Enquanto os problemas do Olimpo cresciam cada vez mais, Apolo, Hermes, e Ares pararam de carro na frente de uma das maiores joalherias de New York.

- Tiffany’s. – Disse Apolo saindo do carro – Se ela estiver aí, eu vou rir muito de você, Ares.

- Se ela estiver aí, eu vou chutar o seu traseiro até você não conseguir sentar nunca mais por ter rido de mim. – Rebateu Ares com um rugido. Ele bateu a porta do carro com força, e Apolo se sentiu levemente ameaçado.

- Ok... Sem agressões até levarmos ela de volta ao Olimpo, certo? – Sugeriu Hermes saindo do banco de trás do carro – Pelo que eu entendo da mente dela... Diamantes devem ser legais.

- Claro. – Resmungou Ares – Como se ela já não tivesse suficiente.

- Nada é o suficiente para ela. Estamos falando da Afrodite. – Disse Apolo rindo um pouco – Vamos entrar logo.

Eles foram para dentro da loja e viram uma enorme quantidade de pedras preciosas expostas em vitrines de vidro. Várias mulheres de todas as idades andavam pela loja com seus acompanhantes, namorando o máximo de diamantes que conseguiam com o olhar.

Apolo encolheu os ombros e deu um passo para frente, mas sentiu Hermes e Ares puxarem seu braço para trás, impedindo-o de andar.

- Apolo... Fica longe das vitrines, entendeu? – Disse Hermes olhando para ele.

- Ahm... Tá bom. – Respondeu Apolo, mas então franziu o cenho – Espera... Por que estão me pedindo isso?

- Se liga, seu lesado! Você tem um dom para quebrar coisas! Fique longe das vitrines antes que nos dê um prejuízo enorme! – Reclamou Ares olhando para ele também.

- Não é verdade! Eu não quebro as coisas o tempo todo! – Exclamou Apolo ofendido.

- Quebra sim. – Confirmaram Hermes e Ares juntos.

- Só ás vezes... Mas está bem! Eu fico longe das vitrines. – Resmungou Apolo.

- Sério. Se você causar um prejuízo para nós, eu vou prejudicar você. – Avisou Ares apontando para ele. Apolo assentiu e eles se separaram para procurar Afrodite.

Hermes passou entre algumas pessoas, uns casais felizes, e uma mulheres que olhavam as vitrines, enquanto pensava como acharia ela. Ele poderia perguntar, mas então se lembrou que a imagem de Afrodite muda o tempo todo para os mortais, de acordo com suas próprias concepções de beleza.

- Isso complica as coisas... – Murmurou ele pensativo.

- Posso ajudar, senhor? – Perguntou um dos atendentes da loja. Hermes negou com a cabeça e continuou andando pela loja, procurando a Deusa do amor.

Ares andava por aí olhando com atenção para as mulheres á sua volta, mas ele tinha certeza que nenhuma delas era Afrodite. Não... Era óbvio demais para ela ficar ali. Não seria fugir de casa, se ela fosse logo para o lugar mais estupidamente comum que ela freqüentava.

- Você é a Afrodite? – Perguntou Apolo segurando o ombro de uma garota. Ela olhou para ele sem entender, e ele negou com a cabeça – Não, não é. Foi mal.

Apolo continuou procurando pela loja, perguntando garota por garota, mas ele via que nenhuma delas era Afrodite.

- Você é a Afro... Wow! Olá, gracinha. – Disse ele com um sorriso torto para uma garota loira de olhos azuis. A garota sorriu tímida para ele, e Apolo apoiou seu braço no balcão de jóias – Então, você vem sempre aqui? Tiffany’s, é?

- Eu só vim dar uma olhadinha. Não sei muito bem o que eu quero. – Respondeu ela mordendo o lábio inferior de um jeito envergonhado.

- Quer que eu te ajude a escolher? – Perguntou Apolo com um sussurro segurando o queixo dela. A garota olhou para os olhos azuis de Apolo e sorriu.

- Não sei... – Sussurrou ela.

- Por nós dois não damos uma volta por aí? Nós podemos conversar um pouco... Avaliar as opções. – Disse ele sorrindo torto.

Antes que Apolo pudesse beijar a garota, Ares puxou ele pela garganta.

- Seu otário! Ao invés de procurar ela, você está dando encima das garotas?! – Exclamou Ares com raiva – Deixa de ser idiota, Apolo!

- Ei! Ei! Me deixa em paz! – Protestou Apolo, enquanto Ares arrastava ele para longe da garota. Apolo esticou os braços na direção dela de forma dramática – Não! Ela era uma gracinha! Ares!

- Aham. Todas são uma gracinha para você. – Rebateu Ares sem ligar para os ataques de Apolo.

Assim que eles pararam em um lugar mais longe, Ares o soltou e mandou que ele continuasse procurando.

- Esse chato... – Resmungou Apolo enquanto andava pela loja. Um dos vendedores parou ele.

- Senhor... Gostaria de ver alguma peça? – Perguntou ele de forma educada. Apolo parou e olhou para o vendedor.

- Ahm... Não. Me mandaram ficar longe das vitrines... Wow! Olha como eles brilham! – Exclamou Apolo arregalando os olhos para os diamantes expostos.

- Esses são de uma coleção especial, e... – O vendedor não acabou de falar, pois Apolo apoiou os cotovelos no vidro para poder ver melhor as peças. Nesse mesmo instante o vidro quebrou com o excesso de força, e Apolo levou um belo susto.

-... Opa. – Disse Apolo sem graça – Nossa... Ahm... Que fatalidade, hein?

