Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 11
Descobrindo mais


Notas iniciais do capítulo

desculpe a demora. mas a minha net anda uma porcaria. espero que gostem



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Christopher’s POV



            Meu queixo caiu. O que o velho da minha garota estava fazendo ali? Tudo bem, ela ainda não era a minha garota. Ainda. Deixa só ela ver o Poder do Christopher. Ela vai ficar doidinha pelo papai aqui.



            – Meu filho, eu vou ficar aqui o dia inteiro enquanto você fica sujando o chão de baba com essa boca aberta ai? – Ele questionou.



            E a simpatia da filha tinha da onde vir mesmo. Dei passagem ao velho e passei a mão na boca, eu tava mesmo babando. Limpei minha mão na parede e passei o pé no chão para tentar evitar qualquer tipo de prova de que eu andei babando de susto ao ver o cara que é pai da mina que eu vou pegar e futuramente fornicar.



            Olhei em volta para procura o Sr. Sullivan e o encontrei sentado no sofá com a expressão risonha para mim. Eu me lembrei de um daqueles pais bondosos que amam seus filhos, os mimam e dão um carro quando eles se formam no ensino médio. Mas se olhássemos nos olhos castanhos veríamos que ele tinha um pouco da tristeza que vez ou outra notávamos em Madeline.



            Será que os dois tinham algum trauma? Bem, mas Madeline sempre parecia mais triste do que o Sr. Sullivan parecia.



            Sentei do lado do pai da Madeline e ficamos em um silencio extremamente desconfortável. Eu não podia contar quantas vezes dos cinco minutos que ficamos em silencio, o Sr. Sullivan suspirou ou bufou. Mas foram tantas.



            – Escute meu filho, sem querer ser rude nem nada, mas você é o que da minha filha?



            Eu poderia dizer a verdade, que eu queria pegar a filha dele e que ela me odiava. Mas o que eu preferi dizer era bem melhor para todos. Para mim, dizendo a verdade.



            – Eu moro aqui e somos melhores amigos Senhor Sullivan. Sabe foi tão de repente, quando vi, éramos muito próximos mesmo quase como amigos de infância. Ela me conta tudo. Tudo mesmo.



            Ele pareceu surpreso e até desconfiado. Analisou-me por instantes e enfim disse:



            – E como ela anda em relação aquilo?



            Merda. O que significava aquilo? Bem que mamãe me ensinou que eu nunca deveria mentir. Eu deveria ter escutado mamãe.



            Engoli em seco e tentei resolver a situação.



            – Aquilo? Bem... é... aquilo.. ah, ela ta... MADELINE DESCE AQUI. – Conclui gritando.



            – O QUE TU QUER? – Ela gritou de volta. – TO OCUPADA.



            – É IMPORTANTE – Tentei ignorar o fato de que o pai da Madeline estava ali.



            – TO INDO, ESPERA UM POUCO, A ETERNIDADE TALVEZ.



            Fiquei revoltado.



            – DESCE LOGO CARALHO.



            – TO INDO CACETE.



            Depois de uns cinco minutos ou menos esperando Madeline desceu resmungando:



            – Viadinho que fica enchendo o saco dos outros e fazendo cú doce pra dizer o que quer, tomara que vá parar no inferno ele e todas as pessoas que amarão ele pela eternidade. ­ – Ela parou na minha frente – To aqui, o que você quer?



            Ela me olhou com desdém, mas não me importei, já havia me acostumado com aquilo. Eu precisava mesmo tirar a impressão de que tínhamos desavenças.



            – Madeline, querida se eu fosse você não usaria esse vocabulário aqui na frente de visitas.



            – Que visitas, americano?



            Madeline ainda olhava para mim e eu para ela, mas eu pude ver pelo canto dos olhos o pai dela se levantando e vindo até nós.



            – Serve eu Madeline?  – Ele perguntou.



            Madeline largou o desdém e seus olhos se esbugalharam na direção do pai. Eu pensei que ela diria coisas como: Pai, que bom que veio me ver. Ou até: Que saudades pai.



            Mas ela disse mesmo:


            – O que você está fazendo aqui?



            Ele riu. Talvez, as gentilezas da filha não fossem exatas novidades para o pai dela.


 na se levantando e vindo atcaro ficar atras de ver pelo canto dos olhos­—

            – Um pai não pode ir visitar a filha que não vê há tanto tempo?



            Ela saiu daquele estado de choque dela e pulou em cima do pai derrubando-o no chão em um abraço. Eu senti inveja da Madeline e de seu pai.



