Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Esse Dimitri...



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Imediatamente a Dra. Olendzki reassumiu sua postura de médica preocupada “Rose, você deveria ir se deitar.”

“Eu estou bem” Rose falou rapidamente “você não pode me fazer ficar fora da experiência de campo. Eu não vou me formar se eu desistir.”

“Você não está bem, Rose e não tem motivos para sentir vergonha pelo que lhe aconteceu. Pensar que está vendo fantasmas de pessoas que já morreram não é muito estranho, quando você considera as circunstâncias.”

Rose a olhou defensivamente, mas logo recuou “a não ser que você vá me colocar em aconselhamento vinte e quatro horas por dia, você só vai fazer as coisas piorarem. Eu preciso me ocupar. A maioria das minhas aulas está suspensa. Então, o que vou fazer? Esperar? Pensar de novo e de novo no que aconteceu? Eu vou ficar louca -  de verdade. Eu não quero sentar e esperar para sempre. Eu preciso movimentar o meu futuro.”

Eu tinha que admitir que ela estava coberta de razão. Alguém como Rose não podia simplesmente seguir a vida na inércia. Ela tinha que se achar em movimento, ela tinha que participar das coisas, além do mais, ficar ociosa só iria deixar tudo pior para ela. Todos nós nos olhamos, claramente aceitando os argumentos de Rose.

“Ainda não acho prudente submetê-la a toda essa simulação de ataques de Strigois. Isso pode desencadear reações ainda piores” A Dra. Olendzki manteve sua posição.

“Nós temos que admitir que deixá-la ociosa o dia inteiro não irá ajudar. Ela precisa de uma distração, algo que a deixe ocupada. Talvez se pudéssemos conciliar a experiência de campo com as sessões de aconselhamento, ela poderia treinar em um período e ver a psicóloga em outro” falei, tentando buscar uma solução para ambos os lados. No final das contas, Rose sairia ganhando.

“Para mim, parece uma boa solução, Belikov. Concordo também que o aconselhamento será bom para que ela lide melhor com os ataques de falsos Strigois” Alberta falou, em um tom de assunto decidido.

“Eu aconselharia reduzir as experiências de campo. Talvez para três dias. Também não precisaria que ela participasse à noite, afinal, vocês raramente atacam os quartos, enquanto eles dormem.” A Dra. Olendzki sugeriu.

“Essa pode ser uma boa alternativa, desde que ela mantenha as aulas que tem com você, Belikov. Você tem feito um bom trabalho e ela tem feito grandes progressos, não podemos abrir mão disso.”

“Acho que ambas as propostas são boas. Ela terá meio período de treino e participará da experiência de campo em três dias da semana. E ainda irá ver um conselheiro.” Falei, concluindo o assunto. Rose nos olhava, com uma expressão que dizia que ela não estava concordando com aquilo, mas sabia que ela não teria escolhas melhores.

“Bem, isso é melhor que nada.” A Dra. Olendzki disse se voltando para Rose “por hora, precisamos concluir alguns exames. Você me acompanha para a sala ao lado?”

Ela levou Rose para realizar mais alguns exames complementares e logo depois, a libereou para ir ao seu dormitório, com recomendações de descansar um pouco. Alberta disse que precisava resolver alguns assuntos que ficaram pendentes com a sua ausência e se retirou. Eu fiquei para levar Rose até seu quarto. Eu realmente estava precisando ficar sozinho com ela. Enquanto caminhávamos pelo campus, eu comecei a arrumar os meus pensamentos, sem saber como a dizer tudo que eu queria.

“Obrigada por pensar naquela coisa do meio período” Rose falou, calmamente ao meu lado.

