fez uma sopa deliciosa, ai eu perguntei para ela do que era a sopa. Ela disse que era de coelho. Eu nunca vomitei tanto na minha vida – Christopher me olhou enojado.

            – Pobre Fazedor de Ovos. –Ele disse e eu repeti.

            – Pobre Fazedor de Ovos.

            Suspiramos ao mesmo tempo. Aquilo estava ficando desconfortável e a tensão era quase palpável. O clima agradável estava indo embora, e eu sentia que eu poderia confiar um pouco em Christopher.

            – 10 meses atrás. – Disse e ele me olhou confuso – Ela morreu há 10 meses atrás. Por isso meu mau humor, você não sabe o que é todo mês acordar com o mesmo pesadelo. Um pesadelo que quando eu acordo não termina. Um eterno pesadelo. E depois ainda tenho que escutar um casal quase gritando no quarto do lado do meu? Eu admito que possa estar errada por ter os humilhado, mas é que... que eu preciso arranjar algum jeito da dor que me consome aqui – Apontei para meu peito – Uma dor interminável. E eu não posso fazer nada para mudar essa situação – Comecei a chorar, liberando parte da dor que me consumia.

            Contar para Christopher me fez me sentir um pouco menos culpada e até um pouco leve. Abaixei meu rosto, prendendo-o entre os joelhos e ai mesmo que as lagrimas correram livremente pelo meu rosto.

            Senti Christopher ficar do meu lado e me abraçar de lado, eu apoiei minhas mãos em seu peito e apoiei minha cabeça em seu ombro ainda chorando, fazendo a camisa dele ficar molhada rapidamente.

            – Madeline, eu sinto tanto por ter sido um cafajeste e por ter gritado com você hoje.

            Eu o encarei, estávamos perto, muito perto, nossos olhares estavam fixos e eu sentia que não existia mais nada no mundo além de mim e Christopher. Havia uma ligação entre nós, uma coisa muito intensa. Nossos lábios estavam quase selados, coisa que eu me surpreendi por desejar tanto. Coisa que eu nunca tinha sentido com Peter.

            Oh meu Deus! Peter.

            Virei meu rosto rapidamente, fazendo com que Christopher beijasse minha bochecha.

            – Meu Deus, Christopher, eu tenho um namorado. Não seria justo eu fazer isso com ele.

            –Madeline, me olhe, por favor – Eu meio que fui obrigada a encará-lo. – Nós dois queremos isso e não tente negar, que eu sinto que quer tanto quanto eu. Esqueça o bad boy do eu namorado um minuto e curta o momento comigo.

            Ele tinha me convencido mesmo, por aquele breve momento, eu não me preocupei com o Peter nem com nada, eu apenas queria curtir o momento com o Christopher. O puxei pela nuca, mas quando eu ia beijá-lo a porta se abriu, fazendo a claridade de fora doer meus olhos.

            – O que estão fazendo aqui seus pivetes? – Um velho que julguei ser o zelador perguntou.

            – É... É... Sabe o que é senhor – Christopher começou a gaguejar.

            Revirei os olhos. Ele era um idiota mesmo.

            – Me perdoe senhor, eu e meu amigo sem querer sujamos um dos laboratórios enquanto estudávamos e ele veio buscar um pano ou algo assim, mas como ele demorou muito resolvi vir procurá-lo. Ele disse que a porta estava emperrada, mas quando eu consegui abri-la e ajuda-lo a procurar materiais de limpeza, ficamos presos e não conseguimos ajuda. – Menti com classe.

            O zelador me encarou desconfiado, mas por fim cedeu e disse:

            – Eu já mandei consertarem essa porcaria, mas eles não me escutam, até a hora em que um desses ai ficar preso e morrer – Ele foi embora dali resmungando e Christopher e eu nos olhamos apavorados.

            Até que eu lembrei o nosso quase beijo ali e senti meu rosto pegar fogo.

            – Vamos embora Madeline, já está tarde. – Ele quebrou o silencio.

            – Espera, eu vou ao banheiro um minuto lavar o rosto.