            Por mais que eu e meu pai tivéssemos uma ótima relação nunca fomos do tipo do muitas demonstrações públicas de afeto. Já os Sullivan pareciam se amar tanto, demonstrando afeto.



            Como se qualquer um deles fosse morrer nesse instante.



            Uma das coisas mais importantes que notei foi que eu estava sobrando. Então resolvi me despedi dos Sullivan que estavam sentados na escada de mãos dadas matando a saudade um do outro.



            – Bem, eu vou indo ali beber uma água.



            Nenhuma resposta. Considerei isso um tchau.



            Madeline’s POV.



            Eu estava chocada com meu pai ali. Véi, na boa... meu pai é muito doido mesmo.



            Mas eu estava feliz por ele estar aqui, eu me sentia segura quando meu pai estava comigo. Dava a sensação de que o mundo ainda era mundo e de que iria tudo dar certo independentemente do que fosse.



            E as coisas sempre tendiam a dar errado para mim.



            – E então filha, o que você pretende fazer enquanto eu estiver aqui? – Ele perguntou.



            Logo eu me empolguei:


            – Podemos fazer varias coisas, passear no parque, fazer compras ir fazer uma noite em família jogando boliche como...



            A parte ruim de ter meu pai ali era que eu sempre acabava me lembrando do passado e com isso um buraco no meu peito se abria.



            Um buraco que nunca cicatrizaria.



            Logo meus olhos estavam cheios de lágrimas. Sempre que eu estava com meu pai eu voltava a ser a Madeline de antes. Frágil. Que chorava sempre.



            – Ei filha, não chore. Hein, assuntos felizes, podemos ir ao cinema, nós dois e depois você pode estourar meu cartão de crédito com maquiagem escura.



            Sorri triste e abracei meu pai. Ele era demais.



            – Vamos mais tarde então. Acabou de estrear um filme com aquele gato do...



            Meu celular começou a tocar uma musica dos Beatles e eu vi que era no visor. Peter. Sorri e suspirei



            – Oi Peter – Disse ao atender. Meu pai me olhou com uma cara do tipo: Quem é esse pivete?



            – Fala Madeline, seguinte, hoje uma banda de rock independente vai tocar num bar a noite. Ta afim de ir comigo?



            Droga. Eu queria tanto sair com o Peter. Mas meu pai era mais importante.



            – Eu adoraria sair com você Peter, mas meu pai acabou de chegar de viagem para me visitar e eu preciso ficar com ele.



            Meu pai começou a balançar a cabeça e dizer silenciosamente: Sai com o menino.



            Meu pai nunca foi muito contra os caras com quem eu saia, só com um cara. Mas fazia parte do passado.



            – Claro, entendi. Deixa pra outr..



            – Espera um segundo Peter – Tirei o telefone do ouvido antes de receber qualquer resposta. – Que foi pai?



            – Saia com o menino. Deixe-o pensar que você vai ter qualquer coisa com ele.



            Não pude deixar de rir com isso.



            – Mas pai, eu não vou deixar você nessa favela aqui sozinho. Quem ficaria com você?



            Mal completei a frase e o Christopher saiu correndo cozinha todo molhado, ele tentou pular o sofá, mas com a pressa, caiu. Veio até nós se arrastando pelo no chão como num exercício do exercito.



            Eu e meu pai olhamos para ele com a sobrancelha arqueada.



            Ele se levantou rapidamente e limpou a poeira das roupas. Passou a mão pelos cabelos castanhos e encaracolados. Respirou fundo e finalmente falou:



            – Eu fico com seu pai, Madeline



            – Como é que é americano?



            – Eu posso ficar de papo, jogar meu Nitendo, conversar sobre a profissão dele. Qual a sua profissão Sr. Sullivan?



            – Sou médico.



            – Viu – Ele gritou. – Eu to fazendo medicina. Ele pode me dar umas dicas.



            Eu sabia que meu pai concordaria. Não para eu sair.



            Para falar de medicina com alguém. Ele nunca gostou muito de arquitetura mesmo.



            – Viu filha é perfeito, agora vá se arrumar para sair com esse menino.



            – Menino? Que menino? – A voz do Christopher saiu levemente fraca. Como se estivesse surpreso.



            – Nenhum Christopher, mas mesmo assim obrigada por ficar com meu pai.



            Subi com meu pai até meu quarto. E deixei Christopher parado em pé no final das escadas.



            Ao entrar no meu quarto de duas camas. Meu pai ficou olhando. E olhando. E olhando. E olhando mais um pouco.