Eu não estava mais me contendo, não estava mais aguentando guardar toda aquela preocupação dentro de mim, então parei abruptamente, me colocando à sua frente. Ela parou, quase me dando um encontrão, escorregando um pouco. Eu a segurei pelo braço, puxando ela para perto de mim. Rose me olhou assustada, obviamente ela não esperava que eu fizesse um contato físico destes, assim em um ambiente aberto. Mas era madrugada para todos da Academia, provavelmente ninguém nos veria. E, com sinceridade, as outras pessoas não estavam importando para mim, naquela hora. Não estava mais interessado em esconder o quer que fosse, sentimentos, aflições, medos, nada. Não naquele momento. Eu só conseguia pensar no que tinha se passado com Rose e o quanto aquilo me abalou.

“Rose, essa não deveria ter sido a primeira vez que eu ouvi sobre isso! Porque você não me contou? Você sabe como foi? Você sabe como foi para mim ver você daquele jeito sem saber o que estava acontecendo? Você sabe o quão assustado eu fiquei?” Eu explodi. Senti uma avalanche de emoções dentro de mim, emoções que eu não podia e nem queria controlar. Eu sentia que toda máscara que eu tinha para me manter oculto para as pessoas, não existia mais ali.

“Mas você não tem medo de nada” Rose disse, com seu rosto demonstrando uma certa incredulidade. Ela realmente tinha uma visão muito iludida minha. Várias e várias vezes ela fazia essas colocações como se eu fosse a pessoa mais perfeita do mundo. Eu não era como ela imaginava, ela precisava enxergar isso.

“Eu tenho medo de muita coisa. Eu senti medo por você.” Eu a soltei e dei um passo atrás para poder olhá-la melhor “eu não sou perfeito. Eu não sou invulnerável.”

“Eu sei, eu só...”

“E isso tem acontecido há muito tempo também. Estava acontecendo com Stan, e quando você conversou com o padre Andrew sobre fantasmas - você estava lidando com isso o tempo todo! Porque você não contou a ninguém? Porque você não contou para Lissa... ou... para mim?”

Ela olhou para mim, encarando fixamente os meus olhos.

“Você teria acreditado em mim?”

“Acreditado no quê?” eu disse, franzindo as sobrancelhas.

“Que eu estou vendo fantasmas.”

“Bem... eles não são fantasmas, Rose. Você apenas acha que eles são porque-“

“Foi por isso” ela me interrompeu “foi por isso que eu não podia lhe contar ou a qualuqer outra pessoa. Ninguém acreditaria em mim, não sem pensar que eu estava louca.”

“Eu não acho que você esteja louca. Mas eu acho que você passou por muita coisa.”

“É mais que isso.” Ela falou, dando um passo atrás, claramente tentando se afastar de mim. A nossa conversa ainda não tinha terminado, eu não deixaria que ela fosse embora assim. Em um único gesto, eu a puxei para mim novamente e ficamos muito, muito perto um do outro. Ela olhou rapidamente em volta, provavelmente se perguntando se alguém nos veria naquela posição tão comprometedora. De novo, eu não conseguia me preocupar com mais nada, a não ser com tudo que tinha acontecido. Todo o contexto que estávamos, parecia pequeno, perto do medo que eu estava sentindo diante da possibilidade de a perder. Era isso que eu sentia: muito medo de perder Rose.

“Então me diga. Diga o quê é mais do que isso?”

“Você não vai acreditar em mim. Você não entende? Ninguém entende. Até você, de todas as pessoas.” Essas últimas palavras não foram mais do que um sussurro. Mais uma vez ela não estava confiando em mim. Ela não conseguia enxergar que não era uma questão de acreditar ou não nela. Era uma questão de confiança. Eu confiava plenamente nela e era capaz de entrar em qualquer coisa por ela. Não importava se aquilo fosse de encontro a tudo que eu acreditasse. Ela precisava confiar em mim assim também.

“Eu vou... tentar. Mas eu ainda acho que você não sabe ao certo o que está se passando com você”


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Notas finais do capítulo

meninas, desculpem, eu responderei todos os reviews... é pq eu estou super sem tempo esses últimos dias... mas assim que aliviar um pouco, repondrei, como sempre. Mas estou lendo todos e adorando!!
Continuem comentando!! bjs