            Olhei-me no espelho do banheiro. Eu estava pior do que eu me imaginava. Meus olhos estavam inchados e vermelhos e minha pele também estava vermelha. Lavei o rosto e escondi as olheiras profundas com um corretivo. Por fim soltei meus cabelos e os prendi novamente.

            Há tanto tempo que eu não me via sem maquiagem. Era estranho, mas eu vi uma grande parte da antiga eu ali. E não era só pela falta de maquiagem. Eu parecia melhor.

            Sai do banheiro e vi Christopher parado no corredor com o pé apoiado na parede, provavelmente me esperando.

            Fomos para o estacionamento vazio, e notei o quão escuro estava. Olhei no celular, 13 chamadas perdidas. Cinco do meu pai, seis de Peter e duas de Thomas. Eram 19h: 30mim. Uau, eu fiquei muito tempo ali.

            Entramos no carro sem dizer nada, estávamos, ou melhor, eu estava envergonhada demais para dizer algo e Christopher respeitou isso. Dirigindo feito uma louca, eu consegui chegar em casa bem rápido e quase me joguei pra fora do carro quando estacionei.

            Corri para sala, para fugir de Christopher, mas me choquei com a cena a minha frente:

            – Mas que porra é essa que ta rolando aqui? – Gritei e os dois me olharam assustados

Josephe’s POV

Eu esperava Charlie calmamente embaixo de uma arvore. A noite havia sido perfeita e eu tinha a certeza de que a amava mais do que tudo. Por falta do que fazer comecei a ler um livro, mas fui interrompido por um Thomas que se sentou ao meu lado.

– Fala tu Joe

– Tu. – Respondi e ele riu.

– O que você está fazendo aqui sozinho seu safadinho?

Fiquei vermelho de lembrar que todos escutaram minha noite com a Charllote.

– Não fale isso Thomas.

– A Madeline me chama de avassalador desde que ela me ouviu cantando.

– Mas você paga mico sempre, eu não.

Não queria falar sobre Madeline, ela tinha me deixado constrangido e feito minha Charlie chorar. Isso me deixou nervoso, mas algo me dizia que não era só por causa do sono perdido. Madeline parecia ser muito deprimida.

–Valeu Joe, acabou com a minha vida agora – Eu ri e ele também.

– Joe, finalmente eu te achei. – Marie, uma garota que fazia algumas aulas comigo chegou gritando.

– O que aconteceu? – Perguntei. Ela se abaixou até ficar próxima de mim.

Isso estava estranho.

– Isso tá esquisito – Thomas sussurrou só para eu ouvir

Aconteceu isso – Ela segurou meu rosto entre as mãos, me beijando.

Eu arregalei os olhos e tentei empurrá-la, mas ela fazia uma certa força e eu tinha medo de machucá-la. Thomas olhava para tudo chocado.

– Como pode fazer isso comigo Joe? – A garota se assustou e se afastou de mim assim que ouviu a voz de Charlie.

Oh merda!

Charllote’s POV.

Corri até os dois que se agarravam ali, nem dei importância para Patrícia que gritava meu nome assustada.

Separei a vadia de Joe e ele me olhou desesperado, Thomas também estava ali e eu fiquei com muita raiva dele por não impedir aquilo. Mas ele olhava a tudo assustado, como se não soubesse como aquilo tudo havia acontecido.

– Como você pode fazer isso comigo Joe? – Bati em seu peito enquanto as primeiras lágrimas faziam minha visão ficar embaçada.

– Charllote, me escute. Foi um mal entendido, ela me agarrou. Eu juro.

Que cretino! Ainda tinha coragem de mentir. Eu tinha visto tudo.

– Era só uma transa que você queria né Joe. Parabéns conseguiu. Sinceramente, eu pensei que o Chris fosse assim, não você.

Dei as costas para ele e fui correndo para fora do campus. Não me interessava se eu iria a pé para casa, ou tanto faz. Eu só queria ficar o mais longe possível.

– CHARLIE, CHARLIE, CHARLLOTE. – Vi que Joe se aproximava e eu corri mais rápido.