Do outro lado da loja Hermes e Ares ouviram o barulho de Vidor quebrando. Um olhou para o outro.

- Não... Não pode ter sido ele. – Disse Hermes.

- Conhece mais algum loiro infantil nessa loja que seria capaz de tamanha burrice? – Perguntou Ares calmamente. Hermes parou para pensar.

- É. Foi ele. – Disse ele andando em direção ao barulho. Assim que Ares e ele chegaram ao lugar, viram Apolo conversando com um vendedor irritado, enquanto algumas pessoas paravam para observar a cena.

- Apolo! – Exclamou Ares com raiva – Seu imbecil, falamos para você ficar longe do vidro!

 - Mas...! Era tão brilhante e bonito! Foi sem querer! – Defendeu-se Apolo como se fosse uma criança.

- Os senhores vão ter que pagar por isso. – Disse o vendedor entregar um cheque com o valor do vidro quebrado. Hermes revirou os olhos, mas acabou dando uns tapinhas nas costas de Ares.

- Então... Líder. Acho que isso é assunto seu. – Comentou ele.

- Assunto meu?! Como assim?! – Perguntou Ares virando-se para ele.

- Você está liderando a missão, não é? Resolve isso, enquanto eu levo ele para o carro para que não quebre mais nada aqui. – Disse Hermes sorrindo.

- Ah seu filho da...! – Ares estava prestes a xingá-lo, mas o vendedor pigarreou, e Hermes aproveitou para fugir da loja com Apolo. Ares revirou os olhos resmungando e reclamando, mas não teve jeito – Toma. Está aqui.

- Obrigado. – Disse o vendedor com um pouco de seriedade em excesso. Ares revirou os olhos e saiu da loja.

Apolo estava parado de costas para a porta da loja e Ares aproveitou o momento.

- Ai! – Exclamou o Deus do Sol com um pulo. Apolo colocou as mãos sobre a bunda, ao sentir que foi acertado com um chute forte.

- Eu te avisei. – Rosnou Ares entrando no carro – Entra logo na droga do carro, e vamos dar o fora daqui.

- Violência nunca é a solução. – Falou Apolo ainda passando a mão sobre a bunda machucada. Hermes prendeu o riso, e sentou no banco de trás fechando a porta.

Apolo foi para o banco do motorista, fechou a porta, e em minutos eles três estavam na estrada novamente.

- Hera... - Disse Zeus hesitante.

A Deusa do casamento estava em seu quarto, escovando o cabelo para refazer sua trança bem trabalhada novamente quando viu seu marido entrar no cômodo. Ela fez um leve careta, mas resolveu dar uma chance para ele.

- O que foi? – Perguntou Ed um jeito frio.

- Eu... Ahm... – Zeus estava realmente sem graça. Por causa do sumiço de Afrodite, Hera ficou com uma repentina raiva dele. É claro que ele queria mudar a situação, mas parecia simplesmente não ter chances – Eu trousse um presente para você.

Hera virou-se para ele ainda com uma expressão séria, e ergueu uma sobrancelha. Zeus sorriu desajeitado e mostrou um buque de flores para ela.

Aquilo mexeu com Hera. Qual fora a última vez que tinha ganho flores de Zeus? Mesmo estando com uma tremenda raiva dele, ela não pode deixar de sentir seu coração se apertar um pouco. Aquilo era realmente bonito.

A Deusa se levantou com calma, e abriu um pequeno sorriso reprimido. Zeus sorriu ao ver que tinha dado certo, e Hera foi até ele. Suas mãos delicadas seguraram o buque de flores, tomando-os calmamente das mãos de Zeus.

- São... Lindas. – Disse ela olhando as rosas vermelhas. Hera cheirou mais perto o buquê, e sentiu o aroma das flores. Doce e lindas – Obrigada.

- De nada. – Sorriu Zeus feliz por finalmente alguma coisa em relação ao amor tenha dado certo, desde que Afrodite sumira – Você é muito especial para mim.

Ele segurou delicadamente seu queixo e beijou-a. Hera retribuiu o beijo, ainda sem soltar as flores. Zeus abraçou ela de um jeito que não amassasse o presente, e Hera sorriu para ele.

- Own, Zeus... Como sabia que eu ia gostar dessas flores? – Perguntou ela ao se afastar do abraço e olhando o buquê.

- Eu te conheço bem. – Sorriu ele em resposta – São as suas favoritas.

O sorriso de Hera sumiu. A Deusa olhou para ele séria de novo.

- Minhas favoritas? – Repetiu ela. Suas mãos apertaram o cabo do buquê e Zeus notou que tinha dito algo de errado – Seu idiota! As minhas flores favoritas são as margaridas! Você nem mesmo disso sabe! Cretino!

Hera jogou as flores em Zeus com força, e o Deus dos céus se encolheu.

- Hera! Eu...! – Ele tentou se explicar, mas já não adiantava mais. Ela começou a pegar as primeiras coisas que via na frente e lançar em Zeus.

- Saia do meu quarto! Agora! – Exigiu ela jogando até mesmo um vaso nele. Zeus correu para fora e fechou a porta atrás de si com medo.

Se Afrodite estivesse lá, nada daquilo devia ter acontecido. Hera notaria que ele estava tentando fazê-la sentir melhor, e não o expulsaria do quarto. Ou... Ele ganharia um conselho sobre como fazê-la sentir melhor, da Deusa do amor.

- Ares... Espero que você consiga achá-la. Por que se você voltar para cá sem ela, eu mesmo te chuto para fora! – Rugiu Zeus com raiva e indo para o seu templo.