Devorar-te-ei: Memórias póstumas de um amor escrita por Nayou Hoshino


Capítulo 11
Marie Ann Marcovisck




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Minha cabeça doía.... Doía muito... E o gosto do sangue na minha boca me fazia ficar cada vez mais enjoada...

-A-ai... -resmunguei abrindo os olhos e só então percebendo que meus pés não tocavam o chão. 

-Bem vinda a seu novo lar minha querida.... -Usei o pouco de força que tinha para olhar para o lado à procura da dona daquela voz que era irritantemente feminina -Perdoe-me por ter a mantido amarrada, minhas bonecas são realmente rudes... 

Permiti-me olhar para meus pulsos e perceber que grossas correntes os prendiam e me mantinham alguns centimetros acima do chão, de forma que eu tivesse de ficar na ponta dos pés para não me machucar. Meus pés tocavam o chão frio com alguma dificuldade, eu estava descalça, o que só aumentava minhas dúvidas. Quem era aquela mulher e por que ela parecia tão indiferente à minha situação?! E onde diabos eu estava?! 
Como um choque de realidade, o pânico começou a tomar conta de mim. Quero dizer, não era de me assustar fácil. Minha experiência com SM's e até o fato do meu mordomo ser um demônio tornava situações estranhas bem rotineiras para mim. Mas desta vez era diferente, eu estava em perigo e nem sequer sabia o que podia estar enfrentando....

-Oh, que rude de minha parte.... Ainda não me apresentei... -A mulher deu alguns passos em minha direção, fazendo com que a luz da lua que entrava pela janela iluminasse um pouco seu rosto. -Chamo-me Marie Ann Marcovisck, mas pode me chamar de Marie se desejar...

Ela tinha os cabelos loiros, tão brilhantes quanto a lua lá fora, caindo por sobre os ombros; seus olhos estavam cobertos por uma venda negra e os lábios finos cobertos por uma camada de batom vermelho. O tipo de mulher que seria capaz de fazer rapazes duelarem por ela se desejasse.
Mas... Isso ainda não explicava o porquê de eu estar onde estava e como estava... Afinal, o que uma mulher como ela poderia querer comigo?!

-O-onde estou? -sussurrei de forma que ela pudesse me ouvir de onde estava 
-Está no seu novo lar minha querida, eu já lhe disse.... -Ela sorriu de leve, como se aquilo fosse perfeitamente natural. Percebi que teria de abordá-la de uma outra forma se quisesse obter alguma informação útil.
-E como vim parar aqui?
-Uma de minhas bonecas a trouxe para cá enquanto você dormia.... Tive medo de que se eu a chamasse você não quisesse vir. -Ela caminhou para um canto e pegou uma escova, logo em seguida penteando o cabelo de alguém que estava sentado na cadeira à sua frente. Eu nem sequer tinha percebido que não estávamos sozinhas.... -Além do mais, aquele seu mordomo poderia nos atrapalhar... Não é mesmo minha querida?
-Claro mamãe... -a voz vinha da pessoa sentada na cadeira, como ela sussurrava, não consegui identificar se sua voz era masculina ou feminina. -...Eu já estou pronta?

A garota se levantou, os cabelos lisos, e agora devidamente penteados, eram iguais (se não idênticos) aos meus. Eu tentei me inclinar um pouco para frente para ver seu rosto mas as correntes apertaram ainda mais meus pulsos e me fizeram gemer.
A mulher também se levantou, eu estava surpresa sobre como ela se movia de forma tão livre e segura mesmo com aquela venda sobre os olhos... Ela e a filha estavam a apenas alguns passos de distância mas, por conta da penumbra do quarto, eu não conseguia vê-las muito bem, logo não podia identificá-las...


-Senhorita Kyotsu, cumprimente minha filha... -A mulher empurrou a garota mais para a frente, fazendo com que eu e a garota ficássemos cara a cara -.... Luna Kyotsu.... Marcovisck.

Eu encarava a mim mesma, quero dizer, à minha cópia.... Eu não sei nem do que chamar esta sósia.
E mais importante que isso, por que eu estava olhando para "isso"? Que motivos alguém teria para criar uma cópia minha?!

-Preparada para a diversão?- a mulher sorriu e logo eu senti uma pontada no meu pescoço. Só tive tempo de olhar para minha cópia com uma seringa na mão antes de desmaiar.


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