Corri com todas as minhas forças e só reparei onde eu estava quando eu vi a entrada da minha casa.

Parei olhando a entrada e me surpreendi com alguém segurando meu braço.

– Charllote, me escute – Joe estava com o olhar triste e eu lutei com todas as minhas forças para ser fria com ele.

Mas era tão difícil e eu o amo tanto!

– Me solta Josephe.

– Não enquanto você não me escutar. – Ele disse determinado.

Eu estava dividida em duas. Uma parte queria escutar e perdoar Joe e a outra queria esquecer ele para sempre.

A segunda parte falou mais alto.

– Me esquece Joe – Olhei decepcionada para ele – Acabou.

Ele me soltou catatônico e eu aproveitei para ir até meu quarto, me joguei na cama e comecei a chorar. Eu só queria morrer.

Sabe os estágios do fim de um namoro? Não? Eu explico. Primeiro vem a tristeza profunda da depressão de ter sido traída.

E depois vem a fúria e a vontade de dar para o primeiro que passar. E sinceramente, depois de passar as ultimas horas trancada dentro de um quarto e chorando por um desgraçado filho de uma mãe, eu resolvi que essa era a melhor coisa a ser feita.

Passei no banheiro e lavei meu rosto, eu estava horrorosa! Depois penteei meus cabelos em um rabo de cavalo e passei um batom bem vermelho, afinal, os mino pira nas mina de batom vermelho.

Desci as escadas da minha casa e deparei com o namorado esquisitinho da Madeline sentado com cara de tacho, na cozinha, estavam Thomas, Kate e Joe.

Eu poderia unir o útil ao agradável não? Olhei fria para Joe e ele me olhou triste. Argh! Eu odeio amá-lo desse jeito!

– Josephe, vem aqui por favor. – Tentei ser sexy e acho que funcionou, ele veio correndo em minha direção.

Eu fiquei de costas para ele e caminhei em passos firmes em direção ao namorado da Madeline, quando me viu, ele primeiro ficou assustado, depois me olhou com desejo. Mordi os lábios e sentei em cima dele, colocando uma pena de cada lado de seu corpo. Olhei para Joe e pisquei para ele, fazendo um sorriso irônico. Por fim, eu beijei o namorado da Madeline.

Ele não beijava mal, ele beijava muito bem, mas não era meu Joe. Peter colocou suas mãos em minha bunda, e isso me incomodou profundamente, mas meu ódio pela traição e por Madeline falavam muito mais alto.

– Mas que porra é essa que ta rolando aqui? – Ouvi um grito e me separei do namorado da dona da voz assustada.

Madeline’s POV

Olhei furiosa para Charllote quando ela me mandou um sorrisinho irônico, que por sua vez foi sumindo quando ela não viu seu namorado, ou ex-namorado ali.

Fui até Charllote, que ainda estava em cima do meu ex-namorado, é isso mesmo, ex-namorado, e a puxei pelo cabelo até o chão, fazendo-a reclamar de dor e me sentei em cima dela, desferindo uma sequência de tapas em seu rosto. Ela conseguiu nos virar e me bateu algumas vezes.

Mas como eu sempre fui mais violenta, eu a mordi quando ela estava distraída tentando me bater e nos virei.

– Isso, é por você ser uma vadia e beijar meu namorado – Dei um tapa tão forte em seu rosto que chegou a tombar um pouco para o lado e eu vi que um dos meus anéis tinha cordado seu supercílio.

Isso tava ficando divertido!

– Isso é por você ser tão baixa a ponto de trepar a noite inteira com um e depois se agarrar com outro – Dei mais um tapa nela.

– E isso – Segurei o rosto dela com as mãos – É por ser tão sem graça – Fechei meu punho para dar um soco nela, mas alguém me tirou de cima.

Reconheci Christopher pelo cheiro, que estranhamente me acalmou, mas me estressou também porque eu queria dar umas porradas na Charllote.

– Me solta, eu quero matar essa vagabunda – Disse para Christopher.