            – É com isso que você gasta meu dinheiro? – Perguntou indignado.



            – Claro que não pai. Gasto com maquiagem também. E com comida. Ninguém aqui nessa favela se manifesta pra comprar comida. E pra limpeza também. Mas eu acho que todo mundo limpa suas próprias coisas. Embora de pra desenhar um Me Limpe nos moveis.



            Meu pai riu. E foi olhar meu armário e tudo que tinha dentro. Meu pai era fofoqueiro pra caramba mesmo. Ele separou umas roupas e jogou em cima da cama.



            – Veste isso, vai ficar uma bonequinha.



            Olhei incrédula para ele, que sorria e vi a tal roupa. Era uma blusa de manga comprida com gola rulê e jeans escuros. Era algo que cobria meu corpo praticamente todo.



            – Ta de sacanagem né pai? Eu vou num show de rock com um cara. Nunca que eu posso usar isso.



            – Mas vai ficar linda e esse cara pode ser um cafajeste. Um canalha, um babaca, um filho da pu...



            – Epa, epa. Eu o conheci na faculdade. Nada de xingar mães alheias Sr. Maximilian.



            Ele riu e eu revirei os olhos. Meu pai era muito tonto mesmo. Separei uma roupa que julguei ser apropriada. E fui tomar um banho.



            Thomas’ POV



            Sai a tempo do meu quarto para escutar Madeline dizer a alguém “Eu o conheci na faculdade. Nada de xingar mães alheias Sr. Maximilian.”



            Quem seria Maximilian?



            Desci as escadas correndo para ver se alguém da casa estava ali em baixo. Por sorte, ou não, Christopher estava na sala jogando Mortal Kombat de Super Nitendo.



            Pulei o sofá me sentando ao seu lado sem dizer uma palavra. Ele estava lutando com o Sub Zero contra a Milena. Ganhou fácil. Jogou com a Kitana, com a Sonya e também ganhou. Por mais que ele não mandasse muitos especiais ele ganhava bem só com socos e chutes.



            Ele começou a lutar com o Scorpion e perdeu muito feio. Finalmente ele me olhou e disse:



            – O que quer, Thomas?



            – Será que um pobre garoto australiano não pode se sentar no sofá da casa onde paga o aluguel com tanto sofrimento? – Ele me fitou por mias um segundo, sem acreditar no que eu havia dito – Ta legal, você viu por aqui um tal de Maximilian?



            O ciúme estava estampado, quase gritando em minha voz. Mas mesmo assim, eu torci para que Chris não reparasse nisso. Mas para meu azar ele sorriu com meu ciúme.



            Americano idiota.



            – Relaxa Thomasinho, Maximilian é o pai da Madeline, ele veio passar uns dias ai, eu acho. Ciúmes?



            Não respondi. Não achei necessário. Era meio que obvio. Christopher reiniciou o jogo e começou a lutar contra o Liu Kang.



            – Não precisa responder Thomas, dá pra perceber de longe. Mas eu só quero que saiba, que eu também estou interessado nela. E não vou desistir – Ele terminou ganhando do Liu Kang.



            Ele começou a lutar de novo com o Scorpion. E perdeu o primeiro round. Antes que eu pudesse responder qualquer coisa Madeline desceu linda como sempre.



            Seus cabelos castanhos arruivados ou ruivo acastanhado, não sabia a diferença exata, estavam presos em um rabo de cavalo com a franja solta. Ela iria passar direto, mas eu e Chris ali chamamos sua atenção.



            Mentira. Foi o jogo mesmo.



            – Manda um especial, chuta duas vezes dá um soco, manda mais um especial e dá um chute aéreo. – Madeline disse e eu me surpreendi por ela saber tanto assim.



            Mesmo tendo levado um susto por ouvir a voz de Madeline tão perto, Christopher a obedeceu e ganhou o round. Ele pausou o jogo e se virou para agradecer. Mas não imaginou que ela estivesse muito perto dele.



            Eles quase se beijaram. Quase. E eu tive que assisti a troca de olhares. Por fim, Madeline se afastou dele, vindo para mais perto de mim.



            Mandei para Christopher um olhar de “Se ferrou, a garota é minha”.



            – Obrigado Madeline



            – Obrigado nada, você joga muito mal Christopher.



            Ele olhou indignado para a ruiva.



            – Faz melhor então, sua... sua... inglesa – Ele pronunciou inglesa como se fosse o pior insulto do mundo.