Ela me olhou com ódio e tentou vir me bater enquanto Christopher me segurava, mas Thomas a segurou. O que não nos impediu de uma tentar chutar a outra enquanto os meninos nos seguravam.

Eu queria matar aquela vagabundazinha americana sem sal!

– Nada de matanças por hoje, Madeline – Thomas disse e levou a vadia pra longe dali.

Christopher me soltou quando pensou que eu já estava calma. Mas eu estava bufando de raiva. Assim que ele me soltou eu marchei até Peter e antes dele dizer qualquer coisa e desferi um tapa tão forte quanto o que eu dei na Charllote na cara dele.

Seu rosto tombou para o lado e quando me olhou novamente seu rosto branco e angelical estava marcado de vermelho com meus 5 dedos.

– E ainda não acabou – Disse ameaçadoramente – Nunca mais olhe na minha cara Peter.

Ele abaixou a cabeça e foi embora. Não queria ouvir desculpas falsas nem nada do gênero. Ela poderia ter beijado ele, mas ninguém beija sozinho e aquele maldito havia retribuído.

Sentei frustrada no sofá. Por mais que eu me sentisse traída eu estava aliviada. Eu não gostava de Peter como eu deveria. Eu bati em Charllote sem razão.

Mas eu estava louca para dar uns tapas naquela americana com olhar de peixe morto.

Eu só estava ofendida por ser traída com ela.

            – Madeline Sullivan, campeã dos pesos mega ultra leves, todos amam ela. Uuuuuh – Christopher sacudiu os braços como se fosse uma comemoração.

            Olhei incrédula para ele.

– Fumou Danoninho Ice, menino? – Perguntei e ele riu.

– Nope! Como se fuma Danoninho? – Ele perguntou e eu revirei os olhos.

– Some daqui garoto, eu quero ficar sozinha – Disse e ele assentiu.

Vi Christopher subindo as escadas enquanto eu pensava em algo que eu poderia fazer contra Peter. Tinha que ser algo terrivelmente constrangedor. E foi ai que aquela lampadazinha se acendeu na minha mente, como naqueles desenhos animados do Cartoon Network.

– Christopher – Ele apareceu no topo da escada – Preciso da sua ajuda.

– Para...? – Ele perguntou duvidoso.

– Ferrar com a vida de alguém – Sorri e ele também.

– Podexa.

Peter, você vai se arrepender...

Charllote’s POV

Thomas me carregou para o meu quarto. Eu queria matar aquela vagabunda roqueira do caramba.

Eu estava tão mal, tão arrasada. E ter Thomas ali só me lembrou da minha raiva.

–Seu maldito – Soquei o peito de Thomas que me olhou espantado –Você o deixou fazer aquilo. Você não fez nada para impedir, eu te odeio Thomas – A cada palavra, eu desferia um soco nele.

Ele segurou meus pulsos e me olhou fixamente. Eu me vi obrigada a sustentar aquele olhar. Prendia-me ali e mesmo sendo um pouco assustador.

– O Joe não te traiu Charllote – Eu me soltei e massageei meus pulsos.

Eu não sei por que, mas eu acreditava nele. Mas eu não podia o deixar perceber. Eu queria saber da historia toda. Ainda era estranho tudo isso.

– Por que eu acreditaria em você? – Perguntei.

Thomas suspirou e me contou toda a história. De como estavam conversando e a garota apareceu, e de como ele ficou chocado o bastante para fazer qualquer coisa, e que meu Joe estava daquele jeito também. Eu me senti imediatamente mal. Joe estava certo e eu errada.

Como eu era burra! Eu sentia que precisava falar com ele. Eu queria me desculpar por ter feito tudo o que eu fiz. Desculpei-me com Thomas e o expulsei de meu quarto. Depois fui ver meu estado no banheiro.

Eu estava terrível. Meu cabelo desgrenhado, batom borrado, e um pequeno corte no supercílio, devido aos arranhões da vadia lá. Ajeitei-me rapidamente e fiz um curativo no corte.