            Ela sorriu com desdém. Tomou o controle da mão do Christopher e venceu o terceiro round em menos de dois minutos



            – Eu jogaria mais, só que eu to atrasada. Christopher valeu por ficar com meu pai.



            Ela sorriu para ele e foi embora. E eu fiquei sem nem um “oi”.



            Christopher riu debochado para mim.



            – Viu Thomas, eu vou conquistar a garota e o pai. Agora se me der licença.



            Ele desligou o jogo e subiu as escadas. Ouvi a porta de um quarto bater.



            Será que o Christopher realmente conseguiria algo com a Madeline?

            Madeline’s POV

            Estávamos eu e Peter naquele show havia uma hora. A banda era realmente muito boa, apesar de eu não saber o nome dela ainda.



            – Vem, vamos sair daqui – Peter teve que gritar no meu ouvido por causa do barulho.



            Antes de sair do bar tumultuado, Peter pegou duas cervejas.



            Do lado de fora, o vento era apenas uma leve, suave e delicada brisa. Peter me levou até uma pequena elevação da grama.



            Sentamos-nos ali, sem falar nada enquanto Peter bebia sua cerveja. Eu nem havia aberto minha ainda.



            – Sabe – Ele começou – Eu acho que eu gosto de você, mas do que uma simples amiga de ir em shows e ouvir AC/DC. Eu gosto de sair com você. De passar o tempo com você. – Ele parou.



            – O que quer dizer com isso Peter? – Perguntei, mesmo tendo uma certa noção do que era.



            – Quero dizer que eu gostaria que tivéssemos algo mais serio.



            – Como namorados?



            – Namoro é para idiotas – Ele riu sem humor – Vamos ser um casal que faz coisas juntos.



            Eu sabia que aquilo era um namoro. E ele também. Só que ele preferia dizer em outras palavras.



            Peter se aproximou de mim e acariciou meu rosto levemente. Depois disso, me puxou pela nuca e me beijou.



            O beijo de Peter era bom. Tinha um gosto de menta e com o leve amargo da cerveja ficava melhor. Mas sabe quando a gente sente que falta alguma coisa? Eu me sentia assim.



            O beijo terminou em selinhos.  Peter me olhou e sorriu. Não pude deixar de retribuir. Peter parecia um anjo.



            – Então Madeline, o que acha da minha idéia?



            Convenci-me de que era aquilo que eu queria desde comecei a sair com Peter



            – Acho que seria uma idéia maravilhosa – Sorri e o beijei de novo.



            Eu só queria ter certeza que eu tinha tomado a decisão certa.



            Christopher’s POV



            Caraca, o Sr. Sullivan era muito irado. Nós estávamos no quarto da Madeline e ele estava me contando todos os podres da garota. De quando ela era cheerleader, quando pulava a janela para ir em festas, mas o pai sabia e não ligava. Ela só queria ter a experiência de ser uma fugitiva.



            – Sr. Sullivan, acho que já rimos da Madeline o suficiente. Conte-me mais sobre o senhor. – Pedi o olhando do beliche de cima.




            – Não me chame de senhor. Você é legal garoto, me chame de Max. Bem por onde eu começo... Eu sou inglês. E assim que eu me formei em medicina fui chamado para a França transferido. Era um desastre. Franceses são muito relaxados com a saúde sabia? Foi lá que eu conheci a mãe de Madeline. Uma francesa linda, dos olhos azuis mais perfeitos que eu já havia visto. Apaixonei-me a primeira vista, trabalhamos juntos até que pedimos transferência para Londres. Ficamos na França um bom tempo.



            Eu estava curioso sobre a mãe de Madeline. Será que os dois haviam se separado e Madeline não via a mãe?



            – E o que aconteceu senhor... quer dizer Max? Você e a Sra. Sullivan se separaram?



            Ele ficou em silencio por um bom tempo. Acho até que o ouvi chorar.



            – Você não sabe o que foi aquilo né?  – Ele estava com a voz um pouco rouca. A denuncia de que havia chorado.



            Fui pego na minha mentira. Bem, era a hora de dizer a verdade.



            – Na verdade não. É que eu na verdade quero saber mais sobre a Madeline. Ela me intriga e me fascina. Acho que eu até gosto dela.



            Ele suspirou e disse:



            – Não posso te contar tudo. O resto é uma coisa que eu sei que vai ser minha filha que vai querer contar. O que posso contar é que minha esposa morreu há quase dez meses. E isso foi um dos motivos para Madeline vir para cá.




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Notas finais do capítulo

e ai? gostaram?