Fui até o quarto do Joe e bati na porta. Eu estava apreensiva com a situação. Eu esperava que Joe me perdoasse e depois ficássemos bem. Como se nada tivesse acontecido. Talvez, se eu tivesse uma puta sorte, tudo sairia como nos meus pensamentos otimistas.

Joe abriu a porta com uma expressão triste, mas assim que me viu seu olhar se tornou frio e duro. Eu sentia o ódio ali. Meus pensamentos felizes estavam enganados.

– O que quer? – Ele perguntou. Quando estava com raiva, seu sotaque francês que já estava desaparecendo, ficava muito mais forte.

– Me desculpar ­ – Sorri sem humor – Eu soube do que houve e... você não imagina o quanto eu me arrependo do que eu fiz e por não ter te escutado. Eu sou uma estúpida mesmo! Será que pode me perdoar? – Minha cabeça, que estava abaixada se levantou e se surpreendeu com o que viu ali.

O olhar de Joe estava cheio de raiva e decepção, mas o que mais me chocou foi o desprezo, que estava quase palpável. Meu Deus! Joe deveria estar me odiando.

Até eu estava me odiando! Nota mental: acreditar sempre no meu (ex) namorado. Como eu pude ser tão infantil e idiota? Eu definitivamente nunca fui assim.

 – Perdoar Charllote? – Meu nome saiu como um... como um vomito de sua boca – Você simplesmente não acredita em seu próprio namorado, escuta outra pessoa e não a mim e beija o namorado de outra. Eu pensei que você fosse diferente, mas pelo visto, você é exatamente o que falam das americanas em filmes. Vazias e vadias.

Reprimi uma gigantesca vontade de surrá-lo quando ele me chamou de vadia, mas eu realmente tinha agido como uma vadia. Eu mesma não me reconheci.

– Eu prometo que se voltarmos, eu..

– Eu não quero mais voltar Charllote, acabou. Au revoir – Eu o olhei bem nos olhos. A tristeza e a decepção estavam ali.

Eu não conseguiria implorar por ele. Ele estava totalmente decidido.

– Se... se é assim que quer – Reprimi minhas lágrimas e fui para meu quarto. Escutei a porta dele bater, e bati a minha logo em seguida.

Sentei-me bruscamente contra a porta e finalmente me permiti chorar.

Christopher’s POV

Eu poderia resumir a ultima semana se que passou em quatro palavras: Choro, vingança, suspiros e choro. Eu sei que foram só três palavras e uma repetida. Mas é que houve muito choro!

Bom, Charlie resolveu virar um zumbi anêmico, não come, não interage, só chora e também não anda falando. Eu não me surpreenderia se ela começasse a comer cérebros. Sem exageros de minha parte.

Suspiros por parte de Katherine. Parece que desde que ela e o namorado reataram, eles estão naquele grude chato. Final de semana passado ela foi até Liverpool de trem, e só voltou domingo de madrugada. Eu posso a ouvir dizendo até agora “ai, John, eu te amo”. Não me vejo nesse tipo de coisa. Leia-se: boiolagem.

E vingança. A doce e plena vingança. Era o que Madeline planejou para Peter. E devo admitir que não estava nada mal. E eu estava ajudando-a nesse exato momento.

Uma rápida explicação do plano. Vaso sanitário. Peter. Preso. Sem Calças. Viados saltitantes. Deu pra sacar, o querem a explicação mais detalhada?

Eu estava escondido atrás de uma pilastra no refeitório da faculdade, devo lembrar que eu estava bem ao lado do banheiro mais próximo. Madeline estava de cara amarrada conversando com Peter, fazia parte do plano dela. Fingir que iria escutá-lo para reconciliação, e quando ele estivesse distraído (eu iria dar um jeito) ela colocaria um laxante na coca cola dele e depois ele iria correndo para o vaso sanitário. Madeline havia passado cola de sapateiro em um dos vasos e ele ficaria preso. E tudo correu bem.

Eu joguei um tijolo (nem pergunte) na lata de lixo atraindo a atenção de todos (eu estava escondido por causa disso) e então eu vi Madeline colocando um pó na bebida do ex e misturando rápido.

Ele se virou e bebeu. Fase um: Completa. Passou uns cinco minutos e eu reparei que ele começou a se remexer no banco. Madeline tentava reprimir o riso e eu também. Logo, ele saiu correndo e passando por mim direto, entrou no banheiro. Fase dois: Completa.

Logo depois escutei um sonoro caralho e soube, a fase três estava completa. Entrei no banheiro e procurei os coturnos. Esse cara tava sempre de coturnos. Ele estava na ultima cabine e não foi muito difícil fazer o que eu fiz. mentira, eu quase morri.

Numa velocidade espantosa, eu arranquei um coturno dos pés dele e ele logo ficou nervoso, gritava coisas desconexas como filho disso, vai tomar naquilo, com mais rapidez ainda, retirei o outro. O que o fez ficar mais desesperado ainda.

Eu fiquei agradecido por ele não me ver. Depois de ter seus coturnos arrancados, tirar a calça jeans preta cheia de correntes e tachas não foi difícil. Vi de relance a cueca dele, mas tinha que ter pressa, senão ele me veria ali. Carreguei as calças e os coturnos para fora do banheiro e encontrei Madeline encostada em frente com um dos pés apoiados na parede e os braços cruzados. Seu rosto se abriu em um lindo sorriso quando ela me viu com as roupas de Peter ali, ela colocou em sua mochila e seu sorriso se tornou cruel.

Fase quatro: Completa.

– O show vai começar – Ela disse em tom normal e ai começou a gritar – Ô CAMBADA DE DESOCUPADO, VEM CÁ. – Um grupo de pessoas vieram – CHAMA OS GAY TUDO, VAMOS TER UM SHOWZINHO EM 5,4,3,2,1...

Dito e feito. Escutamos um grito de dentro do banheiro e logo Peter saiu de lá de dentro com uma cueca samba canção roxa com caveirinhas. Quando ele viu o grupo de pessoas que ali havia, ele ficou roxo de vergonha e de raiva provavelmente. Seu olhar logo caiu em mim e Madeline e eu vi seu olho esquerdo tremer.

Fase cinco: Completa.

– Senhoras, senhores e vocês indefinidos – Ele se referiu aos gays ali presentes. Quanto mais viam o Peter, mais chegavam – Não sei se vocês lembram, mas na ultima semana andaram rolando ai umas fotos do meu amigo aqui – Ela apontou pra mim – Eu admito que foi eu, mas houve um equivoco, quem realmente resolveu fazer programas foi meu ex namorado Peter, por isso terminamos, fiquei tão abalada – Ela suspirou teatralmente – Mas se é isso o que ele quer eu vou apóia-lo – Peter tentou falar – Cale a boca Peter. O numero dele é – Eu fiquei chocado ao vê-la dizer o numero – Aproveitem!

Nós fomos chegando para trás e Peter para perto de mim e dela. Quando ele ia correr, os “indefinidos” foram pra cima dele e nós aproveitamos para correr para o estacionamento. Logo eu o escutei gritando atrás de nós:

– Seus dois desgraçados, voltem aqui. Eu vou matar vocês e depois vou vender seus órgãos para o mercado negro.

A voz dele parecia tão próxima que eu e Madeline nos apressamos, no meio do caminho, ela jogou as coisas dele no chão e cuspiu. Essa garota era do mal! Não demoramos a pular dentro da picape dela, e Madeline cantar pneu pela facul deixando Peter nos xingando e comendo poeira.

Começamos a rir feito retardados, olhei para Madeline, ela ficava ainda mais linda rindo. Seus olhos geralmente inundados de tristeza estavam alegres. Como se a mãe dela ainda estivesse ali. E isso me deixava profundamente feliz, como se minha felicidade dependesse da dela.

Foi nesse momento que eu percebi que algo em mim estava mudando.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que prometi postar naquela semana, mas eu to com um "pequeno" problema no pulso chamado Cisto Infamatório e dói se eu o forço muito. E como eu já ando o forçando na escola, tenho que pegar leve com ele. Então meus capitulos serão mais demorados.
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